terça-feira, 14 de julho de 2015

Atento, treinador cuida de perto de fase adolescente do xodó Flavinha

Técnico da promessa, Alexandre Carvalho reconhece que, aos 15, ginasta ganha maturidade para manter o foco. Para 2016, esperança é principalmente na trave



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Toronto, Canadá

Flavia Lopes Saraiva bronze Pan-Americano (Foto: Washington Alves/Exemplus/COB)Flavia Lopes Saraiva bronze Pan-Americano (Foto: Washington Alves/Exemplus/COB)


Toda vez que compete, Flavinha tem consigo um ''elemento'' extra que, apesar de não ter um nível alto de dificuldade, pode ajudar nas suas apresentações de ginástica artística. Sempre sorridente, a pequena brasileira tem jeito de menina e é dona de um dom natural de cativar. Seja a torcida, seja as próprias adversárias. Após a conquista do bronze no individual geral, a atleta de apenas 15 anos confessou que até mesmo as adversárias a olham desta forma especial.

Apesar dos 1,33m de altura, o xodó Flavinha já está entrando na fase da adolescência. A atleta diz que tem uma rotina normal, mas com mais treinos e concentração do que outras meninas de sua idade. O técnico, que a acompanha desde os 12 anos, reconhece que será um momento de atenção especial.

- É uma fase que o técnico tem que tomar bastante cuidado. A família é muito importante, a dela apoia muito e acredita no trabalho. Realmente é um ponto de cuidado na carreira do atleta. A Flávia entende o quanto isso é importante. Porque as meninas da idade dela querem sair, passear, e ela tem que estudar e treinar - explicou o treinador.


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O bronze no individual geral (prova que reúne os quatro aparelhos) não foi o primeiro de Flavia Saraiva no Pan de Toronto. Um dia antes, no domingo, havia conquistado também a terceira posição com a equipe feminina do Brasil. A pequena ainda pode subir no pódio no solo e na trave. Por mais que tenha evoluído na prova mais completa, seu técnico aponta a trave como sua maior preocupação, sobretudo para os Jogos do Rio 2016. Para Alexandre Carvalho, é neste aparelho que a atleta pode surpreender ainda mais.

 Flavia Lopes Saraiva bronze Pan-Americano (Foto: Eric Bolte/Reuters) 
Flavia Lopes Saraiva bronze Pan-Americano 
(Foto: Eric Bolte/Reuters)


- Até as Olimpíadas muita coisa pode acontecer. Mas o objetivo para 2016 é colocar ela na final entre as oito melhores (de aparelhos), principalmente na trave. Ela mostrou que pode disputar entre as melhores sim (no individual geral). Precisa melhorar um salto e já está treinando um novo. Mas realmente a trave é o aparelho forte dela - disse Alexandre.

Sucesso de simpatia

Na briga pelo individual geral, Flavinha travou uma boa disputa com duas americanas. Madison Desch ficou com a prata. Mas Amelia Hundley nao pôde alcançá-la e terminou em quarto. Mesmo fora do pódio, a atleta dos Estados Unidos elogiou e declarou que é difícil não se encantar ao ficar perto da brasileira.

- Ela é tão fofa! Estávamos aquecendo juntas e, quando ela parou, me senti gigante ao seu lado. Ela é incrível, tem grande forma e execução. Parece ter muita disciplina e treinar pesado - disse.

Flavia confessa que até as rivais se rendem, e Alexandre reconhece que isso é normal no cotidiano da ginasta, que está na seleção adulta há um ano. Mas o técnico acredita que o principal é usar sua "simpatia" com naturalidade.

- A Flavia é muito nova e acaba levando tudo com naturalidade. Ela é pequenininha, todos acham bonitinha. Ela tem que saber usar bem isso. É natural, nada forçado. Tem que continuar com essa simpatia.

As finais por aparelhos na ginástica artística do Pan de Toronto começam nesta terça-feira. O destaque do dia será o campeão olímpico Arthur Zanetti. Nas argolas, o brasileiro busca a medalha de ouro inédita em Jogos Pan-Americanos.

Madison Desch Ellie Black e Flavia Lopes Saraiva Pan-Americano (Foto:  Ezra Shaw/Getty Images)
Madison Desch Ellie Black e Flavia Lopes Saraiva 
Pan-Americano (Foto: Ezra Shaw/Getty Images)


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