quarta-feira, 24 de julho de 2013

Americana Walsh revela 'recado' do Cristo Redentor e sonha com 2016

Tricampeã olímpica no vôlei de praia diz que 'encontro' com imagem do monumento em Londres a fez ter forças para seguir jogando, agora com Ross

Por GLOBOESPORTE.COM Long Beach, EUA

Tricampeã olímpica no vôlei de praia em Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012, a americana Kerri Walsh Jennings, de 34 anos, poderia muito bem ter seguido o exemplo de sua parceira May, que resolveu se aposentar após os Jogos Olímpicos de Londres, com mais uma medalha de ouro no peito. Ela, porém, quer mais. E durante a etapa do Circuito Mundial de Vôlei de Praia, em Long Beach, nos Estados Unidos, a multicampeã deixou bem claro que a parada para o nascimento de seu terceiro filho, a pequena Scout (a primeira menina da casa), em abril, foi apenas mais uma etapa da vida de atleta. E muito por conta de um episódio que teve como pano de fundo uma foto do Cristo Redentor, ainda em Londres, antes de voltar para os Estados Unidos.

Kerri Walsh volei de praia (Foto: AP)K
erri Walsh garante que vai buscar a medalha de ouro em 2016, no Rio de Janeiro (Foto: AP)
 
Com a medalha de ouro em mãos, Walsh cogitava parar de vez. Mas ao chegar no portão de embarque do aeroporto de Heathrow, em Londres, deu de cara com uma megafoto do Cristo Redentor, cartão postal do Rio de Janeiro, sede das Olimpíadas de 2016 e uma das Sete Maravilhas do mundo moderno. O "encontro" soou como um sinal para que Walsh mudasse de ideia.

- Foi bem no meu portão de embarque. Justo nele. Era como se eu estivesse ouvindo Ele. Ele me fez dizer: tenho o suficiente em mim? Eu quero mais, ou está suficiente? A resposta foi sim, eu tenho! - disse a atleta à agência AP.

Sua nova parceira é April Ross, prata em Londres 2012, perdendo justamente para sua parceria com May. As duas jogariam juntas em Long Beach, mas Walsh sentiu uma lesão abdominal. Aos poucos, a americana encontra a forma ideal.

Kerri Walsh volei de praia (Foto: AP)Walsh garante ter "recebido" uma mensagem através do Cristo Redentor, ainda em Londres (Foto: AP)
 
- Acabei de conseguir encaixar o meu corpo depois de uma "guerra". É uma loucura. Tenho três filhos. E eles, literalmente, tomam meu tempo todo. Minha vida está ocupada como jamais esteve. Mas ainda preciso perder peso. Você percebe isso quando coloca um biquíni e começa a correr na areia. E meu ego está me mostrando isso - disse Walsh.

A estreia da dupla com Ross foi em Gstaad, e Walsh tem grande expectativa pelos resultados. Na Suíça, elas venceram três jogos e perderam na segunda rodada para as brasileiras Maria Elisa e Agatha.

- Vamos para o ouro no Rio agora - garante Walsh.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2013/07/americana-walsh-revela-recado-do-cristo-redentor-e-sonha-com-2016.html

Atleticana fanática, Sheilla aposta em título sofrido do Galo na Libertadores

Oposta do Brasil se prepara para Grand Prix, na semana que vem, mas garante que vai assistir ao duelo de Saquarema: '2 a 0 e pênaltis', arrisca

Por Amanda Kestelman Direto de Saquarema, RJ

Em preparação para o Grand Prix de vôlei, que começa no dia 2 de agosto, a oposta Sheilla está na concentração da seleção brasileira no Centro de Treinamento Aryzão, em Saquarema, na Região dos Lagos. E, mesmo de longe, não para de pensar na difícil missão do Atlético-MG contra o Olímpia, do Paraguai, nesta quarta-feira, às 21h50m (de Brasília), pela decisão da Taça Libertadores, no Mineirão. Fanática pelo Galo, a morena de 30 anos acredita na virada e no título. O time paraguaio levou o primeiro jogo, marcando 2 a 0 no estádio Defensores del Chaco. Desta vez, ela aposta na devolução do resultado, com a equipe de Cuca sagrando-se campeã nos pênaltis, em um confronto sofrido e emocionante.

- Acho que 3 a 0 é muito. Não sei se conseguimos fazer três e não levar nenhum. Eu acho que vai ser 2 a 0 e com a gente ganhando nos pênaltis. Acho que Bernard faz gol. (Diego) Tardelli também. Ronaldinho dá os passes. Ele tem que jogar bem. Se jogarmos bem, tenho esperança que podemos ganhar. É o lema do Galo. Eu acredito - afirmou Sheilla, que ainda elogiou Vitor, um dos heróis da campanha atleticana em sua opinião.

Sheilla do vôlei com camisa do atlético-MG (Foto: Amanda Kestelman) 
Sheilla posa com camisa do Galo e torce para o time do coração (Foto: Amanda Kestelman)
 
- O Vitor é salvador desde o começo da campanha. No último jogo, salvou um lance no final - comentou.

A atleta garante que sempre foi atleticana, assim como toda a sua família. Na seleção, contudo, há quem vá apoiar o Galo na noite desta quarta, mas também há quem secará o time mineiro. Tudo com muito respeito.

- Aqui as meninas se respeitam, senão fecho a porta para ninguém atrapalhar. As meninas dizem que torcem, mas as cruzeirenses eu sei que é da boca para fora, melhor nem torcer. Adenizia e Gabi são cruzeirenses. Fabi e Juciely são Galo - contou a atleta, que viu o último jogo de Maceió, onde esteve para amistosos contra a Holanda.

De Saquarema, Sheilla vai assistir ao duelo do time do coração contra o Olímpia, do Paraguai, nesta quarta-feira, no Mineirão, às 21h50m (de Brasília). O duelo tem transmissão ao vivo da TV Globo e do SporTV. O GLOBOESPORTE.COM acompanha em Tempo Rel.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2013/07/atleticana-fanatica-sheilla-aposta-em-titulo-sofrido-do-galo-na-libertadores.html

Cheerleaders do Inter estreiam em frio de 5,8ºC e animam o Centenário

Líderes de torcida fazem sua primeira apresentação oficial na tarde deste domingo, em Caxias do Sul, contra o Flamengo

Por GLOBOESPORTE.COM Caxias do Sul, RS

A partida contra o Flamengo, neste domingo, contou com uma estreia pelo lado colorado. E não foi nenhum jogador. O reforço em questão é das cheerleaders do Inter, que se apresentaram pela primeira vez nesta tarde, no Estádio Centenário, em Caxias do Sul. As Garotas Coloradas realizaram duas apresentações. A primeira, antes do começo do jogo. A segunda, durante o intervalo. Cada coreografia contou com cerca de 5 minutos de duração.

As líderes de torcida, no entanto, ficaram toda a partida em campo. Porém, atrás das traves, animando os colorados ao longo dos 90 minutos. Pelo som que vinha das arquibancadas, era possível perceber que a novidade foi aprovada pelos torcedores.

Com uma temperatura de 5,8ºC na serra gaúcha, as cheerleaders tiveram que enfrentar o frio, além do nervosismo da estreia. Segurando pompons nas mãos, as Garotas Coloradas se fardaram de saias plissadas e camiseta do Inter.

Cheerleaders do Inter fazem sua estreia em Caxias do Sul (Foto: Divulgação/Inter)Cheerleaders do Inter fazem sua estreia em Caxias do Sul (Foto: Divulgação/Inter)
 
Cheerleaders do Inter fazem sua estreia em Caxias do Sul (Foto: Divulgação/Inter) 
 Cheerleaders do Inter fazem sua estreia em Caxias do Sul (Foto: Divulgação/Inter)
 
Cheerleaders do Inter fazem sua estreia em Caxias do Sul (Foto: Divulgação/Inter) 
Cheerleaders do Inter fazem sua estreia em Caxias do Sul (Foto: Divulgação/Inter)
 
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/internacional/noticia/2013/07/cheerleaders-do-inter-estreiam-em-frio-de-58c-e-animam-o-centenario.html

Atlético-MG prepara mosaico 360º, e organização testa pódio do campeão

Preparativos já começam para a grande decisão entre Galo e Olimpia

Por GLOBOESPORTE.COM Belo Horizonte

Daqui a algumas horas, o Mineirão estará lotado de alvinegros. Atleticanos e torcedores do Olimpia dividirão espaço no estádio. Horas antes, os organizadores do espetáculo já preparam a festa. Torcedores do Galo posicionam panos nas cadeiras da arquibancada, que, mais tarde, formarão um mosaico 360º. Os organizadores do evento testam, no meio do gramado, o pódio, que receberá, depois da partida, os jogadores do time campeão da Libertadores.

Mineirão preparativos final Libertadores (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com) 
Mineirão recebe preparativos para a final da Libertadores (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
 
A bola rola a partir das 21h50m (de Brasília), com transmissão, ao vivo e em alta definição, pela TV Globo. Os internautas podem acompanhar as emoções do jogo, em Tempo Real, no GLOBOESPORTE.COM. O primeiro jogo da final terminou com o placar de 2 a 0 para o Olimpia. Para reverter o placar e ficar com título, o Atlético-MG tem que vencer a partida por três gols de diferença no tempo normal. Caso o Galo vença por um placar de dois gols de diferença, a disputa será na prorrogação. Se o placar agregado permanecer, a taça será decidida nos pênaltis.

