Campeão mundial sub-20 em 2011 diz que técnicos precisam ser mais bem preparados e que número de dribladores diminuiu porque posse de bola é privilegiada
Ney Franco em debate no Footlink
(Foto: Divulgação)
- É em tudo. Sempre quando temos um insucesso em uma grande competição, a metralhadora de críticas se volta para a base, para a formação. Creio que haja problemas, mas outros aspectos devem melhorar também, como a capacitação dos profissionais que trabalham na base.
A fraca campanha da Seleção no Sul-Americano Sub-20 (classificou-se para o Mundial apenas com a quarta colocação) reacendeu a discussão sobre os problemas na base. Para o técnico, que diz ter acompanhado pouco o torneio, a questão é bem mais complexa do que o resultado dentro de campo.
- Hoje o treinador brasileiro se forma de duas maneiras: ou é um ex-atleta ou profissional formado em educação física. Mas na universidade há pouca especialização em futebol. Precisamos preparar melhor nossos treinadores.
Dribladores em extinção
Outra questão abordada pelo técnico sobre a formação foi em relação ao drible no futebol brasileiro. Para Ney Franco, os dribladores estão diminuindo em razão dos trabalhos feitos na base.
- Hoje se trabalha muita posse de bola em campo reduzido. Importamos esse tipo de treinamento, que é necessário para o futebol brasileiro, mas acho que é necessário trabalharmos um pouco mais o drible. Em alguns momentos, só a posse de bola perto da área não adianta, e você precisa dar liberdade ao seu jogador para driblar.
O técnico apontou também a maior aproximação entre as linhas das equipes como um fator que contribui para a perda da eficiência do driblador.
- Hoje a distância entre os adversários é muito menor, e isso realmente diminuiu a eficiência dos dribles em série. Mas ainda assim acho que precisamos sempre trabalhar o drible no futebol brasileiro, que tem essa característica e pode aproveitá-la, sobretudo quando joga no contra-ataque, marcando atrás e saindo rápido. Se você analisar, as grandes equipes brasileiras, campeãs mundiais, jogaram desta maneira.
O técnico, no entanto, fez uma ressalva: uma equipe competitiva não pode depender apenas da individualidade.
- Um time, para ser competitivo, tem que ter um pouco de tudo. Organização, posse de bola e também jogadores que resolvem o jogo em um lance. Esse equilíbrio é necessário.
Sobre a carreira, Ney Franco diz que pretende descansar um pouco mais, mas pode voltar a trabalhar ainda em 2015.
- Desde 2004, quando assumi o Ipatinga na pré-temporada, estava sem parar. Tive algumas sondagens, mas optei por descansar um pouco, ler, ficar perto da família e fazer alguns exames para ver se está tudo bem, porque o futebol é muito desgastante. Ainda não deu para sentir falta da adrenalina do campo, mas, quando as fases finais dos estaduais se aproximarem, acho que isso vai acontecer.
FONTE:
http://glo.bo/16ZzCNO
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