domingo, 10 de outubro de 2010

Tricampeão! Brasil atropela Cuba na final do Mundial

CAMPEONATO MUNDIAL DE VOLEI MASCULINO 2010

Brasil pulveriza Cuba, embolsa o tri e confirma sua dinastia em Mundiais

Com atuação irretocável, seleção de Bernardinho deixa todos os percalços para trás, atropela equipe caribenha e conquista o terceiro título consecutivo

Por Carol Oliveira Direto de Roma

Publicada em 10/10/2010 às 17:36
Festa brasileira! Brasil é tricampeão Mundial de vôlei
Difícil foi antes da final. A campanha recheada de dramas se arrastou ao longo de 15 dias com lesões, troca de farpas, derrota de propósito, chuva de críticas. Nada disso entrou em quadra no domingo. Quando a bola subiu na Arena de Roma, o Brasil fez a decisão contra os cubanos parecer um treino de luxo contra juvenis. Sem medo de mostrar quem manda no vôlei neste planeta. Agressivos, vibrantes e impiedosos, os comandados de Bernardinho transformaram a valente seleção de Cuba em pó. Com 3 sets a 0 (25/22, 25/14 e 25/22), derrubaram os caribenhos em apenas 1h14m, chegaram ao tricampeonato e esticaram sua dinastia em Mundiais. Desde 2002, ninguém tira o verde-amarelo do topo.

Acusado de perder para a Bulgária na segunda fase para escapar dos cubanos na terceira, o Brasil mostrou neste domingo que não precisava temer os rivais. Com mais uma atuação memorável de Leandro Vissotto, que também tinha sido o herói da semifinal contra a Itália, a seleção se impôs desde o início e não foi ameaçada em nenhum momento. Venceu como time grande que é.

Brasil PódioPeixinho da vitória: Brasil bate Cuba com facilidade e conquista o tricampeonato mundial (Foto: Reuters)





O terceiro título mundial consecutivo coroa uma campanha cheia de obstáculos: além das críticas pela derrota para os búlgaros, o grupo teve de lidar com o problema intestinal de Marlon, a lesão de Bruninho, a pressão da torcida italiana e a superação de um grupo renovado, com alguns jogadores que nunca tinham disputado um Mundial.
A vitória deste domingo veio com um ataque pela ponta de – quem mais? – Vissotto, que fez 19 pontos. Quatro a mais que o jovem fenômeno cubano Leon, de 17 anos, autor de 15. Com a conquista garantida, os jogadores correram pela quadra, gritaram, pularam, choraram. Tiraram da garganta um grito que ficou engasgado durante duas semanas: tricampeão mundial.
- Só quem está aqui pode julgar o que passamos. Pressões, dificuldades, mas chegamos ao título, e o time mostrou que é sólido, guerreiro, focado e reage bem à pressão - festejou Bernardinho, em entrevista ao SporTV logo após a partida.
Vissoto Brasil e Cuba Mundial Masculino de VôleiVissotto foi um gigante neste domingo (Foto: FIVB)
Domínio desde o início
A incerteza sobre as condições de Bruninho acabou assim que o locutor da Arena chamou seu nome. Camisa 1, o levantador foi o primeiro a entrar na quadra. Mas quem começou brilhando foi o número 6, Leandro Vissotto. A exemplo da semifinal contra os italianos, o oposto brilhou no primeiro set. Com dois ataques seguidos, colocou o Brasil em vantagem de três pontos. Na primeira parada obrigatória, o placar mostrava 8/3.
Bruninho fazia cara de dor na metade do set. Parecia jogar na marra. Depois de um bloqueio que deixou o Brasil com 9/3, comemorou muito virado para o grupo de torcedores brasileiros na arquibancada. Vissotto continuava virando todas, mas agora tinha a companhia de Murilo e Dante. Cuba ainda esboçou uma reação no fim da parcial, com Hernandez soltando o braço no saque. Quando a vantagem caiu para dois pontos (21/19), Bernardinho pediu tempo para esfriar o rival. Deu certo. A Arena de Roma gritava por Cuba, mas foi o Brasil, após um ataque de Theo, que fechou o set em 25/22.
Os cubanos voltaram cometendo muitos erros. Com Murilo no saque, não conseguiam acertar o passe, e o Brasil abriu 4/0. Com 7/1, Orlando Samuels tirou o levantador Hierrezuelo e colocou Diaz, mas os vacilos não cessaram. O Brasil continuava com Vissotto inspirado. Giba, com seu bigode mexicano da sorte, jogava junto do banco. Orientava e não deixava os companheiros perderem a motivação. No fundo, nem era preciso alertar. A seleção jogava fácil.
Após a segunda parada técnica, a diferença era de seis pontos: 16/10. Bernardinho parecia gostar do que via e não reclamava como de hábito. Samuels parou o jogo quando o placar apontava 20/11 e o estrago já estava feito. Foi com um ataque de Vissotto o set terminou em implacáveis 25/14.
O terceiro set sugeria mais equilíbrio. Cuba parecia enfim acordar para o jogo e, pela primeira vez, teve uma liderança no placar. Mas a alegria caribenha durou pouco. Quando o Brasil passou à frente (7/6), Vissotto e Leon se desentenderam na rede. O oposto brasileiro chegou a colocar o dedo na cara do jovem cubano, que manteve a cabeça erguida. Murilo tentou acalmar os ânimos dos jogadores, mas o juiz interveio e encerrou a discussão. A vantagem verde-amarela se manteve apertada até a segunda parada, quando Bruninho e Vissotto resolveram encurtar o caminho para o título.

