Presidente do Atlético-MG acatou pedido de Dorival Júnior - que já havia sido feito por Celso Roth e Vanderlei Luxemburgo - e demitiu Ricardinho e Zé Luís
O presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, deu uma concorrida entrevista na tarde desta segunda-feira na Cidade do Galo, local de treinamentos do time. O motivo da coletiva era para explicar as dispensas do meia Ricardinho e do volante Zé Luís, mas vários outros assuntos foram questionados, como a saída de jogadores importantes do elenco (Obina, Diego Tardelli, Diego Souza e Jobson), o baixo rendimento de Daniel Carvalho e, até mesmo, reeleição - a gestão da atual presidência termina no fim do ano.
Em relação às dispensas de Ricardinho e Zé Luís, Kalil disse que já havia sido um pedido dos técnicos Celso Roth e Vanderlei Luxemburgo, mas os dois treinadores teriam recuado na decisão e optaram por mantê-los no elenco. O que não aconteceu com Dorival Júnior, que foi contundente e solicitou que os dois não fizessem mais parte do grupo.
Kalil, no entanto, não apontou os dois dispensados como culpados pelo contestável futebol apresentado pelo time.
- Não tem bode expiatório, não tem culpado. Estamos corrigindo o rumo - disse.
Confira os principais trechos da entrevista
‘Não tem bode expiatório’
- Com relação às dispensas, em primeiro lugar eles não são bodes expiatórios para o que está acontecendo no Galo. Estamos realizando uma correção de rota. O motivo da dispensa é hierarquia. O treinador notou que havia um problema e ele foi detectado há 35, 40 dias. E, neste tempo, foi feita uma observação sobre o que estava acontecendo. Então, se alguém me perguntasse, 'se tivesse ganho do Prudente estariam dispensados?' Sim. Decidimos na segunda-feira e não os dispensamos antes por causa do jogo.
- E não vou dizer o que eles falavam ou faziam. Acontece que o questionamento ao treinador quando não é feito diretamente a ele, soa muito mal. Quando se questiona o trabalho, os horários e as viagens, com terceiros, o técnico e o departamento de futebol não gostam. Às vezes, isso é feito com um pouco de maldade e basicamente foi isso que aconteceu. E na terceira pedida para que esses jogadores fossem dispensados, isso aconteceu.
Ordem e hierarquia
- Temos problemas. Não desta ordem, mas temos coisas com as quais não estamos satisfeitos. A presidência cobrou. O presidente não é enfeite, ele cobra. Eu cobrei do departamento de futebol e continuo cobrando. E se não chegar ao ponto ideal, que o Atlético-MG merece, não vou fazer outra coletiva não. Até 31 de dezembro vão andar as coisas como o burro aqui pensa. Até 31 de dezembro tem ordem e hierarquia.
Problema antigo
- Quanto aos profissionais, eles são ótimos, cumprem o horário, mas aqui temos preparador físico, treinador, e quem coloca horário é o técnico. Ele não pode ser questionado, o treinador acha que mina o trabalho. Todo trabalho que é minado, futuramente nós vamos pagar. Queria lembrar também que coisas aconteceram e eu busco explicações, como para as cinco derrotas seguidas (com o Celso Roth em 2009), no ano passado, com aquele time, quase ir para a Segunda Divisão. Três treinadores pediram a cabeça de jogadores, depois dois técnicos pediram a cabeça dos mesmos. Antes, os treinadores ameaçavam, mas não tiravam. Pediam e voltavam atrás. A primeira vez que um treinador pediu e disse ‘eu quero’ foi agora. Tanto Ricardinho quanto Zé Luís sabem que o Vanderlei (Luxemburgo) pediu a saída deles.
Culpa dividida
- Somos todos culpados, mas como não me vi com vontade de pegar meu boné e me demitir, e o treinador também tem prestígio e não quero demití-lo, preferi dispensar os jogadores, foi mais fácil. Mas esta minicrise que a imprensa quer transformar numa hecatombe dentro do Atlético-MG, vai ser tratada. Somos segundo, podemos chegar à liderança, então não tem crise. No Galo, no Flamengo e no Corinthians, qualquer coisa vira hecatombe. Perdemos dois jogos no ano, somos vice-líder, precisamos de uma vitória simples para passar na Copa do Brasil.
