A CRÔNICA
por
GLOBOESPORTE.COM
O Bahia deu uma amostra na noite deste domingo da ótima campanha que
faz no segundo turno do Campeonato Brasileiro. Jogando em São Januário,
aplicou uma goleada por 4 a 0 no Vasco, que curiosamente acaba de bater o
recorde de rodadas consecutivas dentro do G-4, com 48. Souza e Jones
Carioca (dois cada) fizeram os gols.
Os baianos acumulam dez pontos de 12 possíveis no segundo turno, o melhor aproveitamento entre as 20 equipes. Soma 27 pontos no total e começa a se distanciar da zona de rebaixamento: está em 14º lugar. O técnico Jorginho elogiou seus jogadores - "praticamente perfeitos, corajosos e audaciosos" - mas procurou não se empolgar com o resultado:
- Está longe do que quero ainda, o futebol tem de ser com gols, como foi hoje, e jogadas bonitas. Tem de ser bem jogado, nós gostamos de ver isso. Exijo isso, mas muitas vezes não temos tempo para trabalhar. O desgaste é grande. O que temos de ter é equilíbrio sempre, perseverança.
O Vasco, que teve muitos desfalques, se mantém em quarto lugar, com 39 pontos. O time foi muito vaiado e chegou a ouvir gritos de olé ao longo do segundo tempo. Ainda no fim da etapa inicial, quando o placar apontava 1 a 0, o técnico Cristóvão Borges já era chamado de burro.
Essa foi a maior goleada sofrida pelos vascaínos em São Januário desde 2000, quando perderam para o São Paulo pelo mesmo placar na campanha do título. A última vez em que sofreram quatro gols no estádio havia sido em 2008, ano do rebaixamento: 4 a 2 para o Figueirense.
Juninho Pernambucano reconheceu que o time viveu seu pior momento no ano e se mostrou preocupado em perder a vaga no G-4:
- Dos altos e baixos que passamos na temporada, este é o pior momento. Não é nada normal perder de 4 a 0 em casa, mas não devemos mudar tudo o que tínhamos feito até agora. Apenas uma mudança de planos: não pensar tanto na conquista do título, que ficou difícil, e olhar mais para trás da tabela, porque a temporada pode ser muito pior. Estamos deixando de subir, e os times que estão atrás estão encostando.
Na próxima rodada, o Vasco joga novamente em São Januário, quarta-feira, contra o Palmeiras. O Bahia, por sua vez, visita no mesmo dia o Sport, na Ilha do Retiro.
Jogo começa lento, mas melhora no fim da etapa inicial
O técnico Cristóvão Borges teve nove desfalques. Por isso, precisou lançar mão de jovens da base e de improvisações para escalar a equipe. Sem Auremir na lateral direita (machucado), Jonas assumiu o posto. No miolo de zaga, Luan (de 19 anos) ocupou o lugar de Dedé, que está com a Seleção. Na lateral esquerda, sem William Matheus (suspenso) e Thiago Feltri (machucado), Cristóvão improvisou o zagueiro Fabrício, que já atuou na posição quando defendeu Hoffenheim-ALE e Palmeiras. Dieyson ficou como opção no banco.
O setor de meio de campo não pôde contar com Wendel (suspenso), Felipe e Carlos Alberto (machucados). O time foi a campo com os volantes Fellipe Bastos e Nilton. Juninho e o jovem Jhon Cley foram os responsáveis pela criação. No ataque, Eder Luis e Alecsandro.
No lado do Bahia, o técnico Jorginho surpreendeu. Esperava-se que ele
optasse por Mancini ou Lulinha no time titular. Ambos ficaram no banco.
Quem entrou para ser companheiro de Souza no ataque foi Jones Carioca.
O jogo começou em ritmo lento, com as equipes se estudando e não querendo correr riscos. O Bahia procurou valorizar a posse de bola, mas não conseguiu lances contundentes no início. A primeira boa chegada foi do Vasco, mas Alecsandro bateu sem perigo. A partida se arrastou por quase dois terços da primeira etapa sem emoções. Aos 29 minutos, o Bahia teve sua primeira chance clara, com Jones Carioca, que não conseguiu uma boa conclusão diante de Fernando Prass. O Vasco respondeu na sequência, com uma cabeçada de Alecsandro para fora.
