Técnico vascaíno
revela que trocas foram feitas pensando na parte física, cita ânimos
exaltados e analisa time com maior volume de jogo na derrota para o
Flamengo
Por Edgard Maciel de SáRio de Janeiro
O
tempo no vestiário antes do início da entrevista já foi maior do que o
normal. E quando o técnico Adilson Batista entrou no auditório do
Maracanã, já dava para notar claramente o semblante de resignação pela
forma como o clássico entre Vasco e Flamengo havia sido decidido. Antes
de começar a falar, o comandante respirou fundo e falou baixinho: "Vamos
lá". Como esperado, ele lamentou a derrota por 2 a 1 (veja os melhores momentos no vídeo abaixo)
em um jogo em que esperava uma sorte melhor pelo o que o Cruz-Maltino
apresentou em campo. No entanto, preferiu não entrar no mérito do erro
da arbitragem, que deixou de validar gol claro de Douglas em cobrança de
falta.
Para
Adilson, o que acabou atrapalhando ainda mais foi a necessidade de
mexer no time. Com Douglas, estreante, e Everton Costa, ainda sem a
forma física ideal, a dupla Bernardo e William Barbio foi a campo no
segundo tempo. Mas o time não respondeu às mudanças.
- O
resultado não foi o que esperávamos. Queríamos vencer mesmo sabendo das
dificuldades de ser um clássico. Tivemos um bom volume de jogo, um
controle, ações para definir no primeiro tempo, fomos prejudicados e
acabamos entrando exaltados no intervalo, nervosos. Tentamos acalmar,
ter tranquilidade para voltar. Acabamos sofrendo o segundo gol onde o
Flamengo também melhorou, criou dificuldades, achei que ficamos um pouco
desorganizados nas trocas, não melhoramos com elas. Fizemos em função
da questão física, o Douglas e o Everton por exemplo.
Sofremos o gol e
descontrolou (o time). No computo geral, merecíamos uma sorte melhor,
arbitragem vou deixar para o Rodrigo (Caetano, diretor de futebol) falar
- analisou.
O Vasco, com a derrota, vê os rivais Flamengo e
Fluminense distanciarem quatro pontos na ponta da tabela, sem a chance
de lutar pela liderança já na próxima rodada. Atualmente, ocupa a quarta
posição com 15 pontos. A equipe volta a campo na quarta-feira, às 16h
(horário de Brasília), em Moça Bonita, contra o Bangu.
Confira a íntegra da entrevista:
Douglas
É um jogador que já conhecíamos, que já tínhamos enfrentado
e sabíamos do potencial. Em poucos treinos ele já mostrou qualidade. É
diferenciado e por isso que foi titular. Só a parte física que pesou no final.
Antes de sair ele já estava há uns dez minutos com dificuldades. Enquanto teve
pernas, mostrou seu talento. É quem organiza, quem chama o jogo. O Vasco fez
uma grande aquisição e vai ser uma peça importante na temporada.
Gol no fim
Contra o Nova Iguaçu no último fim de semana foi uma
desatenção. Estávamos com a bola, poderíamos ter trabalhado ela melhor,
tentamos um lançamento longo, poderíamos ter feito a falta e não fizemos. Se
você for analisar, são quatro ou cinco situações que poderiam ter sido
evitadas. Ainda tivemos chances antes para fazer 2 a 0 e não fizemos. Neste
domingo foi a mesma situação. O Hernane até teve a chance de fazer um gol pouco
antes porque demos espaços pelo meio. Eles também souberam utilizar bem as
laterais. Gabriel entrou bem em cima do Diego Renan. Tivemos algumas
dificuldades no fim. Não conseguimos imprimir o mesmo ritmo após as
substituições. Perdemos qualidade nesse sentido e o Flamengo aproveitou
.
Nova formação
Recebemos questionamentos disso, daquilo... Mas o líder do
campeonato joga com três volantes, um no meio e dois atacantes. Jogamos assim e
fomos bem no primeiro tempo. É nessa hora que entra a qualidade do jogador.
Agora precisamos conversar, ver como será o pós-jogo, falar com fisiologistas e
tal. Nessa hora pesa também o rendimento e uma série de coisas que analisamos.
Pedro Ken entrou bem no jogo, por exemplo. Vamos pensar para ver qual será a
escalação na próxima partida.
Perto do ideal?
Estamos melhorando, os jogadores estão se conhecendo, se
entendendo... Aos poucos as coisas vão se transferindo para quem chama e tem a
responsabilidade, a personalidade para exercer a função. Foi assim com o
Douglas, por exemplo. Onde segura a bola, onde cadencia, onde vira o jogo. Acho
que estamos encontrando a forma de jogar e a equipe ideal.
Everton Costa
É um jogador de velocidade que eu conheço desde o Caxias.
Fui observar um jogo em Coritiba pela Copa do Brasil e gostei dele e do
Edenílson. Cheguei a indicá-los para outro clube na época. Ele é rápido, sabe
proteger a bola, tem boa mobilidade. Em função do pouco tempo que teve para se
preparar por causa da lesão, as atuações tem sido boas.
Erro da arbitragem desconcentrou o time?
Claro que influencia. Tentamos acalmar os jogadores, passar
tranquilidade, valorizar o que foi feito, mas eles saíram exaltados de campo.
Isso acaba interferindo. Se mantivessem a concentração do primeiro tempo, as
coisas poderiam ter sido diferentes
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/2014/02/adilson-admite-animos-exaltados-e-substituicoes-sem-efeito-no-classico.html