Antagonista de si mesmo, ídolo do
Botafogo é lembrado em filme, livro e exposição. É a retomada do mito
desenhado em uma vida que beira a ficção
Por Alexandre Alliatti
Rio de Janeiro
O gênio redescoberto: Heleno era antagonista de
si mesmo (Foto: Divulgação)
Os dentes da frente eram tortos, um tanto separados. No rosto de Heleno
de Freitas, naquela expressão que fazia as mulheres tremelicarem em
meio a suspiros, haveria de ter alguma imperfeição, como que a combinar
com a personalidade dele. Porque o espírito do gênio da década de 40
também tinha pontos tortos. E é justificável. Não fosse assim, talvez
ele não seria ressuscitado em homenagens mais de 50 anos após sua morte –
reconhecido em filme, livro e exposição como uma das maiores
personagens já criadas pelo futebol brasileiro. Antagonista de si mesmo,
o goleador que deixou a vida em um hospício, na precocidade dos 39
anos, tem os vaivéns de sua história recontados. É uma trajetória que
beira a ficção, com a pulsão de uma vida superacelerada pela fama e a
dor de uma morte atormentada pela loucura.
Chega aos cinemas na semana que vem, dia 30, o filme “Heleno – o príncipe maldito”, dirigido por José Henrique Fonseca (veja o trailer no vídeo acima).
O ídolo alvinegro é vivido por Rodrigo Santoro – quase uma cópia da
personagem que interpreta, com um nível de semelhança capaz de assombrar
os familiares do craque trágico. A inspiração para a telona saiu do
livro “Nunca houve um homem como Heleno”, de Marcos Eduardo Neves,
levado às livrarias em 2006 e relançado agora. A loja oficial do
Botafogo, em General Severiano, tem até o fim do mês uma exposição com
fotos da carreira e da vida pessoal do ex-atacante.
É o renascimento de uma lenda abençoada pela vida e amaldiçoada pelo
destino. O galã de tantas mulheres, o artilheiro de tantos gols, o
encrenqueiro de tantas confusões, o viciado de tantos excessos, o
egocêntrico de tantos orgulhos, haveria de morrer longe da glória,
louco, doente. E haveria de ser eterno.
Tua estrela solitária te conduz
Galã: Heleno de Freitas colecionou mulheres e
acumulou fama (Foto: Divulgação)
Vale o clichê: Heleno de Freitas era uma estrela solitária. Era sua
própria estrela. E era conduzido por ela. Possuía aquilo a que talvez só
os gênios têm direito: o egocentrismo como núcleo da vida.
Ele sabia que era diferente. Era um jogador de futebol que também era
advogado. Lia Dostoievski. Escutava jazz. Assistia a representações de
Shakespeare.
Ele sabia que era craque. Contava gols como se contasse os segundos nos
ponteiros do relógio. É o quarto maior artilheiro da história do
Botafogo. Foram 204 bolas nas redes adversárias em 234 partidas com a
camisa alvinegra. Anotou pelo menos outros 45 vestido com uniformes
diferentes: 14 pela Seleção Brasileira, cinco pela seleção carioca, 19
pelo Vasco, sete pelo Boca Juniors. Também jogou no Junior Barranquilla,
da Colômbia. No América-RJ, onde encerrou a carreira, não fez gols.
Ele sabia que era um galã. Possuía um ar que misturava a grandeza que
Carlos Gardel já tinha com a melancolia que Jack Kerouac ainda teria. Os
cabelos negros eram penteados com precisão matemática, de forma a
ficarem quase imóveis, no máximo com liberdade para a franja cair sobre a
testa - vaidade que lhe rendeu o apelido de Gilda, em referência à
personagem interpretada por Rita Hayworth. Ele se vestia com cuidado de
astro de cinema. Tinha o mesmo alfaiate de Getúlio Vargas. Andava em
Cadillacs. Atraía as mulheres feito ímã ao circular pelos bailes
cariocas ou pelas praias de Copacabana. A fama de mulherengo inclui
boatos de que seduziu até Eva Perón quando esteve na Argentina –
história presente em seus delírios no fim da vida, já atingido pela
insanidade, e registrada em crônica de Nelson Rodrigues.
