quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Marcelo Oliveira reclama de árbitro, mas exalta a luta do Palmeiras


Técnico do Verdão vê irregularidade no primeiro gol do Internacional e acredita que jogada mudou rumo da partida desta quarta pela Copa do Brasil




Por
São Paulo


O técnico Marcelo Oliveira reprovou a arbitragem do goiano Wilton Pereira Sampaio após a vitória do Palmeiras por 3 a 2 sobre o Internacional, nesta quarta-feira, na arena do Verdão. Indignado com o lance que resultou no primeiro gol colorado, o comandante disse que a jogada fez diferença no contexto da partida e quase prejudicou a classificação alviverde.

No lance em questão, o lateral-direito Lucas tentou cabecear a bola em dividida com Anderson, que ergueu o pé, levou a melhor e partiu em direção ao gol para diminuir o prejuízo colorado. O time gaúcho cresceu e chegou a empatar a partida, resultado que classificaria o Inter, mas sofreu o terceiro gol logo na sequência.




– Se a Copa do Brasil tem a questão do gol com tanto valor e tão perigoso para as equipes, quando você leva um gol em um erro de arbitragem, em que o rapaz levou o pé no rosto do Lucas, isso faz uma diferença imensa. Deu um gás terrível para o Internacional. Acredito que todos vocês (jornalistas) e todas as pessoas pensaram da mesma forma. Foi pé alto, ao menos um jogo perigoso. Ali fez uma diferença grande – analisou Marcelo, em entrevista coletiva após a partida.

Marcelo Oliveira, Palmeiras (Foto: Marcos Ribolli)
Marcelo Oliveira, Palmeiras (Foto: Marcos Ribolli)


Por outro lado, o Inter reclamou do pênalti marcado para o Palmeiras, quando Lucas caiu dentro da área depois de disputar bola com Alex ainda no primeiro tempo. O lance originou o segundo gol alviverde na partida.

Apesar da polêmicas em questão, o técnico palmeirense fez questão de exaltar a postura de sua equipe, que se recuperou rapidamente após sofrer o empate e chegou ao terceiro gol, assegurando a classificação à semifinal da Copa do Brasil.

– Foi muito mais dramático do que entendíamos que poderia ser, mas é uma vitória que fortalece. Esse time, com esse espírito de luta, com essa vontade, acertando um pouco mais os passes, pode chegar à final do campeonato e conquista-lo – apostou.

O Palmeiras enfrentará o Fluminense, que eliminou o Grêmio, na semifinal. Do outro lado da chave, o São Paulo segue na disputa e terá pela frente Santos ou Figueirense.


Veja a entrevista coletiva na íntegra:

ANÁLISE DA PARTIDA
– Temos de analisar como um todo. O primeiro tempo foi 2 a 0. Este tipo de regulamento é perigoso mesmo, e eu alertei os jogadores, para não se sentirem confortáveis e contentes, porque se o Inter fizesse um gol viria para cima e teria a vantagem do empate. Se a Copa do Brasil tem a questão do gol com tanto valor e tão perigoso para as equipes, quando você leva um gol em um erro de arbitragem, em que o rapaz levou o pé no rosto do Lucas, isso faz uma diferença imensa. Deu um gás terrível para o Internacional. Acredito que todos vocês (jornalistas) e todas as pessoas pensaram da mesma forma. Foi pé alto, ao menos um jogo perigoso. Ali fez uma diferença grande.

POSTURA DA EQUIPE
– Levantamos muito a bola, porque o Inter estava marcando muito forte. Tivemos duas chances muito claras com Barrios e Rafael Marques. Foi muito mais dramático do que entendíamos que poderia ser, mas é uma vitória que fortalece. Esse time, com esse espírito de luta, com essa vontade, acertando um pouco mais os passes, pode chegar à final do campeonato e conquista-lo.

CONTROLE DO MEIO-CAMPO
– Até que tínhamos jogadores pra isso (controlar o time). Zé de um lado, Lucas do outro. O Amaral foi escalado para a contenção, para pegar o Alex, que bate bem de fora da área. Quando a bola saiu com mais qualidade por baixo, quase sempre saiu uma jogada boa. Outra situação foi a obrigação de substituições. Uma por lesão, médica, por contusão, e outra do Amaral, que vinha bem no jogo, fazendo sua função, mas tinha cartão amarelo. Não foi violento, mas teve muitos cartões, principalmente para o Palmeiras. Entraram muito duro no Dudu, o Paulão chutou uma bola nele, e a primeira vez que ele foi falar levou cartão. Parece que existe algo determinado para ele por algo que aconteceu em tempo recente.

