FONTE:
http://www.conversaafiada.com.br/economia/maria-silvia-quis-descolar-uma-grana-do-bndes-para-a-globo
Agora, é a sopa no mel !
Quem sabe da Maria Silvia é o Steinbruch da CSN
Sobre a notícia de que a Maria Silvia vai presidir o BNDES, vale a pena ler o que diz o livroQuarto Poder.
( Note que o banqueiro credor consultado acha os filhos do Roberto Marinho - que não têm nome próprio - uns "idiotas"... )
( Note que o banqueiro credor consultado acha os filhos do Roberto Marinho - que não têm nome próprio - uns "idiotas"... )
O que os credores achavam dos filhos do Roberto Marinho
Recolhi o testemunho de um dos presentes à reunião decisiva do grupo de Maria Silvia com Carlos Lessa, então presidente do BNDES, para resolver a divida da Globo com dinheiro público.
(Nessas horas, a intervenção estatal é virtuosa.)
Depois de uma articulada exposição de Maria Silvia, Lessa estabeleceu uma condição para prosseguir: as empresas não demitiriam ninguém.
Se o BNDES emprestasse, nenhum funcionário das empresas beneficiadas seria mandado embora.
A negociação se encerrou ali.
Na verdade, seria mais fácil Roberto Marinho filiar-se ao Bolivarismo de Chávez que Lessa emprestar dinheiro à Globo.
Nos Estados Unidos, o cerco dos credores à Globo se apertava.
Segundo a revista eletrônica Teletime – a única publicação brasileira que, sistematicamente, cobriu o dia-a-dia do naufrágio de 20 de janeiro de 2004, “a Globopar pede à Justiça de NY que rejeite recurso ao Chapter 11”- ou seja, ao Bankruptcy Code, o Código de Falência.
Se a Justiça aceitasse, a empresa teria que ser reestruturada sob as ordens dos credores e da Justiça americana.
A Globo argumentava que quase não tinha bens nos Estados Unidos e a legislação americana de falências não deveria se aplicar a uma empresa brasileira.
Ainda segundo a Teletime do dia 2 de fevereiro de 2004, a Bankruptcy Court concordou em que a legislação americana não se aplicava à Globo e não concedeu o direito reclamado pelos acionistas reunidos em torno de um gestor chamado W.R Huff.
Esse, provavelmente, era mais um dos conhecidos fundos “abutres”, que sentem ao longe o cheiro de falências e correm para tirar a última gota de sangue dos moribundos.
Mesmo derrotados, os credores insistiam em que a Globo desse informações com mais rapidez, especialmente sobre :
- quais os critérios de governança que serão adotados para sair do buraco;
- como os credores participarão da empresa reestruturada;
- e o valor e a origem de novos aportes financeiros à companhia.
Nessa altura, a Rede Record pressionou o BNDES para impedir que seus recursos fossem usados para pagar dividas – e, não, para investir em conteúdo nacional, porém, novo.
Essa divergência fez com que a Record abandonasse a Abert, controlada pela Globo.
No dia 2 de janeiro de 2004, bem no inicio do Governo Lula, portanto, conversei em Nova York com um diretor de banco que tinha assento no “comitê dos bancos credores” da Globo.
Na banca internacional, a Globo já estava irremediavelmente quebrada – sem o BNDES.
Segundo esse depoimento, restava à Globo ir “levando com a barriga”.
A Globo, em maio de 2003, tinha feito uma proposta que os credores consideraram “indecorosa”.
Eram três os grupos credores: fundos de investimento – como os “abutres"-, acionistas individuais e bancos, os maiores.
Os três grupos se juntaram e em dois, tr êsmeses fizeram uma “due dilligence” na empresa.
(Nessas horas, a intervenção estatal é virtuosa.)
Depois de uma articulada exposição de Maria Silvia, Lessa estabeleceu uma condição para prosseguir: as empresas não demitiriam ninguém.
Se o BNDES emprestasse, nenhum funcionário das empresas beneficiadas seria mandado embora.
A negociação se encerrou ali.
Na verdade, seria mais fácil Roberto Marinho filiar-se ao Bolivarismo de Chávez que Lessa emprestar dinheiro à Globo.
Nos Estados Unidos, o cerco dos credores à Globo se apertava.
Segundo a revista eletrônica Teletime – a única publicação brasileira que, sistematicamente, cobriu o dia-a-dia do naufrágio de 20 de janeiro de 2004, “a Globopar pede à Justiça de NY que rejeite recurso ao Chapter 11”- ou seja, ao Bankruptcy Code, o Código de Falência.
Se a Justiça aceitasse, a empresa teria que ser reestruturada sob as ordens dos credores e da Justiça americana.
A Globo argumentava que quase não tinha bens nos Estados Unidos e a legislação americana de falências não deveria se aplicar a uma empresa brasileira.
Ainda segundo a Teletime do dia 2 de fevereiro de 2004, a Bankruptcy Court concordou em que a legislação americana não se aplicava à Globo e não concedeu o direito reclamado pelos acionistas reunidos em torno de um gestor chamado W.R Huff.