Brasil e Cuba Mundial Masculino de VôleiOs jogadores festejam na Arena de Roma: após duas semanas, o tricampeonato mundial (Foto: FIVB)
Ao fazer o 19º ponto, o oposto correu em direção ao levantador, e os dois comemoraram muito. A euforia era tanta que Bernardinho precisou pedir calma, principalmente ao filho Bruninho. Com 20/15 no placar, o técnico brasileiro fez a inversão do 5-1. Marlon e Theo entraram no lugar de Vissotto e Bruninho, mas quando Cuba cortou para 20/18, a alteração foi logo desfeita. Como nada poderia ser fácil na campanha, a seleção demorou a fechar o jogo. Murilo tentou, Lucão também, mas o último ponto tinha dono. Vissotto. Pelas mãos dele, num ataque pela ponta, veio o tricampeonato.
Naquele momento, não era mais preciso manter a cabeça no lugar. Após duas semanas, tinha chegado a hora da festa. Os jogadores correram pela quadra feito crianças. Bernardinho, ainda com as muletas e a expressão de alívio, abraçava quem estava à sua volta. Os campeões gritavam e tiravam tudo que estava guardado na garganta. Agora não há mais. O Brasil é tricampeão do mundo.
vôlei Brasil pódioNa festa do pódio, euforia total dos jogadores brasileiros na Arena de Roma (Foto: AFP)

85 anos da Enciclopédia do Futebol

22/5/2010
85 anos da Enciclopédia do Futebol

A festa de aniversário de 85 anos de Nilton Santos foi cercada de muito carinho e alegria. Acolhido pelo amor de amigos e de sua esposa querida, o ritmo do evento foi regido por uma torcida apaixonada e orgulhosa de seu grande ídolo. Alguns craques da bola, companheiros de campo da Enciclopédia do Futebol, não deixaram de participar desse grande abraço e celebração da vida.


Com as cores de sua devoção, o preto e branco e o verde e amarelo brilhavam aos olhos dos convidados, perplexos pelos belos enfeites no entorno do salão.
Ao Botafogo, um obrigado especial pela dedicatória da Conquista do Campeonato Carioca de 2010.
Pela presença e gestos fraternos no dia da festa de seu 85 aniversário, Nilton dos Santos e sua esposa, Maria Coeli, agradecem aos que ajudaram e participaram desta festa.

