domingo, 16 de fevereiro de 2014

Adilson admite mudanças sem efeito e lamenta: 'Merecíamos sorte melhor'

Técnico vascaíno revela que trocas foram feitas pensando na parte física, cita ânimos exaltados e analisa time com maior volume de jogo na derrota para o Flamengo

Por Rio de Janeiro

O tempo no vestiário antes do início da entrevista já foi maior do que o normal. E quando o técnico Adilson Batista entrou no auditório do Maracanã, já dava para notar claramente o semblante de resignação pela forma como o clássico entre Vasco e Flamengo havia sido decidido. Antes de começar a falar, o comandante respirou fundo e falou baixinho: "Vamos lá". Como esperado, ele lamentou a derrota por 2 a 1 (veja os melhores momentos no vídeo abaixo) em um jogo em que esperava uma sorte melhor pelo o que o Cruz-Maltino apresentou em campo. No entanto, preferiu não entrar no mérito do erro da arbitragem, que deixou de validar gol claro de Douglas em cobrança de falta.


Para Adilson, o que acabou atrapalhando ainda mais foi a necessidade de mexer no time. Com Douglas, estreante, e Everton Costa, ainda sem a forma física ideal, a dupla Bernardo e William Barbio foi a campo no segundo tempo. Mas o time não respondeu às mudanças.

- O resultado não foi o que esperávamos. Queríamos vencer mesmo sabendo das dificuldades de ser um clássico. Tivemos um bom volume de jogo, um controle, ações para definir no primeiro tempo, fomos prejudicados e acabamos entrando exaltados no intervalo, nervosos. Tentamos acalmar, ter tranquilidade para voltar. Acabamos sofrendo o segundo gol onde o Flamengo também melhorou, criou dificuldades, achei que ficamos um pouco desorganizados nas trocas, não melhoramos com elas. Fizemos em função da questão física, o Douglas e o Everton por exemplo.

 Sofremos o gol e descontrolou (o time). No computo geral, merecíamos uma sorte melhor, arbitragem vou deixar para o Rodrigo (Caetano, diretor de futebol) falar - analisou.

O Vasco, com a derrota, vê os rivais Flamengo e Fluminense distanciarem quatro pontos na ponta da tabela, sem a chance de lutar pela liderança já na próxima rodada. Atualmente, ocupa a quarta posição com 15 pontos. A equipe volta a campo na quarta-feira, às 16h (horário de Brasília), em Moça Bonita, contra o Bangu.


Confira a íntegra da entrevista:

Douglas
É um jogador que já conhecíamos, que já tínhamos enfrentado e sabíamos do potencial. Em poucos treinos ele já mostrou qualidade. É diferenciado e por isso que foi titular. Só a parte física que pesou no final. Antes de sair ele já estava há uns dez minutos com dificuldades. Enquanto teve pernas, mostrou seu talento. É quem organiza, quem chama o jogo. O Vasco fez uma grande aquisição e vai ser uma peça importante na temporada.

Gol no fim
Contra o Nova Iguaçu no último fim de semana foi uma desatenção. Estávamos com a bola, poderíamos ter trabalhado ela melhor, tentamos um lançamento longo, poderíamos ter feito a falta e não fizemos. Se você for analisar, são quatro ou cinco situações que poderiam ter sido evitadas. Ainda tivemos chances antes para fazer 2 a 0 e não fizemos. Neste domingo foi a mesma situação. O Hernane até teve a chance de fazer um gol pouco antes porque demos espaços pelo meio. Eles também souberam utilizar bem as laterais. Gabriel entrou bem em cima do Diego Renan. Tivemos algumas dificuldades no fim. Não conseguimos imprimir o mesmo ritmo após as substituições. Perdemos qualidade nesse sentido e o Flamengo aproveitou
.
Nova formação
Recebemos questionamentos disso, daquilo... Mas o líder do campeonato joga com três volantes, um no meio e dois atacantes. Jogamos assim e fomos bem no primeiro tempo. É nessa hora que entra a qualidade do jogador. Agora precisamos conversar, ver como será o pós-jogo, falar com fisiologistas e tal. Nessa hora pesa também o rendimento e uma série de coisas que analisamos. Pedro Ken entrou bem no jogo, por exemplo. Vamos pensar para ver qual será a escalação na próxima partida.
Perto do ideal?
Estamos melhorando, os jogadores estão se conhecendo, se entendendo... Aos poucos as coisas vão se transferindo para quem chama e tem a responsabilidade, a personalidade para exercer a função. Foi assim com o Douglas, por exemplo. Onde segura a bola, onde cadencia, onde vira o jogo. Acho que estamos encontrando a forma de jogar e a equipe ideal.

Everton Costa
É um jogador de velocidade que eu conheço desde o Caxias. Fui observar um jogo em Coritiba pela Copa do Brasil e gostei dele e do Edenílson. Cheguei a indicá-los para outro clube na época. Ele é rápido, sabe proteger a bola, tem boa mobilidade. Em função do pouco tempo que teve para se preparar por causa da lesão, as atuações tem sido boas.

Erro da arbitragem desconcentrou o time?
Claro que influencia. Tentamos acalmar os jogadores, passar tranquilidade, valorizar o que foi feito, mas eles saíram exaltados de campo. Isso acaba interferindo. Se mantivessem a concentração do primeiro tempo, as coisas poderiam ter sido diferentes



FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/2014/02/adilson-admite-animos-exaltados-e-substituicoes-sem-efeito-no-classico.html

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