quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Bresser: “A PEC 241 é feita para a classe rica que patrocinou o golpe e essa onda de ódio”. Por Kiko Nogueira



FONTE:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/bresser-a-pec-241-e-feita-para-a-classe-rica-que-patrocinou-o-golpe-e-essa-onda-de-odio-por-kiko-nogueira/


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Bresser
Bresser


Luiz Carlos Bresser Pereira foi entrevistado no programa do DCM na TVT desta semana.
Bresser nos recebeu em sua casa no Morumbi na tarde em que Cunha foi preso, um dia depois do artigo de Lula na Folha, intitulado “Por que querem me condenar”.
Ex-ministro da Fazenda no governo Sarney e ministro da Reforma do Estado e, depois, da Ciência e Tecnologia de FHC, Bresser tomou o caminho oposto ao dos ex-colegas.
Enquanto eles foram para a direita, Bresser tornou-se um crítico contumaz do que chama de desmonte do estado social brasileiro. Fundador do PSDB em 1988, saiu em 2011. Posicionou-se firmemente contra o golpe e esteve presente a diversos atos pela democracia — mantendo suas discordâncias relativas ao rumo da economia sob Dilma.
“Cunha tinha que ser preso, já era esperado com a ficha corrida que ele tem”, diz ele.
“Isso pode servir para alegar imparcialidade na hora de pegar Lula. O objetivo da Lava Jato é atacar o PT e Lula. O PT eles já pegaram. Do Lula, não encontraram nada. Insistem em dizer que ele é chefe de uma ‘organização criminosa’. Gastaram milhões e encontraram o sítio que ele usou emprestado e o apartamento no Guarujá. O artigo dele à Folha é coisa de estadista”.
Bresser acredita que há uma caça às bruxas contra a política. “Um país que tem a classe política desmoralizada pela direita e pela esquerda é um país sem rumo”, afirma.
A PEC 241 serve, em sua opinião, para atender “a classe rica dominante que patrocinou o golpe e essa onda de ódio”.
“Eles dizem que temos uma crise fiscal. Temos, na verdade, uma dívida fiscal causada por uma imensa recessão. As causas foram a queda do preço das commodities no segundo semestre de 2014”.
“A PEC não vai ter nenhum efeito agora. O objetivo é desmantelar o estado do bem estar social e destruir o SUS e a educação fundamental.”
A alternativa, segundo ele: “Imediatamente baixar a taxa de juros e abrir linha especial de crédito para salvar as empresas, para elas saírem do buraco”.
“Isso tudo é a aplicação da cartilha neoliberal. O neoliberalismo só é eficiente quando há perda de controle das finanças públicas, o que não é o nosso caso. A crise financeira agora é das empresas, e não do estado. A política liberal nunca promoveu desenvolvimento econômico no mundo. Sempre fracassou, mas é uma religião para o setor financeiro, para rentistas e para os economistas orgânicos desse capital rentista”, enumera.
Em sua opinião, o artífice da PEC não é o governo Temer. Há uma espécie de prestação de contas.
“O PMDB não tem ideologia. Quando o PSDB perdeu as eleições e Aécio pediu o impeachment, o Moreira Franco falou: ‘Essa é a nossa chance. Vamos fazer uma profissão de fé neoliberal e ganhar a confiança dos rentistas. Aí fizeram aquele documento ‘Ponte Para o Futuro’”, diz.
O grande estelionato eleitoral está sendo cometido por Michel Temer, considera o professor. “Se ele foi eleito como vice de Dilma, como pode estar fazendo agora exatamente o contrário do que vinha sendo feito?”
Ele guarda amizade por Fernando Henrique Cardoso (não lhe pergunte sobre Serra), que não encontra há tempos. Mas de sua antiga agremiação partidária quer distância.
“O PSDB é a UDN atual. É um tipo de partido que, para o Brasil, é um desastre. Eles não têm nenhuma ideia de nação, não têm nenhuma ideia do que seja a defesa dos trabalhadores e dos pobres. É um partido elitista, dependente e colonialista”.
Eis os destaques do programa:

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Sobre o Autor
Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

