Oposto, que substituiu Leandro Vissotto,
guia a seleção à classificação em vitória tranquila por 3 sets a 0.
Agora, equipe aguarda definição do grupo D
Por João Gabriel Rodrigues
Direto de Mar del Plata, Argentina
Há quem costume depositar boa parte das esperanças brasileiras em
quadra nos ombros de Wallace. Caçula do grupo que voltou com a prata de
Londres, o oposto mostrou personalidade ao substituir Leandro Vissotto
logo na final olímpica. No corte do tempo, a cena se repetiu em Mar del
Plata. Com o titular machucado, o reserva recebeu a mesma missão de
Bernardinho. O peso da responsabilidade, é verdade, caiu quase que por
inteiro. Mas, com um sorriso no rosto, o jogador voltou a dar conta do
recado. Nesta sexta-feira, pancada a pancada, levou o Brasil às
semifinais da Liga Mundial ao bater o Canadá em 3 sets a 0, parciais
25/18, 30/28 e 25/20. O resultado em sets diretos garante ao time de
Bernardinho o primeiro lugar do grupo E.
O Brasil precisava da vitória para se classificar. Os canadenses, que
surpreenderam ao vencer a Rússia no dia anterior, pareciam sem força
para encarar mais um gigante. A seleção, então, se impôs desde o início e
agora aguarda a classificação final do grupo D para saber quem
enfrentará neste sábado. Como primeiro da chave, o Brasil espera o
segundo do grupo que tem Itália, Bulgária e Argentina. Apesar da derrota
na quinta-feira, os russos também avançaram, em segundo lugar. Ainda
nesta sexta, às 20h, argentinos e italianos decidem os rumos do grupo D.
Wallace passa pelo bloqueio canadense em Mar del Plata(Foto: Divulgação / FIVB)
Wallace saiu de quadra como maior pontuador, com 18 pontos. Lucarelli,
com 14, foi outro destaque brasileiro. Pelo lado canadense, Frederic
Winters, com 12 pontos, Gavin Schmitt e John Perrin, ambos com 10, se
esforçaram, mas não evitaram a derrota.
- Eu não me preocupo muito com essa coisa de ser o maior pontuador. Meu
objetivo é sempre a vitória, isso que importa. Acho que qualquer
adversário será complicado daqui para a frente. Hoje foi só a primeira
final - disse Wallace.
Apesar do bom resultado e de uma definação mais tranquila da partida,
Bernardinho não ficou satisfeito com a atuação. Ainda assim, ressaltou a
importância da vitória.
- A vitória faz bem. Jogamos abaixo do primeiro jogo, mas soubemos
reagir e, no final, as coisas aconteceram bem. Provavelmente vamos
encarar a Bulgária, mas nós podemos e precisamos melhorar para as
semifinais. Sabemos que podemos jogar muito melhor. O Wallace jogou
muito bem, mas ainda pode jogar melhor - afirmou.
Canadá pressiona, mas Brasil controla o jogo
As lembranças mais vivas eram de Gavin Schmitt. Mas, com o algoz na
última Liga poupado no início, o Brasil logo percebeu que o Canadá tinha
mais riscos a oferecer. Em um erro de saque de Lucão, os rivais
largaram na frente. Duff, na sequência, abriu dois pontos para o país da
América do Norte. Mas a seleção não queria repetir a partida contra a
Rússia e deixar a diferença crescer. Em erros dos rivais, chegou a
passar à frente. O Canadá, que em um lance chegou a desafiar a marcação
dos árbitros – que voltaram atrás –, porém, foi para o primeiro tempo
técnico em vantagem: 8/5.
Na volta à quadra, a seleção tomou o controle da partida. Em um
bloqueio de Lucão, deixou tudo igual (11/11). Foi a deixa para que o
Brasil disparasse e chegasse a 19/13. Em um ponto de Lucarelli, um susto
do outro lado da rede. Na descida, o brasileiro pisou nos pés de Adam
Simac, que ficou alguns segundos no chão. Na sequência, no melhor rali
da partida, Duff explorou o bloqueio de Lucão para diminuir. Mas, apesar
da luta canadense, os brasileiros fecharam o primeiro set em um erro de
Perrin: 25/18.
Foi Wallace, com uma pancada, quem abriu o segundo set. Mas o Canadá
mostrava sorte. Enquanto Schmitt seguia à espera do chamado do técnico
Glenn Hoag, Dallas Soonias, que começou a partida, se mostrava tão
perigoso quanto o outro oposto. Através dele, os canadenses conseguiam
equilibrar a partida. O atacante tentou enganar a defesa brasileira com
um golpe lateral, mas Mário Jr., atento, conseguiu a defesa. Na
sequência, Lucão venceu o bloqueio rival para fazer 8/7.
Lucarelli foi outro destaque brasileiro (Foto: Divulgação / FIVB)
Não que os erros tivessem ficado para trás. Mas, ao contrário da
partida contra a Rússia, a seleção brasileira parecia mais solta. Só
que, do outro lado, o Canadá também mostrava qualidade. O Brasil chegou a
abrir vantagem, mas foi a vez de Schmitt, agora em quadra, soltar o
braço. Pelas mãos do oposto, os canadenses viraram e fizeram 23/21. O
placar, porém, marcava 23/20, e Bernardinho reclamou. A partida ficou
paralisada por alguns instantes, e a chiadeira brasileira funcionou.
Com um bloqueio de Lucão, o Brasil passou à frente e chegou ao set
point. A equipe desperdiçou três em sequência, e foi a vez dos
canadenses assumirem a vantagem e ficarem a um ponto do empate no placar
geral. Mas os brasileiros souberam manter a calma e contaram com os
erros dos rivais para abrir 2 a 0. Em um saque de Bruninho, o levantador
Howatson deu dois toques na bola. Na sequência, Winters mandou um
ataque na rede e pôs fim à parcial: 30/28.
O Brasil iniciou o terceiro set como se fosse uma máquina. Com a
vantagem em mãos e diante de um rival nervoso, a seleção de Bernardinho
abriu 10/5 com facilidade. O Canadá, porém, não queria se despedir
assim. À base da força, tirou a diferença e chegou a ficar a um ponto do
empate na parcial. Mas a seleção quis evitar qualquer susto. Wallace
mais uma vez mandou a bola ao chão da quadra rival: 25/20, e fim de
papo.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2013/07/wallace-solta-o-braco-afunda-canada-e-brasil-avanca-semifinal-da-liga.html