Capixaba convidou Luciano para jogar com ele durante o período de recuperação de Alison de uma cirurgia. Dupla deu liga e chegou a ser campeã em uma etapa
Luciano e Bruno se deram bem juntos temporariamente (Foto: Paulo Frank / CBV)
Na última, disputada em João Pessoa, na Paraíba, os dois caíram na mesma fase que na etapa cearense. Recuperado
e com “fome de bola”, “Mamute” está pronto para voltar. O retorno, aliás, não
será no Circuito Brasileiro, mas no desafio "Melhores do Mundo", entre Brasil e
Estados Unidos, de 26 de fevereiro a 1 de março na Praia de Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, contra fortíssimas
duplas americanas, como Phil Dalhausser, o número 1 do mundo, e seu parceiro
Rosenthal. Apesar de já estar treinando com Alison, Bruno admite que sentirá
saudades da dupla vitoriosa com Luciano.
- Eu não gosto nem de pensar nisso (risos), mas chegou o momento da
despedida. O Lu é um amigaço que eu tenho, quero muito bem. Nossas famílias
frequentam os mesmos lugares. Ele mostrou que é um jogador top, assimilando tudo de modo perfeito. Obviamente não
esperava isso.
Fui pego num momento difícil, pensei em antecipar as férias, mas
ainda bem que ele topou porque eu estava louco para jogar. Tomara que ele dê mais passos para frente – disse.
Bruno e Luciano são amigos de longa data e
moram bem perto (Foto: Paulo Frank/CBV)
Antes
de jogar com Bruno, Luciano estava no Nacional, espécie de segunda
divisão do Circuito Brasileiro de vôlei de praia. Enfim,
teve a chance de jogar o Open, que reúne a elite. E parece
não ter sentido a pressão. De dupla temporária formada às pressas, eles
foram a líderes do
ranking de entradas (somatório dos quatro melhores resultados das
últimas cinco participações da dupla), o que os possibilitou jogar de camisa dourada, uma
novidade da CBV para marcar as melhores duplas, utilizada também por Larissa e
Talita, campeãs das seis primeiras etapas.
- Infelizmente, foi a última etapa nossa. Não tem preço. Fazer duas
finais, ganhar uma etapa do Brasileiro... O seu nome fica na história. Ele me ensinou muitas
coisas. É um cara que pensa na frente, que vai sempre
jogar para ganhar etapa. Tinha o sonho de jogar com ele e concretizei. Abriu
uma porta para que, quem sabe, futuramente, essa parceria possa voltar. Meu
sentimento agora é que ele vá às Olimpíadas, represente o Brasil e um dia eu
possa contar aos meus filhos que joguei com o cara que esteve lá e, quem sabe,
levou uma medalha olímpica – afirmou o
jogador, que ganhou o apelido de “Cristiano Ronaldo” por ser fã do craque
lusitano.
Bruno compara Luciano a Emanuel
(Foto: Divulgação CBV)
(Foto: Divulgação CBV)
Bruno agradeceu os elogios feitos pelo amigo e garantiu que fará de tudo
para estar nas Olimpíadas do Rio de Janeiro para presenteá-lo. Ainda empolgado,
ele não economiza as palavras positivas na hora de falar do parceiro
temporário. Para ele, o jogador é uma espécie de novo Emanuel, alusão ao campeão olímpico
de Atenas 2004, mas com uma vantagem: a altura.
- Se assemelha muito: é
leve, forte, rápido, tem um alcance absurdo. Acho que ele é um Emanuel
evoluído, sem brincadeira, porque tem 1,98m. Agora depende dele. Eu passei um
pouco da minha competitividade e acho que vai ser importante para a carreira do
Lu. Desde que nos juntamos para agora, já vejo outro Luciano – opinou o
sobrinho do jornalista Tadeu, da TV Globo, e da lenda do basquete nacional,
Oscar Schmidt.
Agora, Luciano quer aproveitar a maré positiva da dupla com Bruno. Com
um bons status no ranking masculino do Circuito Brasileiro de vôlei de praia,
ele não pretende sair mais do Open (elite).
Tranquilo, ainda não traça planos
para o futuro. Terá um tempo para descansar e pensar em quem pode convidar para
iniciar uma nova parceria, já que as duas últimas etapas da competição
acontecem no Recife, de 5 a 8 de março e, em seguida, em Salvador, de 26 a 29 do mesmo mês.
- Tinha uns nomes na cabeça, mas fizeram boas etapas e foi por água
abaixo. Acho que a gente tem um tempo bom, então vou esperar. Estou na vitrine.
Esse sucesso, com certeza, abriu muitas portas para mim – concluiu.