Seleção suporta a pressão da torcida canadense e vence com autoridade: 86 a 71.
Do
início ao fim, a seleção brasileira dominou o Canadá. Jogou com
autoridade, sem sentir a pressão de enfrentar os anfitriões e uma
torcida barulhenta no ginásio de Ryerson, em Toronto. A vitória por 86 a
71, neste sábado, coroou uma campanha praticamente impecável nestes
Jogos Pan-Americanos. O Brasil venceu os cinco jogos. Teve em Vitor
Benite o cestinha da competição com 18,2 pontos de média. A medalha de
ouro - a quarta nas últimas cinco edições do Pan - significa também a
primeira conquista do técnico Rubén Magnano no comando da seleção.
Anthony Bennett foi o cestinha da partida com 18 pontos. Pelo Brasil, Augusto Lima, Larry Taylor e Rafael Hettsheimeir fizeram 13 pontos cada. Mais cedo, os Estados Unidos venceram a República Dominicana por 87 a 82 e ficaram com o bronze. Confira o quadro de medalhas do Pan de Toronto.
- É um passo importante para o basquete brasileiro. Hoje a seleção ganhou um título. Mas pelo o que mostrou na última olimpíada e no mundial já vinha deixando uma imagem importante para o basquete. De um jogo sólido, coletivo. Estou muito feliz com o que a seleção vem fazendo. Saímos do Brasil com o sonho de ganhar uma medalha - disse o técnico Rubén Magnano.
No
último Pan, em Guadalajara, o Brasil havia ficado em quinto
lugar. Mesmo com uma seleção sem grandes estrelas, Ruben Magnano
conseguiu reunir um grupo competitivo, que entendeu a filosofia do
treinador de muita marcação e um jogo coletivo. Passeou pelos
adversários e só teve dificuldade na semifinal contra a República
Dominicana. O título foi o primeiro também do basquete brasileiro após a
criação do NBB. Dez jogadores disputam o torneio. E três passaram
também pela Liga de Desenvolvimento, criada para ajudar na revelação de
jovens talentos.
- Esta conquista representa muito para a gente. Não apenas pelo ouro, mas pela maneira que jogamos, a imagem que deixamos para todos. Ninguém se importou com o ego e jogou em conjunto. Esta conquista significa muito - disse Vitor Benite, que atua pelo Flamengo.
O Brasil disputou os Jogos Pan-Americanos com uma espécie de time B. As estrelas do país que jogam na NBA como Anderson Varejão, Tiago Splitter, Nenê e Leandrinho não viajaram para o Canadá. Outros nomes importantes também se ausentaram como Marquinhos, Marcelinho Huertas e Alex. Além disso, jovens talentos como Bruno Caboclo, Lucas Bebê e Raulzinho não foram convocados já que estão disputando a Summer League em busca de mais espaço na NBA. O Canadá disputou o Pan sem sua maior estrela, Andrew Wiggins, primeira escolha do draft de 2014 e eleito o calouro do ano da última temporada da NBA com o Minnesota Timberwolves. E também tinha outros desfalques como Tristan Thompson (Cavaliers), Oljnik (Celtics) e Corey Joseph (ex-Spurs).
O próximo compromisso da seleção brasileira agora será a Copa América, que vai classificar para as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. A competição será disputada na Cidade México, a partir de 31 de agosto. Caso a Federação Internacional de Basquete (Fiba) não confirme a vaga direta para o Brasil na reunião do dia 7 de agosto, em Tóquio (JAP), a seleção vai precisar ficar em primeiro ou segundo do torneio para se classificar.
O JOGO
A
partida começou muito equilibrada. O Canadá apostava no jogo dentro do
garrafão explorando Anthony Bennett, draft número 1 da NBA em 2013 pelo
Cleveland Cavaliers. Nos primeiros minutos, ele marcou seis pontos. O
time de Magnano seguia apostando das bolas de três pontos. Quando Rafael
Hettsheimeir fez a terceira, o Brasil conseguiu abrir: 16 a 11. Bennett
fez a segunda fora e precisou ir para o banco. O grandalhão Sim
Bhullar, de 2,26m de altura, entrou. Mas todo desengonçado, o jogador do
Sacramento Kings não incomodou. Foi quando a seleção deslanchou no
placar. Com uma marcação forte em Andrew Nicholson, ala-pivô do Orlando
Magic, o Canadá estacionou no placar. E o Brasil fazia uma cesta atrás
da outra. No fim do primeiro quarto, a vantagem era enorme: 26 a 13.