VEJA OVÍDEO CLICANDO NO LINK DA FONTE ACIMA

TSE MARCA ACAREAÇÃO PARA EXPLICAR CHEQUE NOMINAL DE R$ 1 MILHÃO PARA TEMER



FONTE:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/tse-marca-acareacao-para-explicar-cheque-de-r-1-milhao-para-temer/


Planalto teme que seja recomendada cassação da chapa Dilma-Temer


Do Globo:
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) marcou para a próxima semana uma acareação entre Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente da construtora Andrade Gutierrez e um dos delatores da Lava-Jato, e o ex-ministro Edinho Silva, que foi tesoureiro da campanha da ex-presidente Dilma Rousseff em 2014. Os dois foram chamados para explicar a doação de R$ 1 milhão que a empreiteira fez para a campanha. Em depoimento, o empreiteiro disse que o dinheiro foi repassado ao PT. Mas um cheque apresentado pela defesa de Dilma mostra que a quantia teria passado pelo PMDB.
O empreiteiro declarou em depoimento ao TSE que a Andrade Gutierrez fez doação de R$ 1 milhão ao PT em março de 2014. O valor teria sido pago como parte de um acerto de propina de 1% dos contratos da Andrade com o governo federal. Ainda segundo o delator, como a doação foi feita fora do período eleitoral, esse dinheiro só teria sido transferido do partido para a campanha de Dilma em julho do mesmo ano.
No entanto, a defesa de Dilma apresentou ao tribunal um cheque atestando o repasse de R$ 1 milhão do Diretório Nacional do PMDB para “Eleição 2014 Michel Miguel Elias Temer Lulia vice-presidente” em julho de 2014. Na prestação de contas da campanha, não há qualquer outro registro de movimentação do mesmo valor que tenha passado pelas contas do PT. Além do cheque, a defesa de Dilma também apresentou documentos da prestação de contas de campanha atestando que o PMDB recebeu R$ 1 milhão da Andrade Gutierrez. Há recibo da campanha com o valor e também comprovante de depósito em conta bancária do PMDB.
O cheque nominal para Temer pode derrubar a tese do presidente, que pediu ao TSE que julgue em separado as contas apresentadas pela campanha eleitoral de 2014.Segundo o pedido do presidente, ainda em análise pelo tribunal, as provas que haviam surgido no processo são relacionadas a atos praticados pelo PT e até por Dilma, e não por ele ou pelo PMDB.
A ação que pede a cassação da Chapa Dilma/Temer foi ajuizada pelo PSDB em 2015. Após a derrota de Aécio Neves na eleição de 2014, os tucanos pediram a cassação da chapa com o argumento de que a campanha do PT/ PMDB teria sido financiada com dinheiro desviado do esquema de corrupção da Petrobras.
Segundo o ministro Herman Benjamin, relator do processo que pode resultar na cassação da chapa, há discrepância entre o depoimento prestado pelo empreiteiro e a prestação de contas da campanha. A acareação foi pedida pela defesa de Dilma e foi autorizada pelo ministro. Os depoimentos serão tomados na próxima quinta-feira, em Brasília.

cheque temer

Bancoop: o fim de uma operação boca de urna contra o PT que inocentou Vaccari



FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/bancoop-o-fim-de-uma-operacao-boca-de-urna-contra-o-pt-que-inocentou-vaccari