Mineirão preparativos final Libertadores torcida mosaico (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com) 
Funcionários preparam o mosaico (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
 
Veja os vídeos do Atlético-MG

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/atletico-mg/noticia/2013/07/torcida-prepara-mosaico-360-e-organizacao-testa-podio-do-campeao.html

Sheik desabafa, chama Amarilla de 'zé mané' e prevê atrasos até 2015

Atacante não foge de assuntos polêmicos em coletiva. Além de criticar árbitro paraguaio, também falou da saída de Jorge Henrique: 'Pisou na bola'

Por Rodrigo Faber São Paulo

Emerson treino Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians) 
Emerson soltou o verbo em coletiva no Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians)
 
- Não me deixam vir muito aqui... É só uma vez ou outra. Pediram para eu ser tranquilo, ter calma. A ordem veio de cima. Depois, tem uma salinha aqui no CT onde o bicho pega. É melhor ir devagar (...) Mas não consigo, é mais forte que eu!

Dizer que a frase acima pertence a um jogador do Corinthians já é quase suficiente para adivinhar quem a disse, em entrevista coletiva nesta quarta-feira. O estilo despojado e pouco preocupado com polêmicas, sempre entre risos... O atacante Emerson não demonstrou papas na língua. Após um início de entrevista mais calmo que o normal, o jogador voltou à forma habitual, pela qual ficou conhecido, comentando os mais diversos assuntos envolvendo o Timão.

Renovação e atrasos
Após a renovação de contrato com o clube, concretizada na última semana, até julho de 2015, Sheik mais uma vez reafirmou o desejo de se aposentar vestindo a camisa do Corinthians. De olho na Copa do Brasil, um dos poucos títulos que ainda não conquistou nas passagens por clubes brasileiros, o atacante comentou a proposta do Flamengo, elogiou a postura do clube carioca, mas assegurou que, desde o início, sentia que tudo se encaminhava para um acerto com o Timão.
- Durante o período de renovação, uma coisa que ficou muito forte em mim foram as mensagens que eu recebi do torcedor corintiano. Isso foi algo determinante. Procurei focar no trabalho, independentemente do que aconteceria. Ouvi as propostas, mas procurei não me pronunciar. O Flamengo, um dos maiores interessados, cumpriu tudo o que prometeu, deu garantias. Se fosse para sair do Corinthians, queria sair como cheguei: campeão.

- Em nenhum momento eu me abalei com as notícias, sobre quando a diretoria disse que seriam 12 meses, e não 24. Fiquei muito tranquilo. Eu tinha uma energia muito boa porque o presidente, o Edu e o Duílio me davam tranquilidade e diziam: “Calma que as coisas vão se resolver”. Sobre encerrar aqui, não tenham dúvidas: eu ficaria feliz.

Emerson Sheik treino Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians) 
Emerson Sheik chamou Amarilla de babaca e Zé Mané (Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians)
 
A passagem de Emerson pelo Corinthians ficou marcada por alguns atrasos em treinamentos. O atacante chegou a desembarcar dentro do CT Joaquim Grava em um helicóptero, certa vez, após aproveitar fim de semana no Rio de Janeiro e voltar à capital em cima da hora. No início desta temporada, por exemplo, o atacante foi multado após chegar fora do horário em dois treinos consecutivos. Bem-humorado em relação ao assunto, Sheik apostou que, vez ou outra, haverá um deslize em relação à agenda.

- Em algum momento vou chegar atrasado. Não vou mentir. Os meus atrasos sempre tiveram justificativas. Eu moro longe... Posso dar desculpas agora? (risos) Mas é sério, estou experiente e sei o transtorno que isso causa. Podemos até apostar quantas vezes vou me atrasar até o final do contrato, e vocês vão dizer: “Caraca, só uma ou duas?”.

Eliminação na Libertadores
Herói do Corinthians na conquista inédita da Taça Libertadores da América, quando foi artilheiro da equipe, com cinco gols marcados – dois deles na vitória por 2 a 0 sobre o Boca Juniors, na decisão – Emerson lamentou a campanha desastrosa da equipe na competição continental em 2013, mas lembrou: o Timão foi o menos culpado pela queda, já que o árbitro paraguaio Carlos Amarilla prejudicou a equipe no Pacaembu.

-  Queremos conquistar novamente a Libertadores. Não porque um babaca veio aqui e tirou nosso sonho, mas porque existe o trabalho no dia a dia, os torcedores e a nossa família. Não é porque um “zé mané” tirou nosso sonho do segundo título. Era muito possível. O clube tinha mostrado isso. Temos muitas motivações.

Emerson Jorge Henrique treino Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians) 
Jorge Henrique com Sheik, ainda no Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians)
 
Saída de Jorge Henrique
Desde que deixou o Corinthians, após confusão envolvendo mentiras para o técnico Tite e para a diretoria, o atacante Jorge Henrique não foi defendido por nenhum outro jogador do elenco. Todos admitiram que o vacilo do jogador, atualmente no Internacional, foi o suficiente para que ele fosse desligado do clube. Respeitoso ao antigo companheiro pela trajetória e pela boa relação, Sheik não foi diferente. Na opinião do camisa 11, Jorge perdeu toda a confiança dentro do Timão, e sua situação era insustentável.

-  Ele era um cara legal, e eu gostava muito dele. O que aconteceu passou um pouco dos limites. Não foi só um atraso. Você defende quando realmente dá para defender. Ele pisou na bola. Aqui temos uma diretoria e um treinador que são amigos, um grupo de jogadores que preza pela amizade, mas quando perde a confiança, fica difícil. Ele continua querido, mas a confiança acabou. É um excelente profissional. Que ele se reencontre e possa fazer sucesso.


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/noticia/2013/07/sheik-desabafa-chama-amarilla-de-babaca-e-preve-atrasos-ate-2015.html

Retranca que segurou Fluminense e Santa Fé fora de casa oferece poucos momentos de instabilidade, mas velocidade de Bernard pode abrir buracos

Por Thiago de Lima* Rio de Janeiro

Para não depender dos pênaltis, uma vitória por três gols de diferença separa o Atlético-MG do inédito título da Libertadores nesta quarta-feira. Mas a tarefa não será simples contra um adversário que só foi vazado tantas vezes assim numa única oportunidade na competição - 3 a 1 para o argentino Newell's Old Boys, na estreia - e que costuma abrir mão do ataque para armar um ferrolho quando atua fora de casa. Num esquema tático formado por duas linhas defensivas, com cinco jogadores na primeira e três na segunda, o Olimpia segurou o Fluminense nas quartas de final e o Santa Fé, da Colômbia, na semi, para chegar a sua sétima decisão do torneio. Só que a eficiente retranca paraguaia não fica imune a falhas e costuma passar por pequenos momentos de instabilidade durante os 90 minutos. E se não aproveitar... Que o digam os tricolores e colombianos.

Os zagueiros Miranda, Manzur e Candia são titulares absolutos do técnico Ever Almeida e formam a espinha dorsal da primeira linha defensiva. A eles se juntam os alas Alejandro Silva pela direita e Benítez ou Salinas, que ficou sem contrato para jogar a semifinal mas renovou seu vínculo na última segunda-feira, pelo lado esquerdo. À frente do quinteto, o esquema continua com três volantes mesmo após a saída de Ortíz para o Toluca, do México. O setor agora tem Aranda, Pittoni e Giménez, que está gripado e pode dar lugar a Mazacotte na final. Além disso, os homens de frente, Salgueiro e Bareiro, dão o primeiro combate no meio de campo e fecham o ferrolho. Nesta tática, bolas rifadas são muito comuns (confira no vídeo acima).

- O Olimpia trabalha muito bem na defesa. Seu técnico é dos que pensam que, para garantir o poderio ofensivo, tem que começar dando segurança atrás. Candia, Manzur e Miranda são defensores fortes, experientes e rápidos. A fraqueza do setor passava pelas laterais, mas (Ever) Almeida conseguiu que a equipe superasse essa defifiência - contou Juan Carlos Flecha, do Diário "ABC Color", do Paraguai.

Frame - linhas de marcação do Olimpia (Foto: Editoria de arte) 
Com oito marcadores no campo de defesa, linhas do Olimpia funcionaram contra Flu (esq.) e Santa Fé (dir.)
 
Exemplo Fluminense: 'toque me voy' cria buracos por baixo
A marcação funciona por zona, cada um guardando sua posição. Mas os adversários que flutuarem entre as linhas podem tirar proveito dos momentos de desatenção dos marcadores. Em São Januário, o Fluminense teve jogadores livres próximos à grande área em certas ocasiões. Ora com recuos rápidos de Wellington Nem, ora com chegadas de trás de Wagner (veja no vídeo ao lado). O meia também surpreendeu a defesa quando se posicionou como atacante na área e lá ficou. Para o Atlético-MG, a volta de Bernard após cumprir suspensão representa uma arma para dividir a responsabilidade com Diego Tardelli em criar situações pelos lados do campo. E sem Marcos Rocha e Richarlyson, ambos suspensos, a tendência é que o apoio dos laterais seja menor com Michel e Junior Cesar.

