Empresa de Rodrigo Braghetto tem contrato para apitar torneios internos no clube. Ele nega pedido de dispensa à entidade e encerra carreira
A Federação Paulista de Futebol (FPF) anunciou no início da tarde desta
sexta-feira que irá sortear um novo árbitro para comandar a decisão do
Campeonato Paulista, entre Santos e Corinthians, no próximo domingo, às
16h, na Vila Belmiro. Inicialmente escalado, Rodrigo Braghetto está fora
da grande final do torneio. Ele aproveitou o episódio e se aposentou.
Segundo o comunicado divulgado pela FPF, Braghetto pediu dispensa à Comissão de Arbitragem “a fim de evitar qualquer tipo de polêmica que pudesse prejudicar a competição, já que sua empresa, a Apto Esportes, presta serviços ao departamento amador do Sport Clube Corinthians Paulista”. O árbitro nega o pedido de dispensa.
- Não pedi, não. Falei apenas para o Coronel Marinho ficar à vontade como chefe da arbitragem, para que fosse feito o melhor para o futebol. Fiquei surpreso com isso (o fato de a FPF dizer que ele pediu dispensa). Não pedi em momento algum. Mas acredito que a decisão tenha a ver até pelos recentes fatos ocorridos com o Corinthians na Libertadores – disse Braghetto ao GLOBOESPORTE.COM.
Descontente com a decisão da Federação Paulista de Futebol, Rodrigo Braghetto anunciou, em entrevista ao programa Arena Sportv, o fim de sua carreira.
- Pensando no futebol e para evitar maiores problemas para mim e para a Federação Paulista de Futebol, eu quero aproveitar a oportunidade para dizer que estou encerrando a minha carreira como árbitro profissional de futebol. É conflitante que eu saia para apitar no Campeonato Brasileiro e fique três dias fora. Quero deixar bem claro que também não é só por causa desse motivo. Meus negócios já estavam perdendo e isso estava me atrapalhando. Prestei meu serviço na maior integridade. Tenho 38 anos, estou há 17 anos na arbitragem, que me deu muitas coisas, mas começou a atrapalhar recentemente, com a obrigatoriedade de testes físicos, provas teóricas e cursos de aperfeiçoamento, ficando quatro dias a serviço da FPF sem receber um real. É um absurdo. Se eu não puder exercer meu sonho de apitar uma final, então prefiro parar de apitar futebol e seguir outra linha. Quem sabe até no futebol.- declarou o juiz no programa.
Entenda o caso
Pela manhã, o presidente da Comissão de Arbitragem, Coronel Marinho, falou sobre Braghetto. Afirmou que não via problema na escalação do árbitro para a final entre Santos e Corinthians e disse que sabia da ligação da empresa do árbitro com clubes de futebol.
- Eu vou consultar o presidente Marco Polo Del Nero, mas pessoalmente não vejo problema algum. A empresa também presta serviço para outros clubes – disse Coronel Marinho, horas antes de a FPF divulgar a nota da mudança de árbitro.
Em contato telefônico depois da nota divulgada pela FPF, alegando pedido de dispensa de Braghetto, Coronel Marinho deu outra declaração.
- Nos falamos e ele deixo a decisão na minha mão. E, na minha mão, decidimos optar por outro sorteio. A decisão foi também da presidência - comentou Marinho.
No site da Apto Esportes, da qual Rodrigo Braghetto é sócio, a lista de
clientes conta com três clubes de futebol: Corinthians, São Paulo e
Portuguesa. O árbitro acrescenta ainda que em 2011 também prestou
serviço no Santos.
- Não tenho contrato com o futebol do Corinthians. O contrato da minha empresa é com a parte social. Não converso com ninguém do futebol. Nós prestamos serviços de arbitragem para campeonatos internos do clube. Todos sábados e domingos, nossos árbitros são escalados para apitar jogos da criançada, dos jovens. Já prestei serviço para o Santos também. Em 2011 dei palestra de arbitragem para toda a categoria de base. Mas não chegamos a ter um contrato com o Santos – disse.
Procurada na manhã desta quarta-feira, a diretoria do Corinthians, por intermédio de sua assessoria de imprensa, confirmou o contrato com a empresa Apto Esportes e afirmou que “não há precedente que justifique qualquer suspeita sobre ele (Braghetto)”. Informou ainda que o primeiro contrato com a Apto foi de março a dezembro de 2012 e o segundo foi firmado em abril deste ano e vai até dezembro.
Nesta temporada, Rodrigo Braghetto não apitou nenhum jogo do Timão no Campeonato Paulista. A final contra o Santos seria o primeiro. Durante a vigência do contrato anterior, no entanto, o árbitro esteve em quatro partidas dos Corinthians, uma no Paulistão e três no Brasileirão (duas derrotas e dois empates).
No estadual, Braghetto apitou a derrota do Timão para a Ponte Preta, por 3 a 2, no Pacaembu, pelas quartas de final. Já no Brasileirão, ele esteve no empate por 1 a 1 com a mesma Macaca, na 24ª rodada, em Campinas, em outro 1 a 1, com a Portuguesa, no Canindé, pela 30ª, e na última data do campeonato, na derrota por 3 a 1 para o time reserva do São Paulo, no estádio do Pacaembu.
Da parte do Santos, o advogado do clube, João Vicente Gazolla, afirmou que o clube não tem nada a ver com o afastamento do árbitro da final e diz não lembrar do serviço que Braghetto alega ter prestado ao Peixe em 2011.
