sábado, 25 de julho de 2015

Com grande atuação coletiva, Brasil supera o Canadá e é ouro no basquete

Seleção suporta a pressão da torcida canadense e vence com autoridade: 86 a 71.



Por
Direto de Toronto, Canadá

 
Do início ao fim, a seleção brasileira dominou o Canadá. Jogou com autoridade, sem sentir a pressão de enfrentar os anfitriões e uma torcida barulhenta no ginásio de Ryerson, em Toronto. A vitória por 86 a 71, neste sábado, coroou uma campanha praticamente impecável nestes Jogos Pan-Americanos. O Brasil venceu os cinco jogos. Teve em Vitor Benite o cestinha da competição com 18,2 pontos de média. A medalha de ouro - a quarta nas últimas cinco edições do Pan - significa também a primeira conquista do técnico Rubén Magnano no comando da seleção.

Anthony Bennett foi o cestinha da partida com 18 pontos. Pelo Brasil, Augusto Lima, Larry Taylor e Rafael Hettsheimeir fizeram 13 pontos cada. Mais cedo, os Estados Unidos venceram a República Dominicana por 87 a 82 e ficaram com o bronze. Confira o quadro de medalhas do Pan de Toronto.

- É um passo importante para o basquete brasileiro. Hoje a seleção ganhou um título. Mas pelo o que mostrou na última olimpíada e no mundial já vinha deixando uma imagem importante para o basquete. De um jogo sólido, coletivo. Estou muito feliz com o que a seleção vem fazendo. Saímos do Brasil com o sonho de ganhar uma medalha - disse o técnico Rubén Magnano. 

Basquete; Brasil; Jogos Pan-Americanos (Foto: Gaspar Nobrega/inovafoto)
Jogadores brasileiros vibram após a decisão: 
primeiro título da Era Magnano (Foto: 
Gaspar Nobrega/inovafoto)


No último Pan, em Guadalajara, o Brasil havia ficado em quinto lugar. Mesmo com uma seleção sem grandes estrelas, Ruben Magnano conseguiu reunir um grupo competitivo, que entendeu a filosofia do treinador de muita marcação e um jogo coletivo. Passeou pelos adversários e só teve dificuldade na semifinal contra a República Dominicana. O título foi o primeiro também do basquete brasileiro após a criação do NBB. Dez jogadores disputam o torneio. E três passaram também pela Liga de Desenvolvimento, criada para ajudar na revelação de jovens talentos.

- Esta conquista representa muito para a gente. Não apenas pelo ouro, mas pela maneira que jogamos, a imagem que deixamos para todos. Ninguém se importou com o ego e jogou em conjunto. Esta conquista significa muito - disse Vitor Benite, que atua pelo Flamengo.

O Brasil disputou os Jogos Pan-Americanos com uma espécie de time B. As estrelas do país que jogam na NBA como Anderson Varejão, Tiago Splitter, Nenê e Leandrinho não viajaram para o Canadá. Outros nomes importantes também se ausentaram como Marquinhos, Marcelinho Huertas e Alex. Além disso, jovens talentos como Bruno Caboclo, Lucas Bebê e Raulzinho não foram convocados já que estão disputando a Summer League em busca de mais espaço na NBA. O Canadá disputou o Pan sem sua maior estrela, Andrew Wiggins, primeira escolha do draft de 2014 e eleito o calouro do ano da última temporada da NBA com o Minnesota Timberwolves. E também tinha outros desfalques como Tristan Thompson (Cavaliers), Oljnik (Celtics) e Corey Joseph (ex-Spurs). 

O próximo compromisso da seleção brasileira agora será a Copa América, que vai classificar para as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. A competição será disputada na Cidade México, a partir de 31 de agosto. Caso a Federação Internacional de Basquete (Fiba) não confirme a vaga direta para o Brasil na reunião do dia 7 de agosto, em Tóquio (JAP), a seleção vai precisar ficar em primeiro ou segundo do torneio para se classificar. 