Mas ele não sabia que teria um fim tão trágico. A queda foi
proporcional à ascensão. Com o tempo, perdeu dinheiro, perdeu qualidade,
perdeu espaço, perdeu idolatria. E perdeu a vida. Abalado pela sífilis e
fragilizado pelo vício em éter, acabou louco. Morreu assim.
De amor e de sombras
O futebol heróico e elegante de Heleno de Freitas despertou em mim a
paixão pelo futebol. Avassaladora paixão da qual, com a graça de Deus,
jamais hei de me curar. Heleno de Freitas foi a personalidade mais
fascinante e também a mais dramática que conheci nos estádios"
Armando Nogueira
A família de Heleno de Freitas, após a morte do pai dele, trocou a
cidade mineira de São João Nepomuceno pelo Rio de Janeiro em 1933,
quando o futuro ídolo do Botafogo tinha 13 anos. Ainda no engatinhar da
Era Vargas, o menino começou a conviver com um novo mundo. A praia de
Copacabana, nos arredores do apartamento onde ele morava, no número 19
da rua Conselheiro Lafaiette, logo virou uma atração para o garoto. Foi
ali que ele começou a jogar bola. E que começou a mostrar o estilo que
marcaria sua carreira: perfeccionista, agressivo até com os colegas de
time, arrogante até o limite do insuportável. E um craque.
- Ele era um Edmundo elevado à décima potência – opina Marcos Eduardo Neves, o autor de “Nunca houve um homem como Heleno”.
Ali ganhava forma uma história de amor e de sombras. Pouco depois de
chegar ao Rio, Heleno viu a torcida alvinegra em festa, nas ruas da
cidade, pela conquista do Estadual de 33. Achou aquilo tudo muito
bonito. Talvez sem perceber, passou a se apaixonar por uma camisa que
defenderia com amor quase doentio – a ponto de prejudicar o clube.
Heleno seria punido, multado e até afastado do Botafogo, sempre por
culpa de sua indisciplina. O atacante exigia a perfeição. Foram raras as
figuras que ele respeitou. Humilhava colegas de time (inclusive durante
os jogos), discutia com treinadores, contrariava dirigentes, brigava
com torcedores. Entre idas e vindas, teve uma passagem pela base do
Fluminense como hiato em sua história pelo Alvinegro. Mas foi pelo
Glorioso que iniciou a carreira, ainda em 1939.
A estreia foi num 21 de dezembro, em partida contra os argentinos do
San Lorenzo. Foi uma tragédia. O Botafogo levou 5 a 1. Heleno foi
substituído ainda no primeiro tempo. Ficaria para a temporada seguinte a
comprovação do talento indicado pelo jogador nas areias de Copacabana e
nas categorias inferiores do Bota. Em seu terceiro jogo, na vitória de 2
a 0 sobre o São Cristóvão, em 28 de abril de 1940, ele marcaria os dois
gols. Faria outros três ao longo da temporada – bem menos do que os 30
que anotaria em 41, dos 34 que faria em 42, dos 24 que marcaria em 43 e
44, dos 22 que registraria em 45, dos 42 (em apenas 39 jogos) que
marcaria em 46 e dos 19 deixados em 47.
O porém é que Heleno não comemorou um título sequer pelo Botafogo. E,
em parte, por culpa dele. Quanto melhor jogava, pior tratava os colegas.
Era odiado por parte deles. O ambiente era turvo.
Promiscuidade gera doença, que gera loucura
Heleno vivia de exageros: fumava e bebia muito,
além do vício em lança-perfume (Foto: Divulgação)
Contavam-se nos dedos as figuras tão célebres quanto Heleno no Rio dos
anos 40. Ele tinha dinheiro, fama e beleza. Pertencia ao “clube dos
cafajestes”, grupo de jovens endinheirados e rebeldes. Colecionava
mulheres, incluindo as vedetes da época. Levava uma vida promíscua. Do
prazer, tirou sua ruína.
