quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Mano ironiza crise, critica estádio e liberação de Valdivia para o Dérbi

Técnico valoriza vitória em Cuiabá, mas diz que Arena Pantanal deixou a desejar. Corintiano fala sobre punição a Guerrero e manobra do rival para escalar Mago


Por Cuiabá

Após comandar o Corinthians no triunfo sobre o Vitória, por 2 a 1, nesta quarta-feira, na Arena Pantanal, em Cuiabá, o técnico Mano Menezes ironizou o princípio de crise pela qual o time passou após a derrota para o Atlético-MG, por 4 a 1, no Mineirão, que provocou a eliminação do Timão na Copa do Brasil. Com o resultado desta quarta-feira, o time chegou aos 52 pontos e voltou ao G-4 do Brasileirão. 


- Se não me engano, nos colocamos, com essa vitória, com uma das melhores campanhas do segundo turno. Se não a melhor. Subimos de sexto para terceiro. É porque estamos em crise, né? Se estivéssemos bem... - disse o treinador.

Mano valorizou os dois triunfos consecutivos no Brasileirão, que recolocam o Corinthians na briga por uma vaga na Libertadores de 2015 - domingo passado, o Timão venceu o Internacional, em Porto Alegre, por 2 a 1.

- As vitórias que conseguimos depois de quarta passada (dia da derrota para o Atlético) servem para mostrar nossa capacidade, mostrar que somos melhores do que aquilo. Principalmente para nós mesmos. Depois para o torcedor, para que ele volte a confiar na equipe. E também pelos resultados paralelos. À medida em que os adversários te dão chance e você não aproveita, isso desestimula muito - disse o técnico.


Confira os principais pontos da coletiva de Mano Menezes:


Falta de água na Arena Pantanal


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- É triste falar, mas é uma coisa esperada. Todos sabemos que, se fecharmos nosso apartamento e alguém ir lá uma vez a cada 15 dias, o apartamento não vai ficar bom. Você não cuida dos detalhes. De vez em quando viemos aqui, depois vem outro clube. O estádio perde muito sua capacidade de manutenção


Problemas enfrentados no estádio
– No banheiro dos atletas estava faltando água, mas no da comissão técnica tinha. O jogo tem de ser bem pensado e planejado. Esse jogo aqui foi marcado em cima da hora, prejudicou a presença do público (menos de 7 mil pessoas). O jogo poderia ter sido um pouco mais tarde, mas sei que temos de respeitar os horários da televisão. Se justifica jogar em outra praça quando o jogo é atrativo, capaz de trazer o torcedor.


Suspensão de Paolo Guerrero
– Não conversarmos sobre isso, mas era um assunto importante antes de um jogo também importante. Deve ficar a cargo do departamento jurídico do clube, que certamente amanhã ou depois passará uma posição definitiva. O que me deixa contente é que sem Paolo, Fagner e Cássio, a equipe respondeu bem em um jogo que tinha essa carga de tensão. Jogando como mandante em um estádio que não era nosso e todos sabem o porquê (o clube foi punido e perdeu mando de campo). Era importante, com essa responsabilidade, dar uma resposta positiva e continuar vencendo. Se não me engano, nos colocamos, com essa vitória, com uma das melhores campanhas do segundo turno. Se não a melhor. Subimos de sexto para terceiro. É por que estamos em crise, né? Se estivéssemos bem... 


Tribunal pode definir o campeonato?
- Não sei. O que achei estranho é fazer um acordo para um jogador e decidir quando ele vai cumprir suspensão. Se quer jogar esse jogo ou aquele. Isso me pareceu estranho. Não pode ser permitido. Se a lei permite, a lei está errada. O infrator não pode escolher como vai cumprir a pena. Quem julga e que deve definir. Você não pode desequilibrar uma competição, por mais que o jogo tenha rivalidade ou não. Deve-se estabelecer um padrão, pelo menos na minha visão, para que as coisas sejam vistas pelo torcedor. E com mais credibilidade (Mano fala sobre a manobra do Palmeiras para ter Valdivia no Dérbi do próximo sábado - entenda o caso).


Empate do Palmeirascom o Cruzeiro
– A gente também ia perder, há duas semanas, para o Cruzeiro, mas ganhamos de 1 a 0. Isso só comprova aquilo que falamos sempre. Não é retórica. Você não ganha antes. É preciso jogar primeiro. No Brasil, o último joga com o primeiro com a capacidade de vencê-lo, sempre. Se não fizemos nossa parte, o outro está ali para fazer. Enxergamos o clássico com o Palmeiras com esse respeito. 


Romero ou Lucianona vaga de Guerrero
- Fazer uma avaliação em cima de duas situações é injusta. Você analisa um que não fez o gol e outro que fez o gol da vitória. A avaliação me parece óbvia. Vocês (jornalistas) já têm a de vocês. Tenho procurado recuperar todos os jogadores, não podemos perder ninguém. Imagina se perdermos Paolo por um período maior? Não posso abrir mão do Romero. Tenho de tentar recuperar a confiança dele. O jogador deverá achar o ponto de equilíbrio. Às vezes, o atleta quer fazer perfeitamente o que o técnico pede. Brinquei falando sério com ele, dizendo que os atacantes são mais reconhecidos por marcar gols e não marcar zagueiros. Ele está se dedicando tanto para a equipe que está faltando um pouco do segundo. Dizemos que atacantes e meias precisam roubar um pouquinho (de bola). Um jogador como ele, chega de outro país, quer fazer tudo certo, colaborar com tudo, precisa achar um ponto de equilíbrio. Acho que ele vai se recuperar. É tecnicamente muito bom, e logo os gols voltam a sair.


Vai ser o segundo técnico com mais jogos pelo Corinthians?
- Eu sempre falo sinceramente. Vamos deixar essas marcas para o Tite.


Ralf já pode voltar?
– A melhor coisa é ter mais jogadores à disposição. Ralf já saiu do departamento médico e está fazendo a transição física porque ficou um bom período sem treinar no ritmo dos outros. Vamos avaliar, conversar com ele e com os preparadores físicos para saber o quanto teremos dele no sábado.


G-4
– Quando avaliamos na quarta passada, a fatídica quarta (da derrota para o Atlético), o quanto queríamos correr de risco, pensamos nas possibilidades e naquilo que era muito importante para o clube. É muito importante conquistar uma vaga para a Libertadores. As probabilidades maiores estão aqui no Brasileiro porque temos mais vagas e menos times proporcionalmente brigando por elas. Se um vai ser campeão da Copa do Brasil, teremos mais uma. Se um for campeão da Sul-Americana, descemos mais uma. Temos de ser maduros para pesar isso e analisar sempre, a cada rodada. Quando saímos, há poucos dias, do G-4, eu mostrei isso aos jogadores. Quando você fica 24 rodadas dentro, como ficamos, vem a frustração quando sai, pode haver o desequilíbrio e perder o rumo. Eu mostrei que é normal. Os outros também têm capacidade e estão aí, Grêmio, Fluminense, Atlético, que ontem desceu uma posição. Temos o Santos. Muita gente boa, capaz, lutando pelo mesmo objetivo. Não somos o melhor dos melhores, mas também não vamos abrir mão de lutar. Hoje, a equipe conseguiu, faltando oito rodadas para serem jogadas, superar a campanha do ano passado em dois pontos. Temos de valorizar nossa capacidade, valorizar o que estamos construindo, e pedir ao nosso torcedor que, mesmo tendo ficando frustrado e triste (pela eliminação), que esteja ao nosso lado. Vamos fazer de tudo para que ele seja mais feliz nos próximos dias.


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