Veio o segundo quarto e o Brasil seguia dominante em quadra. Enquanto o Canadá tinha um ataque previsível, a seleção conseguia variar com sucesso as opções ofensiva. Dez jogadores brasileiros pontuaram ao longo do primeiro tempo. Era difícil prever de onde viria o arremesso. Se a marcação apertava em cima de Benite, até então cestinha do Pan com média de 20,5 pontos nas quatro primeiras partidas, Rafael Hettsheimeir (13 pontos no primeiro tempo) aparecia como opção. Ou Augusto Lima fazia bem o papel de pivô. E o Brasil conseguiu aumentar ainda mais a vantagem. No intervalo, a seleção vencia por 48 a 29.
Após
o intervalo, o Brasil já meteu uma cesta de três pontos no primeiro
ataque. Era o sinal de que a seleção seguiria com a partida na mão.
Irritado com a forte marcação brasileira, Andrew Nicholson, cestinha
canadense em quadra, perdeu a cabeça e fez falta de ataque em cima de
Hettsheimeir. Reclamou e ainda levou a falta técnica. Em seguida,
Augusto Lima enterrou na cara de Anthony Bennett. O banco brasileiro se
levantou inteiro para comemorar. Até Ruben Magnano entrou em quadra
pulando para cumprimentar o pivô. O Brasil chegou a ter 25 pontos de
frente. Mas nos minutos finais do terceiro quarto, o Canadá passou a
reagir. Uma ponte aérea de Heslip para Bennett levantou o torcedor.
Vieram os gritos de "defesa", "defesa". Os canadenses passaram a marcar
sob pressão. E diminuíram o placar: 67 a 54.
O Brasil começou o último quarto sob pressão apesar dos 13 pontos de vantagem. A torcida canadense tentava empurrar o time, que já não tinha em quadra Andrew Nicholson eliminado com cinco faltas. A seleção também perdeu JP Batista. E tinha Rafael Hettsheimeir pendurado com quatro faltas. Com duas bolas de três de Jamal Murray e de uma cesta seguida de falta de Dillon Brooks, o Canadá voltou para a partida faltando ainda sete minutos no relógio: 69 a 63.
O jogo ficou mais pegado e físico, com muitas faltas. Benite, que tinha nove pontos e sete assistências, fez a quinta falta e também foi eliminado. A partir daí, a técnica ficou em segundo plano e o Brasil foi na raça. Lutando por todas as bolas, a seleção foi conseguindo esfriar a reação canadense. E voltou a dominar a partida. No fim, 86 a 71 para o Brasil. E mais uma medalha de ouro na parede.
FICHA TÉCNICA
BRASIL
Rafael Luz (5); Léo Meindl (8); Vitor Benite (9); Rafael Hettsheimeir (13) e Augusto Lima (13)
Entraram: Rafael Souza (7); Larry Taylor (13); JP Batista (4); Ricardo Fischer (4); Olivinha (10); Marcus Toledo (0).
Técnico: Ruben Magnano
CANADÁ
Junior Cadougan (0); Carl English (3); Aaron Doornekamp (2); Andrew Nicholson (11) e Anthony Bennett (18)
Entraram: Jamal Murray (12); Melvin Elim (11); Dillon Brooks (11); Brady Heslip (3); Daniel Mullings (1); Kyle Wiltjer (0); Sim Bhullar (0)
Técnico: Jay Triano
A CAMPANHA DO BRASIL
21/07 - Brasil 92 x 59 Porto Rico
22/07 - Brasil 79 x 64 Venezuela
23/07 - Brasil 93 x 83 Estados Unidos
24/07 - Brasil 68 x 62 República Dominicana
25/07 - Brasil 86 x 71 Canadá
FONTE:
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Anthony Bennett foi o cestinha da partida com 18 pontos. Pelo Brasil, Augusto Lima, Larry Taylor e Rafael Hettsheimeir fizeram 13 pontos cada. Mais cedo, os Estados Unidos venceram a República Dominicana por 87 a 82 e ficaram com o bronze. Confira o quadro de medalhas do Pan de Toronto.
- É um passo importante para o basquete brasileiro. Hoje a seleção ganhou um título. Mas pelo o que mostrou na última olimpíada e no mundial já vinha deixando uma imagem importante para o basquete. De um jogo sólido, coletivo. Estou muito feliz com o que a seleção vem fazendo. Saímos do Brasil com o sonho de ganhar uma medalha - disse o técnico Rubén Magnano.