O jogador contraiu sífilis, só descoberta em estágio avançado. Para
piorar, adquiriu vício em lança-perfume. Cheirava éter. A combinação foi
explosiva. Heleno, que já tinha uma personalidade das mais instáveis,
começou a dar sinais de loucura – um dos reflexos da doença.
As ações do craque passaram a ser mais radicais. Em Buenos Aires, onde
foi defender o Boca Juniors depois de deixar o Botafogo, entrou em campo
para um treinamento vestido de sobretudo. Argumentou que estava frio.
De volta ao Rio, após passagem apagada por Buenos Aires, resolveu imitar
John Wayne ao pegar um revólver e, com ele, tentar acender um fósforo
preso nos dedos do pé.
Heleno teria outra experiência internacional. Por duas temporadas,
defendeu o Junior Barranquilla na Liga Pirata, com o futebol colombiano
vivendo momentos de euforia financeira. Chegou lá como ídolo. Foi
protagonista de repetidas crônicas de Gabriel García Márquez, na época
um jovem jornalista. Mas saiu, nenhuma novidade, por baixo.
Vingança do destino
O destino também soube ser cruel com Heleno. Inclusive dentro de campo.
É um azar sem tamanho que o mundo tenha entrado em guerra justamente no
auge do goleador. O futuro do futebol poderia ser outro se os conflitos
não tivessem impedido a realização das Copas de 1942 e 1946. Heleno
fatalmente disputaria pelo menos uma delas – ambas, provavelmente.
Mas havia a Copa de 50, a construção do Maracanã, a esperança de
consagração. Quando voltou ao Brasil, Heleno estava convicto de que
jogaria o Mundial em casa. Mas ele já era outro atleta. E o comandante
da equipe nacional era Flavio Costa, que havia comido o pão que o diabo
amassou na convivência diária com o jogador em convocações anteriores da
Seleção. O craque ficou fora da Copa. Depois dela, ao reencontrar o
treinador, sacou uma arma. Acabou apanhando dele.
- Perto da morte, o Heleno falava muito sobre futebol. Ele ficava
repetindo as mesmas histórias o tempo todo. Uma coisa que ele queria
muito era jogar a Copa de 50. Mas ele já não estava bem – comenta
Herilene, hoje com 69 anos, sobrinha de Heleno.
Heleno entre amigos em 1948, pouco mais de uma década antes de morrer (Foto: Arquivo / Ag. O Globo)
Heleno só jogaria uma vez no Maracanã. E foi justamente sua última
partida como jogador profissional. Defendendo o América pela primeira e
derradeira vez, ele ficou 25 minutos em campo até ser expulso por
ofender seus colegas de time. Enquanto esteve no gramado, fez quase
nada: um ou outro drible, exceção em um dia em que Heleno tinha o olhar
perdido, como se vivesse um sonho. Ou um pesadelo.
No dia seguinte, o Jornal dos Sports escreveria que Heleno parecia ser
um caso “exclusivamente de hospício”. O texto foi, ao mesmo tempo, cruel
e profético.
Ver o Botafogo campeão e ser campeão com o Vasco
Bastou Heleno sair para o Botafogo conseguir aquilo que não conseguira
com ele. Foi campeão estadual. Ao saber da conquista, o jogador chorou.
Argumentou que não era por inveja: era por fanatismo ao clube.
A diretoria alvinegra usou seu raciocínio lógico quando Heleno voltou
da Argentina e se colocou à disposição para ser novamente atleta do
Glorioso. Pensou o seguinte: com ele, quase meia década sem títulos; sem
ele, conquista estadual. O Botafogo, quem diria, não quis Heleno.
