CAMPEONATO PAULISTA 2016
PRIMEIRA FASE - GRUPO A
15ª RODADA
Ronaldo
Mendes, no primeiro toque na bola, vira o placar sobre o Audax e se
torna o 12º jogador do Peixe a marcar no ano. Porcentagem de gols do
camisa 9 diminui
Por Bruno Giufrida
Santos, SP
(OBS. DO BLOG:
VEJA OS VÍDEOS CLICANDO NO
LINK DA FONTE NO FINAL DA
MATÉRIA ABAIXO)
Quando o Santos empatava em 1 a 1 com o Audax,
Dorival Júnior colocou o meia
Ronaldo Mendes, tirou o
zagueiro Luiz Felipe e recuou o armador
Rafael Longuine para jogar
ao lado de David Braz na defesa. Um misto de ousadia e estratégia que pode até ter assustado os torcedores na Vila Belmiro. Mas
deu resultado.
Em seu
primeiro toque na bola,
Ronaldo Mendes, 23 anos, dominou, ajeitou e fez o segundo gol do Santos
na vitória por 2 a 1 sobre o Audax, pela 15ª e última rodada da fase de
grupos do Campeonato Paulista. O meia, ao balançar a rede, se
“apresenta” para a torcida do Peixe e mostra por que o presidente
Modesto Roma Júnior não quis liberá-lo.
Ronaldo Mendes comemora gol do Santos (Foto: Ivan Storti / Divulgação Santos FC)
Nesta semana, o
Viçosa, dono dos direitos econômicos do jogador,
recebeu uma proposta de um clube árabe por Ronaldo Mendes, que está emprestado ao Santos até o fim do ano.
O
Peixe, com prioridade na compra do meia,
avisou que vai pagar os US$ 200 mil (cerca de R$ 740 mil)
para ficar com ele definitivamente.
Ronaldo Mendes foi contratado no início do ano para fazer parte do time B do Alvinegro. Destaque nos treinamentos, o
meia canhoto foi promovido por Dorival Júnior e passou a ser relacionado para os jogos.
Nas cinco partidas que disputou, ainda não teve tempo de mostrar o que quem acompanha os treinos do Santos vê:
muita movimentação e toque de bola refinado. Com o tempo, ele começa a se soltar.
A vitória na Vila Belmiro mostra, também, que o
Peixe está menos dependente de Ricardo Oliveira. O centroavante, líder incontestável do elenco e jogador de seleção brasileira,
tem seis gols em 2016 – 21,4% do total marcado pelo Alvinegro, que já balançou as redes 28 vezes (26 no Paulista e duas no amistoso com o Bahia).
Em
2015, Ricardo Oliveira fez 30,8% dos gols do Santos; este ano, a média
caiu para 21,4% – e o time continua jogando bem, sinal de que a
dependência diminuiu
Na temporada passada, quando o
time ainda buscava o entrosamento e passou por altos e baixos, com duas
trocas de treinadores (saiu Enderson Moreira e entrou Marcelo Fernandes,
que depois deu lugar a Dorival Júnior),
Ricardo Oliveira fez 30,8% dos gols santistas: 37 de 120.
No total,
12 jogadores diferentes já fizeram gol pelo Santos este ano. Sinal de que a dependência de Ricardo Oliveira diminuiu.
Como foi a virada
A partida contra o Audax, porém, precisa ser contada com mais detalhes, já que teve dois tempos bem distintos. O
Santos entrou em campo no 4-4-2, sem volantes de ofício.
No meio, o técnico Dorival Júnior escalou Vitor Bueno e Lucas Lima com a
função de armar o jogo e os meias Rafael Longuine e Léo Cittadini mais à
frente da zaga, na marcação. A principal missão do Peixe era tentar
anular o toque de bola do Audax, mas não obteve sucesso na etapa
inicial.
Em diversos momentos, era possível observar
todos os jogadores do Alvinegro no campo de ataque enquanto o adversário tentava sair jogando.
Em algumas oportunidades, Ricardo Oliveira, Lucas Lima e Patito
Rodriguez conseguiram anular a estratégia do Audax, mas na maioria o
Santos teve de voltar para se recompor e tentar roubar a bola.
Santos tenta abafar a saída de bola
do Audax (Foto: Bruno Giufrida)
Pela primeira vez no campeonato, o
Peixe não conseguiu colocar em prática o toque de bola tão
pedido por Dorival Júnior desde o começo do ano. O time de Osasco foi
eficiente na marcação da saída de bola santista e obrigou Vanderlei a
dar chutões e mais chutões ao ataque, tentando encontrar sempre Vitor
Bueno entre os defensores adversários. Muitas vezes, não deu certo. O
Audax era melhor e abriu o placar com Wellington, aos 43 do primeiro
tempo. Àquela altura, Vanderlei já era o melhor santista em campo.
Depois do intervalo, o Santos mudou a maneira de jogar.
Voltou a ter a posse de bola e a pressionar o Audax. Com a insistência,
viu o resultado aparecer: o meia Léo Cittadini, escalado como volante,
foi ao ataque, recebeu bom passe de Ricardo Oliveira e, com a perna
esquerda, empatou o jogo na Vila. Era o começo da pressão santista.
A partir de então,
Dorival mandou a equipe ao ataque.
Quem estava no estádio teve a sensação de que os jogadores dos dois
times estavam cansados. Por isso, qualquer bobeira poderia resultar no
gol que daria a vitória ao Santos ou aos visitantes.
A
substituição ousada no Peixe, com a entrada de Ronaldo Mendes, foi
justamente o detalhe que faltava para que a virada saísse. Agora, o
Alvinegro “ganha” mais um jogador confiante para as quartas de final do
Campeonato Paulista, contra o São Bento, na Vila Belmiro – a data será
confirmada no congresso técnico da Federação Paulista na manhã desta
segunda-feira, em São Paulo.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/sp/santos-e-regiao/futebol/times/santos/noticia/2016/04/novato-entra-e-da-vitoria-ao-santos-menos-dependente-de-ricardo-oliveira.html