Nadal derrota Monfils e fica com o título em Tóquio, seu sétimo no ano

Espanhol só tem problema para vencer o segundo set e ganha do francês por 2 a 0, com parciais de 6/1 e 7/5

Por GLOBOESPORTE.COM Tóquio
Rafael Nadal segue voando em 2010. Neste domingo, o número 1 do mundo venceu Gael Monfils por 2 a 0 (6/1 e 7/5) e conquistou o ATP 500 de Tóquio, seu sétimo título no ano, o 43º na carreira. Agora, o espanhol viaja rumo a Xangai, onde disputa o Masters 1.000 a partir de segunda-feira.
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Nadal campeão em ToquioSorridente, Rafael Nadal posa com o troféu de campeão em Tóquio (Foto: Reuters)
Nadal abriu logo 3 a 0. No quinto game, Monfils caiu no chão após torcer o tornozelo direito, ficou um tempo deitado, mas logo se recuperou. No sexto game, Nadal quebrou outra vez o saque do francês e colocou 5 a 1 no placar. Em seguida, o espanhol sacou para fechar o primeiro set com extrema facilidade
O segundo set começou com Monfils sacando e conseguindo ficar à frente do placar pela primeira vez, com 1 a 0. Nadal confirmou seu saque, empatou, mas o francês parecia estar mais confiante e fez 2 a 1 na sequência. A parcial seguiu equilibrada, sem quebra, com os dois tenistas confirmando seus serviços.
No nono game, Monfils sacou bem para fazer 5 a 4 e logo depois pediu atendimento médico. Dessa vez disse sentia dores no ombro direito por causa de mais uma queda, mas deu boas risadas com o doutor. Só que Nadal não só empatou de novo como quebrou o serviço do francês em seguida: 6 a 5, e o espanhol sacou para conquistar mais um título em sua carreira
 

Fla intensificará sua luta contra a degola

 Val Baiano e Diego Maurício foram festejados pela torcida na estréia de Vanderlei Luxemburgo

Se no Brasileirão de 2009, Val Baiano surpreendeu pelo faro de gol, que o levou a terminar a competição com 18 gols, um a menos que Adriano e Diego Tardelli,é sinal que sabe fazer gols e para isso basta se cuidar.
Quando se apresentou ao Flamengo estava visivelmente acima do peso, um problema terrível para qualquer jogador até mesmo para algumas estrelas que andam por aí.
Val Baiano vem lutando para atingir o peso ideal e com Vanderlei ali na sua cola certamente voltará a mostrar as qualidades que o levaram a se destacar no Brasileirão do ano passado.
Diego Maurício também deixou Luxemburgo bem impressionado. Com apenas 19 anos, entrou para substituir Diogo, que se contundiu e deu mais força ao ataque rubro-negro. Por sinal, a diretoria rubro-negra aposta no sucesso da jovem promessa das categorias de base.
E Vanderlei tem como meta fazer com que a equipe atinja o seu melhor para que a torcida volte a festejar.
Por sinal, Diego Maurício foi pinçado por Rogério Lourenço.

Timão recebe Atlético-GO com a missão de reagir

Corinthians não sabe o que é vencer há quatro jogos. Já o Dragão ainda briga para sair da degola