Tabelas em velocidade também são formas de penetrar na defesa paraguaia, que por guardar posição por vezes não acompanha quem dá o primeiro passe. Wellington Nem e Carlinhos souberam se movimentar com agilidade entre as linhas de marcação e receberam livres na área (assista ao vídeo acima). Só que a conclusão da jogada precisa ser rápida e a pressa pode atrapalhar a precisão do chute, como no caso do atacante, ou a demora pode permitir a chegada do adversário, como foi com o lateral-esquerdo. Quando enfrentou a retranca do argentino Newell's Old Boys no Independência, o Galo criou situação idêntica com Josué.

Só que velocidade não é tudo quando se tem marcação e cobertura. Bernard está para o Atlético-MG assim como Rhayner esteve para o Fluminense na ocasião. Mas o rápido atacante tricolor muitas vezes se viu cercado e sem opção de passe (confira no vídeo ao lado). O time chegou a 72% de posse de bola, porém, não transformou o domínio territorial em vantagem. Foram apenas 11 finalizações, 22 bolas levantadas e nenhum cabeceio no duelo que terminou 0 a 0 e foi o primeiro pasSo para a eliminação.

Exemplo Santa Fé: aglomeração abre espaços pelo alto
Já o Santa Fé, no El Campín, em Bogotá, mostrou que a zaga paraguaia também pode bater cabeça quando tem muitos adversários para marcar nas bolas aéreas. O time jogou com três atacantes (Medina, Borja e Cuero) desde os primeiros minutos de jogo, logo que perdeu o meia Molina lesionado, e pôs mais um homem de frente. Pelo chão, os colombianos não se criaram, mas na base do chuveirinho foram mais perigosos que os brasileiros - apesar de uma posse de bola quase igual, de 71%. Com até seis jogadores na área do Olimpia, vez ou outra um sobrava livre. Foi assim que Borja e Medina perderam chances claras na cara do goleiro (veja aos 49s e a 1m27s do vídeo acima). E pelo alto é como o Atlético-MG costuma ser eficiente, especialmente com Jô, Réver e Leonardo Silva.
Marcação da zagua paraguaia aos atacantes do Santa Fé
 
Ao todo, foram 20 finalizações colombianas e um gol - numa bola que não entrou por inteira. Gol que só foi possível graças a uma falha de posicionamento de Mazacotte e Miranda dando condições a um batalhão do Santa Fé no rebote de uma falta de Omar Pérez. Porém, o 1 a 0 não foi suficiente aos donos de casa por causa da derrota por 2 a 0 no Defensores del Chaco.
Escanteio como drible à marcação

Embora o Fluminense não tenha tido sucesso no jogo aéreo, lançou mão de uma tática nos escanteios que por pouco não deu resultado. Ao levar um jogador para próximo da cobrança, dois adversários saem da área e vão vigiar o passe curto. Com isso, o resto do time vai para a área e deixa o caminho livre para quem vier de trás. Em duas ocasiões, Wellington Nem foi acionado e cruzou para Leandro Euzébio, atento para não cair na linha de impedimento (assista ao vídeo ao lado). O zagueiro ficou de frente para o gol na primeira tentativa, mas chutou em cima do goleiro.

Galo x retranca
 Não é preciso voltar muito no tempo para recordar como acontece quando o Atlético-MG precisa superar uma retranca. Foi o que ocorreu com mais frequência, quase que 90 minutos, contra o Newell’s Old Boys, que podia até perder por um gol de diferença para se classificar no segundo jogo da semifinal. Para penetrar na barreira argentina, as armas foram: pressão na saída de bola, movimentação de Ronaldinho entre o meio de campo e as laterais para abrir a marcação, chegada de volantes como elemento surpresa e muito, muito chuveirinho (veja os lances do jogo no vídeo acima).

Analise tática, Atlético-MG x Newells Old Boys (Foto: Tacticalpad.com) 
Movimentação de Ronaldinho e pressão na saída de bola contra o Newells (Foto: Tacticalpad.com)
 
Ao todo, foram 31 jogadas pelas laterais - sendo oito até a linha de fundo - e 43 bolas levantadas na área argentina. E o plano funcionou. O primeiro gol surgiu da pressão de Diego Tardelli na saída de bola, e o segundo após rebatida de uma jogada aérea em que Guilherme levou a decisão para os pênaltis, já nos minutos finais do duelo. Estará o Galo pronto para um novo ferrolho?
*Colaborou Diego Rodrigues

Bernard: ‘gigante’ do Galo superou dúvidas e quase jogou no Cruzeiro

Telefonema impede que maior rival levasse ídolo atleticano, fã de pagode, chocolates, e ‘sobrevivente’ de aventuras pelos ônibus de Belo Horizonte

Por Alexandre Lozetti Belo Horizonte

O meia-atacante Bernard, do Cruzeiro... De onde? A torcida do Atlético-MG nem faz ideia. Mas o risco de este início de texto ser real foi muito maior do que se pode pensar. Se hoje, dia da final da Libertadores, de sua possível despedida, um dos maiores ídolos da Massa tem 1,63m, é possível imaginá-lo seis anos atrás, quando iniciou sua trajetória.

Foi em meio ao cenário de incertezas sobre o futuro de um jogador talentoso, mas tão pequeno, numa época em que a força física já dava as cartas no futebol, que o Galo quase perdeu seu futuro astro para o maior rival. Quem conta é Fillipe Soutto, grande amigo de Bernard nas categorias de base.

- Ele estava praticamente fechado com o Cruzeiro. Mas o Mauro ligou desesperado, falou para ele não ir, fez de tudo para ele voltar. Você tem de falar com o Mauro - disse Soutto, atualmente no Vasco.

Bernard, Atlético-MG, Mineirão, treino (Foto: Bruno Cantini / Site Oficial do Atlético-MG) 
Bernard esteve perto de vestir a camisa do Cruzeiro. Mas o coordenador da base atleticana, Mauro Sérgio, tratou de segurá-lo no Galo (Foto: Bruno Cantini / Site Oficial do Atlético-MG)
A reportagem atendeu a determinação do volante. Mauro Sérgio era, e ainda é coordenador da base do Atlético. Estava viajando para a disputa da Copa São Paulo de Juniores quando Bernard foi liberado pelo treinador, que, coincidência ou não, também saiu logo em seguida.

Mauro voltou e sentiu falta do menino. Por mais contraditório que possa parecer, era fácil notar a ausência do pequenino. E ele não se conformou.

- Pedi o telefone da casa dele, marquei uma reunião com ele e o pai. Disse que gostaria que ele voltasse, pois acreditava no futebol dele. Pela forma como o pai respondeu, notei que havia algo bem encaminhado com outro clube, mas só descobri que era o Cruzeiro muito depois.

Os apuros não pararam por aí. Quem define bem a trajetória de Bernard é André Figueiredo, gerente da base alvinegra: “Pelo tamanho, ele sempre soube que tudo seria mais difícil para ele.”
Tímido, mas de personalidade forte, sorridente, fã de chocolates e pagode, dorminhoco... Sem perder suas características, o jogador seguiu adiante. Tinha um objetivo claro na cabeça: seria um profissional bem sucedido do futebol. O caminho era longo. Literalmente.
Bernard acordava por volta das cinco da manhã no bairro de Diamante. Eram três ônibus até a Cidade do Galo. Um deles passava às sete e meia pelo Planalto, onde outro garoto promissor entrava no veículo rumo ao treino. Era Fillipe Soutto, parceiro das andanças por Belo Horizonte.

- Toda vez eu entrava no ônibus e o via de cabecinha baixa. Ele era muito menor do que é hoje. E eu pensava: coitado desse garoto. A gente ia conversando.

As conversas viraram uma amizade forte. A mãe de um passou a dar carona ao outro. Pelo menos até parte do caminho, já que as casas eram distantes. Era com o volante que o meia desabafava quando se sentia em dúvidas sobre o futuro. Sempre o tamanho, que levou seu pai Délio a procurar o endocrinologista Máximo Pirfo quando Bernard tinha 14 anos.

Hoje temos na base atletas mal educados, mal preparados, sem foco, “bad boys”. O Bernard nunca faltou a um treino, não tinha o perfil do boleirão"
André Figueiredo, gerente da base do Atlético-MG
O tratamento de crescimento não foi completo. O futuro craque se consultou apenas duas vezes. Segundo Pirfo, o potencial genético do paciente poderia tê-lo levado a 1,77m. Depois, em outro cenário, a 1,68m, mesma altura de Romário. Ele parou em 1,63m. O tratamento também parou. Foi todo feito por conta de Délio, que calcula ter investido R$ 40 mil na carreira do filho. Valor já mais do que recuperado.

Bernard não contou ao clube sobre as visitas ao médico. Não queria passar qualquer imagem de dúvida ou insegurança. Além do talento nato, outros aspectos saltavam aos olhos: a disposição em ouvir os mais velhos e a atenção que prestava em tudo que lhe era dito. Algo próximo do que, no futebol, costumam chamar, de boca  cheia, de profissionalismo.

