sábado, 7 de novembro de 2015

Charles diz que Bahia não verticalizou jogo e admite: “Será difícil dormir hoje”


Tricolor baiano abre placar diante do Santa Cruz, na Fonte Nova, mas, diante de mais de 30 mil torcedores, vê adversário aplicar virada e despenca na tabela da Série B


Por
Salvador



O Bahia teve um sábado para ser esquecido. Em uma partida cercada por expectativas positivas, o Tricolor fracassou diante de sua torcida. Na Arena Fonte Nova, com mais de 30 mil torcedores nas arquibancadas, a equipe baiana abriu o placar contra o Santa Cruz e sentiu o gostinho de voltar ao G-4. Mas durou pouco: o Santinha conseguiu virar, venceu por 2 a 1, tomou o lugar do Esquadrão na tabela e empurrou a equipe para a 7ª posição.  

Após a partida, a frustração era nítida nos semblantes dos tricolores que deixavam a Fonte Nova. Visível também nos rostos dos jogadores, como Gustavo Blanco, que deixou o campo emocionado. Explícito na cara preocupada do técnico Charles Fabian.  

- Vai ser difícil dormir hoje, digerir essa derrota, mas temos que ficar tristes, lamentar pelo resultado... Mas amanhã tem que estar trabalhando, levantar o astral e a cabeça. Porque terça [contra o ABC, na Fonte Nova] a gente tem que ganhar. Tem que ganhar os dois próximos jogos – afirmou Charles, em entrevista coletiva após o jogo.  

Bahia x Santa Cruz (Foto: Antônio Carneiro / Pernambuco Press)
Bahia é batido pelo Santa Cruz na tarde 
deste sábado (Foto: Antônio Carneiro 
/ Pernambuco Press)


Era o momento de dar explicações. Pressionado diante da imprensa, o técnico explicou as opções que fez para montar o time. Rômulo e Eduardo juntos? Funcionou, professor? Ele avaliou e decretou: o problema do Bahia não estava na dupla. O que faltou, para Charles, foi verticalização de jogo.  
- Os dois jogadores são de qualidade. O problema não foi o Rômulo nem o Eduardo. O Rômulo fez uma boa partida... Eles só precisavam ser mais agudos. Mas a ideia de jogo nossa, no primeiro tempo... Se você pegar vários lances, tem Rômulo dominando sozinho; Souza só; Eduardo com um pouco mais de dificuldade, porque o volante estava muito colado nele... Infelizmente, a gente não conseguiu verticalizar o jogo, o que eles faziam muito bem, puxavam em velocidade... A gente cadenciou demais na saída. Tivemos esse pecado da girada de bola curta e a falta de verticalização - analisou.  

Mas e Juninho na lateral esquerda? Ávine não estava à disposição? Charles é claro: achou que o jovem atleta da base poderia render em campo. E, segundo o treinador, rendeu. O técnico fez questão de ressaltar que o problema o Tricolor não foi individual. A grande questão a ser resolvida é colocar o coletivo para funcionar bem.  

- Achei que não era momento para ele jogar. Achei que Juninho me daria uma resposta mais positiva. A gente se apega a algumas situações individuais... O problema do Bahia não foi individual. O time deixou, na parte coletiva, em algumas situações. São jogos de decisão. Foi uma final. Infelizmente, o Tiago a gente estava usando muito... Achei que não era o momento, quis usar um pouco o Tchô. Às vezes a gente é feliz, outras não. A gente está ali para tomar a decisão em segundos. Demorou muito para fazer a substituição, e o juiz mandou bater. Alguns detalhes passam, mas não devemos individualizar isso com um atleta, por um resultado que foi o grupo que não conseguiu. Não foi um ou outro. Às vezes, o jogador oscila, mas de forma alguma a gente pode individualizar uma atuação, que não foi ruim. Poderia ter sido melhor, com certeza. Eles têm consciência disso. Poderia verticalizar mais. A gente não verticalizou, não foi contundente. No segundo gol mesmo, perdemos a bola na frente, houve o contra-ataque, tomamos o gol. Às vezes acontece. Tem que procurar tomar as precauções defensivas - disse.  




O Bahia volta a campo na próxima terça-feira, às 21h30 (horário de Brasília), quando recebe o ABC na Arena Fonte Nova. Com o resultado desta tarde, a equipe baiana estacionou na 7ª posição, com 54 pontos – apenas um ponto a menos que o 4º colocado, o Santa Cruz.  


Confira abaixo outros assuntos abordados pelo técnico do Bahia.

MUDOU TIME DE MAIS?
- Não tem tanta modificação. A única coisa diferente do time foi a entrada do Rômulo, do Maxi, que vinha jogando... A mudança foi o posicionamento de Rômulo. Mas, se pegar o time passado, só entrou o Rômulo, Maxi e o Cicinho. Juninho, não tinha outro lateral. E ele jogou muito bem. Fez uma boa partida. Há mudanças táticas, trocar um lateral pelo outro, questão de opção. Mas só mudou Rômulo, Roger por Maxi... Mas não houve grandes mudanças

COMO MOTIVAR OS JOGADORES?
- A gente tem que concentrar forças. Jogar em clube grande, tem que saber administrar situações. O cara não pode jogar num clube grande e achar que só vai receber elogios. Quem joga em clube grande tem que saber que vai ser criticado e cobrado, tem que estar preparado. É nessa hora que você vê quem são os jogadores que têm personalidade. A gente precisa desse tipo de jogador, com personalidade, que chama a responsabilidade, que sabe que o momento é ruim, mas tem que trabalhar forte e passar por cima das adversidades. O torcedor vai cobra, imprensa, diretoria, comissão técnica... Tem que estar preparado para tudo.

O TORCEDOR SENTE QUE O ACESSO JÁ ERA... E AGORA?
- É no momento da derrota. Todo mundo tem esse sentimento. Na terça, quando ganharmos, o sentimento vai mudar. Vamos ganhar do Boa. Isso vai mudar. A gente precisa esquecer rápido a derrota. Futebol é assim. Tem esse ciclo, é rápido, muda. Terça a gente ganha, e muda isso. De repente, tivemos rodadas em que ganhamos e os resultados ajudaram. Tem que jogar, ganhar, tentar fazer o torcedor voltar a confiar. O torcedor confia no acesso quando ganha. Se não ganha, desconfia. Mas nós que estamos aqui temos que acreditar sempre.


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