MUNDIAL DE CLUBES
Clube mais rico do planeta usa Mundial de Clubes para alavancar suas receitas
no continente asiático e em solo japonês, onde enfrenta o Kashima Antlers na final
Por Jorge Natan e Rodrigo Cerqueira
Yokohama, Japão
(OBS. DI BLOG:
VEJA O VÍDEO CLICANDO NO
LINK DA FONTE NO FINAL DA
MATÉRIA ABAIXO)
Os fãs e torcedores de todas as partes do planeta estarão
ligados neste domingo na decisão do Mundial de Clubes da Fifa, em Yokohama, no
Japão. Em campo, o
Real Madrid enfrenta o Kashima Antlers a partir de 8h30
(de Brasília),
com transmissão ao vivo do SporTV. O GloboEsporte.com acompanha
e tempo real. Ser campeão do mundo é privilégio para poucos,
mas o time
espanhol ainda tem mais objetivos que vão além das quatro linhas. Os
comandados
de Zidane querem provar que são, literalmente, os donos do mundo do
futebol. Se vencer, será a primeira conquista dos galácticos no torneio
em solo japonês, desde que o atual formato passou a ser adotado pela
entidade em 2005. Em 2015, os espanhóis conquistaram o título no
Marrocos.
Se dentro de campo a chance é de encerrar 2016 de forma
brilhante, com três títulos importantes (Champions League, Supercopa da Uefa e
Mundial de Clubes), fora dos gramados é outra chance de alavancar ainda mais
receitas no mercado asiático de olho nos fanáticos torcedores/consumidores que
os times europeus têm no continente. Vale lembrar que o Real Madrid é o clube
mais rico do mundo, com receitas anuais de € 577 milhões (R$ 2,04 bilhões), de acordo com o
estudo da consultoria Football Money League publicado em 2016.
Crsistiano Ronaldo comemora com Marcelo (Foto: EFE)
A chegada ao Japão foi de cinema, com milhares de torcedores
no aeroporto em Tóquio e centenas de fãs na porta do Royal Park Hotel, em
Yokohama. A delegação veio completa, com todo os jogadores disponíveis, staff
técnico e dirigentes. O presidente Florentino Pérez também marca presença.
Durante a semana passada, ele chegou a visitar os jogadores no hotel. Há todo
um relacionamento com patrocinadores, que puderam acompanhar algumas atividades
do time espanhol.
O mercado asiático é visto com muito carinho
pelos gigantes
europeus, com o Real Madrid não é diferente. É comum alguns clubes
optarem por
amistosos e pré-temporada na Ásia, principalmente na China. Campeão do
mundo em Yokohama em 2015, o Barcelona fechou recentemente com uma
empresa japonesa, que pagará € 55 milhões (R$ 177 milhões) por temporada
até junho de 2021. Para o ex-diretor
de marketing do Barcelona e fundador da consultoria Prime Time Sport,
Esteve
Calzada, o Mundial de Clubes no Japão é um prato cheio para os
galácticos
alavancarem ainda mais suas receitas e número de fãs.
- O mercado asiático
é, com certeza, muito importante. Muitos patrocinadores do Real Madrid e de
clubes da Premier League vêm de lá, graças a globalização, a distribuição dos
direitos de televisão e etc... Sim, com certeza estão explorando bem, através
de merchandising, de patrocínios. Todas estas equipes têm escritórios na Ásia.
O Barça tem em Hong Kong, o Chelsea tem em Cingapura, o Manchester City também.
São muito agressivos neste sentido - afirmou Esteve Calzada em entrevista ao GloboEsporte.com.
Danilo e Marcelo no desembarque do Real
Madrid para o Mundial de Clubes da Fifa,
no Japão (Foto: Efe)
Esteve Calzada ainda rechaçou a ideia de que os clubes
europeus não gostam de disputar o Mundial de Clubes da Fifa. Ele afirma que o
problema é o calendário apertado, pois a competição sempre é disputada no meio
da temporada do Velho Continente, com grandes viagens, o que acaba aumentando o
desgaste das equipes.
+ Novato como técnico, Zidane elogia elenco do Real: "Tudo fica mais fácil"+ Danilo retorna ao Japão e espera "desfecho diferente" no Mundial
Apesar do grande número de seguidores no Japão, e pela febre
que se tornou os nomes Real Madrid e Cristiano Ronaldo durante a passagem do
time pelo país, Esteve Calzada alerta que o mercado japonês para os gigantes
europeus ainda tem muito espaço para se desenvolver:
Alunos da escolinha do Real comparecem no treino da equipe em Yokohama (Foto: Rodrigo Cerqueira)
- O mercado japonês sempre foi um mercado complexo para se
explorar por parte dos clubes europeus. Por vários motivos. Primeiro, porque o
patrocínio está ligado a jogadores com perfil global, como foi o United com
Beckham, o Real Madrid com Ronaldo, ou o Barça com Messi. Ou ter em seu elenco
um jogador japonês. É uma complicação porque há poucos patrocínios nacionais
específicos do Japão. Depois, também, na questão de amistosos, no qual os times
europeus jogam pouco no país, é porque a J-League adota uma posição
protecionista. E justo quando os europeus podem jogar no Japão, está em plena
competição da J-League. E a Federação não dá permissão para tal.
+ Na decisão do Mundial, brasileiros do Kashima dizem que "ficha não caiu"
Para se ter uma ideia do tamanho da importância dos acordos
comerciais que podem ser alavancados com a passagem pela Ásia, a maior receita
do Real Madrid é proveniente da área comercial, na qual o clube arrecadou em
2015/16 € 247,3 milhões (R$ 876 milhões). Em seguida vêm os direitos de televisão, que deixam o
cofre com mais € 199, 9 milhões (R$ 708 milhões). E a terceira maior fonte de receitas acontece
nos dias de jogos. Com ingressos e tudo o que o fã gasta para ver Cristiano
Ronaldo & Cia, o Real arrecada € 129,8 milhões (R$ 460 milhões).
Se fora de campo há toda uma preocupação com receitas,
crescimento e desenvolvimento econômico, dentro de campo a equipe parece ter
entendido o recado de que não veio ao Japão para passear e fazer turismo.
Jogadores e o técnico Zidane tratam o Mundial de Clubes com muito respeito e
afirmam que chegaram até a final para vencer. Zizou também aproveita para pedir
respeito ao Kashima, adversário deste domingo.
Real Madrid x Kashima Antlers
Local: Estádio Internacional de Yokohama, em Yokohama (JAP).
Data e horário: 18/12/2016, às 8h30 (horário de Brasília).
Real Madrid:
Navas, Carvajal, Varane, Sergio Ramos e Marcelo; Casemiro, Modric
e Kroos; Lucas Vázquez, Cristiano Ronaldo e Benzema
Kashima Antlers:
Sogahata, Shoji, Shoma, Shibasaki e Nakamura; Shuto, Akasaki,
Daigo e Ueda; Endo e Ogasawara
Arbitragem:
Janny Sikazwe (ZAM), auxiliado por Marwa Range (QUE) e Jerson dos
Santos (ARG).
Transmissão:
SporTV e GloboEsporte.com, que acompanhará o jogo ao vivo e em
Tempo Real.
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