BOTAFOGO
Após derrota para o Palmeiras, técnico do Bota admite que já previa reta final difícil
do Campeonato Brasileiro e ressalta comprometimento da equipe: "Fazer o máximo"
Por Thiago Lima
São Paulo
Apesar da derrota por 1 a 0 para o Palmeiras
(veja os melhores momentos no vídeo clicando no LINK daFONTE no final da matéria abaixo),
na tarde deste domingo, o Botafogo permaneceu na zona de classificação à
Libertadores de 2017, agora na sexta colocação, com 55 pontos. Disputar
a competição internacional ano que vem, porém, ainda não é algo
confirmado para o Alvinegro. O técnico Jair Ventura disse, após o revés,
que em nenhum momento prometeu a Libertadores, mas garantiu empenho de
seus jogadores até o fim.
- A gente já previa essa situação de
dificuldade no término do campeonato. As partidas vão ficando com ar de
decisão. Em nenhum momento prometi a Libertadores. Nós tivemos um
momento, que é difícil manter. Mas enquanto nós tivermos chances, o
Botafogo vai lutar e vai fazer o máximo para levar o time mais alto
possível na tabela. Não sei se vamos conseguir, mas vamos lutar. Isso
todo mundo pode ter certeza - disse Jair.
+ Confira a tabela do Campeonato Brasileiro
Nas
duas últimas rodadas, o Botafogo enfrenta a Ponte Preta, no
Luso-Brasileiro, e o Grêmio na Arena do Grêmio. O adversário de Porto
Alegre também disputa uma vaga na Libertadores do ano que vem. A partida
contra a Macaca acontece no sábado (26), às 20h (de Brasília).
Reações de Jair Ventura durante a derrota
para o Palmeiras (Foto: Marcos Ribolli)
Confira outros tópicos da entrevista coletiva de Jair:Gosto amargo se não se classificar para a Libertadores? -
Não porque em nenhum momento eu falei em Libertadores. Iria ficar um
gosto amargo se a gente fosse rebaixado. Assumi o time na zona de
rebaixamento, se fosse rebaixado iria ficar um gosto amargo. Meu
primeiro objetivo era fazer os 46 pontos e nunca falei nada de diferente
para vocês. Não vai ficar amargo porque não era o nosso objetivo, que é
levar o mais alto. Agora preocupa a situação de estar há quatro jogos
sem fazer gols, sem vencer, a gente sabe da força da nossa equipe.
Jogo com o Palmeiras-
O Palmeiras é uma grande equipe, não é à toa que é líder do campeonato.
Sabia da dificuldade e dentro da nossa estratégia criamos bastante.
Para quem viu foi um jogo bom, aberto. Venceu quem foi mais eficiente.
Parabéns para o Palmeiras, para o Cuca, e vamos pensar na Ponte. E
também foram quatro desfalques hoje, temos mais quatro para a próxima
partida.
Desfalques contra o Palmeiras-
Não uso como desculpa, mas a gente ter que se reinventar, se
reinventar, se reinventar sempre tem um preço. A equipe do Palmeiras
toda poderosa veio completa. É difícil, mas enquanto tiver uma chance a
gente vai tentar. Torcida e quem torce pela nossa permanência pode ficar
tranquilo que não vai ser por falta de vontade, competitividade,
entrega, luta, garra, disciplina... Isso nossa equipe tem bastante.
Vamos lutar até o último minuto contra o jogo do Grêmio.
Irritação dos jogadores com firula do Palmeiras-
Nada demais. Jogo disputado, contra o líder, jogo também que para a
gente vale bastante. Acontece, coisa de jogo, já passou. Foi a primeira
expulsão do Botafogo em todo o campeonato, éramos o time mais
disciplinado, mas uma hora acontece. São meninos, vamos conversar com
eles depois com calma. Mas não achei nada de agressão, nada nesse termo
de maldade que não é do perfil dos meus atletas.
Sassá no banco de novo-
Também (questão física). Já falei aqui, o único que tem lugar cativo no
Botafogo é o presidente e a torcida. Tivemos uma estratégia de jogar um
pouco mais atrás para ter um pouco mais de velocidade, então optamos
pelo Neilton e pelo Pimpão. Estratégia de jogo.
