VÔLEI
Isabelle Neris recorre à Federação e é autorizada a disputar Taça Curitiba em time feminino. Superintendente busca respaldo da CBV para direitos de pessoas trans
Isabelle já participa de torneios amadores e agora pode disputar jogos oficiais (Foto: Arquivo Pessoal)
- Estou bem animada, a Taça é um evento de grande porte. A ansiedade bate por saber que é o meu primeiro jogo oficial realizado pela federação - conta a atleta.
Isabelle conseguiu a liberação da FPV na última quinta-feira, quando apresentou a identidade social e o documento de mudança de nome civil. Ela também mostrou exames hormonais que comprovam que o nível de testosterona dela é igual ao de outras atletas da modalidade.
A jogadora entrou para a equipe em maio de 2016 e já havia participado de dois torneios amadores, além de um de categoria mista. Em todas as competições, Isabelle teve que apresentar o mesmo tipo de exame físico. Nas quadras, a inspiração veio da jogadora Tiffany Abreu, que é brasileira e conseguiu permissão da Federação Internacional de Vôlei para atuar entre as mulheres na Itália.
- (A história de Tiffany) Foi o estopim para que eu não desistisse desse sonho. Nós devemos correr atrás do que queremos, somos a geração da mudança. As pessoas vão querer nos barrar, mas não devemos desistir se aquilo é o nosso sonho - disse a atleta.
O time de Isabelle joga neste domingo, às 12h, no Ginásio Cobra. O torneio é organizado pelo Galatasaray Voleibol. No campeonato, os jogadores prometem usar um uniforme com a hashtag “#SomosTodosIsabelle”. A ação é em resposta ao preconceito sofrido por ela em um dos jogos que participou.
Trâmites legais
Para receber liberação para os campeonatos federais, a diretoria administrativa das “Voleiras” entrou em contato com a federação, depois de a atleta demonstrar interesse em competir de forma oficial. A FPV, então, buscou precedentes no caso, para definir o futuro da atleta.
De acordo com o superintendente da federação, Jandrey Vicentin, não há nenhuma regulamentação oficial para casos como o de Isabelle. Vicentin diz que o episódio é o primeiro do país e já pediu à Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) um estudo científico para inclusão de pessoas trans. A ideia da FPV é garantir ainda mais os direitos esportivos dos cidadãos.
- É um fato novo. No documento dela consta sexo feminino e nós quisemos garantir os direitos civis dela - explicou o dirigente da federação.
*Informações de Mariele Morski, do G1 PR
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FONTE:
http://globoesporte.globo.com/pr/noticia/2017/03/paranaense-transexual-consegue-direito-de-jogar-volei-feminino.html
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