Novidades
- Vamos contratar, tivemos problema de venda e dispensa, estamos atentos e vendo o jeito de contratar e este é um assunto que morre aqui (dispensa de jogadores).
Contratações em excesso
- Acho que em três anos, contratar 60 jogadores, não é nada exorbitante, espetacular. São 20 por temporada. Você tem que ir contratando, acertando. São oportunidades que você tem. Futebol é uma tentativa. Tem time que contrata 100 por ano. O Atlético-MG manteve uma base, vendeu jogadores. Não tem contramão nenhuma. Contramão é não pagar salário, dirigente sair para a balada com jogador. Quem prestigia jogador ao invés de treinador está pagando conta até hoje. Essa é a explicação, não tem bode expiatório ou culpado, estamos corrigindo o rumo.
Debandada
- Esse negócio de ‘se’... Diego Souza seria titular, mas não foi. Zé Luís e Mancini também. De titulares, o Galo perdeu o Tardelli e o Ricardinho. O Guilherme (atacante) ainda não encostou o pé na bola, o Daniel Carvalho, o Mancini, também. Do mesmo jeito que valorizarmos o Diego Souza, temos que fazer este pessoal jogar e estamos atentos a isso.
Reação do grupo
- A reação foi muito boa. Quem conhece o futebol, sabe que sempre vem um, dois três jogadores, o capitão, o líder, falar pelos jogadores. Isso foi tratado entre o Dorival e os jogadores, e não houve nenhuma reação entre os jogadores.
Daniel Carvalho
- Eu mesmo tive uma conversa pessoal com o Daniel. É um jogador que vai ter que responder, vai ter de entrar no peso e jogar.
Ricardo Bueno e Diego Souza
- A respeito do Ricardo Bueno, ele veio do Oeste e está jogando pela primeira vez num time grande, porque o Oeste não é time. O Diego Souza não está jogando lá no Vasco não. Não está este espetáculo. Aqui a camisa pesa, ser presidente, jogador (no Galo), é mais difícil. Não é o caso do Diego Souza e do Ricardo Bueno, mas já vi jogadores que tinham que colocar a camisa e frauda. Até a lavadeira do Atlético-MG é diferente das outras.
Trabalho a curto ou longo prazo
- Ainda estamos muito no início da temporada. O contrato do Dorival foi longo, um ano e meio, me parece. Foi o que ele quis fazer. Tudo que tentamos foi uma sequência de coisas que não deram certo. Estávamos afundando para a Segunda Divisão. É o imponderável! A gente acha que em longo prazo é melhor, continuo achando e não mudei de opinião.
Reeleição
Não estou falando disso. O que eu disse é que até 31 dezembro a primeira parte está sendo bem feita.
Imponderável
- Não quis o que a torcida quis, foi o que eu quis, porque sou parte da torcida. Talvez tenha me enganado no tempo que o time precisa. Estamos estruturados, organizados. O futebol é feito de gente e tudo que é feito de gente entra o imponderável. O que é de fora das quatro linhas está organizado, estamos tentando organizar dentro do campo. Não tem frustração de ter feito o que fiz, acho que o trabalho foi feito e esta etapa vai ser lembrada, vai ser um marco. O Galo hoje é arrumado e vai ser difícil desarrumar.
