LIGA MUNDIAL DE VÔLEI 2016
Jogo da seleção
não flui, e time não consegue arrancar um set sequer da única equipe que
conseguiu freá-la no torneio duas vezes: na fase de classificação e na
decisão
Por Danielle Rocha
Direto de Cracóvia, Polônia
(OBS. DO BLOG:
VEJA O VÍDEO CLICANDO
NO LINK DA FONTE NO FIM
DA MATÉRIA ABAIXO)
Os
ombros carregavam peso demais desde 2010, último ano em que o Brasil
esteve no alto do pódio do Mundial e da Liga Mundial. De lá para cá, as
peças foram mudando, os "quase" foram aumentando e o desejo de mudar a
escrita também. Depois de um 2015 doído, por conta da eliminação precoce
na competição em pleno Maracanãzinho, a seleção mergulhou num trabalho
intenso para se ver de novo com medalhas douradas no peito. Com um grupo
unido, empenhado e aguerrido, derrubou quem se colocou à sua frente.
Menos a Sérvia. A primeira vez na fase de classificação. A segunda,
exatamente na última batalha. Neste domingo, na Tauron Arena, em
Cracóvia, com atitude e jogo bem menos agressivos do que o habitual, os
brasileiros não conseguiram ficar uma vez no comando do marcador,
erraram demais e perderam por 3 sets a 0 (25/22, 25/22 e 25/21)
Com
o resultado, os rivais comemoram pela primeira vez a conquista do
troféu da competição. Os franceses ficaram com o bronze ao vencerem os
italianos por 3 a 0 (25/23, 25/21 e 25/20). A equipe de Bernardinho
fecha sua participação com uma campanha de 11 triunfos em 13 partidas,
repetindo o vice de 2011, 2013 e 2014. Na volta ao país, o técnico
decidirá os três jogadores que serão cortados para fechar a lista final
dos 12 que disputarão a Olimpíada do Rio, o grande objetivo traçado para
o ano.
Brasil parou na Sérvia e ficou com o vice na
Liga Mundial (Foto: FIVB)
Wallace
foi o maior pontuador do confronto com 18 acertos. Dois a mais do que
Marko Ivovic. Os dois entraram para o time ideal do campeonato. O
brasileiro como o oposto. O sérvio como o melhor ponteiro e MVP.
Maurício Souza foi eleito o primeiro central e Srecko Lisinac, da
Sérvia, o segundo. Também estão na formação o ponteiro Antonin Rouzier e
o líbero Jenia Grebennikov, da França; e o levantador Simone Giannelli,
da Itália.
O jogo
O Brasil
começava com Tiago Brendle no lugar de Serginho. Opção técnica. Os
adversários começavam botando pressão no saque. Lisinac soltava o braço
como se quisesse fazer a seleção lembrar daqueles 20 pontos de saque no
último confronto entre eles. Bernardinho cobrava a atenção da linha de
passe. Lá na frente, Wallace tentava manter o jogo equilibrado. Só que
os erros na recepção e no serviço permitiam que os atuais vice-campeões
do torneio fugissem no placar (18/13). Lucarelli sacava, garantia um
ace, um ponto no ataque seguinte, mas o volume de jogo do time não
aparecia. Bernardinho fazia a inversão. De pouco adiantava. Os
comandados de Nikola Grbic jogavam redondinho e faziam 24/20. Maurício
Borges mantinha a seleção viva na parcial com dois pontos seguidos. Mas
sacava na rede pouco depois e não evitava o 1 a 0: 25/22.
Seleção vai em busca do ouro
olímpico (Foto: FIVB)
A
equipe se reunia, conversava no intervalo e tentava consertar o rumo.
Do outro lado, os rivais se fechavam na defesa e Uros Kovacevic
explorava bem o bloqueio brasileiro (6/4). Wallace gritava em quadra,
tentava acordar a equipe. Maurício Souza variava o saque e o Brasil
empatava (12/12). A Sérvia caçava Maurício Borges quando sacava. A
estratégia funcionava (16/14). Para piorar, os contra-ataques não
funcionavam. Bernardinho ia à loucura na lateral da quadra (18/14). Era
hora de arriscar Lipe em quadra no lugar de Maurício Borges. No banco,
Serginho levava a mão ao rosto. O Brasil ensaiava uma reação com as
passagens de Bruninho e Lucarelli pelo saque (21/20). Bruninho insistia
com Wallace, mas o triplo estava bem montado e conseguia marcar o oposto
(24/21). O segundo set também era deles: 25/22.
Era tudo
ou nada para o Brasil. Eder deixava a reserva e Lucão ia para o banco.
Lipe permanecia no jogo. A dificuldade permanecia, mas o ponteiro
chamava a responsabilidade e tentava dar nova energia aos companheiros.
Bernardinho chamava Evandro e William. Os sérvios jogavam com o passe na
mão e mantinham a diferença segura de quatro pontos. Wallace ainda
acreditava. Mas não havia mais tempo para fazer nada. Eder forçava
demais o saque e a Sérvia erguia os braços na quadra. Depois de cinco
vices, podia gritar que era a campeã.
SELEÇÃO NA LIGA MUNDIAL 2016
Rodada no Brasil
16/06 - Brasil
3 x 0 Irã
16/06 - Estados Unidos 3 x 1 Argentina
17/06 - Brasil
3 x 0 Argentina
17/06 - Estados Unidos 3 x 1 Irã
18/06 - Irã 3 x 2 Argentina
18/06 - Brasil
3 x 1 Estados Unidos
Rodada na Sérvia
23/06 - Irã 3 x 1 Bulgária
23/06 - Brasil
1 x 3 Sérvia
24/06 - Brasil
3 x 1 Irã
24/06 - Sérvia 3 x 1 Bulgária
25/06 - Bulgária
0 x 3 Brasil
25/06 - Irã 1 x 3 Sérvia
Rodada na França
01/07 - Brasil
3 x 0 Polônia
01/07 - França 3 x 0 Bélgica
02/07 - Brasil
3 x 2 Bélgica
02/07 - França 3 x 1 Polônia
03/07 - Bélgica 2 x 3 Polônia
03/07 - Brasil
3 x 1 França
Fase final na Polônia
13/07 - Brasil
3 x 0 Itália
13/07 - Polônia 3 x 2 França
14/07 - EUA 1 x 3 Itália
14/07 - Polônia 1 x 3 Sérvia
15/07 - Sérvia 2 x 3 França
15/07 - Brasil
3 x 2 EUA
16/07 - Sérvia 3 x 2 Itália
16/07 - Brasil
3 x 1 França
17/07 - Itália 0 x 3 França
17/07 - Brasil 0 x 3 Sérvia
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2016/07/brasil-e-derrubado-de-novo-pela-servia-e-fica-com-o-vice-na-liga-mundial.html