- Positivo foi, primeiro, não tomar gol. É uma questão importante.
Gosto de trabalhar o sistema defensivo. O futebol começa de trás para
frente. Fizemos dois treinos táticos em cima disso. Eles responderam
bem. A tônica de tudo é que o grupo tenha um nível de concentração para
fazer. Não adianta montar um sistema como o de hoje... Nós jogamos
contra o São Paulo marcando o meio deles por zona, porque a
característica do São Paulo é a bola passar do meio. Diferentemente do
Atlético-MG, que necessita do Rafael Carioca pegar na bola sempre,
jogador que joga muito. Quando marcamos individualmente, desconstruímos a
questão do Atlético-MG fazer a transição da defesa para o ataque com
qualidade. Porque sabemos que, quando cai nos jogadores da frente, eles
são mortais. Isso tudo foi uma somatória. Mas o mérito é todo dos
atletas, que estavam com o nível de concentração lá em cima. Eles estão
enrolados, porque vou cobrar isso na quarta-feira e na sequência do
campeonato - afirmou.
Kieza e Uillian
Correia comemoram o primeiro gol do Vitória contra o Atlético-MG (Foto:
Maurícia da Matta/Divulgação/EC Vitória)
Apesar de satisfeito com o resultado, Gallo manteve os pés no chão. Ele
disse que ainda há muito trabalho pela frente e destacou que o triunfo
desta tarde foi apenas o primeiro passo rumo a uma recuperação no
Brasileirão. Com o resultado no Barradão, o Vitória foi a quatro pontos e
deixou a lanterna da competição – no entanto, ainda pode voltar, a
depender dos resultados dos jogos de Atlético-PR e Atlético-GO, que
entram em campo neste domingo.
- Nós tivemos ainda um erro. A gente tem batido muito no “erro zero”.
Quase o Atlético faz o gol em uma falha nossa, o Fred bateu na trave.
Mas criamos mais chances do que estávamos conseguindo. Porém, isso é só o
primeiro passo. Não podemos nos emocionar com uma vitória. Uma vitória é
bacana para curtir hoje, mas amanhã tem que pensar com muita
responsabilidade, afinco, porque a gente vai enfrentar uma grande
equipe, o Botafogo. Eu disse para eles no pós-jogo que vou cobrar esse
nível de concentração. Hoje os atletas se concentraram tanto que chamou
atenção de todos nós, e a vitória foi bem-vinda - disse.
O Vitória volta a campo na quarta-feira, quando recebe o Botafogo no
Barradão. A partida da sétima rodada da Série A será realizada às 19h30
(de Brasília) e terá cobertura em Tempo Real, com vídeos, pelo
GloboEsporte.com.
Confira abaixo outros trechos da entrevista coletiva de Alexandre Gallo:
Bom rendimento dos meio-campistas
-
Nós tivemos ontem um trabalho muito curto, de 25 minutos, na parte
tática. Entendemos o que era o adversário, a pressão que é o
Atlético-MG. Eles têm um jogo de muita troca de passes, um jogo que
necessariamente tem que passar pelo meio-campo. E nós fizemos uma
variação em relação ao que fizemos em São Paulo. E tivemos êxito no dia
de hoje. Méritos do Uillian Correia, Farias, do Gabriel... Um pouquinho
de vacilo na troca deles, na movimentação do final do primeiro tempo.
Mas o segundo tempo foi muito. A equipe se portou bem.
Entrada de Kanu e ajuste de erros
-
O Kanu deu uma ajuda bacana, nova, ele é experiente. Ainda tivemos
erros no primeiro tempo, corrigimos no intervalo. Em alguns momentos, a
troca que eles faziam no meio, Robinho, Marllone, Valdívia... A nossa
zaga ficou no mano a mano. Como não temos tempo para treinar
taticamente, ficamos só na conversa mesmo. Aí corrigimos no intervalo. A
função importante do zagueiro é defender o outro zagueiro, sempre um
zagueiro com foco no companheiro. Conseguimos ter uma cobertura melhor, e
eles se saíram bem.
Retorno da alegria e da confiança
-
Não tem como, no futebol, você trabalhar sem confiança, sem alegria. A
confiança vem com o resultado. Quando você vence sem construir o
resultado com méritos ou quando vence... O que queremos é uma vitória
como essa. Contra uma grande equipe. E o Vitória foi soberano quase os
90 minutos. Tiro o fim do primeiro tempo, quando tivemos problemas de
movimentação deles. Mas merecemos vencer. Isso que é o grande legado.
Não foi simplesmente vencer. Jogar para que construa uma vitória e, aí
sim, a confiança da nossa torcida, direção, imprensa, e o ambiente possa
ficar mais leve para a gente seguir. Mas é um passo pequeno e uma
caminhada longa. Ainda tem muita coisa pela frente. Mas foi bom.
Contratação de reforços
-
Conversamos muito, eu, o presidente, o Pet. Estamos muito ligados nessa
questão. Toda grande equipe do futebol mundial quer estar sempre se
reforçando. Mas eu tenho que transferir essa reposta para o Pet, porque
ele é o responsável por essa área. No momento certo, ele vai vir falar
de tudo que estamos conversando.
Melhora depende apenas de cada um
-
Você tem que ser bem claro. Entender que o grupo tem qualidade para
melhorar. Tem que expor que essa melhora tem que partir do interior
deles. A força está na cabeça, no coração de cada um. Hoje eles
demonstraram a possibilidade, fizeram um jogo muito bom, com vários se
destacando, mesmo com alguns abaixo no nível físico. As trocas fora em
cima da questão física. Isso não é bom. Bom e quando as trocas são
táticas. Mas precisamos melhorar em muita coisa. Temos consciência. Acho
que o mérito é dos atletas. Foram incríveis, mereceram a vitória.
Oportunidade perdida por Paulinho
-
Tenho conversado com ele. Ele é um atleta... Eu fui morar em Santos, o
conheço bem desde a época em que ele passou pelo Santos. Eu sei do
potencial dele, ele criou uma grande oportunidade, mérito dele. Só que o
atacante vive de gols. Ele tem que botar para dentro. São oportunidades
que passam. E realmente tem que montar nesse cavalo selado. Agora temos
que ter paciência. As coisas que aconteceram no começo... A gente não
pode... São coisas da direção, questão política, não pode interferir. A
gente tem que se fechar e fazer nosso trabalho. No Vitória, são ótimas
as condições de trabalho. Temos que qualificar o nosso trabalho, porque,
de resto, não temos como influenciar, saber o que vai acontecer. Temos
que focar no futebol. E a questão dele é isso. Vou novamente conversar
com ele. Ele está fora do jogo de quarta-feira. Vai ser importante ele
trabalhar mais um pouquinho, porque o trabalho acaba qualificando o
atleta, dando mais atenção, mais condição para que ele possa, numa outra
oportunidade, fazer o gol. E, aí sim, a torcida entender a maneira dele
jogar.
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