Nada
melhor do que inaugurar uma série chamada "Fama e Paixão", novo produto
do GloboEsporte.com, com uma história de amor. Sophie Charlotte é
alemã, mas viveu a maior parte do tempo no Brasil. A atriz, que brilha
na TV Globo como a Alice, da novela "Babilônia", e fez sucesso recente
como a Duda, de "O rebu", nunca tinha se interessado por futebol. Dizia
torcer pelo Flamengo por causa da família, especialmente do pai. Até
começar a namorar o ator Daniel de Oliveira, com quem tem um
relacionamento de um ano e meio. Torcedor fanático do Galo, Daniel
despertou em Sophie a paixão tão comum à Massa atleticana.
-
Quando eu vi o Daniel torcendo muito pelo Galo eu fiquei curiosa. O mais
legal de paixões assim é o poder de compartilhar, né? Essa união de
torcer junto por alguma coisa. Aí eu assisti a um jogo, assisti a
outro... - diz a atriz, que neste sábado vai gravar cenas para
"Babilônia" e não poderá estar no Maracanã para o confronto entre seu
time e o Rubro-Negro, mas garante.
- Vai dar Galo!
E
não é que o estalo de Sophie aconteceu após uma previsão sua? Foi no
dia da partida contra justamente o Flamengo, pelas semifinais da Copa do
Brasil de 2014. A exemplo do confronto contra o Corinthians, pelas
quartas, o Galo perdeu o primeiro jogo por 2 a 0 e chegou a estar em
desvantagem por 1 a 0 no segundo. Era preciso vencer por uma diferença
de três gols. Contra o Timão, deu tudo certo: 4 a 1. E quando falava ao
telefone com Daniel em meio a uma filmagem, Sophie acreditou na virada,
que também aconteceu, pelo mesmo placar.
- Acho que foi
quando entendi que estava realmente torcendo para o
Galo. O que é essa emoção de você torcer muito. Antes, só Seleção. O que
me puxava era Seleção - afirmou Sophie, que já foi ao Independência
torcer para o time, cantando "Maria, eu sei que você treme", numa alusão
ao rival Cruzeiro. Tudo no bom humor e na paz, especialmente torcendo
por Victor e Luan, seus preferidos (Tardelli não foi esquecido). Veja
abaixo como anda a bela atriz como torcedora.
Essa paixão pelo Galo... como começou?
-
Essa paixão pelo Galo começou por causa do Daniel (Daniel de Oliveira,
ator, namorado da atriz). O mais legal de paixões assim é o poder de
compartilhar, né? Essa união de torcer junto por alguma coisa. Quando eu
vi o Daniel torcendo muito pelo Galo eu fiquei curiosa. Aí eu assisti a
um jogo, assisti a outro, eu estava viajando, e ele já tentando fazer a
minha cabeça ali...
Sophie Charlotte começou a torcer pelo Galo influenciada pelo namorado, Daniel de Oliveira (Foto: André Durão)
E quando teve início?
- Foi no ano passado, quando a gente começou a namorar, a gente está junto há um ano e meio...
Você torcia por qual time?
-
Eu não tinha muito time. Eu torcia para o do meu pai quando tinha jogo,
que é Flamengo. Da grande parte da minha família. Quando tinha jogo do
time do Fluminense, que é o do meu padrinho, contra um de fora, eu
torcia para o Fluminense. Eu não tinha muito o meu time. Eu falava até
"sou Flamengo", porque meu pai é, mas eu não acompanhava, nunca
acompanhei. Aí com o Daniel eu estou acompanhando muito e falando muito
do Galo. Um dia estou eu em Petrolina, filmando um longa, e estava
rolando um jogo do Flamengo contra o Galo, e o Daniel estava falando
comigo triste. Estava 1 a 0 o jogo para o Flamengo. E tinha acontecido o
jogo contra o Corinthians antes, que o Galo virou, estava 1 a 0, foi 4 a
1 para o Galo e o Galo foi. E no jogo seguinte estava 1 a 0 para o
Flamengo, de novo. Aí do telefone, lá de Petrolina, eu falei: "Amor, não
fica triste, fica tranquilo, porque o Galo vai fazer quatro gols. Vai
fazer." Nisso eu desço, era o último dia de filmagens, todo mundo se
preparando para uma festa. A TV estava ligada. Nisso, primeiro gol do
Galo. Aí eu não acreditei. Aí eu comecei a torcer, mas ainda quietinha.
No segundo gol, eu comecei a torcer muito. No terceiro, eu já estava
louca falando "não, não é possível que isso realmente vai acontecer",
gritando "eu acredito". Aí no quarto... Nossa Senhora, no finalzinho.
Foi muito louco, foi o máximo aquilo.
Pode-se dizer que foi o primeiro...
-
É. Acho que foi quando entendi que estava realmente torcendo para o
Galo. O que é essa emoção de você torcer muito. Antes, só Seleção. O que
me puxava era Seleção.
Na sua infância na Alemanha nunca se interessou por futebol? Nunca teve um time lá?