- Ele sempre soube dessa limitação dele, e corria por todo mundo. Corre até hoje. Nunca precisamos convencê-lo a não desistir nem chamar sua atenção por indisciplina. É bom dizer isso: hoje temos na base atletas mal educados, mal preparados, sem foco, “bad boys”. O Bernard nunca faltou a um treino, não tinha o perfil do boleirão - elogiou Figueiredo.

Na primeira viagem internacional, para a Holanda, Bernard ganhou um par de chuteiras novo do empresário. Só para exibir seus dribles na Europa. Mas foi apreensivo. Não sabia nada de inglês. Parecia que algo de errado ia acontecer. Não deu outra. Ele esqueceu sua bolsa, com as chuteiras, câmera digital e tudo mais, no vestiário do estádio. E não soube pedir ajuda.
Quando o Galo decidiu formar um time de jovens para disputar a Série B do Mineiro com a camisa do Democrata de Sete Lagoas, interior do estado, Bernard não queria ir. Achava que seria um retrocesso. Hoje, é consenso: foi a melhor coisa que lhe poderia ter acontecido.
Bernard apanhou. Muito. Atuava em campos horríveis, contra zagueiros limitados, e no meio. Nada desse jogador rápido que joga pela esquerda. Mesmo assim, fez gols e mais gols. De fora da área, de cabeça, de canela... E durante a competição, já ficou claro para a comissão técnica, que também era do Galo: ele só estava ali de passagem.

filipe soutto atlético-mg treino (Foto: Lucas Catta Prêta / Globoesporte.com) 
Filipe Soutto, quando atuava no Atlético-MG.Volante, hoje no Vasco, é grande amigo de Bernard (Foto: Lucas Catta Prêta / Globoesporte.com)
- Houve um jogo em que acabei assumindo como treinador, e o Bernard sofreu uma pequena entorse no tornozelo. Era um campo muito duro, cheio de buraco. No intervalo, o médico e o massagista passaram pomada, fizeram uma atadura, mas eu mandei tirar. Tirei o Bernard. Ele não entendeu nada, queria jogar, mas eu disse: “Isso não é jogo pra você” - lembrou Mauro, aquele mesmo que o havia convencido a ficar no clube.

Quando voltou, já no time profissional, Bernard ainda andava de ônibus. Até o fim de 2011. O time sob sério risco de rebaixamento, e ele lá, esbarrando em atleticanos, cruzeirenses... Por sorte, nunca houve problemas. Nem ameaças, nada. Fillipe Soutto tem sua versão para o fato:

- Deviam olhar pra ele, daquele tamanho, feinho daquele jeito, e pensar: não é possível, não deve ser ele (risos).

Bernard tirou carteira de motorista, e passou a retribuir as caronas a Soutto. Trocava por chocolates. O parceiro de quarto tinha o hábito de presenteá-lo com caixas de doces. Ambos conviviam em paz. O volante assistia à televisão, e o meia-atacante ouvia música. Pagode, de preferência, mas sem se esquecer do sertanejo e do gospel.

Campeão da Copa das Confederações com a seleção brasileira, xodó de Luiz Felipe Scolari, que disse ter visto alegria em suas pernas, ídolo da torcida, Bernard deve fazer sua despedida nesta noite, na final da Libertadores. A proposta do Shakhtar Donetsk é melhor, mas ele não quer a Ucrânia. O Arsenal, do poderoso e reconhecido futebol inglês, é favorito. Bernard tem foco. Ele pode muito bem escolher ganhar menos.

- Ele é um dos jogadores de maior personalidade com quem já trabalhei - atestou o assessor de imprensa Luciano Signorini, que por muitos anos atuou no Corinthians.

Então, que a Massa desfrute de seu menino nos 90 minutos (ou 120) no Mineirão.

FONTE 
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/atletico-mg/noticia/2013/07/bernard-gigante-do-galo-superou-duvidas-e-quase-jogou-no-cruzeiro.html

Ainda sem definir o tipo de marcação, Seedorf receberá atenção especial

Meia holandês do Botafogo será observado de perto por Nem, volante do Figueirense, que ainda não sabe se marcação será individual ou por setor

Por GLOBOESPORTE.COM Florianópolis

Seedorf jogo Botafogo Figueirense Copa do Brasil (Foto: Satiro Sodre / SSPress) 
Seedorf é motivo de preocupação para jogo de volta da Copa do Brasil (Foto: Satiro Sodre / SSPress)
 
Primeiro Valdivia, no sábado, agora Seedorf. Em menos de uma semana, dois jogadores de qualidade acima da média para serem marcados no Figueirense. Com o duelo diante do Botafogo, quarta-feira, às 21h50m, que dá vaga às oitavas de final da Copa do Brasil, os atletas ganham a preocupação do holandês, destaque na equipe carioca.


Para o volante Nem, tanto o chileno quanto Seedorf são jogadores que merecem atenção. Responsável por marcar Valdivia no duelo do último sábado, o atleta alvinegro admite que ainda não sabe qual a forma de parar o meia do Bota, mas que conversará com Adilson Batista para definir a estratégia.

- São grandes jogadores, têm qualidade, e o que o professor Adilson optar, marcação individual, por setor, vamos procurar fazer e tentar pará-lo – disse Nem.

Se for marcação individual oi zona, vamos tentar pará-lo
Nem, volante
 do Figueirense
 
Na visão do técnico Adilson Batista após o duelo contra os palmeirenses, o Figueirense soube marcar Valdivia. O comandante, no entanto, alertou para as diferentes características entre os meias, ressaltando que Seedorf gosta de se mover mais, caindo também pelas pontas do campo.

- Funções diferentes, o Seedorf ora está por dentro, ora está do lado. O Valdivia roda muito, então a gente trabalhou por setor, então foi bem neutralizado (o Palmeiras) – avaliou Adilson Batista, em entrevista coletiva.

A expectativa de Nem é que a torcida compareça para reverter o placar de 1 a 0. Segundo o volante, o apoio das arquibancadas já foi essencial para a boa atuação no último duelo da Série B, e conta novamente com o inventivo para uma boa apresentação.

- O jogador em si sempre tem que entrar buscando a vitória, temos que enaltecer a torcida que compareceu, apoiou, e vamos precisar deles novamente. É o décimo segundo jogador nosso, e com o apoio deles vamos conseguir o resultado – finalizou o volante.


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/figueirense/noticia/2013/07/ainda-sem-definir-o-tipo-de-marcacao-seedorf-recebera-atencao-especial.html

Esquema com três atacantes não prejudica marcação, diz Nem

Volante entende que equipe soube se comportar no setor defensivo contra o Palmeiras e aceita se formação for a escolhida para jogo contra o Bota

Por GLOBOESPORTE.COM Florianópolis

Nem vê bom momento com esquema com três atacantes (Foto: Luiz Henrique / Figueirense FC)
 
Um esquema com três atacantes, até poderia poderia incomodar aqueles que trabalham no setor defensivo do Figueirense. Porém, este não é o pensamento do volante Nem. Satisfeito com as atuações da equipe nas últimas rodadas da Série B, o jogador diz se sentir à vontade com a formação que prioriza também o ataque, mas com uma ressalva: todos têm de ajudar na marcação.

Diante do Palmeiras o treinador Adilson Batista colocou em campo no estádio Orlando Scarpelli os atacantes Ricardinho, Ricardo Bueno e Rafael Costa. Apesar da derrota por 3 a 2, o ataque funcionou e, ao que parece, a formação será repetida para o jogo da próxima quarta, diante do Botafogo, pela Copa do Brasil. Partida que precisa ser vencida para que o time catarinense possa avançar.

— O que o Adilson (Batista) optar. Tudo é treinado, nada é feito por acaso, fizemos uma boa semana antes do jogo contra o Palmeiras e não atrapalha na marcação. É só cada um ajudar ali dentro e fazer o que tem que fazer — falou Nem.

Nas duas últimas rodadas da Série B, o Figueirense teve em campo duas formações diferentes. Contra o Palmeiras, o esquema com três atacantes e, diante do Atlético-GO, até em função da suspensão de Ricardinho, uma dupla de homens avançados. Contudo, a tendência para esta quarta, até pela boa fase em que Ricardo Bueno vive — são cinco gols em três partidas — é que o trio ofensivo esteja novamente em campo. Satisfeito com as duas atuações, contra os paulistas e goianos, Nem deixa nas mãos de Adilson a escolha. 

— Nós jogamos bem os dois jogos, nos dois esquemas. O que ele optar, vamos acatar e vamos fazer o nosso melhor. Fomos bem nos dois esquemas — disse.

nem, volante, figueirense, palmeiras, orlando scarpelli, (Foto: Luiz Henrique / Figueirense FC) 
Nem em ação na partida diante do Palmeiras (Foto: Luiz Henrique / Figueirense FC)
 
 
FONTE:

Com escalações ideais, Figueirense e Botafogo buscam vaga nas oitavas

Adilson Batista repete time que perdeu para o Palmeiras, e Oswaldo apenas promove volta de Marcelo Mattos. Cariocas venceram jogo de ida por 1 a 0

Por GLOBOESPORTE.COM Florianópolis

montagem adilson batista oswaldo de oliveira figueirense x botafogo (Foto: Editoria de Arte) 
Adilson Batista e Oswaldo de Oliveira testam força máxima pela Copa do Brasil (Foto: Editoria de Arte)
 
Figueirense e Botafogo fazem nesta quarta-feira, às 21h50m (de Brasília), no Orlando Scarpelli, em Florianópolis, a partida de volta de um dos confrontos mais equilibrados da Copa do Brasil até o momento. No jogo de ida, realizado no Rio de Janeiro, vitória do clube carioca por 1 a 0, gol de Rafael Marques. Em campo, os treinadores terão o que consideram as escalações ideais de cada equipe no momento. O Alvinegro carioca conta com o retorno de Marcelo Mattos, enquanto o catarinense dá confiança ao time que vem de derrota na Série B. Quem se classificar garante uma das últimas vagas nas oitavas de final do torneio.

