Mineiro Gustavo Lucas atua há seis anos no clube e está confiante para ver time fechar com chave de ouro temporada histórica no Espanhol e na Liga dos Campeões
Médico atua no time dos brasileiros Filipe Luis e Diego Costa (Foto: Gustavo Lucas/Arquivo Pessoal)
– Esse ano vai ficar marcado como aquele em que o time competiu de igual para igual com Barcelona e Real Madrid, mesmo com um orçamento para o futebol quatro vezes menor. É realmente um grande feito: semifinal da Copa do Rei, final da Liga dos Campeões e a um empate contra o Barça para ser campeão da Liga espanhola na última rodada. O ambiente no clube é de total confiança em poder ganhar os dois títulos, apesar da desconfiança da torcida com os últimos tropeços – contou.
Formado na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Gustavo se dedica ao Atlético de Madrid há seis anos. Ele trabalha com jogadores com idades entre 10 e 23 anos, divididos em 11 times que, juntos, somam quase 300 atletas. A vocação para a medicina vem de berço. Neto e filho de médicos, o juiz-forano não teve dúvidas ao escolher a carreira. Antes de concluir a graduação, em 2005, fez um estágio de intercâmbio com um mês de duração em um hospital de Madri. No local, soube da existência da residência em Medicina do Esporte, e se preparou para a oportunidade.
Gustavo Lucas presta atendimento aos jogadores(Foto: Gustavo Lucas/Arquivo Pessoal)
Menos de um ano após chegar a Madri, Gustavo foi aprovado na residência da Universidad Complutense de Madrid. Ainda no primeiro ano, veio o convite para trabalhar nas categorias de base do Atlético de Madrid. Atualmente, é responsável por todo o cuidado com a saúde dos atletas, da nutrição à prevenção de lesões, além de realizar exames os médicos na pré-temporada e em possíveis reforços.
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– O médico esportivo tem a função de coordenar uma equipe multidisciplinar composta de fisioterapeuta, enfermeiro, nutricionista, massagista, podólogo, psicólogo, entre outros. Sempre contamos com a colaboração de médicos especialistas, como ortopedistas, cardiologistas, endocrinologistas etc. O atleta deve estar em perfeitas condições de saúde para poder render ao máximo dentro de campo. É nossa função fazer tudo que estiver ao nosso alcance para que isso aconteça, sempre preservando a saúde do atleta – explicou.
Para Gustavo Lucas, poder carregar o nome do Brasil com o trabalho é uma grande satisfação, principalmente levando em conta o respeito que a medicina esportiva brasileira tem no exterior.
- Todos os professores que tive na minha formação na Espanha falavam muito bem da escola brasileira, inclusive alguns deles fizeram parte da formação na escola do professor Eduardo De Rose, do Rio Grande do Sul, que é médico do esporte, membro do comitê médico do Comitê Olímpico Internacional (COI) e uma das maiores autoridades mundiais de doping. Agora que a formação em medicina esportiva está regularizada no formato de residência médica, acredito que não perderemos em nada para a formação europeia, continuaremos formando profissionais de altíssimo nível - opinou.
Gustavo Lucas atua no Atlético de
Madrid há seis anos (Foto: Gustavo
Lucas/Arquivo Pessoal)
- É verdade que os brasileiros se juntam quando estão fora do país, em um time de futebol não é diferente. Sempre rola um almoço, um churrasco, uma música brasileira - disse.
brasil x espanha
Gustavo e o zagueiro brasileiro Miranda(Foto: Gustavo Lucas/Arquivo Pessoal)
- Na Espanha, e
na Europa em geral, o jogo é muito mais tático e de equipe, com velocidade no
toque de bola e muita força física. No Brasil, ainda valorizam mais o talento
individual do jogador e o jogo é bem mais lento - destacou.
Apesar
das observações, quando questionado sobre a Copa do Mundo, o mineiro
não esconde o coração brasileiro e garante: a torcida vai para o Brasil.
- A Espanha
chega como favorita para a Copa, ao lado das outras grandes seleções, até porque é
a atual campeã mundial e bicampeã europeia. Mas não se pode negar que os principais
jogadores desse time não fizeram um bom final de temporada, que estiveram
abaixo da média. Não sabemos se estavam medindo esforços para chegar bem na Copa
ou se realmente não renderam o esperado, o que tem gerado dúvidas na cabeça do
torcedor espanhol. Sem nenhuma dúvida, sou Brasil na Copa! Sou brasileiro e
com muito orgulho!
Mas, se o Brasil for eliminado antes da final e a Espanha chegar
lá, torcerei por eles, é claro. Afinal, a quinta parte da minha vida foi vivida
aqui. Tenho muito respeito, carinho e gratidão por essa terra - finalizou.
FONTE;
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