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Atleta da seleção e ex-jogadora do Dínamo de Volgogrado é repatriada pela Metodista para temporada 2014. Medo de atentados terroristas contribuiu para retorno ao país
Jaqueline Anastácio jogadora de handebol (Foto: Divulgação / Facebook Oficial)
- Eu tive uma lesão no começo do ano passado, me recuperei e voltei a competir pelo Dínamo de Volgogrado. Mas na terceira rodada da Liga Russa eu acabei sofrendo uma outra lesão devido ao ritmo muito pesado de treinos e competições. Olhando pelo lado no meu corpo, não tinha como continuar na intensidade que eu estava ou acabaria me prejudicando. Com isso, tomei a decisão de voltar a jogar no Brasil, conversei com os dirigentes do meu time (Dínamo) e eles me liberaram para voltar ao meu país, mas ainda permaneço com eles até junho desse ano. Eu joguei na Metodista entre os anos de 2006 e 2010 e sempre disse que se voltasse para o Brasil defenderia novamente a camisa do clube. Eles acabaram fazendo uma proposta que supria todas as minhas necessidades e assinei um contrato para a temporada de 2014.
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Apesar do retorno ao Brasil, Jaqueline afirma que as condições oferecidas paras os atletas de handebol no país ainda são muito limitadas e que falta incentivo para o esporte, que é hoje o mais praticado nas escolas. Após a temporada com a Metodista, a atleta pretende retornar ao exterior.
- A minha intenção é retornar para a Rússia com o fim do meu contrato no Brasil. Vou aproveitar essa oportunidade e dar o melhor de mim, mas ainda quero ganhar mais experiência jogando no exterior. Todas as meninas da seleção têm muita vontade de voltar ao país, ficarem próximas de suas famílias e amigos, mas infelizmente a realidade lá fora ainda é melhor do que aqui no Brasil, tanto financeiramente como no nível em que o esporte é praticado. Se as coisas melhorassem por aqui, seria mais fácil para nós.
Jaqueline Anastácio atuando pelo Dínamo de
Volgogrado (Foto: Divulgação / Facebook Oficial)
Jaqueline deixou o Brasil em 2010 e teve passagens por equipes da Hungria e Noruega. Foi em 2013 que ela desembarcou na Rússia, exatamente em Volgogrado. Recentemente a atleta passou por uma situação difícil, quando a cidade russa sofreu com dois atentados terroristas que mataram mais de 30 pessoas.
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- No primeiro atentado que teve a um ônibus eu estava treinando, e as meninas do meu time viram tudo pela TV e ficaram desesperadas. Consequentemente eu fiquei também porque nunca tinha passado por uma situação dessas. O atentado ocorreu a duas quadras da minha casa, e isso me gerou um clima de insegurança. A tensão é muito grande. No outro eu já estava no Brasil e fiquei em choque. Sinceramente, fiquei muito preocupada e achei que foi um ótimo momento para retornar ao meu país.
Pela primeira vez na história, a seleção brasileira foi campeã mundial. Desde 1995, com a Coreia do Sul, uma equipe fora da Europa não conquistava a competição. O ouro no peito coroou um projeto iniciado há quatro anos pela Confederação Brasileira de Handebol, com a contratação do técnico dinamarquês Morten Soubak. Com as Olimpíadas do Rio, em 2016, na mira, o feito credenciou o Brasil ao posto de candidato real a uma inédita medalha olímpica e valorizou a modalidade.
- Depois do título mundial, houve uma mudança clara. Hoje temos mais patrocinadores e cada vez mais pessoas apreciando o handebol. Com visibilidade que geramos na mídia, acabou que trouxemos mais pessoas para o esporte. Sabemos que a tradição esportiva no Brasil é voltada para outras modalidades, mas acredito em um crescimento grande para handebol no próximos anos.
Animada com a volta ao Brasil, Jaqueline afirma que pretende se recuperar totalmente, ajudar a nova equipe e a seleção brasileira na busca por novos títulos.
- Aqui na Metodista eu pretendo contribuir com a equipe e ganhar todos os campeonatos, além de poder jogar perto das pessoas que eu gosto e que vão torcer por mim. Já na seleção brasileira, quero retornar bem depois do ano que eu perdi por causa das minhas lesões e ter a oportunidade
de mostrar o meu trabalho.
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