-
Não. Meu irmão até um pouco, mas eu não. Mas não sei para qual time ele
torce. Ele assiste a alguns jogos de vez em quando. Mas não sei... Não
sei se é o Bayern, não sei... (risadas)
Aí depois do jogo contra o Flamengo passou a acompanhar mais?
- Aí o Daniel me chamou para ir lá no Mineirão, eu vi um jogo... Independência também
Aliás, Mineirão ou Independência, qual estádio prefere?
-
Independência é mais família, né? Foi quando eu vi o jogo do Galo
contra o Cruzeiro e a gente cantou todas aquelas músicas... "Maria, eu
sei que você treme..." Foi o máximo, foi muito divertido. Eu acho que o
mais legal de torcer por um clube de Minas é que são essas duas
potências. Tem também o América, mas essas duas é que a rivalidade é
mais acirrada. É muito mais divertido. No Rio já é mais dividido, quatro
times, meio que todos contra o Flamengo, tem uma sensação meio
esquisita. Torcendo em Minas pelo Atlético você tem essa dualidade.
Então, meio que todo mundo se identifica já. "Você é o quê?" "Eu sou
cruzeirense." "Ah, eu sou atleticano."
E a música de torcida favorita?
- Ah, é essa... E o "Eu acredito". Mas a da Maria é muito engraçada.
Se fosse escolher um jogo inesquecível como torcedora do Galo, qual seria?
-
É esse jogo contra o Flamengo. Foi quando eu entendi que estava
torcendo mesmo, que era isso aí, que eu era Galo. Aí o Daniel me levou, a
gente assistiu ao jogo, ganhei camiseta. Aí toda vez que tem um jogo
eu acompanho ou pelo menos eu fico atenta aos resultados.
Jogo
contra o Flamengo, pela Copa do Brasil
em 2015, despertou a paixão pelo
Galo em
Sophie Charlotte:
"Foi quando eu entendi que estava torcendo
mesmo"
(Foto: André Durão)
Lembra a quantos jogos já foi?
- Eu assisti no Independência a só um jogo, contra o Cruzeiro, pela Copa do Brasil.
E no Mineirão?
- No Mineirão eu não fui a jogos do Galo ainda, eu fui ver os jogos da Seleção. E fui no fatídico 7 a 1 para a Alemanha.
E você é alemã, né? Torceu para quem?
-
Eu estava com a camisa da Seleção, torcendo pela Seleção. Agora, depois
do quarto gol eu vou admitir que estava torcendo para a Alemanha. Ah,
peraí, depois do quarto, quinto... Foi tudo muito rápido. Foi muito mais
uma experiência sociológica do que assistir a um jogo de futebol.
Exatamente. Foi tudo muito rápido, as pessoas em volta começaram a se
assustar, e muitos torcedores começaram a ficar agressivos. Isso é uma
coisa que tem que ser o limite, sabe, da torcida... As pessoas têm que
ficar atentas. Porque mexe com a emoção. Eu até compreendo que quando
você está muito envolvido numa torcida, numa coisa eletrizante como um
jogo de futebol, você está naquele ganha, perde. Mas não pode perder o
controle. Então eu senti assim uma adrenalina subindo das pessoas. Não
necessariamente de briga física, mas uma adrenalina que não era boa. Uma
energia... Agora, o torcedor tem que ser responsável, entender que
aquilo é um esporte. Que um dia você está ganhando, outro dia você está
perdendo. Às vezes você está ganhando bem, às vezes você está perdendo
mal. Isso acontece. Então nesse jogo, realmente... Era uma seleção que
estava jogando junto há três Copas do Mundo. O time estava mais do que
entrosado. Nesse jogo foi claro, ficou evidente pra mim que não tinha o
que fazer. E graças a Deus a gente pegou a Alemanha. Imagina pegar a
final contra a Argentina, um time que estava muito mais preparado, e
perde dentro do Maracanã! Aí, sim, a autoestima do brasileiro ia para o
pé.
Mas 7 a 1 foi chato...
- Mas sendo a Alemanha... Tudo certo. Tô em casa (risadas).
E um gol do Galo que achou bonito, mais marcante?
-
Gol é gol. O Daniel me ensinou isso: gol é gol! Está lá dentro, então
está certo. Tem até gol de placa. Mas está lá dentro, valeu.
Um ídolo?
- O Victor, goleiro. O Luan talismã e o Tardelli. São os três que eu gosto.
Qual jogador já te irritou num jogo?
-
Ah, não sei... Eu assistindo acho tudo muito fácil. "Não é possível,
como é que você fez esse passe, não fez aquele." Com certeza, na hora do
jogo tem mil questões. Deve ser muito difícil jogar futebol. Não sei
nem se eu tenho habilidade.
Nunca tentou?
-
Não. Só assim, uma peladinha... Mas de campo... Não sei, não dá para
dizer. Mas na hora da emoção, rola um xingamento: "Tira esse daí..." No
último jogo (contra o Inter), os gandulas... Foi uma coisa muito
estranha. Os gandulas não chegavam com a bola. Foi dando um desespero.