Após seis anos de processo, Ministério Público não conseguiu comprovar nenhuma das acusações feitas contra Vaccari, nem que a Bancoop financiava o PT. Juíza absolveu os réus apontando que “ilações” não superam provas
Jornal GGN – Em 19 de outubro de 2010, Veja publicou, a menos de 15 dias do segundo turno eleitoral entre José Serra e Dilma Rousseff, que o promotor José Carlos Blat, do Ministério Público de São Paulo, enviara à Justiça um pedido para processar João Vaccari Neto e outras cinco pessoas envolvidas no caso Bancoop.
A cooperativa de crédito habitacional para bancários teria lesado, de acordo com a denúncia, mais de 3 mil mutuários que não receberam os imóveis. A causa era da ordem de R$ 170 milhões. O motivo do prejuízo? Um suposto esquema de desvio de recursos que serviria ao enriquecimento pessoal dos dirigentes da Bancoop e ao financiamento das campanhas petistas, apontou Veja.
Blat, que tocava o inquérito sobre o caso desde 2007, decidiu anunciar o envio à Justiça numa sessão da CPI da Bancoop, da Assembleia Legislativa de São Paulo, presidida, à época, por um deputado do PSDB. A bancada petista na Casa tentou evitar que a exposição de Vaccari fosse prejudicial à campanha de Dilma. A defesa do ex-tesoureiro, hoje implicado nas mãos de Sergio Moro em função da Lava Jato, classificou o processo como uma operação "boca de urna", feita sob medida para atingir o PT às vésperas da eleição presidencial.
A sentença do processo saiu no último dia 8, assinada pela juíza Cristiana Ribeiro Leite Balbone Costa, da 5ª Vara Criminal de São Paulo. Em pouco mais de 70 páginas, ela absolveu Vaccari e os demais réus de todos os crimes imputados: lavagem de dinheiro, estelionato, falsidade ideológica e formação de quadrilha. Supostos crimes que estamparam páginas de jornais e revistas, alimentando mais um caso de "trial by media".
A magistrada observou que, “ao cabo de seis anos de instrução e diante do imane volume de documentos produzidos”, o que o Ministério Público levou a julgamento foi uma acusação confusa, frágil e carente de provas.
“Sustenta o Ministério Público que o que sucedeu foi a instauração de verdadeira ‘organização criminosa’ na Bancoop, que passou a ser utilizada por seus dirigentes unicamente para o desvio de recursos dos cooperados em benefício próprio e de outrem, insinuando ainda a acusação e chegando mesmo a afirmar que as vantagens indevidas obtidas pelos réus destinaram-se a fomentar campanhas políticas”, relatou a magistrada.
“Ocorre que o Direito Penal não se compraz com conjecturas ou suposições, mas tem por princípio a legalidade estrita, não sendo assim possível admitir que ilações ou estimativas se sobreponham à prova dos autos”, afirmou.
“Se desvio de recursos houve, mediante tais práticas, estes não restaram demonstrados nos autos. (...) De fato, para além de insinuar que tais valores supostamente desviados tenham sido destinados a fomentar campanhas políticas, a Acusação não demonstrou a destinação de tais recursos que alega terem sido ‘desviados’ da Cooperativa pelos acusados, não havendo sequer demonstração de que, efetivamente, eventuais vantagens econômicas indevidas tenham sido obtidas pelos acusados ou por terceiros”, sentenciou.
A FÓRMULA 1
Dentre as inúmeras falhas e artimanhas do MP neste processo – como apresentar dados conflitantes sobre qual seria o montante desviado da Bancoop; acusar Vaccari por fatos que ocorreram antes de sua entrada na cooperativa; deixar de denunciar Ricardo Berzoini, à época com foro privilegiado, só para que evitar que a ação não fosse para o Supremo Tribunal Federal; e usar dados de um laboratório especializado em lavagem com erros crassos -  a juíza Cristina Ribeiro atacou, ao analisar a imputação de estelionato, o argumento de que os réus descontavam cheques nominais na boca de caixas de bancos, dificultando o rastreamento dos recursos supostamente desviados.
Segundo ela, o MP sequer conseguiu apontar a materialidade dessa tese. Na denúncia mesmo, só usou dois cheques emitidos pela Bancoop, em outubro de 2004 e janeiro de 2005, nos valores de R$ 50 mil e 55 mil, assinados por Luiz Malheiro e Tomas Fraga (ex-dirigentes da Cooperativa) em um caso, e Tomas e Vaccari em outro, depositados na conta de um hotel. O MP alardeou o fato como desvio de verba para pagar o luxo da estadia para os grandes prêmios de Fórmula 1.
