Seleção provoca
desespero de Bernardinho no primeiro set, mas retoma controle da partida
e garante segunda vitória no Sul-Americano. Venezuela é a próxima
adversária
Por Marcello Pires
Maceió
Quem
esperava uma vitória rápida do Brasil e marcou algum compromisso para logo
depois do confronto diante do Chile, nesta quinta-feira, no ginásio do Sesi, se
deu mal. Numa partida completamente diferente da estreia no Campeonato Sul-Americano,
quando a seleção brasileira atropelou a jovem equipe do Peru em apenas uma hora
por 3 a 0, os chilenos saíram na frente e venderam muito caro a derrota por 3
sets a 1, parciais de 23/25, 25/18/, 25/14 e 25/23. Ao ponto do então pacífico
Bernardinho perder a paciência e voltar ao seu estado normal. O treinador
gesticulou, fez careta, quase arrancou sua camisa e até se mordeu, hábitos
comuns na rotina do vitorioso comandante.
Kadu sobe para atacar diante da defesa do Chile (Foto: Alexandre Arruda/CBV)
Quase
um set inteiro do Brasil veio nas mãos de Evandro. Ele anotou 23 pontos
e foi o maior pontuador da partida. Isac e Mauricio Souza fizeram 12 e
11, respectivamente. O chileno Bobacic chegou perto de Evandro, com 21
pontos.
- Esperávamos um adversário mais difícil do que o Peru, mas acabamos
sendo surpreendidos pela ótima atuação do Chile. Não acho que tenha
havido soberba da nossa parte, mas reconheço que entramos relaxados
demais e isso não pode acontecer contra nenhuma equipe, até porque a
seleção não está em condições de achar que vai entrar em quadra e ganhar
de qualquer um - afirmou o levantador Bruninho.
Com duas
vitórias em dois jogos, o Brasil encerra sua participação na fase eliminatória
da competição, nesta sexta-feira, às 18h15 (de Brasília), contra a Venezuela, na partida
teoricamente mais complicada do grupo A. Já o Chile, que soma duas derrotas,
encara o Peru, no jogo de abertura da da terceira rodada, às 12h45.
O JOGO
Bernardinho
costuma ser o melhor termômetro da seleção brasileira. Sempre que o treinador
acompanha uma partida calado e sem fazer gestos, o que é muito raro, significa
que seus comandados estão fazendo quase tudo aquilo que ele pediu. Quase porque
o tricampeão mundial nunca está satisfeito. Isso ficou muito claro no primeiro
set diante dos chilenos. Depois de um início apático e com muitos erros, os
rivais se aproveitaram, chegaram a abrir quatro pontos e dominaram o jogo até a
segunda parada técnica.
Do lado
de fora,
Bernardinho gesticulava, castigava sua camisa e suava mais do que o
normal, outro sinal de a coisa não andava bem. O pedido de tempo foi quase
obrigatório. Com ele, veio uma senhora bronca. Num primeiro momento, até que
surtiu efeito e a virada não demorou a acontecer. Mas o relaxamento voltou a
tomar conta da seleção. Com sangue nos olhos e uma alegria em quadra
contagiante, os chilenos mostraram tranquilidade, retomaram a liderança e
fecharam o set num lance duvidoso de Vicente Parraguirre. Os brasileiros
reclamaram que a bola não passou, mas a arbitragem confirmou o 25º pontos dos
chilenos, que venceram por 25 a 23.
Evandro fecha o bloqueio para cima do ataque
chileno (Foto: Alexandre Arruda/CBV)
A bronca
no intervalo foi daquelas, mas na volta para quadra Bernardinho não
parava de puxar a camisa e até se morder. Sinal de que a coisa continuava ruim.
Enquanto o Brasil abusava dos erros, o Chile fazia o jogo da vida e virava uma
bola atrás da outra. A vantagem chilena, que chegou a ser de três pontos, só
desapareceu quando Maurício Souza foi para o serviço.
O saque
tático do central quebrou o passe chileno, e o Brasil passou pela primeira vez
no set. Com a vantagem no placar, os brasileiros recuperaram a confiança e tudo
voltou ao normal. O saque passou a incomodar a recepção do Chile e,
consequentemente, a bola começou a cair na quadra adversária. Sem perder mais o
controle do jogo, a equipe de Bernardinho, bem menos agitado, fez 25 a 18 e
deixou tudo igual.
O
Brasil voltou determinado a não dar mais chances ao Chile no terceiro set. Se
do banco de reservas Lucão, Lucarelli e desta vez até o líbero Serginho só
torciam, em quadra o oposto Evandro e o ponteiro Kadu comandavam as ações. Sem
dar chances aos chilenos e motivos para o técnico Bernardinho gesticular, a
seleção dominou a parcial, fez 25 a 14 e virou o jogo.
A vantagem causou novo relaxamento à seleção
brasileira. Num começo apático, o Brasil dormiu no ponto e viu os chinelos
abrirem 8 a 5 antes do primeiro tempo técnico. Irritado, Bernardinho trocou Bruninho
e Evandro por Rafa e Renan. A troca não surtiu tanto efeito, e apenas o
levantador continuou em quadra. E foi com ele que os donos da casa reagiram,
viraram num bloqueio sensacional de Maurício Souza e fecharam a parcial em 25 a
23.
TABELA
Dia 30 de setembro
Colômbia 3 x 0 Uruguai (25/18, 25/18 e 25/18)
Chile 1 x 3 Venezuela (25/17, 17/25, 21/25 e 20/25)
Brasil 3 x 0 Peru (25/8, 25/9 e 25/15)
Argentina 3 x 0 Guiana (25/9, 25/9 e 25/13)
Dia 1º de outubro
Venezuela 3 x 1 Peru (20/25, 25/19, 26/24 e 25/11)
Colômbia 3 x 0 Guiana (25/22, 25/15 e 25/20)
Chile 1 x 3 Brasil (23/25, 25/18/, 25/14 e 25/23)
21h – Uruguai x Argentina
Dia 2 de outubro
12h45 – Peru x Chile
15h30 – Guiana x Uruguai
18h15 – Brasil x Venezuela
21h – Argentina x Colômbia
Dia 3 de outubro
13h – 1º B x 2º A (semifinal)
15h40 – 1º A x 2º B (semifinal)
18h20 - 4º A x 4º B (disputa de 7º)
21h - 3º A x 3º B (disputa de 5º)
Dia 4 de outubro
8h30 – Disputa de 3º lugar
10h15 – Decisão
(OBS. DO BLOG:
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