O lance pareceu ter mexido com o time cruz-maltino, que se animou e ensaiou um princípio de pressão, principalmente com avanços de Eder Luis pelo lado direito. O Bahia, porém, não perdeu o autocontrole e se mostrou mortal para abrir o placar no contra-ataque.
Juninho bateu escanteio e Souza afastou de cabeça na área do Bahia. Jones Carioca recolheu e passou para Diones, perto do meio do campo. Carioca disparou para receber a bola novamente já no campo de ataque. Ele foi até a linha de fundo e cruzou na medida para Souza, que já cruzara todo o campo, testar para a rede: 1 a 0 aos 40 minutos.
O primeiro tempo acabou com o Vasco em desvantagem e a torcida na bronca. Cristóvão Borges foi para o vestiário ouvindo os já tradicionais gritos de "burro" vindos da arquibancada. Na volta para a etapa final, o treinador mexeu no time, trocando o meia Jhon Cley, muito apagado, pelo atacante Tenorio.
Cristóvão troca meia por atacante, mas Bahia é que faz os gols
A bola rolou no segundo tempo e, com menos de um minuto, um bom lance para cada lado. Souza teve uma chance após cruzamento vindo do lado direito, mas testou nas mãos de Prass. O goleiro repôs a bola rapidamente e Tenorio recolheu na linha divisória do gramado. Arrancou e foi deixando marcadores para trás até entrar na área, mas foi travado na hora de tentar a conclusão. A torcida se animou com o ímpeto de seu jogador.
O Bahia, porém, tratou de arrefecer os cruz-maltinos. Zé Roberto tabelou com Hélder na ponta esquerda, foi ao fundo e cruzou rasteiro para a área, tentando encontrar Jones Carioca. O atacante do Bahia não alcançou a bola num primeiro momento, mas contou com uma bobeada da zaga, que não conseguiu o corte. A bola então se ofereceu limpa a Jones Carioca, que emendou firme e não perdoou: 2 a 0, aos quatro minutos.
O Vasco, mais na base da vontade do que da técnica, tentou se lançar à
frente para diminuir a desvantagem, mas não conseguiu incomodar o Bahia.
Pior: o time visitante mostrou-se muito perigoso nos contra-ataques.
Não demorou para ampliar. Aos 12, Souza recebeu perto do meio-campo e
deu lançamento primoroso para Jones Carioca. O camisa 19 entrou na área,
driblou Fernando Prass e empurrou para o gol vazio.
Com três gols de desvantagem, o técnico Cristóvão Borges tratou de recompor o meio de campo, e o atacante Eder Luis deu lugar ao volante Eduardo Costa. Jorginho respondeu no lado do Bahia, dando novo gás à saída do time para o ataque. Zé Roberto saiu para a entrada de Mancini.
O Vasco bem que tentou diminuir o tamanho do prejuízo. Aos 21, Juninho deu belo passe para Tenorio dentro da área, mas o equatoriano chutou por cima e perdeu boa chance de gol. O Bahia manteve seu ritmo habitual e, sem dificuldade, fez o quarto gol aos 24 minutos. Hélder avançou livre pelo lado esquerdo e cruzou na medida para Souza, que teve tempo de dominar a bola dentro da área antes de bater na saída de Fernando Prass. Comemorou mostrando o nome na sua camisa, de costas, e ouviu aplausos - da torcida do Vasco.
O time da casa passou a ser muito vaiado, e o visitante ouvia gritos de olé enquanto trocava passes. A situação vascaína ficou pior aos 27, quando o lateral Jonas foi expulso por acertar a mão no rosto de Jussandro.
Jorginho tratou de queimar suas duas últimas alterações. Jones Carioca saiu para a entrada de Elias. Pouco depois, o pentacampeão Kleberson entrou na vaga de Fahel. O jogo, já definido, se arrastou sem grandes emoções até o final. O Vasco, batido, não teve forças para atacar o Bahia, satisfeito com o resultado. No fim, mais vaias da torcida vascaína.