Mas o Vasco quis. Em uma passagem de altos e baixos, o atacante ganhou o
Campeonato Carioca de 1949. A última partida, com o título já
assegurado, foi contra o Botafogo. Heleno deu passe para gol e reclamou
que foi caçado pelos ex-colegas de time.
Uma semana depois, em excursão ao Rio Grande do Sul, foi substituído em
partida contra o Renner. Estava xingando os colegas. Acabou dispensado.
Nunca mais vestiu a camisa do Vasco.
O título pelo Cruz-Maltino não foi o único da carreira de Heleno. Com a
Seleção Brasileira, ele ganhou a Copa Roca de 1945 e a Copa Rio Branco
de 1947.
O fim
Em 1955, já internado e em decadência, Heleno
respira futebol (Foto: Arquivo Pessoal)
Uma das músicas preferidas de Heleno de Freitas era “My foolish heart”,
composta por Ned Washington e Victor Young. Ela fala dos cuidados que
um coração bobo precisa ter para não ser despedaçado. Heleno tinha um
coração bobo. E ele foi despedaçado pelo futebol. Quando Heleno não teve
mais a bola, perdeu também a vida.
Antes, congelou corações. Especialmente o de Ilma, sua única esposa.
Ela não suportou os desmandos do marido. Com um filho de apenas um ano a
tiracolo, fugiu de casa. O pequeno Luiz Eduardo nunca mais veria o pai
vivo. Só saberia dele quando de sua morte, em 8 de novembro de 1959.
- Se meu pai parasse de jogar, morreria. Quando ele acabou para o futebol, também acabou para a vida – diz o filho de Heleno.
Antes de ser internado em um sanatório, onde deixaria a vida, Heleno
passou dois anos na casa do irmão, Heraldo. Lá, passou bom tempo
brincando com os sobrinhos. Gostava de jogar gamão. As crianças sempre
perdiam. E não tinham como ganhar. Era só ele quem mexia nas peças.
Porque com Heleno não existe meio-termo; ou, pelo menos, o público não
quer isso dele. Se se comporta como um charlatão, o público sabe que
comprou um bilhete em branco que lhe dá a oportunidade de vaiar. Em
nenhum caso uma partida da qual participe Heleno tem probabilidade de se
transformar num logro, porque vaiar, da mesma maneira como aplaudir, é
uma forma coletiva de reconhecer publicamente um fato"
Gabriel García Márquez
Heleno passava horas e horas conversando. De madrugada, ia aos quartos
das crianças, sempre observado por adultos. Entrava lá e cobria os
pequeninos, temeroso de que estivessem com frio. Ele criava histórias,
repetia delírios. Estava louco.
- Ele sempre falava de um gigante, um homem que arrancava árvores com
as mãos. Não entendíamos o que era – lembra Helenize, 66 anos, sobrinha
de Heleno.
O ex-jogador tinha surtos quase cômicos. Chamava as crianças para dar
socos nas paredes. As mãos dele não se feriam com os golpes. Certa
feita, pegou a motocicleta de um farmacêutico, foi até um morro da
cidade e desceu de lá sobre a moto – de pé.
Conforme avançava a sífilis, aumentava a insanidade de Heleno. E seguia
o vício. A família dele teve que percorrer as farmácias da cidade para
pedir que não lhe vendessem éter. Por fim, decidiu interná-lo.
Em um sanatório de Santarém, cidade do interior mineiro, Heleno
passaria os últimos anos de vida. O andar do tempo aumentaria a loucura.
O craque, conforme mostram cartas trocadas entre os médicos do
sanatório e familiares do ídolo botafoguense (presentes no livro de
Marcos Eduardo Neves), ia piorando aos poucos. Chegou ao limite. Passou a
imitar sons de motores da manhã à noite. Comia coisas que encontrava
pelo chão – inclusive pedaços já usados de papel higiênico. Catava
pedaços de cigarro – mesmo que tivesse carteiras inteiras à disposição.
Não tinha mais condições de conviver em sociedade.
