Meio de rede afirma que dirigentes do Vôlei Futuro ficaram assustados com situação na partida com o Cruzeiro pelas semifinais da Superliga Masculina
Michael em ação pelo Vôlei Futuro
(Foto: Divulgação/CBV)
(Foto: Divulgação/CBV)
O que aconteceu exatamente em Contagem? Já tinha passado por uma situação semelhante antes?
- No jogo em Contagem teve uma manifestação da torcida gritando “bicha”, “gay”, todas essas coisas. Já tinha acontecido casos isolados de algumas pessoas gritarem pelo clima do jogo. Mas nem escuto, deixo passar porque é ignorância. Mas foi um coro, senhoras, crianças e mulheres gritando, já num clima preconceituoso mesmo. Hoje resolvi falar para que isso não aconteça mais, não só comigo, caso futuramente eu vá lá jogar de novo, se tivermos o terceiro jogo (pelas semifinais da Superliga). Igual lá, nunca aconteceu. Até por isso que resolvi falar, fazer uma manifestação.
Você acredita que esse episódio atrapalhou o seu rendimento em quadra? Te desconcentrou?
- Desconcentrar não me desconcentrou, mas a situação me deixou constrangido. Pensei sobre o que estava acontecendo. Eu nem olhava para a torcida. Quem me vê jogando sabe que eu nem olho. Foi uma manifestação por causa do meu jeito. Mesmo depois de me xingarem, não bati boca com ninguém, fui direto para o vestiário, poderia ter retribuído, mas não fiz.
Michael com os companheiros do Vôlei Futuro em
quadra (Foto: Divulgação/CBV)
quadra (Foto: Divulgação/CBV)
- No vestiário falei que estava chateado. Os dirigentes vieram falar comigo também. Estavam escandalizados. Todo mundo ficou preocupado com o que eu estava sentindo. Lógico que não estava feliz.
Você tem algum problema em falar sobre a sua opção sexual?
- Sou gay, mas isso não precisa ser comentado. Todo mundo aqui sabe. Lógico que nunca cheguei a assumir. Eu sou o Michael. Todo mundo sabe quem eu sou. Eles me respeitam totalmente no time. Não só aqui, mas nos 10 anos que joguei no São Bernardo. Todos os times me trataram bem.
Podemos publicar isso? Que você é mesmo gay?
- Sim. Nunca cheguei e falei “sou gay” porque não tem necessidade. Todo mundo sabe. Não tenho necessidade de sair divulgando.
Você tem medo que, de alguma forma, suas declarações tenham efeito contrário e aumentem mais ainda o clima hostil para a próxima partida e futuros jogos em Minas?
- Se tiver um efeito reverso, pelo menos estou fazendo algo para mudar. Pelo menos não me calei diante dessa situação. Não gostei do que houve comigo e não gostaria que acontecesse com ninguém. Muita gente ficou sensibilizada e veio falar comigo.
O Vôlei Futuro está tomando providências jurídicas?
- Não sei como vai ser feito, nem perguntei direito. Mas o clube vai me informar quando estiver tudo resolvido.
Sobre as reclamações do clube sobre segurança, superlotação, segurança bêbado: você viu isso?
- Eu fui direto para o vestiário e não prestei muita atenção, mas realmente parecia que tinha uma superlotação.
E como está sua preparação para o jogo de sábado? Está conseguindo se concentrar ou ficou abalado?
- Estou bem. Estamos treinando direto com o time forte. Muita gente que acompanha o vôlei está dando o maior apoio. Realmente fiquei assustado com a situação. Uma coisa é torcida, outra é uma aglomeração te xingando, apontando o dedo. Abalado não estou. Como atleta tenho que enfrentar, lidar com isso.
Vôlei Futuro e Cruzeiro se enfrentam às 10h deste sábado no segundo confronto da semifinal da Superliga Masculina de Vôlei, com transmissão ao vivo da Rede Globo. Como venceu o primeiro duelo por 3 sets a 2, a equipe mineira precisa de apenas mais uma vitória para se classificar para a decisão.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2011/04/apos-ofensas-michael-diz-sou-gay-e-me-respeitam-totalmente-no-time.html
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