Técnico do Verdão
reconhece falta de criatividade na derrota por 1 a 0 para o
Atlético-PR, promete cobrança e critica falha na origem do gol de Walter
após escanteio
Por Felipe Zito
São Paulo
A origem do gol de Walter, o da vitória do Atlético-PR sobre
o Palmeiras, neste domingo, na Arena, foi um escanteio cobrado por Nikão.
Depois do levantamento na área, o lateral-direito Lucas errou o cabeceio e a
bola sobrou livre para o centroavante do Furacão definir o jogo válido pela 16ª
rodada do Brasileirão. Perder com um lance desse tipo incomodou o técnico
Marcelo Oliveira.
– Me irrita muito. É uma bola previsível. Você tem todos os
jogadores, ensaia muito para marcar e não pode aparecer alguém sozinho. A nossa
marcação é individual. Houve um erro e pagamos caro. O gol deu muita força ao
adversário, que estava jogando atrás, pelo contra-ataque. Nos desorientou e
criou uma ansiedade, fazendo o time errar mais passes – disse o treinador.
Marcelo Oliveira admitiu que o futebol do Verdão foi abaixo
da média, prometeu cobrança interna e deu méritos ao Furacão pela partida.
– Não jogamos bem. Estivemos muito no campo de ataque, com
jogadas pelos lados, mas erramos muito na parte técnica. Mesmo com volume,
criamos poucas chances claras. Foram chutes de fora da área e cabeceios. O
Atlético-PR, bem organizado, jogou no contra-ataque e na bola parada. Houve um
descuido e eles venceram. Lamentamos, mas temos de nos cobrar, corrigir e
buscar novas vitórias – afirmou.
No total, o Palmeiras errou 47 passes contra 38 do
Atlético-PR. Os constantes equívocos nas transições das jogadas irritaram os
torcedores do Verdão. O público da partida foi de 38.794 pessoas, número
abaixo do recorde da Arena, de 39.479 torcedores, na final do
Campeonato Paulista contra o Santos.
Com a derrota, o Verdão
caiu para a quinta posição, com 28 pontos, mesmo número do Atlético-PR. O
Furacão é o quarto colocado pela superioridade nas vitórias: 9 a 8.
Marcelo Oliveira cumprimenta Milton Mendes:
Verdão perdeu para o Atlético-PR
(Foto: Marcos Ribolli)
Confira os tópicos da
entrevista coletiva de Marcelo Oliveira:
Derrota pior pelas vitórias dos concorrentes
– A derrota é ruim de qualquer jeito. Não podemos estar
preocupados sobre o que aconteceu com o adversário, nem para mais, nem para
menos. O campeonato é longo. Hoje não jogamos bem. Estivemos muito no campo de
ataque, com jogadas pelos lados, mas erramos muito na parte técnica. Mesmo com
volume, criamos poucas chances claras. Foram chutes de fora da área e
cabeceios. O Atlético-PR, bem organizado, jogou no contra-ataque e na bola
parada. Houve um descuido e eles venceram. Lamentamos, mas temos de nos cobrar,
corrigir e buscar novas vitórias.
Lesão Gabriel
– Faz falta. Ele vinha jogando há mais tempo. Tem um bom poder
de marcação, mas também sai. Tem mobilidade. O Rafael Marques não produziu tudo
o que sabe, vinha de uma sinusite e estava tomando remédio. Achamos melhor
colocar um jogador de velocidade. Esperamos que não seja nada grave com o
Gabriel, que está entrosado com o Arouca.
Perder com gol de bola parada dói
– Me irrita muito. É uma bola previsível. Você tem todos os
jogadores, ensaia muito para marcar e não pode aparecer alguém sozinho. A nossa
marcação é individual. Houve um erro e pagamos caro pelo erro. O gol deu muita
força ao adversário, que estava jogando atrás, pelo contra-ataque. O gol
desorientou e criou uma ansiedade, fazendo o time errar mais passes.
Dudu abaixo por problema do tribunal
– Não foi só o Dudu. As peças importantes criativas não
funcionaram tão bem. Um pouco pela marcação forte e bem executada do
adversário, e também pela pouca inspiração. Quando se enfrenta um time muito
fechado, a jogada individual e um toque diferente são importantes. Não tivemos eficiência
nisso hoje.
Análise após 10 jogos
– Sim, temos evoluído. Não faço comparações com o time antes.
Fizemos um ótimo jogo contra o Vasco, e hoje tivemos muita dificuldade. Não sei
se o horário tenha interferido, acho que não. Normalmente São Paulo está com um
clima mais fresco. Facilita para quem está marcando mais e jogando por uma
bola. Eles não trouxeram tanto problema, mas é um time de qualidade técnica. É
importante saber cobrar nessa semana de trabalho, mas estamos evoluindo como
time. Sem comparação, as vitórias que tivemos não foram por acaso, e sim com
méritos. Espero que nós possamos retomar isso rapidamente.
Marcação aos volantes do Atlético-PR
– Cobrei no intervalo. Quando você joga com três meias–atacantes
chegando, não podem ficar tão aberto. Alguém tem de entrar pelo lado da bola
invertida. Kelvin ou Rafael Marques precisavam entrar e ajudar um pouco no
meio. Em algumas oportunidades, o Otávio ficou livre. Precisamos
corrigir, sim.
Time afobado
– É uma tônica e uma orientação. Nós apertarmos o adversário
nos 15 minutos iniciais. Não dá para fazer durante todo o jogo, mas no início
como um cartão de visitas é uma orientação. Nós fizemos, mas como eles mesmos
disseram, erramos cruzamentos ou uma tabela. Depois foi normal. O Atlético-PR é
bem organizado e marca forte. Não demos tantas chances de contra-ataque, mas
demos a chance que queríamos na bola parada. Você pode levar o gol no mérito do
adversário, mas ali não. O Walter pegou a bola muito sozinho. Não poderia ser
assim.
O que melhorar para o próximo jogo
– Foi um fato isolado. Queríamos jogar bem e o adversário
marcou muito. Esses mesmos jogadores criaram muito em outras oportunidades. Vamos
nos cobrar na semana e fazer uma semana melhor, além de ter uma atitude
diferente em todos os aspectos.
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