Oito jogos, quatro vitórias e quatro empates. Esse é o retrospecto do técnico Joel Santana
em um mês no comando do Vasco. A vitória por 1 a 0 sobre a Portuguesa,
na noite desta terça-feira, no Canindé, foi o primeiro do treinador
longe do Rio de Janeiro (assista aos melhores momentos no vídeo ao lado)
e levou o Cruz-Maltino à vice-liderança da Série B do Campeonato
Brasileiro, com 51 pontos – dois a menos que a líder Ponte Preta. De
volta ao banco de reservas após passar por uma cirurgia de emergência, o
comandante se disse "zero bala" e não perdeu o bom humor ao lembrar uma
situação com Pedro Ken nos minutos finais da partida.
– Não
foi tenso, mas temos o hábito ao longo do jogo de mudar a postura de
equipe. Como a Portuguesa veio muito assanhada no segundo tempo e passou
a agredir muito o nosso lateral-direito, fizemos uma troca de posição.
Tiramos do lado esquerdo e colocamos o jogador para fazer uma linha com
uma marcação de lado. Deixamos o Douglas ficar mais à vontade. Já não
era para ele voltar, porque ele não tem essa condição toda. E quando a
equipe estava certinha, o Pedro queria fazer gol, pô! Vai fazer gol para
quê? (risos) O jogo está ganho, determinado. A única coisa que me
deixou um pouco mais tenso foi isso, mas nada de nervosismo exagerado –
revelou o treinador
A delegação do Vasco retorna ao Rio de
Janeiro no início da tarde desta quarta-feira. A próxima partida será na
sexta, contra o Boa Esporte, às 19h30 (de Brasília), em São Januário.
Confira a íntegra da entrevista coletiva de Joel:
RESULTADO
Foi
uma vitória sem deixar dúvida. Tivemos superioridade no jogo. Tivemos
sempre o jogo sob controle. Conseguimos os três pontos e subimos na
tabela. A exibição não foi de gala, mas foi uma exibição para ganhar
pontos. No futebol você tem de ganhar ponto. Você acha que vai vir aqui
para golear a Portuguesa na situação em que ela está? É difícil. O
importante é que o Vasco jogou uma partida equilibrada.
POSICIONAMENTOFizemos
uma inversão de campo para ver como a coisa iria acontecer, e logo na
primeira bola saiu o gol. Então, nós tivemos uma situação do Kleber e do
Douglas de um lado, e agredimos tirando um pouco a bola do meio,
procurando mais o lado do campo, que é onde tínhamos espaço para
atacar.
SÉRIE AJá
chegamos aqui com a equipe... Uma das coisas mais importantes da vitória
foi a presença e o comportamento da torcida. É esse o comportamento que
queremos ver dentro de casa. A torcida unida, gritando. A torcida o
tempo todo incentivou, acreditou. Isso que nos deixa felizes, e demos a
vitória de presente para eles. Para nós foi ótimo, maravilhoso, não
machucamos ninguém, um ou dois cartões amarelos, e temos uns dias para
preparar a equipe para o próximo jogo.
AINDA NÃO PERDEU. ESTÁ DO JEITO QUE VOCÊ QUER?Degrau
a degrau. Não vamos pensar que já estamos classificados, mas sim pensar
que temos uma soma de pontos a construir. Já entramos nos 50, isso é
importante. Faltam nove ou 10 pontos, já está pertinho do que estamos
pretendemos. Aquele empate dentro de casa foi recompensado com a vitória
de hoje. Então, a batida é essa. Empatamos fora e ganhamos em casa. Se
for assim até o fim vamos classificar.
COMO ESTÁ SE SENTINDO DEPOIS DA CIRURGIA?Saúde está zero bala.
DESEMPENHO DO DOUGLASIsso
é um contexto de equilíbrio com o jogador e o treinador. O jogador
acreditar naquilo que o treinador quer, e ele, claro, tem qualidade e
competência para fazer o gol que estávamos precisando. Gol diferente.
Chegou por cima. Foi bom.
UM MÊS NO COMANDOUm
pouco de alegria, ninguém é de ferro. Desde ontem (segunda-feira)
minhas palavras eram otimistas. Estava otimista com o jogo pelos treinos
que fizemos, diversificação de trabalho. Os jogadores me conhecem, e
não posso só jogar da maneira que vinha jogando. E hoje eles demoraram
um pouco para assimilar aquela mudança, o sincronismo que foi feito, mas
fizeram. Fizeram, confiaram e acreditaram. O resultado foi aquilo que
estávamos querendo, precisando, num momento difícil. Se vencermos na
próxima sexta a coisa vai começar a ficar bonita.
ELEIÇÃO NO VASCOAinda
tenho que mexer com a minha magia (risos). Porém, em eleições eu não me
meto. Conheço todas as chapas, e um pedido que fiz na minha volta ao
Vasco depois de nove anos é que nos ajudem, porque as eleições no Vasco
são muito difíceis. E para nós, primeiro é nosso clube, nossa bandeira,
nossa torcida. Que seja eleito quem o Vasco achar melhor para o clube.
Ainda falta muito, mais de um mês, 10 jogos, 33 pontos, e desses pontos
precisamos graduando a cada dia que passa para sermos merecedores da
vaga na série A.
GUIÑAZU SUSPENSOÉ uma
perda, mas temos de contar com o grupo. Não adianta ficar lamentando.
Temos que ver quem vai condicionar para ser o capitão, além de achar uma
outra situação para colocar a equipe do jeito que a torcida do Vasco
quer.
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Por Andre Guerreiro, sob supervisão de Edgard Maciel de Sá.
FONTE:
http://glo.bo/1pOlF8A