O Figueira tentará parar Seedorf, e o responsável pela missão será o volante Nem. Mas o técnico Adilson Batista sabe que não bastará marcar o adversário. Precisando balançar as redes no mínimo duas vezes, ele aposta no trio de ataque formado por Rafael Costa, Ricardo Bueno e Ricardinho, responsável por 68% dos gols do time na Segundona. Pela frente, terá uma defesa que ainda não foi vazada em cinco partidas na competição. Após cumprir suspensão pelo Brasileiro, Marcelo Mattos reforça o setor no lugar de Renato.

Márcio Chagas da Silva (RS) será o árbitro do jogo e terá como assistentes Altemir Hausmann e Marcelo Bertanha Barison, ambos do Rio Grande do Sul. O jogo terá transmissão do SporTV 3 e também acompanhamento em Tempo Real no GLOBOESPORTE.COM.

header as escalações 2

Figueirense: Adilson Batista, ao que parece, depois de sete meses, parece ter encontrado a sua formação ideal. Conta com a boa fase de Ricardo Bueno e Rafael Costa e a possibilidade de ter seus homens de confiança, Maylson e Ricardinho. Por isso, deve repetir a formação que, apesar da derrota, agradou contra o Palmeiras. O provável time: Tiago Volpi, André Rocha, Thiego, Bruno Pires e Wellington Saci; Nem, Dener, Maylson e Ricardinho; Ricardo Bueno e Rafael Costa.
Botafogo: Oswaldo de Oliveira, como de costume, deve mexer o mínimo possível na escalação e repetir quase todo o time que venceu o Náutico no último sábado. A única mudança deve ser o retorno do volante Marcelo Mattos no lugar de Renato. A formação deve ser a seguinte: Jefferson, Gilberto, Bolívar, Dória e Julio Cesar; Marcelo Mattos, Gabriel, Lodeiro, Vitinho e Seedorf; Rafael Marques.

quem esta fora (Foto: arte esporte)
Figueirense: o zagueiro Douglas Silva, e os volantes Willian Magrão, Ronaldo Tres e Luan seguem de fora por conta de lesões. Hildo, em fase final de recuperação, deve voltar a ser opção para a próxima partida.
Botafogo: Cidinho sofreu uma operação no joelho esquerdo, Lucas fraturou o tornozelo esquerdo e Octávio foi submetido a uma cirurgia no punho direito. Elias está fora por já ter defendido o Resende na Copa do Brasil.

 

header pendurados (Foto: ArteEsporte)
Figueirense: Douglas e Tinga.
Botafogo: ninguém.
 

header_na_historia (Foto: arte esporte)
Há seis anos, Figueirense e Botafogo disputavam uma das semifinais da Copa do Brasil. No confronto de ida, realizado em Florianópolis, a vitória foi dos catarinenses, por 2 a 0, gols de Cleiton Xavier e Victor Simões - que posteriormente viria a defender o clube carioca. Já na polêmica partida de volta, houve triunfo do Bota por 3 a 1, mas classificação do time de Santa Catarina, por causa do gol marcado fora de casa. Veja a ficha do jogo na Futpédia clicando aqui.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-brasil/noticia/2013/07/com-escalacoes-ideais-figueirense-e-botafogo-buscam-vaga-nas-oitavas.html

Botafogo usa espinha dorsal da base pelo segundo jogo consecutivo

Gilberto, Dória, Gabriel e Vitinho serão titulares contra o Figueirense, quarta-feira, repetindo escalação do confronto com o Náutico

Por Thales Soares Rio de Janeiro

gilberto botafogo náutico são Januário Série A (Foto: Satiro Sodré / SSPress) 
Gilberto atua como titular no jogo com o Náutico (Foto: Satiro Sodré / SSPress)
 
Pelo segundo jogo seguido, o Botafogo vai escalar no time titular quatro jogadores oriundos de suas categorias de base. Contra o Figueirense, nesta quarta-feira, em Florianópolis, pela Copa do Brasil, o lateral-direito Gilberto, o zagueiro Dória, o volante Gabriel e o meia Vitinho vão formar uma espinha dorsal rara no futebol brasileiro, como já aconteceu contra o Náutico no sábado passado, pelo Campeonato Brasileiro.

Para efeito de comparação, o Flamengo não contava com jogador algum oriundo de suas categorias de base na derrota por 1 a 0 para o Inter na rodada passada do Campeonato Brasileiro. No clássico entre Fluminense e Vasco, os dois times somavam apenas três revelações - e ainda assim Jomar só jogou por uma virose de Renato Silva, vetado na última hora. Os outros dois foram os tricolores Digão e Marcos Junior.

Aos 32 anos, o zagueiro Bolívar vê muitas qualidades nos jovens promovidos aos profissionais. Gilberto foi o último a ganhar uma chance, após a lesão no tornozelo de Lucas, que ficará cerca de três meses fora. Além do quarteto, o clube já negociou neste ano o volante Jadson - outro que chegou a assumir uma posição no time - com o Udinese, da Itália.

- Estou rodeado de jovens. De um lado o Gilberto, do outro Dória, e na minha frente o Gabriel, que é o nosso cão de guarda. Esse meninos, apesar da pouca idade, já apresentam muita personalidade como característica. Só quem tem a ganhar com isso é o Botafogo. Em cada setor do time, tem pelo menos um jovem. A fórmula está dando certo, e espero que eles possam continuar ajudando - comentou Bolívar.

Os quatro da base, em algum momento, participaram da conquista do Campeonato Carioca de 2011 e atuaram juntos em outras competições, inclusive nacionais. No total, são 16 jogadores das categorias de base no elenco entre os 35 à disposição do técnico Oswaldo de Oliveira.

- Assim é bem mais fácil. Subir com meus companheiros tem sido tranquilo, mas o grupo é muito bom, fui bem recebido e sempre deixa a gente bem à vontade - afirmou Gilberto, de 20 anos e com apenas dez jogos como profissional do Botafogo.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2013/07/botafogo-usa-espinha-dorsal-da-base-pelo-segundo-jogo-consecutivo.html

Engenhão tem previsão de reabertura parcial em abril de 2014

Interditado desde o dia 26 de março, estádio voltará a ser utilizado com capacidade reduzida

Por Thales Soares Rio de Janeiro


No mar de más notícias que rondou o Engenhão, finalmente uma traz um alento para o Botafogo. 

O estádio já tem previsão de reabertura para abril de 2014, quando será utilizado com capacidade reduzida. No dia em que anunciou o cronograma da reforma da cobertura, motivo da interdição no dia 26 de março, os representantes do consórcio e da Prefeitura do Rio haviam informado que essa possibilidade não existia.

A previsão para a realização da reforma é de 18 meses, com entrega oficial do estádio apenas em novembro de 2014. No entanto, a comissão que acompanha o andamento da obra e vem estudando o caso determinou que haverá condições de utilizar o local com capacidade reduzida a partir de abril.

estádio Engenhão treino (Foto: Ivo Gonzalez / Agencia O Globo) 
Engenhão deve voltar a receber público no ano que vem (Foto: Ivo Gonzalez / Agencia O Globo)
 
Essa situação, no entanto, ainda depende do aval da Prefeitura do Rio, via Secretaria de Obras, o que deve acontecer. Com isso, o Botafogo poderia voltar a utilizar o estádio para a disputa do Campeonato Brasileiro.

O contrato com o Maracanã, inclusive, já vinha sendo negociado com o clube ciente dessa informação. Por isso, a previsão de jogos no estádio para o ano que vem no acordo seria de até 15 jogos apenas. Como o Engenhão teria capacidade para 15 mil pessoas nessa fase, grandes jogos seriam levados para o Maracanã.

A reforma do Engenhão ainda está na fase de canteiro de obras e detalhamento do projeto. A montagem das gruas só começará a ser feita em agosto, quando também será iniciado o escoramento da cobertura e a fabricação das peças. O reforço propriamente dito só será realizado a partir de dezembro.

FPNTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2013/07/engenhao-tem-previsao-de-reabertura-para-abril-de-2014.html

Perfil: a mente, as histórias e as lutas de Cuca, o treinador do improvável

Em busca do grande título, técnico do Galo coleciona dores e conquistas em uma vida que parece correr às avessas, testando sua maturidade

Por Alexandre Alliatti Belo Horizonte





Em 1997, o pai de Cuca passou por uma cirurgia no coração. Após o procedimento, com seis horas de duração, o médico responsável pela operação chamou o filho do paciente e disse que ele se tranquilizasse, pois a chance de recuperação era de 97%. Cuca foi para casa aliviado, feliz.
No dia seguinte, o pai dele morreu.