Jogadores brasileiros vibram após a decisão:
primeiro título da Era Magnano (Foto:
Gaspar Nobrega/inovafoto)
- Esta conquista representa muito para a gente. Não apenas pelo ouro, mas pela maneira que jogamos, a imagem que deixamos para todos. Ninguém se importou com o ego e jogou em conjunto. Esta conquista significa muito - disse Vitor Benite, que atua pelo Flamengo.
O Brasil disputou os Jogos Pan-Americanos com uma espécie de time B. As estrelas do país que jogam na NBA como Anderson Varejão, Tiago Splitter, Nenê e Leandrinho não viajaram para o Canadá. Outros nomes importantes também se ausentaram como Marquinhos, Marcelinho Huertas e Alex. Além disso, jovens talentos como Bruno Caboclo, Lucas Bebê e Raulzinho não foram convocados já que estão disputando a Summer League em busca de mais espaço na NBA. O Canadá disputou o Pan sem sua maior estrela, Andrew Wiggins, primeira escolha do draft de 2014 e eleito o calouro do ano da última temporada da NBA com o Minnesota Timberwolves. E também tinha outros desfalques como Tristan Thompson (Cavaliers), Oljnik (Celtics) e Corey Joseph (ex-Spurs).
O próximo compromisso da seleção brasileira agora será a Copa América, que vai classificar para as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. A competição será disputada na Cidade México, a partir de 31 de agosto. Caso a Federação Internacional de Basquete (Fiba) não confirme a vaga direta para o Brasil na reunião do dia 7 de agosto, em Tóquio (JAP), a seleção vai precisar ficar em primeiro ou segundo do torneio para se classificar.
O JOGO
Rafael Hettsheimer foi um dos cestinhas brasileiros,
com 13 pontos (Foto: William Lucas/inovafoto)
Veio o segundo quarto e o Brasil seguia dominante em quadra. Enquanto o Canadá tinha um ataque previsível, a seleção conseguia variar com sucesso as opções ofensiva. Dez jogadores brasileiros pontuaram ao longo do primeiro tempo. Era difícil prever de onde viria o arremesso. Se a marcação apertava em cima de Benite, até então cestinha do Pan com média de 20,5 pontos nas quatro primeiras partidas, Rafael Hettsheimeir (13 pontos no primeiro tempo) aparecia como opção. Ou Augusto Lima fazia bem o papel de pivô. E o Brasil conseguiu aumentar ainda mais a vantagem. No intervalo, a seleção vencia por 48 a 29.
Augusto Lima disputa bola: camisa 6 fez também 13 pontos (Foto: Gaspar Nobrega/inovafoto)
O Brasil começou o último quarto sob pressão apesar dos 13 pontos de vantagem. A torcida canadense tentava empurrar o time, que já não tinha em quadra Andrew Nicholson eliminado com cinco faltas. A seleção também perdeu JP Batista. E tinha Rafael Hettsheimeir pendurado com quatro faltas. Com duas bolas de três de Jamal Murray e de uma cesta seguida de falta de Dillon Brooks, o Canadá voltou para a partida faltando ainda sete minutos no relógio: 69 a 63.
O jogo ficou mais pegado e físico, com muitas faltas. Benite, que tinha nove pontos e sete assistências, fez a quinta falta e também foi eliminado. A partir daí, a técnica ficou em segundo plano e o Brasil foi na raça. Lutando por todas as bolas, a seleção foi conseguindo esfriar a reação canadense. E voltou a dominar a partida. No fim, 86 a 71 para o Brasil. E mais uma medalha de ouro na parede.
FICHA TÉCNICA
BRASIL
Rafael Luz (5); Léo Meindl (8); Vitor Benite (9); Rafael Hettsheimeir (13) e Augusto Lima (13)
Entraram: Rafael Souza (7); Larry Taylor (13); JP Batista (4); Ricardo Fischer (4); Olivinha (10); Marcus Toledo (0).
Técnico: Ruben Magnano
CANADÁ
Junior Cadougan (0); Carl English (3); Aaron Doornekamp (2); Andrew Nicholson (11) e Anthony Bennett (18)
Entraram: Jamal Murray (12); Melvin Elim (11); Dillon Brooks (11); Brady Heslip (3); Daniel Mullings (1); Kyle Wiltjer (0); Sim Bhullar (0)
Técnico: Jay Triano
A CAMPANHA DO BRASIL
21/07 - Brasil 92 x 59 Porto Rico
22/07 - Brasil 79 x 64 Venezuela
23/07 - Brasil 93 x 83 Estados Unidos
24/07 - Brasil 68 x 62 República Dominicana
25/07 - Brasil 86 x 71 Canadá
FONTE:
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