Após marcar três gols no clássico, meia do Botafogo leva Yan ao treino, no Engenhão, e alegra aniversário do pai José Carlos: 'Não posso parar por aí'
Não é todo dia que um jogador se torna herói em um clássico e sai de
campo com três gols na conta. Felllype Gabriel, então, fez questão de
desfrutar de seu momento e levou até o filho, Yan Gabriel, de cinco
anos, para acompanhá-lo no treino, no Engenhão, nesta segunda-feira.
Após fotos, perguntas e parabéns, o meia relembrou um fato curioso, que
deu alegrias ao pai: mais uma vez, próximo à data do aniversário de seu
José Carlos, que completou 52 anos, ele brilhou numa partida.
Diferentemente de 2005, quando balançou as redes contra o Vasco, só que
atuando pelo Flamengo, agora foram três gols na vitória por 3 a 1, o que
o deixou ainda mais orgulhoso.
- Ele me ligou logo depois do jogo, lembrou que em 2005 foi quase igual
(20 de março). E na época a alegria foi tão grande quanto, porque era
meu primeiro clássico, estava iniciando ainda. Disse que não precisava
mais de presente, mas vou dar, como sempre. Só não temos nos visto
tanto. No trabalho, hoje, já sacaneou os amigos, fico feliz com isso. O
importante são essas datas que ficam marcadas nas nossas vidas -
destacou o jogador (veja os gols do empate entre Fla e Vasco, de sete anos atrás, no vídeo abaixo).
A fama de carrasco do Vasco aumentou (são cinco gols sobre o rival, por Fla, Portuguesa e agora Botafogo), e os amigos cruz-maltinos seguem ligando, pedindo para aliviar.
- Não tenho culpa, estou ali para isso (risos) - defendeu-se.
Fellype Gabriel dribla o fiho Yan no campo do Engenhão (Foto: André Casado / GLOBOESPORTE.COM)
A fama de carrasco do Vasco aumentou (são cinco gols sobre o rival, por Fla, Portuguesa e agora Botafogo), e os amigos cruz-maltinos seguem ligando, pedindo para aliviar.
Tudo isso, na verdade, ainda é pouco para Fellype Gabriel. Mais maduro na volta ao Brasil, ele promete conquistar o seu espaço.
- Vim com o pensamento de conseguir recomeçar no futebol brasileiro. Tem muita coisa para acontecer ainda. Vou trabalhar muito para alcançar objetivos maiores e ajudar o Botafogo. Não posso parar por aí. Todos sonham com Seleção, isso às vezes vem na minha cabeça mesmo, mas vamos com calma. Essa característica de ser um jogador muito coletivo pode ser importante também. O Japão realmente me mudou - revela, em referência aos elogios do técnico Oswaldo de Oliveira, que tem se mostrado um verdadeiro mentor para ele.
- Não temos nem conversado tanto a respeito, porque ele já sabe como me usar e o que eu posso fazer. Foram dois anos de muita convivência (no Kashima Antlers) e troca de ideias. Ele sabe que pode contar comigo em qualquer situação. Eu gostava de partir muito para cima quando era novinho, tentava as jogadas, e passei a ter outro comprometimento com a equipe depois. É um espírito que dá certo, faz a diferença - assegura.
Segundo o meia, sua educação foi muito rígida e o futebol era uma válvula de escape no dia a dia. Mesmo assim, o comportamento mudou ao se defrontar com a cultura nipônica. De cara, teve o desafio de substituir o craque do time em um duelo decisivo:
- Acrescentou muita coisa (vida no Japão), como pessoa e atleta. O Motoyama, muito bom jogador, fez uma cirurgia e entrei com a missão de decidir no lugar dele. É difícil conquistar o povo, são desconfiados. Pus na cabeça que tinha que correr muito e ajudar um time que já era campeão, a responsabilidade era grande. Consegui me adaptar e não mudei o jeito de jogar.
- Ele disse que não ia na escola e queria vir. Não teve jeito dessa vez (risos). É bom para curtir um pouquinho comigo - disse o meia, sem colocar pressão para ter um herdeiro da bola.
- Não sei, mas leva jeito...
Ciente de que a noite de artilheiro não repete com frequência, o camisa 11 rechaçou a cobrança para ser decisivo, mas acredita que, no clube, o desejo pelas vitórias não pode parar.
- A cobrança sempre existe no Botafogo, em clássico ou não. Eu não vou fazer nada sozinho, já agradeci aos meus companheiros pelo que eles fizeram em campo. Temos é de manter esse nível de atuação, é um exemplo. Se conseguirmos isso, vamos longe.
O goleiro Jefferson não se surpreendeu com o desempenho de Fellype.
- É um jogador no qual já tínhamos uma expectativa grande em cima. Oswaldo indicou e temos de dar os parabéns pela escolha. Vem se empenhando nos treinos, já tinha feito gol na estreia... Acho que é só o começo de tudo o que ele vai fazer para ajudar nesta temporada - afirmou.
Fellype com o filho no colo no campo onde fez história em sua estreia (Foto: Marcos Tristão / Agência Globo)
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