Esse, provavelmente, era mais um dos conhecidos fundos “abutres”, que sentem ao longe o cheiro de falências e correm para tirar a última gota de sangue dos moribundos.
Mesmo derrotados, os credores insistiam em que a Globo desse informações com mais rapidez, especialmente sobre :
- quais os critérios de governança que serão adotados para sair do buraco;
- como os credores participarão da empresa reestruturada;
- e o valor e a origem de novos aportes financeiros à companhia.
Nessa altura, a Rede Record pressionou o BNDES para impedir que seus recursos fossem usados para pagar dividas – e, não, para investir em conteúdo nacional, porém, novo.
Essa divergência fez com que a Record abandonasse a Abert, controlada pela Globo.
No dia 2 de janeiro de 2004, bem no inicio do Governo Lula, portanto, conversei em Nova York com um diretor de banco que tinha assento no “comitê dos bancos credores” da Globo.
Na banca internacional, a Globo já estava irremediavelmente quebrada – sem o BNDES.
Segundo esse depoimento, restava à Globo ir “levando com a barriga”.
A Globo, em maio de 2003, tinha feito uma proposta que os credores consideraram “indecorosa”.
Eram três os grupos credores: fundos de investimento – como os “abutres"-, acionistas individuais e bancos, os maiores.
Os três grupos se juntaram e em dois, tr êsmeses fizeram uma “due dilligence” na empresa.
Em setembro, apresentaram à Globo três possibilidades:
- um alongamento dos prazos de vencimento por dez anos e juros altos;
- um “cap” de 25% - ou seja, com a garantia de que os juros não ultrapassariam esse teto -, com amortização mais rápida;
- uma aceleração (mais ou menos) da amortização.
A Globo teve um prazo entre setembro e dezembro para responder.
Enquanto era pressionada na Justiça americana.
Se, em algum momento, a Justiça considerasse que os bancos deveriam intervir na Globo, esses já tinham, de acordo com o informante, a estratégia assim definida:
- juntar tudo o que faz sentido numa empresa só;
- os bancos passavam a ter assento no “board” da empresa, ou seja, na gestão direta do negocio, especialmente no “caixa";
- jogar fora o que não presta;
- os dois filhos “idiotas”, segundo o documento - provavelmente Roberto Irineu e João Roberto - sairiam da gestão da nova empresa;
- e quanto a pagar US$ 50 milhões para ter direito à exclusividade da Copa, não !, diriam os credores. Muito caro!
A imprensa brasileira omitiu a grave situação de uma das maiores empresas do país.
Não se fala de corda em casa de enforcado...
No dia 12 desse trágico mês de janeiro de 2004, segundo a Teletime, os fundos americanos GMAM, Foundation for Research e WRH Global Securities, respaldados pelo W. R. Huff, refutaram a Globo e asseguravam que, sim, os papeis da divida foram comercializados nos Estados Unidos e ali deveriam ser julgados – e honrados.
E mais: que a Globo estava empurrando a negociação com a barriga para transferir ativos e prejudicar os credores.
Roberto Marinho morreu em 6 de agosto de 2003.
Há algum tempo, senil, não participava mais dos negócios da empresa.
Levou 78 anos para construir um império.
E cinco meses depois de sua morte os herdeiros tinham quebrado a empresa.
E só não quebraram irreversivelmente porque tiveram que entregar os anéis.
Levantaram a concordata em Nova York à custa de uma redução brutal no patrimônio.
Conta-se que o primogênito Roberto Irineu Marinho procurou o milionário mexicano Carlos Slim, que herdou, numa privatização, a telefonia do México e se tornou, com os filhos de Marinho, um dos homens mais ricos do mundo, segundo a revista Forbes.
- Eu preciso de 200 milhões de dólares até o fim da semana! Teria dito Roberto Irineu a Slim.
- Tudo bem, foi a resposta.
Slim é uma espécie de abutre.
Especialista em comprar empresas barato para vendê-las caro.
Muito mais caro.
Foi Slim quem salvou os meninos do Dr. Roberto.
Eles estavam à beira do default e de perder o emprego.
Slim comprou a NET dos Marinho.
Os Marinhos, ao mesmo tempo, contrataram um dos “gênios” da turma do Fernando Henrique Cardoso, Henri Philippe Reichstuhl, aquele que ia vender a Petrobrax, em fatias.
Anos depois, pelo espelho retrovisor, os filhos do Roberto Marinho concluíram que teria sido menos desastroso ir a default.
E pagar na Justiça.
Reichstuhl vendeu patrimônio, em muitos casos, a preço vil.
A Globo saiu vendendo.
Por exemplo, Boni comprou a afiliada do Vale do Paraíba, o jornalista esportivo e depois empresário J. Hawilla comprou outras no interior de São Paulo – e os dois ganharam um monte de dinheiro.
É possível que, a partir de 2004, a situação patrimonial de Boni e J. Hawilla – todas as considerações feitas – fosse mais saudável do que a dos filhos de Roberto Marinho.
Como diria o Zózimo Barroso do Amaral, não se recomenda convidar os filhos do Roberto Marinho e Reichstuhl para o mesmo jantar.