Em 2009, Cuca assumiu um time que se debatia a caminho do rebaixamento. Chegou um momento em que matemáticos avisaram: a chance de queda do Fluminense era de 99%. Em seu íntimo, o treinador lembrou do que escutara do médico quase duas décadas antes. E pensou: "Danem-se os números."

O Fluminense não caiu.
A vida por vezes corre às avessas para Alexi Stival. Os melhores momentos parecem dar errado. As lutas mais improváveis parecem dar resultado. Aos 50 anos, Cuca é um sujeito que tenta equilibrar melhor essa dualidade tão característica do ser humano, essa luta frequente entre a racionalidade e a emoção, entre a consciência e a paixão. Os adjetivos que caracterizam sua personalidade sempre foram exacerbados: afetuoso ao extremo com quem gosta, desconfiado com quem não conhece, religioso até o limite, supersticioso quase até a paranoia, obcecado por vitórias, exageradamente preocupado, por vezes pessimista.

Pessimista? Na última sexta-feira, ao analisar a situação do Atlético-MG na Libertadores, o treinador foi direto assim:

- Sei que vamos ser campeões. Vamos sair vitoriosos na quarta-feira.


cuca atlético-mg mosaico (Foto: Editoria de Arte) 
Cuca busca a razão, mas a emoção pulsa nele, especialmente na beira do campo (Foto: Editoria de Arte)
Acontece que Cuca mudou. A chegada a uma final de Libertadores coincide com um processo de amadurecimento do treinador - um sujeito que vai migrando dos extremos para o equilíbrio. Entre quem trabalhou com ele, existe uma visão quase unânime: taticamente, ele entende do riscado como poucos. O que pegou, durante anos, foi a instabilidade emocional. Um ex-jogador do São Paulo (seu nome será preservado) comparou o atual comandante do Atlético a seu sucessor no Morumbi, Emerson Leão. Disse que preferia lidar com o ex-goleiro, de quem sempre sabia que ouviria alguma grosseria, do que com Cuca, que em um dia era o sujeito mais afável do mundo, mas no outro mal olhava para os lados.

Agora, o treinador dá sinais de estar mais confiante, mais seguro. É o resultado da experiência que adquiriu ao treinar alguns dos principais clubes do Brasil: Flamengo, Fluminense, Botafogo, São Paulo, Santos, Grêmio, Goiás, Cruzeiro, Atlético-MG. Entre bons trabalhos e decepções, ele chega ao cume de sua carreira como técnico. Nesta quarta-feira, contra o Olimpia, pode ser campeão da Libertadores - um título suficientemente forte para desbancar os resquícios de desconfiança que o perseguem.

Homens também choram

Cuca, técnico do Atlético-MG, de joelhos nas cobranças de pênalti (Foto: Léo Simonini) 
A agonia de Cuca na beira do campo nos pênaltis contra o Newell's (Foto: Léo Simonini)

 Quando Maxi Rodríguez parte para a cobrança de seu pênalti naquele 10 de julho, Cuca está em transe, ajoelhado na beira do campo do Independência. A camisa com a imagem de Nossa Senhora gruda-se ao corpo dele, suado. O coração bate descompassado, fazendo vibrarem as medalhinhas que servem de escudo para um homem extremamente apegado à fé. O argentino bate. Victor voa para a esquerda. Espalma. Leva um segundo, quase um espasmo, para o corpo de Cuca reagir. Ele desaba no gramado. Fica com o rosto grudado na grama. Sente o cheiro da terra. Chora.
Homens também choram. E o choro foi uma marca de Cuca - literal ou simbolicamente. Ele sempre teve aversão à dor, por mais vinculado ao sofrimento que por vezes pareça ser. Quando criança, colocou as duas pernas em um pé de cacto. Foi para o hospital, sofreu muito com a retirada dos espinhos de uma perna e escondeu os ferimentos na outra. Preferia ficar com eles a passar por mais dor. Ao chegar em casa, foi desmascarado pelos pais. Teve que retornar para retirar os outros espinhos.


Ele é um crianção. É o paizão da família. É um ótimo filho, um ótimo pai, um irmão maravilhoso"
Dona Nilde, mãe de Cuca
Ainda jovem, quando consolidava sua carreira como jogador no Grêmio, Cuca chegava ao Olímpico prestes a desmoronar. Parecia que tinha acontecido algo terrível com ele. Na verdade, a aflição era porque deixara sua filha mais velha, Maiara, hoje com 24 anos, choramingando em casa - fruto de dores de barriga normais em crianças.

Já homem formado, ele teve que lidar com as piores lágrimas. Ao enterrar o pai, tentou figurar como homem forte da família, já que os irmãos se mostraram extremamente abalados. Ferido na alma, Cuca aproximou-se da mãe, dona Nilde, e disse:

- A senhora, a partir de hoje, será minha mãe e meu pai.

A morte do pai foi um rito de passagem de Cuca. A dor pessoal foi a etapa definitiva para ele abandonar os campos. Resolveu estudar educação física. Logo virou treinador do Uberlândia, o primeiro passo na carreira que firmou em seguida. E que também teve o choro como uma marca - desta vez simbólica. A final da Taça Guanabara de 2008 fez o treinador, domando as lágrimas, reunir o elenco do Botafogo às suas costas para, diante da imprensa, reclamar da arbitragem contra o Flamengo. Cuca disse que o verdadeiro campeão do primeiro turno do Campeonato Carioca era seu time. O episódio ficou conhecido como "chororô".

Mas Cuca também ri. E muito. Quando está de férias, vai para o aconchego da família em Curitiba, onde foi criado. Lá, joga cartas, fica dando voltas na piscina, jogando água para tudo que é lado. Esquece o futebol. É um homem livre.

- Ele é um crianção. Quando está de férias, desliga mesmo. Fica jogando cartas, inventando brincadeiras. Vai na piscina, joga água ali, empurra aqui. Ele é o paizão da família. É um ótimo filho, um ótimo pai, um irmão maravilhoso. E é amigo de muita gente - orgulha-se dona Nilde.
Cuca foi criado em uma chácara, em meio a animais. Gostava deles. Muito pequeno, dava sustos na família ao se aproximar dos bichos. Chegou a ter os botões de uma camisa mastigados por um cavalo. Foi lá que começou a se interessar por futebol. Desde muito novo, saía chutando uma bola por tudo que era canto. Ou brincava como goleiro. Defendia os chutes dos mais velhos e os provocava, quicando a bola sobre a linha. Conforme foi crescendo, deixou claro que levava jeito era com os pés. Virou um grande jogador.


cuca grêmio (Foto: Agência Estado) 
Nos tempos de Grêmio: ótimo jogador, mas sem sinais de que seria técnico (Foto: Agência Estado)
O jovem meio-campista foi para o Rio Grande do Sul trilhar sua história. Começou no Santa Cruz. Depois, foi para o Juventude. Lá, chamou a atenção de seu treinador, que fez questão de levá-lo junto quando foi para o Grêmio. Esse treinador se chama Luiz Felipe Scolari.

- Cuca foi um dos melhores meias com quem trabalhei. Ele sabia fazer todas as funções do meio, e muito bem. Sempre foi um jogador de equipe - comenta o treinador da seleção brasileira.
Felipão levou Cuca para o Grêmio porque percebeu no meia um jogador capaz de se entregar taticamente ao time. Aquela equipe tinha um outro jogador muito talentoso no meio, mas bem menos devotado à marcação. Ele se chamava Assis, e na época já se dizia que bom mesmo era o irmão dele, um garoto dentuço que batia bola pelos cantos do campo no Olímpico. Que ironia: mais de 20 anos depois, Cuca telefonaria para Assis e pediria a ele que agilizasse a contratação daquele menino, que virou Ronaldinho Gaúcho, para o Atlético-MG. Juntos, eles chegariam à final da Libertadores.


Assis e Cuca fizeram os gols do título da Copa do Brasil de 1989 para o Grêmio (veja no vídeo acima). O irmão de Ronaldinho marcou o primeiro. Mas aí o Sport empatou, em um gol contra do goleiro Mazaroppi. O presidente do time tricolor na época, Paulo Odone, lembra que Cuca logo assumiu a responsabilidade pela vitória.

- Aquele gol dava o título para o Sport. Foi uma infelicidade do Mazaroppi. Lembro que o Cuca foi até o goleiro, bateu no ombro dele e disse: "Deixa, vou fazer o gol."

E fez. No segundo tempo, ele deu o título ao Grêmio. Ali já estava, portanto, um atleta seguro, um porta-voz do time, um líder nato, certo? Errado. Quem visse Cuca naquela época não poderia ter a menor ideia de que ele viraria treinador. Era um jogador de pouca voz, até acanhado.
- O Cuca sempre foi um bom jogador. Mas era dificil imaginar que ele pudesse se tornar treinador, pelo perfil dele. Ele não tinha perfil de liderança. Não era um jogador que falasse muito. Não era de assumir muita responsabilidade, até por estar em início de carreira - lembra o ex-zagueiro e hoje comentarista Edinho, capitão do Grêmio de 1989.

A visão é corroborada por Antônio Carlos Verardi. Com quase 50 anos de serviços prestados ao Grêmio, o superintendente do clube fala com muito carinho de Cuca. Mas também diz que não via nele as caracaterísticas de um futuro técnico.