Ou então quando o juiz dá minutos demais... Nesse caso dos gandulas foi
uma coisa meio atípica mesmo. Como assim? Estava meio estranho ali. Com
relação ao juiz, é muito difícil você não se incomodar se ele apita
alguma coisa contra o seu time. Esquece de marcar um pênalti, né? Anulou
um gol... No fim eu já estava "meu filho, como é que vai ser, é isso
mesmo"? Mas é cada jogo. Também não é uma coisa que eu fico "Ai, meu
Deus". É uma paixão nova para mim. Eu estou achando o máximo por isso,
porque é uma novidade. O que é normal para muita gente há muitos anos é
novo para mim.
Uma derrota para esquecer, que a deixou mais chateada?
-
Esse jogo do Internacional achei triste porque, primeiro, foi um jogo
bonito de se ver. Um jogo que parecia uma final de campeonato, mas não
foi. Então não tem aquela coisa de ter dito que chegou na final e
encontrou um time incrível, e quem foi melhor que venceu. Então dá uma
pena de não ter acompanhado até o fim do campeonato. E teve bola na
trave, pênalti que não foi marcado.
E a jogada que mais te irritou?
-
Aquele passe do Dátolo (que resultou no gol de Lisandro López). Mas eu
sinto pena. A Massa deve estar irritada com ele. Poxa, um jogador que
estava lá tentando fazer o seu melhor. E é jogo, é um esporte, não pode
levar tão a sério e a fogo. Foi um passe, coitado. Até agora ele deve
estar tendo pesadelo com esse passe.
Fã em estádio já te atrapalhou em algum jogo? Algum lance, na hora de um gol...
-
Não. Na verdade, o mais engraçado é exatamente o oposto disso. Você
pensa que vai chegar numa massa e pode ser muito abordado. As pessoas
têm essa impressão: "Ah, uma pessoa quando chega conhecida numa massa
vira uma loucura." E na verdade, não. Quando você vai para um carnaval
as pessoas estão querendo curtir o carnaval, e quando as pessoas vão
para um estádio estão querendo ver o jogo. Então você está ali é
bacana... No intervalo as pessoas vão querer tirar foto com você, mas
no jogo vão perder um lance? Não. É bem tranquilo nesse sentido. É mais
um mito que fica na cabeça dessas pessoas.Mas pode fazer tudo na vida,
eu acho.
Sophie Charlotte: "O mais legal de torcer por
um clube de Minas é que são duas potências"
(Foto: André Durão)
Vendo pela TV com o Daniel, houve algum fato engraçado, curioso?
-
Ah, sempre tem. É como se a gente se alternasse nas temperaturas. Tem
momentos em que eu estou mais e ele está me contendo tipo "calma, vai
dar tudo certo". E quando ele se exalta um pouco mais sou eu que fico
"calma, fica tranquilo". A gente vai administrando a emoção do outro.
Senão é capaz de dar um treco no coração. Futebol mexe muito. A
adrenalina vai lá em cima. Nunca vi.
Acha que está entendendo mais de futebol? Já sabe o que é impedimento?
-
Eu acho que sim. Não tenho certeza. Eu sei o conceito. Mas na hora do
lance eu fico confusa. "Foi impedimento, Daniel?" Eu logo pergunto.
O que aprendeu mais rápido quando passou a ver mais futebol?
-
Esquema tático e as posições dos jogadores. Zagueiro era mais fácil de
entender. Mas lateral e meio de campo... Qual era a diferença. O volante
para o armador. Porque eu falava assim: "Corre, vai pra frente, só
corre! Vai!" Ainda fica aquela coisa. Quando o jogador está com raça não
tem isso não. Ele vai até alguém pará-lo.
E o jogador mais raçudo?
-
Ah, eu acho isso o máximo. O Tardelli, que deixou saudades, e o Luan. O
Luan, cara, quando ele dispara, ele vai. Corre muito. Acho o máximo.
Prefere defensores ou atacantes?
- Ah, atacantes. Gosto de ver quando a bola está na área do outro time.
Mas seu maior ídolo é um goleiro, o Victor...
-
Pois é. Porque ele faz milagre, né? É um grande ídolo do Galo. Os meus
enteados também adoram o Victor, acho que ficou um pouco na minha
cabeça.
Tem algum jogo dos sonhos que gostaria de ver e não viu? Uma final dos sonhos...
-
Olha, o Daniel fala muito da final da Libertadores. Ele estava lá. A
gente não estava junto ainda, e ele chegou a beijar a taça. Ele é um
grande torcedor do Galo. Tenta converter todo mundo a virar Galo. E aí é
muito louco porque um atleticano desses estava lá na final e consegue
beijar a taça. Ele desce, e aí quando a taça deu uma volta, ele beijou.
Então ele fala desse jogo com muito entusiasmo. Acho que foi o jogo que
eu queria ter visto.
FONTE:
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