domingo, 13 de abril de 2014

Cruzeiro segura vantagem e leva título mineiro em cima do Atlético-MG

Rivais não saem do zero no Mineirão, e Raposa volta a ser o campeão de Minas Gerais após dois anos de conquistas do rival

 A CRÔNICA


por Marco Antônio Astoni


O 13 de abril de 2014 vai ficar marcado na memória e no coração da torcida cruzeirense eternamente. Afinal, não é sempre que um clube pode soltar o grito de ‘É campeão’ da garganta duas vezes no mesmo dia. Após o time de vôlei conquistar a Superliga Masculina, pela manhã, no Mineirinho, o time de futebol se sagrou campeão mineiro, depois de um empate sem gols com o rival Atlético-MG, no Mineirão. Por ter feito melhor campanha na primeira fase, o Cruzeiro jogou por dois empates ou derrota e vitória pela mesma diferença de gols para ficar com a taça. Além de retomar a hegemonia em Minas Gerais, o Cruzeiro celebra o 11º título estadual invicto e a conquista da 100ª edição do Campeonato Mineiro.

everton ribeiro atletico-mg x cruzeiro (Foto: Douglas Magno)
Clássico que decidiu o título foi 
disputadíssimo, mas sem gols no 
Mineirão (Foto: Douglas Magno)
   
O domingo foi de grande festa para os cruzeirenses que, desde cedo, ocuparam a região da Pampulha, em Belo Horizonte, onde ficam o ginásio do Mineirinho e o estádio do Mineirão. O aperitivo veio logo cedo, com a vitória do time de vôlei sobre o Sesi, por 3 sets a zero. O prato principal foi saboreado com prazer pela torcida. O empate com o Atlético-MG foi especial porque significou a volta da taça de campeão mineiro para a Toca da Raposa II, após três anos.

Os times agora mantêm as atenções na Taça Libertadores, competição na qual estão nas oitavas de final, e no Brasileirão, a partir do próximo final de semana. Os dois estreiam domingo que vem, às 16h (de Brasília). O Cruzeiro, na Fonte Nova, em Salvador, contra o Bahia. O Atlético-MG, no Parque do Sabiá, em Uberlândia, diante do Corinthians, no mesmo horário. Antes, porém, a Raposa tem compromisso pela Libertadores. Quarta-feira, às 22h, recebe o Cerro Porteño, do Paraguai, no Mineirão, pelo jogo de ida das oitavas. O Galo só joga pelo torneio continental no dia 23 de abril, contra o Atlético Nacional, da Colômbia, em Medellín.

Domínio azul 
O jogo honrou todas as tradições do principal clássico mineiro e um dos maiores jogos do Brasil. Foi repleto de emoção, lances de perigo e jogadas empolgantes. O fato é que, como os dois times se conhecem muito bem, respeito e cautela também foram fatores marcantes na etapa inicial, já que, num jogo como este, qualquer erro poderia ser fatal.   

Nos momentos iniciais, o Cruzeiro tomou a iniciativa de ataque, tanto que, com um minuto de jogo, Lucas Silva mandou uma bomba na trave. A resposta do Galo, a quem só a vitória interessava, não demorou. E numa boa trama de Alex Silva e Ronaldinho Gaúcho pela esquerda, interrompida pelo paraguaio Samudio. 

O Cruzeiro foi melhor no primeiro tempo. Encurralou o Atlético-MG no campo de defesa na maior parte do jogo e criou mais lances de perigo que o rival. Prova disto é que o destaque do Galo na etapa inicial foi o goleiro Victor, com pelo menos três grandes defesas. Mas o time azul não teve competência para concretizar a superioridade em gols, e o 0 a 0 do intervalo deixou a decisão do Mineiro aberta para o segundo tempo.

Haja coração!
O panorama do início do segundo tempo foi bem parecido com o que foi o primeiro. Mesmo jogando pelo empate, o Cruzeiro continuou em cima do Atlético-MG, marcando sob pressão e tendo as melhores chances de gol. O Galo vivia de esporádicas arrancadas de Diego Tardelli e de lampejos de Jô, já que Ronaldinho Gaúcho só era notado em campo nas cobranças de faltas e escanteios. A entrada de Fernandinho no lugar de Guilherme deu um pouco mais de velocidade ao time, mas nada que fosse suficiente para incomodar o gol de Fábio, que, até aquele momento, continuava sendo um mero espectador da partida.

Por volta dos 20 minutos, o Atlético-MG adiantou um pouco a marcação e saiu mais para o jogo, já que o resultado não interessava. O jogo ganhou demais em emoção e tensão. O empate dava o título ao Cruzeiro, mas um gol do Atlético-MG fazia o troféu mudar de mãos. Aos 43 minutos, um lance que poderia ter mudado a história do jogo. Jô foi lançado por Neto Berola e caiu na área. Vuaden chega a apitar e a marcar o pênalti do zagueiro Dedé, mas, em seguida, volta atrás na marcação ao ver o auxiliar apontando impedimento de Jô.

O placar do Mineirão, no entanto, não foi modificado, o que representou a conquista da 100ª edição do Campeonato Mineiro pelo Cruzeiro, que entrou nas finais com a vantagem de jogar por dois resultados iguais. A festa azul em Belo Horizonte, que começou pela manhã, não tem hora pra acabar. O cruzeirense vai chegar em casa cansado de gritar ‘É campeão’!





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