LANCEPRESS!
O Corinthians recebe o Atlético-GO neste domingo, às 16h, no Pacaembu, para espantar a má fase vivida no Brasileirão. Depois de quatro rodadas sem vencer, a equipe de Parque São Jorge vê como obrigação uma vitória para cima dos goianos. Já o Dragão, vem de três derrotas e continua lutando para sair da zona de rebaixamento da competição.
No Corinthians...
Depois de duas derrotas fora de casa, para Inter e Atlético-MG, e dois empates dentro do Pacaembu, com Botafogo e Ceará, chegou a hora do Timão reagir. A má fase vivida já rendeu uma queda para a terceira colocação da competição, coisa que nunca havia acontecido com o Corinthians durante todo Brasileirão.
Pela frente o Timão terá a equipe que acabou com sua invencibilidade no Campeonato Brasileirão. O Dragão foi responsável pela primeira derrota dos paulistas na competição, 3 a 1 no Serra Dourada. Apesar do mau momento, o técnico Adilson Batista segue confiante em relação a título e prega união na atual situação.
- Vivemos um momento de dificuldade, mas juntos vamos passar por esse momento de dificuldade e vamos brigar pelo título. Todos juntos - avisou.
No entanto o comandante alvinegro não terá vida fácil para escalar os onze titulares para este confronto. Ao todo são oito baixas. Ralf, Dentinho e Jorge Henrique estão lesionados, Roberto Carlos, Chicão e Ronaldo em processo de recuperação, Danilo suspenso e Elias servindo a Seleção Brasileira. Ufa, quanto problema!
No lugar de Roberto Carlos, Leandro Castán e Dodô brigam pela lateral-esquerda. Na vaga de Ralf, a briga pela titularidade fica entre Moacir e Boquita na cabeça de área. Na frente, Souza deverá formar a dupla de ataque com Iarley.
Já no Dragão...
Três derrotas seguidas e estacionado na zona de rebaixamento. Tudo poderia desanimar o Atlético-GO para a partida deste domingo, as 16h, contra o Corinthians, no Pacaembu. Poderia, pois o discurso adotado pelo técnico René Simões e pelos jogadores é de que o time tem conseguido boas apresentações nas últimas partidas, porém tem falhado na hora de concluir as jogadas.
Após a derrota para o Flamengo por 2 a 0 em Volta Redonda, o volante Robston lamentou o resultado, mas exaltou a vontade e a entrega de cada jogador em busca do resultado positivo. O mesmo fez o técnico René Simões, que elogiou a postura da equipe e confia em um bom resultado contra o Corinthians no Pacaembu. René ainda continua acreditando que o Atlético pode mostrar poder de reação nas últimas rodadas.
- Nossa equipe não tem jogado mal. Não se pode dizer que o resultado de quinta-feira foi injusto, porque foram eles que marcaram os gols, mas é doído. A nossa postura tática foi muito melhor que em outras partidas. Temos 30 pontos a serem jogados, está cada vez mais difícil, mas não é impossível ainda. A briga continua - afirmou o comandante rubro-negro.
A busca pela reação continua contra o Corinthians. No primeiro turno, vitória do Dragão no Serra Dourada por 3 a 1, quando o time alvinegro ainda era o líder da competição. O Dragão treinou na tarde desta sexta-feira no CT do São Paulo e ainda treina na manhã deste sábado, mas o René deve fazer mistério sobre o time titular.
Mesmo sem ter novos desfalques para esta partida, é possível que René Simões volte ao esquema 4-5-1, com Marcão isolado no ataque e três apoiadores: Diguinho, Renatinho e Robston.