“É mesmo curioso que um cheque de uma Cooperativa tenha sido usado para pagamento de estadia em hotel. Contudo, a Acusação não indicou nos autos de onde tirou a conclusão de que estes dois cheques serviram para pagar hospedagens nos Grandes Prêmios de Fórmula 1 de 2004 e 2005. Aliás, esta alegação da Acusação conflita com a própria data em que o segundo cheque foi pago, em 19 de janeiro de 2005, enquanto a corrida somente ocorreu em 25/09/2005”, disse.
“Ou seja, o Juízo desconhece de onde a Acusação tirou a conclusão de que este cheque pagou hospedagem para espectadores dos Grandes Prêmios e tampouco consta, na fase de instrução, qualquer demonstração de quem seriam os beneficiários de tais hospedagens”, concluiu.
Para ela, se “provada a efetiva utilização fraudulenta destes únicos dois cheques concretamente indicados pela Acusação, poder-se-ia ter delito patrimonial diverso, pelo qual os réus não foram denunciados. Tudo para sequer mencionar que as cifras tratadas nos dois cheques em muito se distanciam dos montantes apontados na denúncia [que chegam a R$ 170 milhões, que é a soma do valor de vários empreendimentos, como se investir nos imóveis fosse o prejuízo]”.
Ainda de acordo com a magistrada, inúmeros cheques levantados pelo MP foram analisados e boa parte deles serviu à defesa, que sustentou que foram usados para pagar serviços contratados pela cooperativa, comprovadamente prestados.
Ao analisar as acusações sobre estelionato, que concentram os argumentos do MP de que Vaccari e outros teriam desviado dinheiro para enriquecimento pessoal e financiamento do PT, a juíza considerou que era “impositiva a absolvição dos acusados”.
Mas “não por estar o Juízo convencido de que não ocorreram, em absoluto, práticas ilícitas no bojo da administração da cooperativa, mas sim por não estarem demonstradas nos autos as imputações tais quais feitas na denúncia”, ressalvou.
O SUPERFATURAMENTO
Ao longo de sua decisão, a juíza Cristiana Ribeiro Leite Balbone Costa apontou o que poderia ter sido o real objeto de acusação do Ministério Público. Mas Vaccari não estaria na lista de acusados.
Ela viu “desinteresse” do Ministério Público em denunciar o verdadeiro crime identificado pelo Juízo na análise dos autos do caso Bancoop: o de que houve pagamento de propina, sim, mas a uma diretoria que antecedeu Vaccari, com o agravante de que os cabeças do esquema estão mortos e que não há como afirmar que o ex-tesoureiro do PT sabia ou tirou vantagem das ilicitudes.
“(...) vem mesmo a demonstrar a ocorrência de fraudes o depoimento do empreiteiro Valter Amaro, que emitia notas em valores superiores aos que lhe eram devidos, recebia tal montante e, em seguida, depositava boa parcela na conta de Helio Malheiro, irmão do então presidente [da Bancoop] Luiz Malheiro que, segundo a testemunha, era quem determinava tal procedimento espúrio.”
“(...) o que se demonstra aqui é a possível existência de condutas criminosas diversas daquelas descritas na denúncia [do MP contra Vaccari], em valores muito inferiores aos mencionados pela Acusação e, principalmente, cuja autoria somente se demonstra em relação ao próprio Luiz Malheiro.”
“Portanto, os únicos indícios concretos de desvios de recursos através de cheques sacados vêm através de pagamentos feitos pela Germany (custeados, indiretamente, pela BANCOOP), mas, se aqui há evidências de materialidade de delitos (diversos daqueles denunciados), não há nenhuma prova segura em que se possa fundamentar a responsabilidade de qualquer dos denunciados por tais desvios, ao contrário: as provas da própria Acusação apontam, diretamente, para os falecidos dirigentes da Bancoop, sem nenhuma menção a atos concretos que possibilitem identificar a participação dos acusados naquelas movimentações suspeitas.”
A juíza também apontou que o MP fez uso de uma testemunha mantida em sigilo, e sublinhou que informações repassadas aos promotores devem servir de base para conduzir as investigações, pois não superam a necessidade de provas que corroborem o que é delatado.
A sentença está em anexo.