- Achava que ele não entendia nada. Eu o chamava de burrinho. Quem trouxe o Cuca foi o Felipão. Ele dizia: "Esse tem a cara do Grêmio, é obcecado, mete a cara na bola." O Cuca raramente saía de campo sem algum arranhão.

Cuca teve uma carreira sólida como atleta. Também defendeu o Valladolid, da Espanha, e voltou ao Brasil para jogar por clubes como Inter e Palmeiras, até encerrar a carreira no Coritiba. Antes, porém, passou por um dos momentos mais conturbados de sua vida. Em uma excursão do Grêmio à Suíça, foi acusado de estupro, junto com dois colegas de time (Eduardo e Henrique), por uma garota de 13 anos. Na época, ela alegou que foi violentada pelo trio ao entrar no quarto de um deles para ganhar camisetas do clube. Os jogadores ficaram 28 dias detidos. Eles e o Grêmio negaram as acusações.

Como treinador, um colecionador de histórias
A morte do pai tornou Cuca um sujeito mais paternal, mais responsável. Ele se sentiu pronto para virar treinador. Começou no Uberlândia, em 1998, e aí perambulou por clubes pequenos e médios até fazer seu primeiro trabalho de projeção nacional, em 2003, com o Goiás. Ele tirou o time da última colocação no Campeonato Brasileiro e o colocou entre os dez primeiros. Virou uma aposta no mercado de técnicos.


cuca goiás são paulo botafogo flamengo fluminense cruzeiro (Foto: Editoria de Arte) 
Cuca passa por alguns dos principais clubes do país até chegar ao Atlético-MG (Foto: Editoria de Arte)
Veio 2004, e o treinador ganhou suas primeiras oportunidades entre algumas das principais equipes do país: primeiro no São Paulo, depois no Grêmio. Mas ele não estava psicologicamente preparado para o desafio. No Morumbi, determinado a fazer sucesso a todo custo, se deixou levar por um enorme sentimento de desconfiança. Achava que havia gente dentro do clube tentando derrubá-lo. Temia que a imprensa o perseguisse. Foi com o time até as semifinais da Libertadores, quando caiu para o Once Caldas, da Colômbia, que seria campeão sobre o Boca Juniors.
Nesta Libertadores, Cuca viveu uma situação emblemática de sua paranoia, lembrada ainda hoje, em meio a risadas, por seu amigo Milton Cruz, auxiliar e consultor técnico do São Paulo. O clube paulista estava em Lima, no Peru, para enfrentar o Alianza. Um dia antes, na mesma cidade, o Coritiba enfrentaria o Sporting Cristal. Cuca e Milton Cruz resolveram assistir à partida do time paranaense no estádio. Chegaram lá sem problemas. Na volta, porém, não havia táxi. Resultado: pegaram carona na caçamba de uma camionete guiada por pessoas que eles não tinham a menor ideia de quem eram.


Cuca pelo São Paulo (2004) (Foto: Diário de São Paulo) 
Cuca nos tempos de São Paulo: insegurança  atrapalhou (Foto: Diário de São Paulo)
Cuca ficou desconfiado, temeroso de ser sequestrado. E disse a Milton Cruz: "Se eles forem pro nosso hotel, eles têm que dobrar. Se seguirem reto, a gente pula". O auxiliar não deu atenção. Distraiu-se e, de repente, ouviu gritos: "Pula! Pula! Pula!". Era Cuca, já fora da caçamba, planejando uma fuga. A camionete seguira reto.

- Eu pulei e quase torci o tornozelo. Fomos para o hotel rindo pra caramba. O Cuca é um cara descontraído, brincalhão. Quando chegou num time grande, teve aquilo de ser meio desconfiado, mas é um dos grandes treinadores que conheci - diz Milton Cruz.

No mesmo ano, Cuca deixou o São Paulo e logo assumiu o Grêmio. Não poderia ter encontrado barca mais furada. Com um elenco mergulhado no caos, o treinador logo percebeu que estava assumindo o comando de um time a caminho do rebaixamento. Pior: tinha um Gre-Nal pela frente. Na semana de preparação para o clássico, o treinador percebeu que no refeitório havia um menino carregando dois celulares. Era um garoto de 16 anos. O diálogo entre eles foi mais ou menos assim:

- Ô, guri. Que negócio é esse de dois celulares? Tá achando que é melhor que os outros?
- Sou. Se tu me colocar para jogar, vai ver que sou melhor que todos esses aí.

O Grêmio perdeu aquele Gre-Nal por 3 a 1, e a torcida, indignada, chegou a arremessar um carrinho de pipoca na direção do gramado. Mas houve um alento. No segundo tempo, Cuca mandou o tal menino a campo. De falta, abaixo de chuva, ele fez o único gol tricolor na partida. Um ano depois, Anderson também faria o gol que recolocaria o Grêmio na primeira divisão, na histórica Batalha dos Aflitos. Hoje ele defende o Manchester United, da Inglaterra. De fato, era melhor que todos aqueles que estavam lá...

Foi em 2004 que Cuca se notabilizou como um treinador inseguro. Depois da desconfiança no São Paulo, ele viveu quase um desespero no Grêmio. Sentiu-se impotente. Em um período de reclusão do time em Bento Gonçalves, o técnico sentou-se com dois jornalistas e disse a eles:

- Eu não sei mais o que fazer. Digam o que eu devo fazer. Esse time vai ser rebaixado.
O Grêmio efetivamente caiu. E Cuca, que zarpou antes do rebaixamento, entrou em um período de baixa. Dividiu 2005 em passagens curtas por Flamengo, Coritiba e São Caetano. Até se encontrar no Botafogo.


Wellington Paulista Cuca Botafogo (Foto: Agência O Globo) 
Wellington Paulista e Cuca: treinos fortes no Bota (Foto: Agência O Globo)
Foi aí que Cuca provou que tinha ferramentas para ser um dos melhores treinadores do Brasil. Acima de tudo, ele teve sequência no clube. Mostrou trabalho de campo. Certa feita, depois de um treino, resolveu fazer com que o atacante Wellington Paulista dominasse a bola sem perder o controle dela. Jogou uma vez. Duas. Três. Dezenas. Beirou as centenas. Até que o jogador conseguiu mostrar perícia. Quando o atleta respirou aliviado, Cuca pôs um zagueiro grudado nele e começou a testar movimentos de pivô. Wellington Paulista fez hora extra naquele dia.
Já era um treinador em evolução. E que ganhou a confiança de um elenco apelando para duas vertentes: a competência tática e o envolvimento emocional. Em Cuca, é notória a capacidade de surpreender nas preleções. Nos tempos de Botafogo, há relatos até de ele levar um pedaço de carne para o vestiário e passar o sangue no rosto dos atletas, para deixá-los com espírito de combate. Ele também costuma valorizar os funcionários. Em 2007, antes do empate por 4 a 4 com o Vasco, levou cozinheiras e camareiras para a preleção. Usou a história de vida delas para motivar os atletas.

Mais tarde, no Fluminense, após um jogo no Paraguai, guardou, sem ninguém perceber, pedras que torcedores arremessaram no elenco tricolor. Antes do jogo seguinte, na última conversa, tirou as pedras do bolso e as atirou perto dos jogadores. Os atletas riram com a lembrança do sufoco que passaram. Foram a campo mais leves.

Cuca é um sujeito muito supersticioso. Em uma final de Carioca pelo Flamengo, dormiu na véspera com a camisa do título da Copa do Brasil de 89, pelo Grêmio.

- Ele me falou de uns jornais do Rio que diziam que ele era pé-frio, que não ganhava nada. Ele estava traumatizado com aquilo. Aí ele pediu pra eu ir no vestiário depois do jogo. Fui lá, e ele se fechou comigo para mostrar que, com toda aquela história, foi resgatar um momento de vitória dele. Ele ainda tinha aquela camisa de 89, e me mostrou. Ele tinha dormido com a camisa! - recorda Paulo Odone.

Houve um momento na carreira em que Cuca proibiu os ônibus dos clubes onde trabalhava, no Rio, de entrar de ré nos estádios. Hoje, dizem pessoas próximas dela, a mania se perdeu. Mas a religiosidade segue firme. Antes dos jogos, ele ajoelha-se diante de uma imagem de Nossa Senhora, em um altar dentro do vestiário, e faz sua oração. É um resquício da infância. Ele vem de uma família católica. Ainda menino, era muito devoto, daqueles de sempre frequentar a igreja. Jamais perdeu isso, mesmo com os percalços que a vida e a carreira apresentaram a ele.


Cuca Atlético-mg (Foto: Epitácio Pessoa / Agência estado ) 
Cuca faz o sinal da cruz: religiosidade é uma marca forte nele (Foto: Epitácio Pessoa / Agência estado )
Cuca sofre como poucos na beira do campo. Agita os braços. Pula. É bom saber: quando ele se agacha e fica pensativo, é que ele está mais tenso. Roer as unhas é um vício do qual ele não se cura. Maltrata as mãos. É curioso: a mãe dele, vendo os jogos pela TV, fica mordendo os dedos. Hereditariedade.

