Perda do título mineiro e eliminação precoce na Copa Sul-Americana. O
Cruzeiro vinha de dois baques fortes, com derrotas para o rival
Atlético-MG e para o Nacional-PAR, num intervalo de quatro dias. Por
isso, a estreia da Raposa no Campeonato Brasileiro, contra o São Paulo,
no MIneirão, estava cercada de muita expectativa pela forma como o time
iria se portar. Claro, o adversário também não vivia um bom momento, uma
vez que sequer chegou às finais do Campeonato Paulista, e na
quinta-feira também deu adeus à Sul-Americana ao empatar em casa com o
Defensa y Justicia-ARG. Cada um com seus problemas, o importante para a
equipe cruzeirense era vencer. E venceu, 1 a 0.
Se os três pontos é que eram fundamentais, o técnico Mano Menezes
destacou a conquista deste objetivo na partida de abertura do
Brasileirão, concordou que o principal era vencer, e só não curtiu a
expressão usada pelo repórter na hora da pergunta:
- "A qualquer custo é um pouco pesado". O mais importante era a
vitória. Independentemente de uma atuação melhor ou pior. Fizemos uma
atuação segura. O São Paulo teve dificuldades para criar, mais do que no
jogo de volta da Copa do Brasil. Encaixamos melhor, eles adotaram um
sistema diferente. Podíamos ter saído na frente com o Ábila, no primeiro
tempo, tivemos quatro ou cinco chances, saímos na frente no começo do
segundo tempo. Aí, naturalmente, a equipe se retrai um pouco, o São
Paulo foi buscar, e conseguimos manter a vitória, que para nós, foi o
mais importante.
Sobre a fase ruim que o Cruzeiro atravessou - que durou poucos jogos,
mas que foi decisiva para o time ver escapar o título estadual e ainda
ser eliminado da Sul-Americana -, Mano aproveitou para explicar a
necessidade de um jogo tão "preso", sem que a equipe corresse riscos,
para que, com a vitória garantida, possa virar a fase.
- Primeiro que tenho uma pequena dúvida, acho que o gol foi de pé
esquerdo. Esses momentos quer a gente passa, após perder um título, ser
eliminado, como fomos, são momentos duros de retomar. É preciso ter um
pouco de calma, ajustar para deixar o sistema mais rígido. Era normal
ter um jogo preso, por isso. Não vamos nos contentar com isso, e nem o
torcedor vai. Mas só é possível chegar num outro momento passando por
isso. Da equipe que iniciou a temporada, fazendo as jogadas mais
entrosadas, hoje não tínhamos cinco desses jogadores. Passou batido,
porque fizemos o resultado. Mas isso certamente influencia no nível de
atuação que podemos ter, quando tivermos esses jogadores de volta.
Principalmente na construção das jogadas, Hoje era um dia de
comportamento, atitude, de postura. Os jogadores merecem os elogios pela
vitória. Acho que a gente começa bem e, jogando bem, ali na frente,
acho que podemos jogar melhor.
Questionado sobre o primeiro semestre do Cruzeiro, o treinador lembrou
que ainda faltam os dias restantes de maio além do mês de junho para
fechar oficialmente o semestre, e destacou a importância da vitória - e
das derrotas recentes - para a sequência do trabalho e a busca dos
objetivos da temporada.
- Primeiro semestre nós vamos terminar no final de junho, aí podemos
fazer um balando do semestre. Podemos falar das duas competições. Claro
que perder é ruim, cria uma pressão maior, e até destrói aquilo de bom
que você construiu. A vitória traz confiança. A derrota te deixa mais
preparado, pois todos aqueles elogios fáceis que estavam aí viram
críticas. E elas chegam com mais força. E todos passam a entender que a
união entre a gente, o respeito, tudo isso ajuda para que a gente possa
ambicionar alguma coisa mais lá na frente.
Veja outros temas abordados por Mano na entrevista coletiva:
Fábio reassume o posto de titular do gol?
- A posição é muito delicada para fazer revezamento. Há algum tempo
atrás, quando o Fabio foi liberado e estava numa condição próxima a do
Rafael, precisava tomar uma decisão. Chamei o Fabio e mostrei para ele
que era uma reta final e que havia muito risco e mudar ali. Mas que ele
teria a chance. É o maior ídolo do nosso grupo. No começo do Brasileiro,
dei a chance. O campo vai mostrar quem é o goleiro titular do Cruzeiro.
Fora da Sul-Americana, time tem mais tempo para trabalhar?
- A gente não está só em uma competição. Estamos também na Copa do
Brasil. Teremos o jogo de volta em Chapecó logo depois do jogo com o
Santos. Estamos na Primeira Liga também, onde nos classificamos. E o
Brasileiro. Penso que perder sempre é ruim. A eliminação da quarta-feira
não foi planejada, mas ela traz benefícios sim. Não é possível jogar
cinco competições com o grupo que a gente tem, é muito desgastante,
jogos, viagens pela América Latina, muitas horas, traz um degaste muito
grande. Para esse aspecto, podemos ter semanas inteiras de treinamento,
importantes, e de recuperação da equipe, em um Campeonato Brasileiro que
é difícil. Não estou fazendo apologia em favor da eliminação.
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