O assombroso descaro de Serra ao tratar das “democracias”. Por Paulo Nogueira



FONTE:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-assombroso-descaro-de-serra-por-paulo-nogueira/


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Um tuíte da BBC Brasil vem causando hoje um misto de estupor, indignação e raiva nos internautas.
Entende-se.
Nele, aparece uma foto de Serra com a seguinte declaração pós-vitória de Trump: “Nas democracias as decisões do eleitorado se respeitam.”
Citei algumas vezes as palavras de Sêneca sobre a importância do que dizemos, ou calamos. Elas cabem com perfeição neste caso: “Quando penso em certas coisas que disse tenho inveja dos mudos”.
Serra estaria com inveja dos mudos, se tivesse consciência do que afirmou.
Pouco tempo depois de ter tido uma participação ativa e decisiva num processo que destruiu 54 milhões de votos, e com eles uma democracia, ele vem defender publicamente a vontade soberana das urnas.
É um traço dos golpistas que Serra elevou à condição de arte: a falta de pudor. É como se ele nos estivesse tratando a todos como idiotas, incapazes de discernir qualquer coisa que nos seja dita.
As chamas dos votos incinerados ainda ardem, e ele perora sobre democracia.
Serra lembra aí os generais da ditadura, que celebravam as virtudes da democracia — aspas — depois de tê-la aniquilado com tanques.
Os golpistas de agora não usam fardas. Mas são tão cínicos quanto os que usavam, como mostra a inacreditável fala de Serra.
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Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Temer quer mudar as regras para cortar pagamentos de licença-maternidade



FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/temer-quer-mudar-as-regras-para-cortar-pagamentos-de-licenca-maternidade




Jornal GGN - Se o projeto que Michel Temer (PMDB) enviou ao Congresso essa semana for aprovado, mulheres não poderão mais solicitar a licença-maternidade após terem começado a contribuir com o INSS somente após a detecção da gravidez. Será necessário ter contribuído por pelo menos 10 meses antes de ir em busca desse direito, que até então está disponível para quem contribui há um mês. Com o projeto, Temer também quer reduzir os gastos com pagamento de auxilio-reclusão. A premissa é a mesma: aumentar o período de contribuição junto ao INSS, só que de um para 12 meses.
Da Gazeta Online
Mulheres grávidas deverão ter, no mínimo, dez meses de contribuição à Previdência para ter direito à licença-maternidade. A mudança será proposta por um projeto de lei, encaminhado pelo governo Temer ao Congresso na última-segunda, 7, que deve limitar ainda as concessões de auxílios-reclusão e aumentar a carência de um para 12 meses para o trabalhador requerer afastamento por incapacidade.
Hoje, o salário-maternidade é pago a qualquer segurada que tenha, no mínimo, um mês de recolhimento ao INSS. A tentativa do governo será reduzir o número de pessoas que começam a pagar a previdência apenas no período de gestação.
A regra também valerá para quem tiver um filho por meio de adoção. Será necessário também ter o mesmo período de contribuição.
Para as assalariadas, as licenças-maternidade são efetivadas diretamente nas empresas, que ficam responsáveis de manter financeiramente as funcionárias durante os quatro meses. As companhias são depois ressarcidas pelo INSS.
Os pedidos aos empregadores são feitos a partir de 28 dias antes do parta com a apresentação de atestado médico ou de certidão de nascimento. Desempregadas ou contribuintes individuais podem requerer o auxílio somente após o parto diretamente em uma agência do INSS.
Auxílio-reclusão
Outras mudanças previstas no projeto de lei são no auxílio-reclusão. O polêmico benefício é pago à família de presos que, antes de serem detidos, se enquadravam como segurado do INSS. Para esse público, o valor do benefício será reduzido de 100% do salário de aposentadoria para 70%. Ele será obrigado a contribuir, no mínimo, 18 meses para a Previdência - antes bastava um mês.
Auxílio-doença
No auxílio-doença, o projeto de lei também deve estabelecer um tempo maior de carência. Será necessário ter ao mínimo um ano de vínculo empregatício ou de pagamento como contribuinte individual para o INSS. Hoje, após um mês de trabalho a pessoa já pode receber os benefícios.
O projeto de lei vai garantir ainda a retomada das revisões, que foram finalizadas na última sexta-feira, com o vencimento da Medida Provisória 739. Os peritos do INSS realizam desde julho um mutirão para reavaliação dos benefícios por incapacidade concedidos há mais de dois anos e que não passaram por revisão nesse período, contrariando legislação em vigor desde o ano passado. Cada perito recebe R$ 60 por perícia adicional feita. A intenção é permitir o pagamento desses extras por um tempo maior, até que todas as consultas sejam realizadas.
O pente-fino feito pelo INSS revela que pelo menos 80% dos benefícios avaliados até agora no Espírito Santo eram pagos indevidamente. Segundo o chefe dos peritos no Estado, Juliano Pina, 211 pessoas passaram pelas consultas. Mas 470 segurados serão ainda convocados por cartas e outros 575 aguardam o atendimento ser agendado. (Com agências) 