Perdas
- Existe uma coisa que a gente tem que fazer. É colocar a cabeça no travesseiro e pensar que está fazendo a coisa certa. Não posso escutar coisas de um treinador e um diretor do nível do Maluf, e dar de bruços e ir para casa. Temos que pensar num consenso. Só falam no Obina, que não era do Atlético-MG. Diego Souza estava no banco e não era nem relacionado, estava insatisfeito, com razão. A única perda que o Atlético-MG teve foi a venda do Tardelli, foi lamentável, não tinha jeito. Esse foi um jogador que doeu no peito do atleticano. Vamos arrumar devagarzinho. Temos time, eles têm que jogar o que sabem: Daniel, Mancini, Guilherme... Berola está jogando o que sabe. Precisamos de um meia e de um volante. Agora, se nossos meias voltarem a jogar, nem de meia vamos precisar.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/atletico-mg/noticia/2011/04/alexandre-kalil-explica-dispensas-e-avisa-estamos-corrigindo-o-rumo.html
Em relação às dispensas de Ricardinho e Zé Luís, Kalil disse que já havia sido um pedido dos técnicos Celso Roth e Vanderlei Luxemburgo, mas os dois treinadores teriam recuado na decisão e optaram por mantê-los no elenco. O que não aconteceu com Dorival Júnior, que foi contundente e solicitou que os dois não fizessem mais parte do grupo.
Kalil, no entanto, não apontou os dois dispensados como culpados pelo contestável futebol apresentado pelo time.
- Não tem bode expiatório, não tem culpado. Estamos corrigindo o rumo - disse.
Alexandre Kalil concede longa entrevista no CT do Atlético-MG (Foto: Ag. Estado)
Confira os principais trechos da entrevista
‘Não tem bode expiatório’
- Com relação às dispensas, em primeiro lugar eles não são bodes expiatórios para o que está acontecendo no Galo. Estamos realizando uma correção de rota. O motivo da dispensa é hierarquia. O treinador notou que havia um problema e ele foi detectado há 35, 40 dias. E, neste tempo, foi feita uma observação sobre o que estava acontecendo. Então, se alguém me perguntasse, 'se tivesse ganho do Prudente estariam dispensados?' Sim. Decidimos na segunda-feira e não os dispensamos antes por causa do jogo.
- E não vou dizer o que eles falavam ou faziam. Acontece que o questionamento ao treinador quando não é feito diretamente a ele, soa muito mal. Quando se questiona o trabalho, os horários e as viagens, com terceiros, o técnico e o departamento de futebol não gostam. Às vezes, isso é feito com um pouco de maldade e basicamente foi isso que aconteceu. E na terceira pedida para que esses jogadores fossem dispensados, isso aconteceu.
Ordem e hierarquia
- Temos problemas. Não desta ordem, mas temos coisas com as quais não estamos satisfeitos. A presidência cobrou. O presidente não é enfeite, ele cobra. Eu cobrei do departamento de futebol e continuo cobrando. E se não chegar ao ponto ideal, que o Atlético-MG merece, não vou fazer outra coletiva não. Até 31 de dezembro vão andar as coisas como o burro aqui pensa. Até 31 de dezembro tem ordem e hierarquia.
Problema antigo
- Quanto aos profissionais, eles são ótimos, cumprem o horário, mas aqui temos preparador físico, treinador, e quem coloca horário é o técnico. Ele não pode ser questionado, o treinador acha que mina o trabalho. Todo trabalho que é minado, futuramente nós vamos pagar. Queria lembrar também que coisas aconteceram e eu busco explicações, como para as cinco derrotas seguidas (com o Celso Roth em 2009), no ano passado, com aquele time, quase ir para a Segunda Divisão. Três treinadores pediram a cabeça de jogadores, depois dois técnicos pediram a cabeça dos mesmos. Antes, os treinadores ameaçavam, mas não tiravam. Pediam e voltavam atrás. A primeira vez que um treinador pediu e disse ‘eu quero’ foi agora. Tanto Ricardinho quanto Zé Luís sabem que o Vanderlei (Luxemburgo) pediu a saída deles.
Culpa dividida
- Somos todos culpados, mas como não me vi com vontade de pegar meu boné e me demitir, e o treinador também tem prestígio e não quero demití-lo, preferi dispensar os jogadores, foi mais fácil. Mas esta minicrise que a imprensa quer transformar numa hecatombe dentro do Atlético-MG, vai ser tratada. Somos segundo, podemos chegar à liderança, então não tem crise. No Galo, no Flamengo e no Corinthians, qualquer coisa vira hecatombe. Perdemos dois jogos no ano, somos vice-líder, precisamos de uma vitória simples para passar na Copa do Brasil.