Cruzeiro x Flu: decisão antecipada pela liderança

CAMPEONATO BRASILEIRO DE FITEBOL 2010

Clima de decisão esquenta o duelo entre os líderes do Brasileiro

LANCEPRESS!
Faltam dez rodadas para o fim do Brasileiro, mas o clima do confronto entre Cruzeiro e Fluminense, hoje, às 16h, no Estádio João Havelange, em Uberlândia (MG), já é de decisão. Afinal, a vitória vale a liderança. O Tricolor é o primeiro colocado, com 52 pontos. A Raposa soma apenas um ponto a menos e promete tirar proveito do fator casa. Como o Corinthians, terceiro na tabela, com 49 pontos, está na cola dos rivais. Portanto, a vitória neste domingo vale ouro.
Depois da goleada de 3 a 0 sofrida para o Santos, no Engenhão, na rodada passada, o Fluminense sente-se na obrigação de recuperar os pontos perdidos. A sequência de jogos do Fluminense é considerada na teoria, mais difícil que a de seus concorrentes. No entanto, Muricy Ramalho crê na força de sua equipe e aposta numa equilibrada disputa pelo título até o fim da competição.
- O problema do futebol de boca é fácil. Essa projeção fizemos lá atrás, quando o Corinthians teoricamente teria um jogo mais fácil, já que pegaria o Ceará, no Pacaembu. Mesmo assim perdeu pontos. No futebol brasileiro não se pode fazer essa leitura. Se vai ganhar isso ou aquilo. Todas as vezes que fazemos um prognóstico acaba não acontecendo. Os times mudam muito nesses jogos de quarta e domingo. O mais consistente era o Corinthians e não está sendo mais. Vínhamos em uma sequência boa e acabamos perdendo em casa. Não dá pra ter uma previsão, vai ser pau a pau até o final - ressaltou o treinador.
- A motivação daqui para frente é buscar o título. Todo jogo é decisivo. Não dá mais para perder pontos. empre jogamos bem fora de casa. Isso anima, dá confiança, mas a partida será muito difícil. É contra um time de muita qualidade e que vive um momento bom na competição - comentou Deco.
Ao contrário de Fluminense e Corinthians, que já estavam no topo da tabela há muitas rodadas, o Cruzeiro tem uma trajetória de ascensão no Campeonato Brasileiro. Agora, quer coroar a grande fase tomando a liderança do Tricolor Carioca e se consolidando como grande força para levantar o caneco no fim da temporada.
Uma das forças celestes é a defesa, que tem os melhores números do campeonato. O principal jogador do setor, além do goleiro, ídolo e capitão Fábio, é um ex-Fluminense. Edcarlos é homem de confiança de Cuca e destaca a motivação do Cruzeiro para vencer o seu ex-clube.
- Agora é hora que não podemos mais errar, não podemos mais pensar em empate. A gente chegou até aqui, temos condições de brigar pelo título e vamos lutar até o fim por ele. Temos que continuar com a mesma humildade, descansar bastante porque essa maratona de jogos é bem desgastante. Não pode deixar cair agora - declarou o zagueiro.
Para bater a equipe de Muricy Ramalho, o técnico da Raposa volta a contar com quatro peças importantes que não participaram da vitória ante o Goiás, na rodada passada. Caçapa, Roger, Farías e Wellington Paulista são as armas celestes. Por outro lado, o zagueiro Léo é desfalque por suspensão.

Vissotto: "Vermiglio é prepotente"

Brasileiros travaram duelo particular com levantador italiano neste sábado

Vermiglio provocou os brasileiros na rede durante a semifinal
Vermiglio provocou os brasileiros na rede durante a semifinal (Crédito: Reuters)
LANCEPRESS!
Além da partida da semifinal contra a Itália, neste sábado, em Roma, os jogadores da Seleção Brasileira masculina de vôlei tiveram um duelo particular contra o italiano Valerio Mastrangelo, levantador e capitão do time da casa. Durante o jogo, o italiano provocava os brasileiros na rede e quando era tocado numa bola disputada, encenava uma agressão para chamar a atenção da arbitragem.
- Ele fala muito. Ele é prepotente, então a gente tem que dar risada dele. Toda hora ele caia, fazia um espetáculo e eu brincava com ele, que começava a me xingar e falar um monte de besteira na rede. Mas a gente já conhece a peça e eu falei para ele que ele ia perder e ele teve que ficar quietinho - disse Leandro Vissotto em entrevista ao Sportv.
Já Dante, minimizou as provocações do adversário e conversou com Vermiglio no fim da partida.
- É o jeito dele, é a maneira que ele tem para tirar o nosso foco. Mas ele sabe que a gente é tranquilo e que nunca vai entrar na pilha dele. No final do jogo ele veio pedir desculpa e pedir para que as provocações morressem dentro de quadra. Isso faz parte do jogo dele - disse o ponteiro que marcou 16 pontos na partida.

Brasil espanta a polêmica, despacha a Itália e avança à final em busca do tri

CAMPEONATO MUNDIAL DE VOLEi MASCULINO 2010

Com brilhante atuação de Leandro Vissotto e Marlon, o Brasil revidando as provocações na medida do possível, derrota os italiano impedindo o tetra-campeonato, podendo se igualar em número de títulos a esquadra azurra se vencer hoje a seleção de Cuba ás 15h30 na Arena de Roma.
 Após primeiro set avassalador, seleção supera lesão de Bruninho, mantém a cabeça no lugar e cala a Arena de Roma para chegar à decisão de domingo

