Atacante se recupera de três lesões, vira maior artilheiro da história do Guangzhou e recebe confiança de Felipão para guiar time na Champions da Ásia, visando o Mundial
Após temporada de lesões, Elkeson pode levar novo título asiático (Foto: Reprodução Sina.com)
Ao sofrer três lesões musculares em sequência, na mesma região da coxa direita, Elkeson
imaginou que a temporada 2015 não lhe reservaria a mesma felicidade de
anos anteriores no futebol chinês. Mas o destino trouxe bons capítulos
na segunda metade do ano. Tudo teve início ainda na reta final de
recuperação do jogador, em julho, quando a comissão técnica de Luiz Felipe Scolari e a diretoria decidiram inscrevê-lo para as fases finais da Liga dos Campeões da Ásia, "barrando" o astro Robinho,
contratado pouco antes. Ali, Elkeson ganhou a motivação necessária para
espantar os problemas físicos, entrar para a história do clube e sonhar
com a vaga em mais um Mundial de Clubes - que será disputada na final
da Champions asiática a partir deste sábado, contra o Al Ahli, dos
Emirados Árabes.Perto do fim do prazo de inscrição para as três fases finais da Liga dos Campeões, Felipão se reuniu com o presidente do Guangzhou para tomar uma decisão: quem preencheria as três vagas de estrangeiros até fim da competição. Eram quatro opções: Paulinho, Elkeson, Ricardo Goulart e Robinho (Allan estava lesionado). O ex-corintiano e o ex-cruzeirense foram selecionados e, entre Elkeson e o astro que já atuou em Milan e Real Madrid, pesou a experiência do ex-botafoguense no futebol chinês e no torneio continental, onde foi vencedor em 2013.
- Eu acredito que o fato de eu já ter conquistado uma Champions da Ásia pesou na escolha do professor. O Robinho chegou no meio do ano, não teve essa experiência. Então, acredito que foi o conjunto. Como fã do Robinho, gostaria muito de jogar essa competição ao lado dele. Mas como o regulamento limita o número de estrangeiros, não foi possível nessa temporada. Isso me deu uma motivação a mais para passar dessa fase de lesões. Eu tive a última lesão perto de recomeçar a segunda fase da Champions e houve a dúvida se iria me recuperar, e o professor Felipão acreditou na minha recuperação. Isso me motivou a fazer um bom tratamento - afirmou Elkeson ao GloboEsporte.com.
Atacante e compatriotas do Guangzhou:
Allan, Robinho (esquerda), Ricardo
Goular e Paulinho (Foto: Arquivo pessoal)
Então, passou a trabalhar duro com a recém-chegada comissão técnica brasileira e voltou aos campos apenas em 12 de agosto, diante do Guoxin-Sainty, quando atuou por 45 minutos. No jogo seguinte, diante do Shanghai Greenland, entrou no intervalo e balançou as redes - mas mesma lesão na coxa direita voltou a assombrá-lo. Em 12 de setembro veio o retorno definitivo, novamente com um gol.
- Eu nunca passei por isso. Longe do seu país, contei muito com meus pais, meus irmãos que estavam aqui. Foram muito importante para mim. Meu amigo Alex também, que está aqui desde o primeiro ano, é preparador físico no clube. Me deu o suporte fora de campo, todos os dias. O conjunto me motivou bastante - afirmou.
Ex-botafoguense em período de recuperação,
junto ao amigo Allan (Foto: Divulgação)
- Foi uma recompensa. Todo jogador gosta de conquistar objetivos pessoais. Eu acredito que se tivesse tido mais jogos, teria feito mais gols. Mas é tudo como o homem lá de cima quer. O jogador vive de motivação, de objetivos que traça no começo do ano. Não acho que eu seja o maior ídolo atualmente, mas eu conquistei muita coisa no país, assim como meus amigos chineses. Eu sou o brasileiro com mais tempo de casa, conquistei títulos importantes e a torcida com meus jogos, minha dedicação, os gols importantes. Hoje tenho um pouco de reconhecimento no país, e isso é bem legal - disse o atacante.
Elkeson treina com Paulinho antes da final da
Champions (Foto: EFE/ALI HAIDER)
EXPERIÊNCIA DE FELIPÃO É ELOGIADA
- O professor Felipão conseguiu motivar todos os jogadores, conversou bastante com o grupo. Passou para nós que tinha aceitado o desafio para ser campeão. Todos os jogadores ali se motivaram para conquistar títulos para eles. Ele está muito feliz com o título do Chinês. Ficou muito feliz, pois precisava de um título para esquecer um pouco o que passou. Nós pudemos proporcionar isso para ele. A motivação dele com certeza é muito boa. Ele conseguiu tirar de cada jogador sua qualidade, viu que o momento não era bom e reuniu a gente. Nós fechamos com ele uma família, em que todos se entregam nos treinamentos. O trabalho dele diariamente é excelente. Tentamos tirar o máximo da experiência dele - diz o atacante, que considera o trabalho feito na defesa do time o grande trunfo.
Felipão chegou ao Guangzhou em junho
(Foto: Getty Images)
(Foto: Getty Images)
- Felipão nunca comentou sobre a Copa do Mundo e nem a gente vai comentar, a gente respeita. Nunca tocamos no assunto. Pra ele sim, com certeza, se conquistar esses dois títulos vai ser especial pra carreira nesse momento. Terminar o ano vencendo a Champions da Ásia e indo para o Mundial. Ele merece muito, pois é vitorioso, conquistou títulos importantes. Em 2002 eu estava começando a jogar e acompanhava a Seleção. Ele nos deu muita alegria com aquele penta.
Em 2013, Elkeson teve a oportunidade de enfrentar o temido Bayern de Munique nas semifinais do Mundial de Clubes, depois de passar pelo Al Ahly, do Egito. Caso leve a melhor na decisão asiática, o adversário de peso no Japão será o Barcelona - um sonho que ele e o restante do elenco já cultivam, mesmo ainda tendo o América do México no caminho.
- Para um jogador é um momento especial disputar o Mundial de Clubes. Seria fantástico para minha carreira. Espero conseguir esse feito. Sempre sonhei disputar o Mundial, já tive a felicidade de disputar um e quero mais. A gente pode fazer uma grande partida contra o time mexicano e pegar o Barcelona. Todo jogador gostaria de enfrentar a equipe do Barcelona neste momento. E todo o elenco já está imaginando - concluiu Elkeson.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/2015/11/fazendo-historia-na-china-elkeson-barra-robinho-e-sonha-com-o-barca.html
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