A CRÔNICA
por
Alexandre Alliatti, Edgard Maciel de Sá e Victor Canedo
A personificação desta Espanha do novo milênio foi exposta neste
domingo no gramado da Arena Pernambuco. A vitória de 2 a 1 sobre o
Uruguai mostrou a Fúria em seu estado bruto, com todas suas qualidades:
enorme capacidade de envolvimento ofensivo, agilidade na troca de
passes, recomposição instantânea sem a bola, defesa sólida. Azar do
adversário. A Celeste não desistiu de correr atrás dos europeus por um
simples motivo: porque jamais desiste. Foi consolada com um golaço de
Suárez - mais mérito dele do que reação coletiva.
Os dois gols da Espanha saíram no primeiro tempo, primeiro com Pedro,
depois com Soldado. Vicente del Bosque preferiu resgatar Casillas como
goleiro. Ele teve uma tarde de pouco trabalho. Foi vazado no final do
segundo tempo, em linda cobrança de falta de Suárez.
O jogo serviu para referendar aquilo que não é novidade para ninguém: a Espanha, campeã mundial e bicampeã europeia, chega muito forte na Copa das Confederações; e o Uruguai vai lutar, lutar e lutar. A Roja volta a campo contra seu extremo oposto, a seleção quase amadora do Taiti. Será quinta-feira, no Maracanã. A Celeste, no mesmo dia, duela com a Nigéria em Salvador.
Ooooooolé
Não houve qualquer grau de comparação, qualquer parâmetro racional,
qualquer traço de semelhança entre o esporte que a Espanha praticou no
primeiro tempo e aquele que o Uruguai tentou apresentar. É como se os
europeus jogassem um futebol só deles, em um nível de evolução
desconhecido para os celestes. Foi um passeio. A torcida foi seduzida.
Antes simpática aos sul-americanos, se flagrou gritando, sem
constrangimento, enquanto a bola ricocheteava de pé em pé da Fúria:
“Oooooooolé! Oooooooolé”.
O engraçado é que a Espanha não precisa de tempo para se aclimatar ao jogo e começar a praticar seu estilo inconfundível. Basta o juiz apitar, e lá vão os jogadores conduzir a bola como se ela fosse só deles – de mais ninguém. A posse de bola chegou a 86% para a Roja. Ao término da etapa inicial, estava em 77%. Mas não era esse o número que importava. O que valia mesmo era que naquele momento a Arena Pernambuco já via a Espanha vencendo por 2 a 0.
O primeiro gol foi de Pedro. Um pouco de sorte, é verdade: o chute dele, em rebote de escanteio, desviou em Lugano e matou Muslera na jogada. Eram 20 minutos, um tempo transcorrido por capricho do futebol, porque o gol poderia ter acontecido bem antes – ou quando a bola passou na frente de Soldado e Fàbregas em cruzamento de Alba, ou quando Iniesta, brilhante em campo, fez corta-luz para Fàbregas concluir na trave, ou quando Iniesta mandou chute da entrada da área, e Muslera espalmou.
A partir do gol, o Uruguai até rabiscou uma reação mínima. O jogo ficou pegado, com braços sobrando em rostos alheios. Cavani, em desvio de cabeça, ameaçou. E aí a Espanha deu nova estocada na frente e cortou o mal pela raiz: bola de Fàbregas para Soldado, entre os zagueiros, desviar do goleiro e fazer 2 a 0. Foi uma saída rápida para o ataque, originado por erro de Luis Suárez - atacante à deriva em um time que praticamente não conseguiu agredir.
Uruguai reage com golaço de Suárez
A discrepância entre as duas equipes foi menor no segundo tempo. O aconchego que o placar proporcionava permitiu que a Espanha tivesse ainda mais frieza com a bola. Só atacava na boa, quando via algum buraco na defesa do Uruguai.
A Celeste jamais deu sinais claros de que poderia empatar. Teve um ou outro ataque em busca de Suárez e Cavani, que pareciam desconhecidos em campo. Em vão. Restou apostar em Forlán. Detalhe: no lugar de Diego Perez, um volante.
O atacante do Inter bateu uma falta, com pouco perigo, logo depois de entrar. Mas quem marcou mesmo, justamente em uma cobrança, foi Suárez. Pela esqueda de ataque, ele mandou no ângulo de Casillas. Golaço. O problema é que já eram 43 minutos do segundo tempo. Tarde demais para uma reação.
Pedro corre para festejar: Espanha passa sem problemas pelo Uruguai (Foto: EFE)
O jogo serviu para referendar aquilo que não é novidade para ninguém: a Espanha, campeã mundial e bicampeã europeia, chega muito forte na Copa das Confederações; e o Uruguai vai lutar, lutar e lutar. A Roja volta a campo contra seu extremo oposto, a seleção quase amadora do Taiti. Será quinta-feira, no Maracanã. A Celeste, no mesmo dia, duela com a Nigéria em Salvador.
Ooooooolé
Pedro chuta para fazer o primeiro gol da Espanha
(Foto: Getty Images)
(Foto: Getty Images)
O engraçado é que a Espanha não precisa de tempo para se aclimatar ao jogo e começar a praticar seu estilo inconfundível. Basta o juiz apitar, e lá vão os jogadores conduzir a bola como se ela fosse só deles – de mais ninguém. A posse de bola chegou a 86% para a Roja. Ao término da etapa inicial, estava em 77%. Mas não era esse o número que importava. O que valia mesmo era que naquele momento a Arena Pernambuco já via a Espanha vencendo por 2 a 0.
O primeiro gol foi de Pedro. Um pouco de sorte, é verdade: o chute dele, em rebote de escanteio, desviou em Lugano e matou Muslera na jogada. Eram 20 minutos, um tempo transcorrido por capricho do futebol, porque o gol poderia ter acontecido bem antes – ou quando a bola passou na frente de Soldado e Fàbregas em cruzamento de Alba, ou quando Iniesta, brilhante em campo, fez corta-luz para Fàbregas concluir na trave, ou quando Iniesta mandou chute da entrada da área, e Muslera espalmou.
A partir do gol, o Uruguai até rabiscou uma reação mínima. O jogo ficou pegado, com braços sobrando em rostos alheios. Cavani, em desvio de cabeça, ameaçou. E aí a Espanha deu nova estocada na frente e cortou o mal pela raiz: bola de Fàbregas para Soldado, entre os zagueiros, desviar do goleiro e fazer 2 a 0. Foi uma saída rápida para o ataque, originado por erro de Luis Suárez - atacante à deriva em um time que praticamente não conseguiu agredir.
Uruguai reage com golaço de Suárez
A discrepância entre as duas equipes foi menor no segundo tempo. O aconchego que o placar proporcionava permitiu que a Espanha tivesse ainda mais frieza com a bola. Só atacava na boa, quando via algum buraco na defesa do Uruguai.
A Celeste jamais deu sinais claros de que poderia empatar. Teve um ou outro ataque em busca de Suárez e Cavani, que pareciam desconhecidos em campo. Em vão. Restou apostar em Forlán. Detalhe: no lugar de Diego Perez, um volante.
O atacante do Inter bateu uma falta, com pouco perigo, logo depois de entrar. Mas quem marcou mesmo, justamente em uma cobrança, foi Suárez. Pela esqueda de ataque, ele mandou no ângulo de Casillas. Golaço. O problema é que já eram 43 minutos do segundo tempo. Tarde demais para uma reação.
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