Clima hostil, troca de farpas, acusações voando de um lado para o outro. Quando a bola subiu neste sábado, o Brasil só precisou de 20 minutos para pulverizar duas semanas de polêmicas. Foi o tempo que durou o primeiro set da semifinal, num avassalador 25/15 que nocauteou a seleção italiana e fez a torcida se engasgar com as vaias na Arena de Roma. Dali em diante, os comandados de Bernardinho se dedicaram à tarefa de abater os donos da casa. Até então invicta, a Azzurra até se levantou e roubou a terceira parcial, mas logo voltou para o chão. Com grandes atuações de Leandro Vissotto e Marlon, que segurou a onda após uma lesão de Bruninho, a seleção verde-amarela aplicou um incontestável 3 a 1 (25/15, 25/22, 23/25 e 25/17) e saltou para encarar na final deste domingo a última barreira antes do tri mundial: os valentes cubanos.
Se conseguiu escapar de Cuba na terceira fase ao perder para a Bulgária, agora não tem mais jeito. Será justamente contra os caribenhos a decisão do Mundial, às 16h15m de domingo. O SporTV transmite ao vivo, e o GLOBOESPORTE.COM acompanha tudo em Tempo Real. Na primeira fase do torneio, eles levaram a melhor, batendo os brasileiros por 3 a 2 num jogo espetacular. Agora o cenário é diferente e vale a medalha de ouro.
vôlei Brasil x ItáliaFesta em amarelo na Arena de Roma: o Brasil despacha a Itália e avança para a decisão (Foto: Reuters)
O equilíbrio que todos esperavam neste sábado não chegou a acontecer. Após um primeiro set irrepreensível, o Brasil perdeu Bruninho, que levou um pisão acidental de Murilo no pé esquerdo. O levantador deu lugar a Marlon e ainda tentou voltar no fim da terceira parcial, mas não resistiu. Mesmo após todos os problemas físicos que teve no início do Mundial, com uma doença no intestino, Marlon deu conta do recado com sobras. Foi um dos motores da vitória verde-amarela, ao lado de um quase infalível Vissotto, autor de 24 pontos.
- Estou muito feliz por ter ajudado o time a vencer, mas o fim da guerra é amanhã. Temos que ter a cabeça no lugar para ganhar - afirmou Vissotto, em entrevista ao SporTV.
vôlei Matej CernicA Itália de Cernic foi nocauteada (Foto: AFP)
Primeiro set irretocável
O Brasil entrou na Arena de Roma com 12.178 torcedores gritando “buffoni” (palhaços), ofensa que tinha ouvido pela primeira vez em Ancona, na derrota para os búlgaros. E foi no meio das vaias que a seleção, blindada contra a pressão, mostrou o cartão de visitas e abriu 3/0. No terceiro ponto, Mastrangelo já encarava Dante na rede. Olhava e ria de forma irônica. Mas quem respondeu foi Vissotto. Com atuação impecável, o oposto virou todas e foi abrindo vantagem.
No retorno da primeira parada técnica, o placar era de 8/5. Logo pulou para 14/9, numa invasão do levantador Vermiglio. Quando os italianos erraram mais uma vez, com Mastrangelo atacando para fora, o técnico Andrea Anastasi pediu tempo. No 15º ponto, Bruninho vibrou e gritou em direção aos reservas. A seleção embalou e abriu seis pontos: 17/11. Estranhamente calmo, Bernardinho fazia no máximo sinais de positivo. A vantagem chegou a impensáveis 21/12, e a torcida já não esboçava o ânimo habitual. Anastasi ainda trocou seus jogadores, lançando Birarelli e Cernic nos lugares de Sala e Parodi. Não adiantou, o nocaute do primeiro set estava sacramentado. No chão, os italianos viram Lucão fechar a parcial em 25/15.
Apesar do golpe, a Itália não voltou grogue para o segundo set. Equilibrado, o placar de 8/8 fez Bernardinho parar o jogo. Na volta, Cernic, que tinha acertado um ace para empatar a partida, sacou para fora. Os italianos queriam bola dentro, abrindo a primeira de muitas polêmicas de arbitragem no set. O juiz chinês chamou Murilo na rede, e o ginásio quase veio abaixo com as vaias. O Brasil levou o ponto, mas sofreu um baque pouco depois. Bruninho levou um pisão no pé esquerdo e deixou a quadra. Foi substituído por Marlon, que não jogou a primeira metade do Mundial por causa de uma doença intestinal.