Xadrez dos ossos no armário de Carmen Lúcia



FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/xadrez-dos-ossos-no-armario-de-carmen-lucia






Peça 1 – sobre as vulnerabilidades dos magistrados

No processo que culminou no afastamento da presidente Dilma Rousseff, foram divulgadas pressões e chantagens sobre Ministros da Corte. Em dois casos, pelo menos, eram denúncias vazias, uma delas de atitude até questionável do ponto de visita ético, mas longe de qualquer tipificação de ilícito.
Mesmo assim, os Ministros cederam, mostrando como são vulneráveis a ataques contra a honra, mesmo de embasamento precário.
Quando o Ministro acumula uma série de decisões polêmicas, definitivamente ele se torna refém de pessoas – ou instituições – em condições de escandalizar os fatos.
O caso Ayres Brito é exemplar. Seu genro foi flagrado oferecendo serviços do sogro para o ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz. O episódio ganhou as manchetes. Ayres Brito era cúmplice do genro ou apenas vítima? Pouco importa. No momento seguinte, ele se curvou amplamente às demandas da imprensa, liquidou com a regulamentação do direito de resposta e se tornou o campeão nacional na defesa dos interesses dos grupos de mídia.
A denúncia desapareceu do noticiário.
Dessa mesma vulnerabilidade padece a nova presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Carmen Lúcia. É o que poderia explicar a mudança ocorrida em suas posições ao longo dos tempos e a maneira como, ao estilo Ayres Britto, passou a se compor com todas as demandas do noticiário e a jogar sempre para as manchetes?
Não se sabe. Mas a cidadania – tão prezada por Carmen Lúcia – ficaria mais tranquila se a Ministra apresentasse explicações claras para pelo menos três episódios polêmicos em sua carreira no Supremo.

Peça 2 – sobre o lado público de Carmen Lúcia

A presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) se manifestou a favor da transparência, da honestidade, da probidade e de outras virtudes cívicas.
No dia 22 de maio de 2012, um dia após o STF decidir divulgar os salários de todos os ministros e funcionários, Carmen Lúcia foi a primeira a divulgar o seu. Embora todos passassem a divulgar seus contracheques, Carmen Lúcia saiu na frente, chamou a atenção da mídia e se tornou a musa da transparência (https://goo.gl/oy9vgx).
Na votação sobre julgamentos em segunda instância, votou a favor da tese de que o réu deve cumprir pena após a sentença ser confirmada pelo tribunal regional, demonstrando assim sua posição intransigente contra os malfeitos e a favor da punição célere.
Ao assumir a presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)  anunciou seu projeto com duas palavrinhas mágicas: transparência e eficiência (https://goo.gl/E8TALw).
Fez mais, no STF e no CNJ prometeu cumprir o regimento e definir prazos para devolução de processos com pedidos de vista (https://goo.gl/7AXhB9).
No entanto, mesmo nas matérias laudatórias há alguns senões que preocupam. Mesmo sendo “simplinha”, guiando seu próprio carro, sendo contra os salamaleques da corte, vozes em off falam de sua incoerência, de seu fascínio pelos holofotes, de decisões suspeitas.

