quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Ansiedade, cirurgia e rótulo de musa: Thaísa e a busca pelo tri olímpico


Central da seleção feminina de vôlei conta os detalhes da recuperação após operar os dois joelhos. Objetivo é voltar a atuar em alto nível antes das Olimpíadas do Rio 2016




Por
Sorocaba, SP


A ansiedade e expectativa da central Thaísa em retornar às quadras é grande. Em visita a Sorocaba, cidade a 100 quilômetros da capital paulista, a melhor central do mundo falou com a reportagem do GloboEsporte.com sobre o processo de retorno aos treinos, a expectativa pelo tri olímpico e questões fora de quadra, como ser considerada uma das musas da modalidade (confira trechos da entrevista no vídeo, clicando no Link da FONTTE no Final da Postagem).


Bicampeã olímpica com a seleção brasileira feminina de vôlei, a jogadora passou por cirurgia nos dois joelhos, por conta de lesões nos tendões patelares. Após três meses de recuperação, Thaísa já realiza alguns trabalhos em quadra e o objetivo é voltar a atuar em alto nível para ser novamente lembrada pelo técnico José Roberto Guimarães.

– Está indo super bem, estou um pouco cansada desse processo de recuperação. Estava treinando no chão e estou fazendo um pouco de salto, tenho que ter muito cuidado. Muita gente me questionou dizendo que sou muito corajosa por operar os dois joelhos e, realmente, não é fácil. Foi o momento perfeito, porque dá tempo de eu voltar e entrar no ritmo para as Olimpíadas. Foi necessário, já passou a pior parte, da choradeira e agora é só treinar um pouquinho e pensar na recuperação.

Tem aquela frase que muitas pessoas usam: 'No país do futebol, o vôlei é o melhor do mundo'. Temos mais títulos que o futebol, fomos passo a passo conquistando e entrando na casa das pessoas. Caímos na graça dos brasileiros e isso é bom."
Thaísa, central da seleção feminina de vôlei.

Além da pressão pessoal, por retornar em alto nível, Thaísa revela que a expectativa em torno da sua recuperação por parte do torcedor também é um fardo a mais para carregar.

– O meu primeiro maior desafio vai ser voltar e ganhar o ritmo que eu tinha. Porque todo mundo fica com a expectativa da melhor central do mundo, vai voltar melhor e eu me cobro muito para voltar nesse ritmo. Nunca fiz cirurgia alguma e o desafio é voltar melhor do que nunca. O segundo desafio vai ser ir bem na Superliga, mantendo o ritmo de jogo e ter uma convocação, que é mais do que merecimento.

Por conta da cirurgia, Thaísa ficou fora da última convocação da seleção brasileira. Tanto no Grand Prix, nos Estados Unidos, como nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, as brasileiras foram derrotadas pelas seleções americanas. Em Omaha, saíram com o bronze, enquanto em Toronto levaram a prata. Os dois torneios simultâneos serviram como uma espécie de laboratório para o técnico José Roberto Guimarães, que aumentou o leque de opções para futuras convocações. 

Thaísa, central da seleção brasileira feminina de vôlei (Foto: Reprodução/ GloboEsporte.com )
Thaísa vislumbra a medalha de ouro com a 
seleção brasileira feminina de vôlei 
(Foto: Reprodução/ GloboEsporte.com )


– Acho que levar muitas meninas deu oportunidades para todas mostrarem o seu valor. O Zé tem uma lista maior de atletas para convocar. Quanto mais opção ele tiver, melhor. Agora ele tem uma lista maior de atletas e isso é muito importante.

Sobre o sucesso da modalidade, Thaísa faz uma comparação com o futebol, esporte mais popular no país e que recentemente não tem obtido bons resultados. A popularidade do vôlei se dá ao momento vitorioso que, segundo ela, é melhor que o do futebol pentacampeão do mundo. 


Mosaico Thaisa (Foto: Editoria de Arte)Thaísa é ativa nas redes sociais (Foto: Editoria de Arte)


– Tem aquela frase que muitas pessoas usam: 'No país do futebol, o vôlei é o melhor do mundo'.
Acho que a gente conquistou isso, o carisma, aquele jogo legal, raramente você vê briga, pode levar uma criança e a família para ver um jogo de vôlei. No futebol muita gente deixar de ir por conta de brigas e tudo o que vemos por aí. Isso cativa muito as famílias, e outro porque aos poucos fomos conquistando muitas medalhas e muitas vitórias, talvez hoje mais que o futebol. Temos mais títulos que o futebol, fomos passo a passo conquistando e entrando na casa das pessoas. Caímos na graça dos brasileiros e isso é bom.

A supremacia brasileira tem mantido não só as brasileiras na liga nacional, como tem atraído inúmeras jogadores estrangeiras. Mercado inverso, por exemplo, como o de outras modalidades como futebol e basquete, que perdem cada vez mais jogadores para outros países. 

– O Brasil tem essa potência no vôlei e isso faz com que estrangeiras queiram vir para cá e nós fazemos força para ficar aqui. Algumas saíram por conta de ranqueamento, alguns times não têm investimento tão alto, mas se não fosse isso ninguém teria saído. Todo mundo quer tirar uma casquinha do nosso treinamento.

Considerada uma das musas do vôlei brasileiro, a jogadora não se incomoda com o rótulo, mas deixa claro que isso não interfere em nada dentro da quadra. Para a central, beleza não marca ponto.

– Há muitos anos quando começou esse negócio de musa, eu sempre falei que não adianta ter rostinho bonito e não colocar a bola no chão. Ninguém vai te deixar fazer ponto porque você é bonitinha. Eu não me considero uma musa, me acho bonita, interessante e chamo atenção de muitas pessoas, sou vaidosa. Não gosto de me rotular como musa, faço as coisas mais por me sentir bem e achar bonita. Deixo esse negócio de musa para quem gosta.

Adepta e presente nas redes sociais, Thaísa acha importante interagir com o torcedor através das diversas plataformas existentes na internet. 

– Eu acho legal. Não é tanto o treino que bomba, mas, sim, o que você faz fora da quadra: um almoço, fisioterapia e uma coisa que eles não estão acostumados a ver. Acho legal, muito do nosso sucesso é por conta do torcedor. É importante dar atenção à todos os outros aspectos, dentro de um limite para não atrapalhar nossa rotina.

Neste ano, ela foi assunto após participar do Carnaval no Rio de Janeiro. Com foco na conquista da terceira medalha de ouro nas Olimpíadas, a central afirma que será desfalque na Sapucaí. Nos sonhos dela, a festa da medalha dourada está desenhada. 

– Vejo muitas dificuldades, porque as equipes evoluíram muito e aprenderam a ver nossa equipe jogar. Temos uma equipe mais experiente e isso me um pouco mais de conforto. Seria perfeito fazermos uma festa linda e nós apresentando o vôlei com maestria e se Deus quiser mais um campeonato ganho, o tri olímpico.


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/sp/sorocaba/volei/noticia/2015/09/ansiedade-cirurgia-e-rotulo-de-musa-thaisa-e-busca-pelo-tri-olimpico.html

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