ERROS E ACERTOS
– Nós temos de exaltar uma vitória. Essa competição começou com 80 equipes e só tem quatro. E o Palmeiras está lá. Não podemos depois de uma vitória de tanto sacrifício e esforço estar buscando só coisa negativa. As questões que podem melhorar vamos fazer junto com os jogadores, internamente. É certo que ainda não temos uma constância de jogo. 2 a 0 no primeiro tempo, faltando 10 minutos, erramos muitos passes, coisa que não é normal e não deve acontecer.

PÉ ALTO NO GOL DO INTER
– Se alguém que vê futebol, que comenta futebol e esteve aqui hoje pensar que não foi falta, até peço desculpas, mas o lance foi na minha frente. Lance claro de falta. O jogador foi de cabeça, o outro levantou a perna na altura da cabeça. Saiu um gol que faz uma diferença imensa na Copa do Brasil. O Inter voltou a precisar só de uma bola, em um jogo que estava tranquilo, controlado. Equívoco grande da arbitragem.

SOBRE “PERSEGUIÇÃO” AO DUDU
– As três ou quatro jogadas que ele dividiu a bola foram muito duras. A primeira vez que falou levou amarelo. Jogada dura pode, mas falar não pode. Os técnicos já não podem falar mais, qualquer coisa já tem uma ameaça de sair e não trabalhar à beira do campo.

SAÍDA DO ROBINHO
– Ele faz dupla função. Sabe marcar, preenche bem, e dá o início da jogada. Ele eventualmente até chega para finalizar também. Não tem como lamentar porque foi uma lesão, e a cada rodada do Brasileiro e da Copa do Brasil vão sair vários lesionados. Acho que a média é de 14 lesionados. Isso é pelo número absurdo de jogos que acontece no país. Ele fez falta.

PÊNALTI PARA O PALMEIRAS
– O pênalti eu preciso ver novamente. Segundo o Lucas, ele escorregou, e o outro (Alex) escorregou, só que o outro foi quando ele iria levantar para pegar a bola. Temos de ver. Aconteceram muitos erros, mas no caso do Palmeiras, um que poderia ter mudado o rumo do jogo.

DESGASTE
– As duas equipes cansaram muito hoje. Normalmente o técnico troca muito pelo aspecto físico. Você tem três substituições, quase sempre elas são por físico. Hoje só pudemos fazer uma por tático, que foi o Jesus, que estava perdendo a bola, não estava marcando tanto. O Zé, por exemplo, era provável que daria lugar ao Egídio, mas não pôde sair. Esse tipo de vitória serve para fortalecer e mostrar que temos um time de jogadores muito comprometidos. Mesmo com o resultado adverso, acreditamos que poderíamos buscar a vitória.

DESGASTE ATINGE JOVEM TAMBÉM?
– Atinge a todos. Não é só uma questão física. É frequência de jogos em um tempo curto, com intensidade, necessidade de resultado. Estamos no G-4 do Brasileiro, somos semifinalistas da Copa do Brasil, todos os jogos são muito intensos. Há o aspecto emocional também. Notamos que depois de perder duas bolas ele (Gabriel Jesus) se descontrolou um pouco, tive de trocá-lo.

COBRADORES DE PÊNALTIS
– A primeira situação é o aproveitamento nos treinamentos. Talvez eu seja o técnico que mais treine penalidades no Brasil. Sempre fazemos isso ao final dos treinos. Eu escolho aquele que acho que aproveitou melhor, que tem uma variação de batidas. Às vezes evito quem já jogou na equipe adversária. Não colocaria o Dudu para bater contra o Grêmio, por exemplo. O Barrios havia tido grande aproveitamento, isso é determinado na preleção. Hoje teríamos o Zé Roberto, que varia bem. Dudu seria o segundo e Robinho, o terceiro.

APROVEITAMENTO NA PARTIDA
– Poderíamos, por termos empatado lá e feito dois gols, ter um melhor aproveitamento do jogo. Alertamos no intervalo, sabíamos que sofreríamos pressão, e não estava nada decidido. Um gol colocaria novamente o Internacional no jogo. Estava sob controle, o Inter fazendo muita bola parada, a gente não conseguia sair jogando. Criou uma apreensão nos torcedores também. Que sempre acham que precisa fazer substituição, mas estávamos atentos porque só tínhamos mais uma.

FLUMINENSE
– Certamente melhorou o seu jogo, não é fácil ir lá e empatar com o Grêmio e se classificar. Vamos preparar na hora certa. Tivemos uma boa vitória lá pelo Brasileiro, mas com um primeiro tempo bom do Fluminense e um segundo em que mudamos o jogo. Serão jogos muito equilibrados e difíceis também. 


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