Peça 3 – quando o adiamento é manobra

Antes, algumas explicações sobre maneiras sorrateiras de juízes atuarem.
O Supremo é uma corte colegiada. Um de seus pressupostos - e da própria democracia - é não permitir decisões monocráticas, aquelas em que um juiz define sozinho o destino do processo.
Uma das maneiras de burlar é o pedido de vista. A corte já havia definido maioria contra o financiamento privado de campanha. Bastou um pedido de vista de Gilmar Mendes para segurar a decisão por meses e meses. Ou, agora, a decisão da corte, por maioria absoluta, de não permitir que políticos envolvidos em processos assumam a presidência da República. Todos os votos foram a favor quando entrou em cena o Ministro Dias Toffoli, com pedido de vista. Vai devolver o processo sabe-se lá quando.
Há outras formas de ludibriar os colegas e as partes.
Outra delas, similar ao pedido de vista,  é o uso da gaveta.
Anos atrás, o Ministro Ayres Britto iria apresentar seu relatório sobre o mensalão do PSDB. Tudo devidamente pautado, houve o intervalo da sessão para o café. Na volta, Ayres simplesmente não apresentou o relatório, nem lhe foi cobrado. Segurou por anos e anos o processo. Foi uma decisão neutra do ponto de vista processual? Evidentemente, não. Foi um esquecimento que beneficiou profundamente a parte condenada.
O que leva um Ministro a engavetar um processo?
Hipótese 1 - não quer entrar em dividida, devido à complexidade do problema.
Nesse caso, incorre no crime de prevaricação, que é quando o funcionário público retarda ou deixa de praticar ato de ofício, visando satisfazer seu interesse pessoal. No caso, o interesse de não se expor com as partes.
Hipótese 2 - excesso de trabalho na corte.
O meritíssimo terá que comprovar que a ação adiada era menos relevante do que aquelas que foram julgadas no período.
Hipótese 3 -  engaveta por razões pessoais, de benefícios ou de influência externa.
Trata-se de um caso de corrupção passiva, crime que só pode ser praticado por funcionário público, de acordo com o Código Penal.

Peça 4 - a gaveta de Carmen Lúcia

Ontem relatei o caso da ADIN sobre pipeline, o pedido da Procuradoria Geral da República para que caíssem as patentes pipeline - um tipo jurídico criado para reconhecer patentes não englobadas no acordo de patentes.
Havia dois grupos interessados. Em um deles, a poderosa Interfarma, representante dos laboratórios internacionais, que se apresentou como amicus curiae . Na outra, laboratórios nacionais, PGR, Procons.
Carmen Lúcia tinha acesso, assim, a todos os argumentos de todas as partes interessadas, em tema da mais alta relevância, porque envolvendo custo de medicamentos para milhões de brasileiros. Mas decidiu não decidir. Trancou a ADIN em sua gaveta, de onde não mais saiu.
Ao não decidir, ela decidiu em favor dos laboratórios multinacionais, contra o SUS - que paga muito mais caro pelos remédios patenteados - e laboratórios nacionais, prontos a produzir genéricos e contra milhões de consumidores que deixaram de ter acesso à redução de preços desses medicamentos.
Não cabe o argumento da insignificância. Pelo contrário, pelos valores envolvidos e pelos beneficiários potenciais – a população carente do país – deveria ser prioridade absoluta.
Seria devido à complexidade do tema? Um Ministro que teme a complexidade dos temas a serem julgados não está à altura do Supremo.
Seria por alguma razão extra-processo?
Seja qual for o motivo, a Ministra Carmen Lúcia certamente esclarecerá a razão de jamais ter levado o caso a julgamento, com a mesma presteza com que divulgou seu contracheque.

Peça 5 - os julgamentos de crimes de corrupção

O voto de Carmen Lúcia a favor do cumprimento da pena após condenação em segunda instância, mostra a preocupação com os processos – e, principalmente, com as punições. A ínclita Carmen Lúcia quer celeridade na punição.
Segundo o sóbrio site Jota, há dois episódios que não batem com as preocupações externadas pela Ministra (http://migre.me/vrVd7):

