Agora ex-presidente do Santos, Laor explica saída do comando alvinegro, quer ficar alheio às eleições do segundo semestre, mas enaltece os títulos conquistados
Luis Alvaro renunciou e não é mais presidente do Santos (Foto: Divulgação/Santos FC)
Laor, como é conhecido, enfrenta seguidos problemas de saúde desde 2010, quando assumiu o comando do Alvinegro. Restando três meses para o fim da licença de um ano e com as eleições do clube próximas, o agora ex-dirigente decidiu atender ao pedido das filhas e às orientações dos médicos. Tudo pela própria sobrevivência.
- (A renúncia) Foi um negócio muito pensado. A saúde prevaleceu. A pressão das minhas filhas foi decisiva também. Eu voltaria em agosto e teria mais três meses de mandato em meio à campanha eleitoral. Então, os médicos acharam que eu estaria correndo risco de suicídio, em função da gravidade do que tive no ano passado. Fiquei entre a vida e a paixão. Só que a paixão eu pude usufruir no período que fiquei à frente do Santos, com os títulos e segurando o Neymar. Achei que agora estava na hora de parar. Escolhi sobreviver - explicou, em entrevista por telefone.
Os últimos meses não foram fáceis para Luis Alvaro. Segundo ele, foram dois meses em depressão, sem ler jornal ou assistir à televisão. Até acompanhar os jogos do Santos era difícil.
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- Estava meio desligado do mundo. Saí do (Hospital Albert) Einstein e fiquei 50 dias em casa, indo do quarto ao banheiro, com crise de intestino. Havia uma incompatibilidade dos remédios, um fazendo interferência no outro. Com as modificações que o médico fez nos remédios, estou melhor. Eu me sinto renascido. Não vou precisar ter a obrigação de tomar conta do Santos naquela vida quase infernal dos primeiros dois anos e meio. O sucesso, é verdade, foi absolutamente recompensador. Mas acho que já dei minha contribuição.
Agora, preciso pensar um pouco na minha saúde - contou.
No segundo semestre, que marcaria o retorno de Luis Alvaro ao Santos, ocorrem as eleições no clube para o triênio 2015-2017. Laor quer ficar alheio ao pleito, mas destacou os dois anos e meio em que esteve integralmente no comando santista, comparando-os com o período em que ficou fora devido às licenças médicas.
- Quero me dar um tempo, não me meter em política. Vamos ver o que acontece. Torço para que repitam o estilo que colocamos no Santos, que nos levou a seis títulos em dois anos e meio, a segurar o Neymar, a ganharmos a Libertadores após 48 anos. Sanamos as finanças do clube até enquanto estive lá. Que sirva de exemplo para que os que vêm por ai - disse.
- Em dois anos e meio eu fui o segundo presidente que mais títulos ganhou no Santos. Só fui superado pelo Athiê (Jorge Cury), que ficou 23 anos no clube e tinha o Pelé. Saio do clube com a sensação de dever cumprido. Acho que fiz o melhor, recoloquei o Santos no cenário internacional. Claro que vai vir a nostalgia, os funcionários que me ajudaram e que, em grande parte, foram demitidos quando saí... Mas isso tudo se resolve - concluiu.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/santos/noticia/2014/05/luis-alvaro-revela-pressao-das-filhas-por-renuncia-escolhi-sobreviver.html
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