Os baianos acumulam dez pontos de 12 possíveis no segundo turno, o melhor aproveitamento entre as 20 equipes. Soma 27 pontos no total e começa a se distanciar da zona de rebaixamento: está em 14º lugar. O técnico Jorginho elogiou seus jogadores - "praticamente perfeitos, corajosos e audaciosos" - mas procurou não se empolgar com o resultado:
- Está longe do que quero ainda, o futebol tem de ser com gols, como foi hoje, e jogadas bonitas. Tem de ser bem jogado, nós gostamos de ver isso. Exijo isso, mas muitas vezes não temos tempo para trabalhar. O desgaste é grande. O que temos de ter é equilíbrio sempre, perseverança.
O Vasco, que teve muitos desfalques, se mantém em quarto lugar, com 39 pontos. O time foi muito vaiado e chegou a ouvir gritos de olé ao longo do segundo tempo. Ainda no fim da etapa inicial, quando o placar apontava 1 a 0, o técnico Cristóvão Borges já era chamado de burro.
Essa foi a maior goleada sofrida pelos vascaínos em São Januário desde 2000, quando perderam para o São Paulo pelo mesmo placar na campanha do título. A última vez em que sofreram quatro gols no estádio havia sido em 2008, ano do rebaixamento: 4 a 2 para o Figueirense.
Juninho Pernambucano reconheceu que o time viveu seu pior momento no ano e se mostrou preocupado em perder a vaga no G-4:
- Dos altos e baixos que passamos na temporada, este é o pior momento. Não é nada normal perder de 4 a 0 em casa, mas não devemos mudar tudo o que tínhamos feito até agora. Apenas uma mudança de planos: não pensar tanto na conquista do título, que ficou difícil, e olhar mais para trás da tabela, porque a temporada pode ser muito pior. Estamos deixando de subir, e os times que estão atrás estão encostando.
Na próxima rodada, o Vasco joga novamente em São Januário, quarta-feira, contra o Palmeiras. O Bahia, por sua vez, visita no mesmo dia o Sport, na Ilha do Retiro.
Souza comemora junto a Jones Carioca e Zé Roberto um dos gols (Foto: Ide Gomes / Ag. Estado)
O técnico Cristóvão Borges teve nove desfalques. Por isso, precisou lançar mão de jovens da base e de improvisações para escalar a equipe. Sem Auremir na lateral direita (machucado), Jonas assumiu o posto. No miolo de zaga, Luan (de 19 anos) ocupou o lugar de Dedé, que está com a Seleção. Na lateral esquerda, sem William Matheus (suspenso) e Thiago Feltri (machucado), Cristóvão improvisou o zagueiro Fabrício, que já atuou na posição quando defendeu Hoffenheim-ALE e Palmeiras. Dieyson ficou como opção no banco.
O setor de meio de campo não pôde contar com Wendel (suspenso), Felipe e Carlos Alberto (machucados). O time foi a campo com os volantes Fellipe Bastos e Nilton. Juninho e o jovem Jhon Cley foram os responsáveis pela criação. No ataque, Eder Luis e Alecsandro.
Ranking: jogos com menos faltas
01 VAS 0 x 4 BAH 23º RODADA | 16 |
02 SPO 1 x 0 BAH 2º RODADA | 20 |
03 POR 2 x 0 FIG 14º RODADA | 20 |
04 BAH 0 x 0 COR 13º RODADA | 21 |
05 SPT 1 x 4 CAM 11º RODADA | 22 |
média do campeonato: 36.73 média e ranking até 09/09/2012
O jogo começou em ritmo lento, com as equipes se estudando e não querendo correr riscos. O Bahia procurou valorizar a posse de bola, mas não conseguiu lances contundentes no início. A primeira boa chegada foi do Vasco, mas Alecsandro bateu sem perigo. A partida se arrastou por quase dois terços da primeira etapa sem emoções. Aos 29 minutos, o Bahia teve sua primeira chance clara, com Jones Carioca, que não conseguiu uma boa conclusão diante de Fernando Prass. O Vasco respondeu na sequência, com uma cabeçada de Alecsandro para fora.