Caso 1 – Natan Donadon

Em outubro de 2010 Carmen Lúcia levou a plenário o julgamento da Ação Penal 396, que julgava o deputado Natan Donadon, condenado a 13 anos de reclusão. Era o primeiro caso de prisão de parlamentar sob a Constituição de 1988. A data da condenação foi 28 de outubro de 2010.
O acórdão só foi publicado seis meses depois. Nesse ínterim, Donadon continuou solto. A defesa de Donadon embargou a condenação. No entanto, Carmen Lúcia só liberou o recurso para julgamento  um ano depois da condenação. Logo em seguida, percebeu um erro qualquer e pediu a retirada do processo.
Segundo o Jota, “publicamente, a ministra deixou consignado que solicitou à Presidência do Supremo que desse prioridade ao julgamento. No entanto, em reservado a realidade era outra”. Foram tantos os pedidos de Carmen Lúcia, em particular,  para que o projeto fosse retirado de pauta, diz o Jota, que o então presidente do Supremo, Ministro Ayres Brito, exigiu que fizesse o pedido publicamente, diante da TV Justiça. Foi obrigada a faze-lo.
Só em junho de 2013 – três anos após a condenação – o processo chegou ao fim e a pena foi finalmente cumprida.
O que levou Carmen Lúcia a protelar de tal maneira o cumprimento da sentença de Donadon, a atuar nos bastidores para tirar o julgamento de pauta, enquanto fingia, de público, pretender prioridade para o julgamento?
Em qual das três hipóteses se enquadra esse movimento?

Caso 2 – Ivo Cassol

Ex-governador de Rondônia, em agosto de 2013 foi condenado a 4 anos de detenção. O processo foi relatado também por Carmen Lúcia. Cassol continuou solto devido à demora no julgamento do recurso. O acórdão só foi publicado 9 meses após o julgamento. E era um mero acórdão.
A defesa entrou com embargos, que foram rejeitados. Opôs novos embargos em dezembro de 2014. Segundo o Jota, “em várias oportunidades, no ano de 2015, jornalistas perguntaram à ministra quando ela levaria a julgamento os últimos recursos do Senador.”. E Carmen Lúcia deixava a pergunta sem resposta e o processo sem julgamento..
Somente em abril os recursos foram levados a plenário. Porém o julgamento foi interrompido por um pedido de vistas de… Dias Toffoli. Condenado por fraudar licitações, Cassol permanece livre e no exercício do mandato, diz o Jota.
Qual o seu compromisso efetivo com a transparência?

Peça 6 - a frasista Carmen Lúcia

Fica evidente que Carmen Lúcia está muito mais próxima do, digamos, estilo de um Gilmar Mendes e Dias Toffoli, do que de um Teori Zavascki ou Celso de Mello.
Durante o julgamento do impeachment de Dilma Rousseff, pelo menos uma vez Carmen Lúcia se viu ante uma representação contra o Ministro Gilmar Mendes. E refugou, demonstrando receio de entrar em área de alto risco.
Há um profundo desvio no sistema de Justiça, de só convalidar denúncias provenientes da velha mídia. Cria-se um desequilíbrio monumental, beneficiando grupos de interesse em temas políticas, empresariais ou penais. Caso tivesse manifestado o menor pendor de votar contra o impeachment de Dilma, esse conjunto de fatos, divulgado no Jornal Nacional, teria sido mais que suficiente para detonar Carmen Lúcia.
Como descrever suas contradições? Talvez recorrendo às suas próprias palavras.
"Na história recente da nossa pátria, houve um momento em que a maioria de nós, brasileiros, acreditou no mote segundo o qual uma esperança tinha vencido o medo. Depois (...) descobrimos que o cinismo tinha vencido aquela esperança. Agora parece se constatar que o escárnio venceu o cinismo."
Mas, nesses tempos de redes sociais, de construção superficial de imagens, o que importa não é conferir a história, os trabalhos e decisões dos personagens. Bastam gestos populistas, de quem ambiciona o "curtir" do Facebook e a blindagem da mídia.
Independentemente de jogos de palavras, fique registrado: Carmen Lúcia é uma ministra com muitas vulnerabilidades. E como não se pode duvidar nem da mulher de César, muito menos de uma presidente do Supremo, deve explicações por esses e outros episódios controversos em sua carreira de Ministra do Supremo.
Caso contrário, todas as sentenças que proferir, decisões que tomar, lançarão dúvidas sobre suas reais motivações.
E o escárnio, definitivamente, vencerá o cinismo.