Mudou o levantador, mas a discussão continuou. Savani atacou e disse que a bola raspou no bloqueio de Dante, abrindo um bate-boca entre Marlon e Vermiglio na rede. O italiano recorreu ao juiz, mas não adiantou. As duas equipes seguiam se revezando na liderança. Enquanto Bruninho recebia atendimento no banco, Marlon arredondava a bola para Vissotto, que continuava virando todas as bolas. Murilo manteve o Brasil à frente e, com um ace de Lucão, veio o 23º ponto. Escorada na experiência de Fei, a Itália ainda tentou reagir, mas levou outro golpe: Brasil 25/22, 2 a 0 na partida.
vôlei BrasilEm dia ruim para Bruninho (à direita), que se machicou
Os fiscais de linha, italianos, cometiam erros grosseiros a favor do time da casa, e era o juiz chinês que corrigia as falhas. Os brasileiros tentavam não perder a cabeça. Mas, como Rodrigão tinha previsto durante a semana, as provocações começaram no terceiro set. Vermiglio falava com Dante, que andava pela quadra. Murilo chamou o companheiro e pareceu pedir para que ele não caísse no jogo emocional. Mas o time caiu, e os italianos abriram vantagem no placar. Mastrangelo gesticulava para Vissotto, Marlon encarava e, perdendo por 10/6, Bernardinho pediu tempo. Os atletas ouviram os gritos do técnico e as orientações de Giba. Ainda assim, a Itália foi para a segunda parada técnica com 16/13.
E seguiu na frente. Fei atacava bem pela saída de rede, enquanto Mastrangelo conseguia parar Murilo no meio fundo. Com 18/13, Bernardinho parou o jogo outra vez. O Brasil melhorou, e o técnico fez a inversão de 5-1, mandando Bruninho de volta à quadra ao lado de Theo, nos lugares de Marlon e Vissotto. Mas Bruninho mal conseguia se movimentar em quadra, mancava e, na bola que poderia ser o 19º ponto brasileiro, errou o saque. No banco, o treinador levou a mão ao rosto e baixou a cabeça. Com a alteração desfeita, a seleção ainda apertou e cortou a diferença para um ponto. Mas não deu. Os italianos fecharam em 25/23, respiraram no jogo e acordaram a torcida.
vôlei BrasilOs brasileiros festejam a vitória (Foto: AFP)
Mas não abalaram os brasileiros. Com os brios mexidos, os jogadores voltaram afiados para a quarta etapa. Com bons saques de Murilo, um bloqueio de Dante e erros de Fei, o Brasil abriu 6/2. Em uma só tacada, congelou a torcida e ganhou o fôlego necessário para controlar o ritmo do jogo. Isso não significa que Bernardinho estava calmo. O técnico quase rasgou a camisa ao ver Murilo errar um passe. A Itália apertou o placar. Bloqueado por Mastrangelo, Rodrigão se irritou e chutou a bola nas arquibancadas.

Vermiglio provocava na rede. Durante um rali, chegou a cair no chão e demorou a levantar. A pedido de Dante, o juiz parou o ponto. O brasileiro foi até o levantador, que dispensou a ajuda. Dante insistiu, estendendo a mão, mas o italiano não parava de falar. Virou-se para Vissotto, que o chamou de maluco.
Fato é que, na segunda parada, o Brasil já tinha 16/10 no placar. E continuou abrindo vantagem. Com Vissotto no ataque e um ace de Dante, colocou 20/11. Fei ainda retornou à quadra e atrapalhou a recepção brasileira, mas àquela altura o estrago estava feito, e Vissotto seguia virando todas. A Arena de Roma já não gritava. Os italianos já não provocavam. Os fiscais de linha já não ajudavam. E o Brasil garantia a vaga na final, sem se desviar do caminho que leva ao tricampeonato mundial.