Novidades
- Vamos contratar, tivemos problema de venda e dispensa, estamos atentos e vendo o jeito de contratar e este é um assunto que morre aqui (dispensa de jogadores).
Contratações em excesso
- Acho que em três anos, contratar 60 jogadores, não é nada exorbitante, espetacular. São 20 por temporada. Você tem que ir contratando, acertando. São oportunidades que você tem. Futebol é uma tentativa. Tem time que contrata 100 por ano. O Atlético-MG manteve uma base, vendeu jogadores. Não tem contramão nenhuma. Contramão é não pagar salário, dirigente sair para a balada com jogador. Quem prestigia jogador ao invés de treinador está pagando conta até hoje. Essa é a explicação, não tem bode expiatório ou culpado, estamos corrigindo o rumo.
Debandada
- Esse negócio de ‘se’... Diego Souza seria titular, mas não foi. Zé Luís e Mancini também. De titulares, o Galo perdeu o Tardelli e o Ricardinho. O Guilherme (atacante) ainda não encostou o pé na bola, o Daniel Carvalho, o Mancini, também. Do mesmo jeito que valorizarmos o Diego Souza, temos que fazer este pessoal jogar e estamos atentos a isso.
Reação do grupo
- A reação foi muito boa. Quem conhece o futebol, sabe que sempre vem um, dois três jogadores, o capitão, o líder, falar pelos jogadores. Isso foi tratado entre o Dorival e os jogadores, e não houve nenhuma reação entre os jogadores.
Daniel Carvalho
- Eu mesmo tive uma conversa pessoal com o Daniel. É um jogador que vai ter que responder, vai ter de entrar no peso e jogar.
Ricardo Bueno e Diego Souza
- A respeito do Ricardo Bueno, ele veio do Oeste e está jogando pela primeira vez num time grande, porque o Oeste não é time. O Diego Souza não está jogando lá no Vasco não. Não está este espetáculo. Aqui a camisa pesa, ser presidente, jogador (no Galo), é mais difícil. Não é o caso do Diego Souza e do Ricardo Bueno, mas já vi jogadores que tinham que colocar a camisa e frauda. Até a lavadeira do Atlético-MG é diferente das outras.
Trabalho a curto ou longo prazo
Alexandre Kalil relacionou o problema entre Zé Luís, Ricardinho e Dorival Júnior à hierarquia
Reeleição
Não estou falando disso. O que eu disse é que até 31 dezembro a primeira parte está sendo bem feita.
Imponderável
- Não quis o que a torcida quis, foi o que eu quis, porque sou parte da torcida. Talvez tenha me enganado no tempo que o time precisa. Estamos estruturados, organizados. O futebol é feito de gente e tudo que é feito de gente entra o imponderável. O que é de fora das quatro linhas está organizado, estamos tentando organizar dentro do campo. Não tem frustração de ter feito o que fiz, acho que o trabalho foi feito e esta etapa vai ser lembrada, vai ser um marco. O Galo hoje é arrumado e vai ser difícil desarrumar.
Perdas
- Existe uma coisa que a gente tem que fazer. É colocar a cabeça no travesseiro e pensar que está fazendo a coisa certa. Não posso escutar coisas de um treinador e um diretor do nível do Maluf, e dar de bruços e ir para casa. Temos que pensar num consenso. Só falam no Obina, que não era do Atlético-MG. Diego Souza estava no banco e não era nem relacionado, estava insatisfeito, com razão. A única perda que o Atlético-MG teve foi a venda do Tardelli, foi lamentável, não tinha jeito. Esse foi um jogador que doeu no peito do atleticano. Vamos arrumar devagarzinho. Temos time, eles têm que jogar o que sabem: Daniel, Mancini, Guilherme... Berola está jogando o que sabe. Precisamos de um meia e de um volante. Agora, se nossos meias voltarem a jogar, nem de meia vamos precisar.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/atletico-mg/noticia/2011/04/alexandre-kalil-explica-dispensas-e-avisa-estamos-corrigindo-o-rumo.html
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