O JOGO

Brasil x Canadá basquete final pan-americano 2015 (Foto: William Lucas/inovafoto)
Rafael Hettsheimer foi um dos cestinhas brasileiros, 
com 13 pontos (Foto: William Lucas/inovafoto)


A partida começou muito equilibrada. O Canadá apostava no jogo dentro do garrafão explorando Anthony Bennett, draft número 1 da NBA em 2013 pelo Cleveland Cavaliers. Nos primeiros minutos, ele marcou seis pontos. O time de Magnano seguia apostando das bolas de três pontos. Quando Rafael Hettsheimeir fez a terceira, o Brasil conseguiu abrir: 16 a 11. Bennett fez a segunda fora e precisou ir para o banco. O grandalhão Sim Bhullar, de 2,26m de altura, entrou. Mas todo desengonçado, o jogador do Sacramento Kings não incomodou. Foi quando a seleção deslanchou no placar. Com uma marcação forte em Andrew Nicholson, ala-pivô do Orlando Magic, o Canadá estacionou no placar. E o Brasil fazia uma cesta atrás da outra. No fim do primeiro quarto, a vantagem era enorme: 26 a 13.

Veio o segundo quarto e o Brasil seguia dominante em quadra. Enquanto o Canadá tinha um ataque previsível, a seleção conseguia variar com sucesso as opções ofensiva. Dez jogadores brasileiros pontuaram ao longo do primeiro tempo. Era difícil prever de onde viria o arremesso. Se a marcação apertava em cima de Benite, até então cestinha do Pan com média de 20,5 pontos nas quatro primeiras partidas, Rafael Hettsheimeir (13 pontos no primeiro tempo) aparecia como opção. Ou Augusto Lima fazia bem o papel de pivô. E o Brasil conseguiu aumentar ainda mais a vantagem. No intervalo, a seleção vencia por 48 a 29. 

Augusto Lima (6) Brasil x CAnadá basquete pan-americano 2015 (Foto: Gaspar Nobrega/inovafoto)Augusto Lima disputa bola: camisa 6 fez também 13 pontos (Foto: Gaspar Nobrega/inovafoto)


Após o intervalo, o Brasil já meteu uma cesta de três pontos no primeiro ataque. Era o sinal de que a seleção seguiria com a partida na mão. Irritado com a forte marcação brasileira, Andrew Nicholson, cestinha canadense em quadra, perdeu a cabeça e fez falta de ataque em cima de Hettsheimeir. Reclamou e ainda levou a falta técnica. Em seguida, Augusto Lima enterrou na cara de Anthony Bennett. O banco brasileiro se levantou inteiro para comemorar. Até Ruben Magnano entrou em quadra pulando para cumprimentar o pivô. O Brasil chegou a ter 25 pontos de frente. Mas nos minutos finais do terceiro quarto, o Canadá passou a reagir. Uma ponte aérea de Heslip para Bennett levantou o torcedor. Vieram os gritos de "defesa", "defesa". Os canadenses passaram a marcar sob pressão. E diminuíram o placar: 67 a 54.

O Brasil começou o último quarto sob pressão apesar dos 13 pontos de vantagem. A torcida canadense tentava empurrar o time, que já não tinha em quadra Andrew Nicholson eliminado com cinco faltas. A seleção também perdeu JP Batista. E tinha Rafael Hettsheimeir pendurado com quatro faltas. Com duas bolas de três de Jamal Murray e de uma cesta seguida de falta de Dillon Brooks, o Canadá voltou para a partida faltando ainda sete minutos no relógio: 69 a 63.

O jogo ficou mais pegado e físico, com muitas faltas. Benite, que tinha nove pontos e sete assistências, fez a quinta falta e também foi eliminado. A partir daí, a técnica ficou em segundo plano e o Brasil foi na raça. Lutando por todas as bolas, a seleção foi conseguindo esfriar a reação canadense. E voltou a dominar a partida. No fim, 86 a 71 para o Brasil. E mais uma medalha de ouro na parede.


FICHA TÉCNICA
BRASIL
Rafael Luz (5); Léo Meindl (8); Vitor Benite (9); Rafael Hettsheimeir (13) e Augusto Lima (13)
Entraram: Rafael Souza (7); Larry Taylor (13); JP Batista (4); Ricardo Fischer (4); Olivinha (10); Marcus Toledo (0).
Técnico: Ruben Magnano

CANADÁ
Junior Cadougan (0); Carl English (3); Aaron Doornekamp (2); Andrew Nicholson (11) e Anthony Bennett (18)
Entraram: Jamal Murray (12); Melvin Elim (11); Dillon Brooks (11); Brady Heslip (3); Daniel Mullings (1); Kyle Wiltjer (0); Sim Bhullar (0)
Técnico: Jay Triano


A CAMPANHA DO BRASIL
21/07 - Brasil 92 x 59 Porto Rico
22/07 - Brasil 79 x 64 Venezuela
23/07 - Brasil 93 x 83 Estados Unidos
24/07 - Brasil 68 x 62 República Dominicana
25/07 - Brasil 86 x 71 Canadá


FONTE:
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