O lance pareceu ter mexido com o time cruz-maltino, que se animou e ensaiou um princípio de pressão, principalmente com avanços de Eder Luis pelo lado direito. O Bahia, porém, não perdeu o autocontrole e se mostrou mortal para abrir o placar no contra-ataque.
Juninho bateu escanteio e Souza afastou de cabeça na área do Bahia. Jones Carioca recolheu e passou para Diones, perto do meio do campo. Carioca disparou para receber a bola novamente já no campo de ataque. Ele foi até a linha de fundo e cruzou na medida para Souza, que já cruzara todo o campo, testar para a rede: 1 a 0 aos 40 minutos.
O primeiro tempo acabou com o Vasco em desvantagem e a torcida na bronca. Cristóvão Borges foi para o vestiário ouvindo os já tradicionais gritos de "burro" vindos da arquibancada. Na volta para a etapa final, o treinador mexeu no time, trocando o meia Jhon Cley, muito apagado, pelo atacante Tenorio.
Jhon Cley tenta o chute: jovem esteve apagado e saiu no intervalo (Foto: Marcelo Sadio / Site do Vasco)
A bola rolou no segundo tempo e, com menos de um minuto, um bom lance para cada lado. Souza teve uma chance após cruzamento vindo do lado direito, mas testou nas mãos de Prass. O goleiro repôs a bola rapidamente e Tenorio recolheu na linha divisória do gramado. Arrancou e foi deixando marcadores para trás até entrar na área, mas foi travado na hora de tentar a conclusão. A torcida se animou com o ímpeto de seu jogador.
O Bahia, porém, tratou de arrefecer os cruz-maltinos. Zé Roberto tabelou com Hélder na ponta esquerda, foi ao fundo e cruzou rasteiro para a área, tentando encontrar Jones Carioca. O atacante do Bahia não alcançou a bola num primeiro momento, mas contou com uma bobeada da zaga, que não conseguiu o corte. A bola então se ofereceu limpa a Jones Carioca, que emendou firme e não perdoou: 2 a 0, aos quatro minutos.
goleada
última goleada entre os times
BAH 3 x 0 VAS
21/09/2003
maiores goleadas do Campeonato Brasileiro 2012 | ||
---|---|---|
01 | VAS 0 x 4 BAH | 09/09/2012 |
02 | SPO 4 x 0 BOT | 30/08/2012 |
03 | GRE 4 x 0 FIG | 19/08/2012 |
04 | CFC 4 x 0 CRU |
19/08/2012 |
Com três gols de desvantagem, o técnico Cristóvão Borges tratou de recompor o meio de campo, e o atacante Eder Luis deu lugar ao volante Eduardo Costa. Jorginho respondeu no lado do Bahia, dando novo gás à saída do time para o ataque. Zé Roberto saiu para a entrada de Mancini.
O Vasco bem que tentou diminuir o tamanho do prejuízo. Aos 21, Juninho deu belo passe para Tenorio dentro da área, mas o equatoriano chutou por cima e perdeu boa chance de gol. O Bahia manteve seu ritmo habitual e, sem dificuldade, fez o quarto gol aos 24 minutos. Hélder avançou livre pelo lado esquerdo e cruzou na medida para Souza, que teve tempo de dominar a bola dentro da área antes de bater na saída de Fernando Prass. Comemorou mostrando o nome na sua camisa, de costas, e ouviu aplausos - da torcida do Vasco.
O time da casa passou a ser muito vaiado, e o visitante ouvia gritos de olé enquanto trocava passes. A situação vascaína ficou pior aos 27, quando o lateral Jonas foi expulso por acertar a mão no rosto de Jussandro.
Jorginho tratou de queimar suas duas últimas alterações. Jones Carioca saiu para a entrada de Elias. Pouco depois, o pentacampeão Kleberson entrou na vaga de Fahel. O jogo, já definido, se arrastou sem grandes emoções até o final. O Vasco, batido, não teve forças para atacar o Bahia, satisfeito com o resultado. No fim, mais vaias da torcida vascaína.
FONTE: