Árbitro relata ofensas de dirigentes do Cruzeiro e objetos no campo

Nielson Nogueira Dias escreve ter sido chamado de ladrão, e cita celular entre objetos atirados no gramado durante empate com o Atlético-MG

Por GLOBOESPORTE.COM Belo Horizonte

Súmula do clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG
(Foto: Reprodução / Site Oficial da CBF)

Na súmula do clássico Cruzeiro 2 x 2 Atlético-MG, o árbitro Nielson Nogueira Dias, da Federação Pernambucana de Futebol, relatou ter sido chamado de "ladrão" pelo gerente de Futebol do Cruzeiro, Valdir Barbosa, e pelo diretor de comunicação do clube, Guilherme Mendes, quando se dirigia ao vestiário, no intervalo do primeiro para o segundo tempo. Nielson Dias classificou como "péssimo" o comportamento da torcida do time mandante, que atirou diversos objetos no gramado.

- Ao término do primeiro tempo, quando toda a equipe de arbitragem se dirigia ao vestiário ainda no corredor de acesso, fui abordado pelos senhores Valdir Barbosa e Guilherme Mendes, ambos diretores do Cruzeiro, os quais em tom elevado de voz, com extrema agressividade verbal proferiram as seguintes palavras: ‘Você é um ladrão, já roubou a gente em Uberlândia e está roubando novamente’, sendo contidos pela Polícia Militar.

A invasão de campo feita por outro integrante da diretoria ao fim da etapa inicial também foi citada pelo juiz. 

- Ao término do primeiro tempo da partida, o Sr. Alexandre Mattos, diretor de futebol do Cruzeiro, invadiu o gramado (...), proferindo as seguintes palavras: ‘Você só deu cartão amarelo pra nós, quatro minutos de acréscimo foi muito!’

Objetos
Nielson relatou, também, os objetos atirados pela torcida, que começaram a ser arremessados, segundo ele, aos seis minutos da etapa final.

- (...) com a bola fora do jogo, após a marcação de uma falta em favor do Atlético-MG, próximo ao banco de reservas do mesmo, foram arremessados ao campo de jogo vários copos cheio de água e uma lata de uma buzina a gás, todos oriundos da torcida do Cruzeiro. Tendo este árbitro principal sido atingido no braço esquerdo por um copo de plástico cheio de água. Após seis minutos de paralisação, a partida foi reiniciada com a garantia da PMMG.

Segundo Nielson, aos 16 minutos do segundo tempo foram arremessados um aparelho celular sem chip, uma bateria de celular e uma carcaça de relógio de pulso na cor preta e pulseira preta de borracha. Foi arremessada, também, uma camisa de gola polo azul com listras amarelas e verdes, com o símbolo do Cruzeiro, "oriunda da torcida da referida equipe". Os objetos citados foram todos anexados e entregues ao delegado da partida. 

Além dos objetos, o árbitro detalhou, também, os lances que ocasionaram as expulsões de Bernard, Leandro Guerreiro e Pierre.

- Aos 12 minutos do 2º tempo da partida, expulsei o senhor Leandro Guerreiro, nº 05 do Cruzeiro E.C. pela segunda advertência ao empurrar seu adversário , impedindo que o mesmo pegasse um objeto lançado ao campo pela torcida do Cruzeiro, o senhor Bernard A. C. Duarte, número 11 da equipe do C. A. Mineiro, que revidou com outro empurrão, sendo igualmente expulso. O fato se deu com a bola fora de jogo. Para ambos foi apresentado o cartão amarelo e, logo em seguida, o vermelho. Aos 36 minutos do 2º tempo da partida, expulsei o senhor Lucas Pierre S. Oliveira, número 55 da equipe do C. A. Mineiro, por receber a segunda advertência na partida, ao calçar o seu adversário de número 10 (Montillo) na disputa pela bola.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/mg/noticia/2012/08/sumula-do-classico-arbitro-relata-agressao-verbal-e-objetos-no-campo.html