O envolvimento dele com os times que treina é notório - está com herpes, tamanha a ansiedade pela final da Libertadores. Como diz o hino do Atlético, o treinador é obstinado por "vencer, vencer, vencer". Ele fica arrasado ao treinar times derrotados. No Grêmio, em 2004, depois daquele Gre-Nal de Anderson, foi para a coletiva e, quase em estado de choque, enumerou cinco ou seis posições carentes do time e disse que se a diretoria não contratasse, ele iria embora.
No Santos, em 2008, com o time ameaçado de rebaixamento, Cuca acordou no início de uma madrugada com o barulho de gatos namorando no telhado. E não dormiu mais. Passou o resto da noite pensando em como arrumar a equipe. Aos atletas do Botafogo, chegou a dizer que não se preocupassem em caso de eliminação na Copa do Brasil, pois o culpado pela eventual queda seria ele. Com tudo isso, ganhou fama de deprimido. Mas começou a mudar sua história em 2009, não sem antes viver nova batalha.

Às turras com Adriano

Cuca e Adriano na coletiva do Flamengo (Foto: Eduardo Peixoto / Globoesporte.com) 
Cuca e Adriano tiveram problemas no Flamengo (Foto: Eduardo Peixoto / Globoesporte.com)
Cuca conquistou dois títulos em 2009. O primeiro, de forma tradicional, ganhando uma final, erguendo uma taça - com o Flamengo, no Carioca. Mas o segundo, sem troféu, sem nova linha linha no currículo, foi o mais expressivo. Salvar o Fluminense do rebaixamento se equipara a levar o Atlético-MG a uma final de Libertadores como a maior conquista do treinador.

No Rubro-Negro, o técnico teve relação bastante ruim com grande parte do elenco. E especialmente com Adriano. Como o Imperador costumava chegar atrasado aos treinamentos, Cuca pegou o hábito de só permitir a entrada da imprensa quando o atacante já estivesse em campo, para preservá-lo. Mas perdeu a paciência com o jogador. Os atrasos dele se tornaram públicos. E os dois viraram desafetos.

Mais tarde, quando Cuca já estava no Fluminense, chegou a hora do reencontro. Adriano, antes do Fla-Flu pelo returno do Brasileirão, reuniu o elenco rubro-negro e pediu um pacto: que nenhum jogador cumprimentasse o treinador adversário. Disse que precisava vencer Cuca. Chegou a sugerir que poderia oferecer dinheiro aos colegas para ganhar a partida. Era pessoal.

Veio o jogo, e o Flamengo venceu por 2 a 0. Detalhe: com dois gols de Adriano. Naquele momento, o time rubro-negro arrancava rumo ao título, e o Fluminense parecia despencar para o rebaixamento. Mas ambos sairiam vencedores naquela temporada. O Imperador realmente ganhou o Brasileiro. E Cuca salvou o Tricolor.

A consolidação

Nas últimas 11 rodadas do Campeonato Brasileiro de 2009, o Fluminense teve sete vitórias e quatro empates. Foi uma arrancada impressionante, de um time que parecia condenado à queda.Cuca foi fundamental nisso. Fez uma revolução no time, sacando atletas experientes, apostando em jogadores mais jovens. Comprou uma briga que deu certo.

Mas sofreu. Viveu tempos de agonia, de incertezas. Centralizador, tentava abraçar o mundo no clube. Ficou uma pilha de nervos. E usou seu preparador físico da época, Ronaldo Torres, para desabafar.

- Ele queria resolver tudo: time, problemas de jogadores, tudo. E ficava muito tenso com aquilo. Aí ele me levava pro cantinho e dizia: "Só dez minutos, só dez minutos." Daí a gente conversava de tudo. Quando ele ficava calmo, dizia: "Obrigado, Ronaldo." Ele queria desabafar - recorda o preparador físico.

É emblemática a imagem de Cuca e Ronaldo, abraçados, aos prantos, depois do empate com o Coritiba no Couto Pereira. O resultado manteve o Flu na Série A (veja no vídeo acima). O treinador seguiu no clube até o ano seguinte, quando não teve sucesso no primeiro semestre.


Foi aí que começou a trajetória mineira do treinador. Ele fez o time do Cruzeiro engrenar. Entrou na briga pelo título brasileiro. E novamente fez um desabafo, em tom de revolta, contra a arbitragem. Após jogo contra o Corinthians, pela 35ª rodada, reclamou muito de pênalti marcado sobre Ronaldo. Sugeriu ao Fluminense, outro concorrente ao título, que "abrisse o olho" para eventuais favorecimentos ao clube paulista. Indignado, prestes a chorar, chegou a dar um soco na mesa onde estava posicionado na entrevista coletiva (veja no vídeo acima). Chamou o árbitro daquela partida, Sandro Meira Ricci, de "safado".

- Dou minha vida ali, trabalhando pelo Cruzeiro, suando! É vergonhoso. É o tipo de coisa que faz a gente pensar em seguir ou não na profissão. Porque eu sou honesto. Eu ganho meu dinheirinho com o salário do meu trabalho. Isso aí não é erro comum. Isso aí é muito grave e faz a gente repensar muita coisa - disse o treinador em 2010.

Cuca não abandonou a profissão, tampouco o Cruzeiro, com quem foi campeão mineiro em 2011. No mesmo ano, porém, deixou o clube após cair para o Once Caldas na Libertadores. Voltou ao mercado como um profissional mais valorizado. Mas ainda sofria desconfianças públicas. E um episódio foi emblemático nisso.

A diretoria do Inter decidiu que demitiria Paulo Roberto Falcão em julho de 2011. Antes mesmo de afastar o treinador do cargo, ligou para Cuca. Ele disse que só conversaria quando o clube estivesse sem técnico. Falcão, então, foi demitido. E o clube iniciou conversas com Cuca. A negociação evoluiu. Houve um acerto verbal. E aí a torcida colorada iniciou um movimento de contestação ao treinador. Enquetes em rádios mostravam rejeição quase total ao nome dele. A diretoria recuou. Desistiu de contratá-lo. E isso mudou o destino do Atlético-MG.

Forte e vingador
Cuca chegou ao Galo mais forte. Estava preparado para vingar as desconfianças do passado. Inicialmente, voltou a ter o desafio de evitar o rebaixamento. E conseguiu, após início muito ruim, em que chegou a entregar o cargo à direção. Veio 2012, e a história começou a mudar: título estadual, vice brasileiro, vaga na Libertadores. Veio 2013, com mais uma conquista do Mineiro. E com a disputa da Libertadores.


cuca atlético-mg x newell's old boys libertadores (Foto: Vinnicius Silva/Futura Press/Agência Estado) 
Emoção na semifinal com camisa de Nossa Senhora (Foto: Vinnicius Silva/Futura Press/Agência Estado)
Alexi Stival mora no hotel da Cidade do Galo. Ali, se dedica integralmente ao Atlético. Sofre por não estar o tempo todo com a esposa, Rejane, e as duas filhas, Maiara e Natasha. Passa as horas convivendo com funcionários do clube, pessoas comuns, coadjuvantes no mundo midiático do futebol. Gosta muito de conversar. E, principalmente, de escutar.


Ele chega à final da Libertadores como um homem mais sereno. Seu lado emotivo ainda pulsa, claro. Mas não é mais tão desconfiado. Conseguiu se livrar de boa carga do pessimismo que o marcava. Com um tricampeonato estadual nas costas e a certeza de ter montado o melhor time do país em 2013, não pode mais ser considerado um azarado. E deixa aqueles que o cercaram em sua trajetória até este 24 de julho, dia mais importante de sua carreira, com a sensação de que hoje ele é um profissional melhor.

- Tenho falado bastante com ele pelo telefone. É fácil perceber que ele está mudado. É um homem amadurecido - diz Milton Cruz.

- Ele melhorou muito em termos de comportamento. Não fica mais empolgado com tudo isso. Está aprendendo a lidar com esses momentos - afirma Ronaldo Torres.

- Hoje em dia, depois de uma derrota, ele ainda fica abalado, mas logo diz: "Vamos lá, vamos virar a página" - conta dona Nilde.

- Ele hoje é um dos melhores técnicos do Brasil. Gosto de sua personalidade, de sua forma de agir como pessoa. Estarei torcendo por meu amigo na quarta-feira - completa Felipão.

Depois da derrota de 2 a 0 para o Olimpia no Paraguai, um matemático diria que é improvável o título do Atlético-MG nesta quarta-feira. Assim como era improvável a morte do pai de Cuca após a cirurgia no coração. Assim como era improvável o Fluminense seguir na Série A. 

"Danem-se os números", há de pensar novamente o treinador.

- Vamos ganhar quarta. Fiz 50 anos neste mês. Se Deus quiser, meu presente virá na quarta-feira. Sou o que mais sofre aqui. Largo minha mulher, minhas filhas, e quero fazer esse povo feliz. Quero ganhar isso. Tenho essa coisa que vocês falam, de ser azarado. Mas quero acabar com isso na quarta. (...) Se acontecer, vou ser o homem mais feliz do mundo.

Cuca ganha bolo de aniversário (Foto: Bruno Cantini / Flickr do Atlético-MG) 
Cuca, aos 50 anos, busca o título da Libertadores com o Galo (Foto: Bruno Cantini / Flickr do Atlético-MG

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