Antes, seguia respirando futebol. Fora de peso (e de si), ia ver os
treinos do Olimpic, clube local. Certa feita, em 1955, pediu para jogar.
Foi criado um teatro. O zagueiro foi orientado a facilitar o gol. As
poucas pessoas presentes simularam ser uma torcida. Por alguns
instantes, em uma cena de tristeza e beleza quase gêmeas, o gênio voltou
a seus tempos de glória.
Difícil mesmo foi perceber que eles haviam terminado. Com a carreira já
encerrada, antes de ser internado, Heleno passava os dias grudado no
clube que amava. Frequentava o vestiário do Botafogo. Pedia dinheiro
emprestado aos ex-colegas – inclusive aos desafetos. Via os treinos
cambaleante, dopado de éter.
Quase morreu ali. Foi encontrado desmaiado por funcionários. Havia tentado se eletrocutar na chave de luz do clube.
Em seus últimos anos de vida, Heleno pouco mencionou a ex-mulher e o
filho. As sobrinhas dele dizem que jamais ouviram uma palavra sobre o
assunto sair de sua boca. No sanatório, ele teria falado de Luiz Eduardo
algumas vezes.
- Ele falava muito sobre futebol, mas nunca falava da mulher e do
filho. Parece que apagou isso tudo da cabeça dele – diz Herilene,
sobrinha do craque.
- Para o Heleno, a coisa mais importante do mundo era ele. Ele e o
Botafogo. Azar se tinha filho, se tinha mulher. Era um cara sozinho,
solitário. Ele ficou louco, e a mulher percebeu isso. Fugiu até para
preservar o filho – opina Marcos Eduardo Neves.
Esboços de Heleno
Rodrigo Santoro recria Heleno: 'Só vivia 100%'
(Foto: Reprodução)
Luiz Eduardo passou a vida tentando descobrir quem era seu pai. O nome
de Heleno era quase secreto depois de Ilma voltou a se casar. Com o
passar dos anos, o menino foi criando a personagem. Perguntava a
botafoguenses se eles sabiam quem havia sido o grande centroavante dos
anos 40. Levou um golpe quando um taxista respondeu que Heleno havia
morrido louco.
Para Luiz, ver Rodrigo Santoro no cinema, na pré-estreia do filme, foi o
ponto final em uma busca que parecia não ter fim. Ele enfim conseguiu
criar a imagem de seu pai.
- As pessoas me contavam as histórias. Eu ia montando tudo. Aí veio o
filme. Para mim, é um marco. É o início de uma nova vida, porque passei
muitos anos procurando saber quem havia sido o Heleno.
Mas é difícil saber quem foi Heleno.
- Não tem como desvendá-lo. Tenho medo de que este seja o grande livro
da minha vida, justamente por tudo que envolve o Heleno. Ele transcende o
futebol – afirma o escritor de “Nunca houve um homem como Heleno”.
- Heleno era o super-homem de Nietzsche, uma pessoa que só via sentido
em viver o máximo, em se dar 100%. Ele não tolerava mediocridade –
resume Rodrigo Santoro no material de divulgação do filme.
Mais de 50 anos depois da morte de Heleno, Luiz Eduardo desenha a imagem do pai que ele jamais conheceu.
- Ele foi uma pessoa difícil de se lidar, fácil de se amar, fácil de se
odiar. Ele era oito e 80. Ou se gostava dele, ou não se gostava. Ele
falava o que vinha na cabeça e não se preocupava com a dor dos outros.
Ele teve o temperamento de um gênio. Foi um cometa.
Heleno de Freitas, o sujeito de mil adjetivos, o mito dos anos 40,
morreu em estado quase vegetativo. Mal se mexia. Mal balbuciava as
palavras sem nexo de antes. Foi encontrado em seu quarto, por um
enfermeiro, em uma manhã de domingo.
Justamente em um domingo, sinônimo de futebol.
Craque dos anos 40 é lembrado em filme, livro e exposição (Foto: Arte esporte)
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