As musas Hope Solo e Alex Morgan até que tentaram, contando com a torcida virtual de Barack Obama. Mas o dia era do Japão. A seleção asiática, que quase ficou fora do
Mundial Feminino por conta do tsunami e do terremoto que abalaram o país em março, superou muitas dificuldades também na decisão deste domingo, em Frankfurt, e venceu de forma incrível os Estados Unidos nos pênaltis, por 3 a 1, depois de 2 a 2 com direito a prorrogação.
As japonesas saíram atrás no placar duas vezes, uma no tempo normal e outra na prorrogação, mas Miyama e Sawa foram buscar a igualdade. Na disputa por pênaltis, as americanas perderam três cobranças, e Kumagai garantiu o título, o primeiro do país na história das Copas.
A seleção americana, campeã em duas oportunidades, perdeu a chance de alcançar a hegemonia e desempatar com a anfitriã Alemanha, também bicampeã e que caiu nas quartas para as japonesas.
Japonesas levantam a taça do Mundial Feminino na Alemanha: primeiro título (Foto: Reuters)
Domínio americano no primeiro tempo
Dentro de campo, a musa americana Hope Solo assistia de camarote ao domínio total de sua equipe no primeiro tempo. Foram nada menos do que nove boas chances de gol, incluindo duas bolas na trave.
Musa do Mundial, Hope Solo chegou a defender
um pênalti contra o Japão (Foto: Agência Reuters)
O arsenal dos Estados Unidos incluía jogadas por todos os lados, além de forte pressão com bola área, aproveitando maior vigor físico em relação às baixinhas japonesas. Wamback, Rapinoe e Cheney infernizaram a vida do Japão desde os 20 segundos de partida, quando esta última entrou com a bola dominada pelo lado esquerdo e obrigou a goleira Kaihori a fazer a primeira defesa.
A movimentação do trio americano era intensa. As chances eram criadas uma atrás da outra. E por duas vezes a trave japonesa balançou. A primeira com Rapinoe, também em jogada pela esquerda, aos 17 minutos. E depois em um lindo chute de fora da área com Wamback, com 28 de jogo.
O Japão tentou acalmar o jogo com toques para o lado no campo de defesa. A posse de bola maior (52% a 48%) das nipônicas dava uma falsa impressão de domínio. A goleira americana Hope Solo só foi fazer sua primeira defesa (sem muito esforço, diga-se de passagem) aos 30 minutos. A partir daí, a equipe japonesa até melhorou um pouco, mas foi para o intervalo aliviada com o 0 a 0 no placar.
Pelo Twitter, Barack Obama vibrava com o jogo. Assistindo ao jogo ao lado da família, ele comentou o jogo no Twitter:
- Grande primeiro tempo da equipe dos EUA. Vamos mantê-lo na segundo - postou.
EUA perdem Cheney, machucada. O destino ajuda...
Na volta para o segundo tempo, a camisa 12, Cheney, foi focalizada no banco de reservas com uma bolsa de gelo no pé direito. Desfalque no setor ofensivo americano que tão bem funcionou na etapa inicial.
Todos os campeões |
1991 | Estados Unidos |
1995 | Noruega |
1999 | Estados Unidos |
2003 | Alemanha |
2007 | Alemanha |
2011 | Japão |
Morgan foi para o jogo, e os EUA parece até que melhorou com a reserva. Logo aos três minutos, ela mesmo desviou cruzamento da direita, a bola desviou em Kaihori, e os Estados Unidos acertaram a trave pela terceira vez. A zaga japonesa ainda teve trabalho para afastar o perigo no rebote.
Apesar de todo o domínio americano, o Japão foi prejudicado pela arbitragem. Aos 18 minutos, Ohno foi lançada em condição legal e ficaria cara a cara com Hope Solo, mas a assistente marcou impedimento em lance de difícil observação, já que a japonesa apareceu muito à frente da marcação depois que a bola foi lançada.
Os Estados Unidos não têm nada com isso e continuaram sua pressão até finalmente chegar ao gol. Com uma certa "ajudinha" do destino. Morgan, que entrara no lugar da lesionada Cheney, foi lançada nas costas da zaga por Rapinoe e bateu cruzado, no canto esquerdo de Kaihori, para fazer 1 a 0.
Obama assiste à decisão com a família (Foto: Divulgação)
Só que a quantidade de gols perdidos acabaram fazendo falta para as americanas. Quando tudo se encaminhava para uma vitória apertada, o Japão reuniu forças para empatar após uma falha incrível da defesa. Depois de cruzamento pela direita, Buehler disputou bola com Miyama e, na hora de afastar, chutou em cima da companheira Krieger. A número 8 nipônica ficou com a sobra e mandou para o gol, sem chance para Hope Solo.
Foi a senha para mais uma prorrogação na competição. Onde de novo brilhou a estrela de Morgan. Como se fosse uma ponta esquerda, a camisa 13 partiu para cima de Kinga, chegou à linha de fundo e cruzou na cabeça de Wamback, que nem precisou pular para fazer 2 a 1.
Alex Morgan participou dos dois gols
dos Estados Unidos (Foto: Reuters)
Hope Solo quase pôs tudo a perder ao sair em falso após cruzamento de Miyama, mas as atacantes japonesas não conseguiram aproveitar. Mas aos 11 minutos do segundo tempo da prorrogação, não teve jeito. Miyama bateu escanteio da esquerda, Sawa se antecipou e desviou. A bola tocou levemente em Buehler, e entrou.
O estádio foi ao delírio com o gol. Os alemães presentes adotaram o Japão para torcer. E no fim ainda viram a zagueira Iwashimizu ser expulsa depois de cometer falta na meia-lua, não aproveitada pelas americanas na última chance com bola rolando.
EUA vão mal nas cobranças de pênalti
O Japão mostrou toda a tranquilidade oriental na decisão por pênaltis. Das quatro cobranças, converteu três - Hope Solo pegou uma. Já as americanas perderam as três primeiras (com Boxx, Lloyd e Heath) e dificultaram o trabalho da camisa 1. Kumagai bateu no ângulo a quarta penalidade e garantiu o título japonês.
Só restou a Barack Obama, através do Twitter, parabenizar as americanas e reconhcer o título japonês:
- Não poderia estar mais orgulhoso das mulheres depois de um jogo muito disputado. Parabéns para o Japão, as campeões da Copa do Mundo - postou.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/mundial-feminino/noticia/2011/07/japao-segura-pressao-americana-e-vencem-o-mundial-nos-penaltis.html