Gol do Palmeiras-
É difícil marcar o 9 da seleção brasileira e o Dudu, que no início do
ano todos os times do Brasil queriam. É qualidade, ela vai falar sempre
mais alto. A gente tenta minimizar, está bloqueando, mas quando você tem
Gabriel Jesus e Dudu em um lance é muito difícil de marcar. Mérito
deles.
Queda de rendimento?- Achei o
segundo tempo até melhor. Tivemos oportunidades no segundo tempo com
Neilton, Pimpão, Sassá, mas não fomos eficientes. É chato você chegar na
coletiva e ter que falar que cria, cria e não foi eficiente. Mas não
vou falar que não jogamos bem porque não é verdade. Palmeiras foi
eficiente e saiu com o placar mínimo de 1 a 0.
Falta trabalhar mais o ataque? -
A gente trabalha, tanto que se cria. A preocupação do treinador é
quando não se cria. Tivemos 16 chances de gol, faltou um pouquinho mais
de tranquilidade. O Pimpão no primeiro tempo teve uma situação cara a
cara ali com o goleiro. Mas aqui não vamos botar o peso da derrota no
jogador que perde o gol e nem naquele que de repente em um erro
individual sofre o gol. Aqui é um grupo, esporte coletivo, a gente vai
junto até o final.
Psicológico está pesando?-
Não vejo a parte psicológica, vejo mais a parte de equilíbrio da
competição. Esse ar de final de todo jogo, estádio lotado, é complicado
para o jogar. A gente teve o lance do Pimpão contra o Flamengo também,
era final do jogo, se de repente estivesse descansado... Eu tenho minha
parcela de culpa também.
Qual é o tamanho da confiança faltando duas rodadas? -
A gente vai jogo a jogo, fazendo o nosso máximo, como fizemos para
fugir do rebaixamento. Agora é esperar, fazer o máximo e ver no final do
ano o que acontece. É diferente você querer do "ter que", o nosso
objetivo era livrar do rebaixamento. Lógico, quando tem o gostinho fica
aquela coisa, mas não pode achar que o mundo está acabado. Quem falava
que o Botafogo iria ficar entre os 10 primeiros no início da competição?
Então não pode jogar esse peso em cima dos meninos, em cima do
Botafogo. O Botafogo estava na Série B ano passado, gente.
Melhora gradativa-
Você constrói uma situação boa gradativamente, não é da noite para o
dia. Todos que subiram com a gente da Série B já foram rebaixados, e o
Vitória está brigando. Então vamos com calma. O Botafogo é uma grande
equipe, um grande escudo, mas tem que ter calma. Nosso presidente pegou o
clube afundado, com oito meses de salário atrasado. E o trabalho dele
tem sido maravilhoso, está nos ajudando, a gente vai querer coroar
levando o Botafogo ao máximo, mas não temos obrigação. Se você faz
investimento, entra em um ano para brigar por Libertadores e não entra,
aí é frustrante. Não é o nosso caso, o nosso caso é pé no chão, jogo a
jogo. Quando assumi estava em 17º, o torcedor não pode ficar triste com a
situação que está hoje. Vamos com calma.
Alemão e a estratégia-
Atrapalha demais. Você monta uma estratégia, já perdeu o Luis Ricardo e
agora perde o Alemão? Aí perco o Emerson e o Carli. É complicado, cara.
Tema força do elenco, mas uma hora vai pesando. Tem os meninos, o
Fernandes há muito tempo sem jogar, sentiu um pouco o ritmo do jogo ali,
tomou cartão, e acabei tendo que tirá-lo.Mas faz parte, a gente tem que
arrumar uma estratégia a cada jogo, se reinventando a cada jogo por
conta das lesões e cartões. A gente queria que estivessem todo mundo em
plenas condições, mas final do ano paga esse preço. Mas vamos lá, ainda
tem dois jogos.
Alemão preocupa?- Preocupa, tornozelo inchado, mais um desfalque. Complicado, mas vamos lá. Nunca me falaram que iria ser fácil.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2016/11/jair-diz-que-nao-promete-permanecer-no-g-6-mas-garante-vamos-lutar.html