- Duvido que o Santos tenha pedido. Esses ofícios para FPF e CBF sou eu que faço. Não houve nada. Não me lembro do Braghetto nessa época (2011), mas já tivemos árbitros dando palestras. É algo normal. Ser sorteado e retirado é algo, no mínimo, incomum e inusitado> Vamos entender o que aconteceu - disse o santista.
*Colaborou Marcelo Hazan
Segundo o comunicado divulgado pela FPF, Braghetto pediu dispensa à Comissão de Arbitragem “a fim de evitar qualquer tipo de polêmica que pudesse prejudicar a competição, já que sua empresa, a Apto Esportes, presta serviços ao departamento amador do Sport Clube Corinthians Paulista”. O árbitro nega o pedido de dispensa.
- Não pedi, não. Falei apenas para o Coronel Marinho ficar à vontade como chefe da arbitragem, para que fosse feito o melhor para o futebol. Fiquei surpreso com isso (o fato de a FPF dizer que ele pediu dispensa). Não pedi em momento algum. Mas acredito que a decisão tenha a ver até pelos recentes fatos ocorridos com o Corinthians na Libertadores – disse Braghetto ao GLOBOESPORTE.COM.
Descontente com a decisão da Federação Paulista de Futebol, Rodrigo Braghetto anunciou, em entrevista ao programa Arena Sportv, o fim de sua carreira.
- Pensando no futebol e para evitar maiores problemas para mim e para a Federação Paulista de Futebol, eu quero aproveitar a oportunidade para dizer que estou encerrando a minha carreira como árbitro profissional de futebol. É conflitante que eu saia para apitar no Campeonato Brasileiro e fique três dias fora. Quero deixar bem claro que também não é só por causa desse motivo. Meus negócios já estavam perdendo e isso estava me atrapalhando. Prestei meu serviço na maior integridade. Tenho 38 anos, estou há 17 anos na arbitragem, que me deu muitas coisas, mas começou a atrapalhar recentemente, com a obrigatoriedade de testes físicos, provas teóricas e cursos de aperfeiçoamento, ficando quatro dias a serviço da FPF sem receber um real. É um absurdo. Se eu não puder exercer meu sonho de apitar uma final, então prefiro parar de apitar futebol e seguir outra linha. Quem sabe até no futebol.- declarou o juiz no programa.
Rodrigo Braghetto está fora da grande final do Campeonato Paulista de 2013 (Foto: Futura Press)
Pela manhã, o presidente da Comissão de Arbitragem, Coronel Marinho, falou sobre Braghetto. Afirmou que não via problema na escalação do árbitro para a final entre Santos e Corinthians e disse que sabia da ligação da empresa do árbitro com clubes de futebol.
- Eu vou consultar o presidente Marco Polo Del Nero, mas pessoalmente não vejo problema algum. A empresa também presta serviço para outros clubes – disse Coronel Marinho, horas antes de a FPF divulgar a nota da mudança de árbitro.
Em contato telefônico depois da nota divulgada pela FPF, alegando pedido de dispensa de Braghetto, Coronel Marinho deu outra declaração.
- Nos falamos e ele deixo a decisão na minha mão. E, na minha mão, decidimos optar por outro sorteio. A decisão foi também da presidência - comentou Marinho.
Não tenho contrato com o futebol do Corinthians. O contrato da minha
empresa é com a parte social. Não converso com ninguém do futebol. Nós
prestamos serviços de arbitragem para campeonatos internos do clube"
Rodrigo Braghetto, árbitro
- Não tenho contrato com o futebol do Corinthians. O contrato da minha empresa é com a parte social. Não converso com ninguém do futebol. Nós prestamos serviços de arbitragem para campeonatos internos do clube. Todos sábados e domingos, nossos árbitros são escalados para apitar jogos da criançada, dos jovens. Já prestei serviço para o Santos também. Em 2011 dei palestra de arbitragem para toda a categoria de base. Mas não chegamos a ter um contrato com o Santos – disse.
Procurada na manhã desta quarta-feira, a diretoria do Corinthians, por intermédio de sua assessoria de imprensa, confirmou o contrato com a empresa Apto Esportes e afirmou que “não há precedente que justifique qualquer suspeita sobre ele (Braghetto)”. Informou ainda que o primeiro contrato com a Apto foi de março a dezembro de 2012 e o segundo foi firmado em abril deste ano e vai até dezembro.
Nesta temporada, Rodrigo Braghetto não apitou nenhum jogo do Timão no Campeonato Paulista. A final contra o Santos seria o primeiro. Durante a vigência do contrato anterior, no entanto, o árbitro esteve em quatro partidas dos Corinthians, uma no Paulistão e três no Brasileirão (duas derrotas e dois empates).
No estadual, Braghetto apitou a derrota do Timão para a Ponte Preta, por 3 a 2, no Pacaembu, pelas quartas de final. Já no Brasileirão, ele esteve no empate por 1 a 1 com a mesma Macaca, na 24ª rodada, em Campinas, em outro 1 a 1, com a Portuguesa, no Canindé, pela 30ª, e na última data do campeonato, na derrota por 3 a 1 para o time reserva do São Paulo, no estádio do Pacaembu.
Da parte do Santos, o advogado do clube, João Vicente Gazolla, afirmou que o clube não tem nada a ver com o afastamento do árbitro da final e diz não lembrar do serviço que Braghetto alega ter prestado ao Peixe em 2011.
- Duvido que o Santos tenha pedido. Esses ofícios para FPF e CBF sou eu que faço. Não houve nada. Não me lembro do Braghetto nessa época (2011), mas já tivemos árbitros dando palestras. É algo normal. Ser sorteado e retirado é algo, no mínimo, incomum e inusitado> Vamos entender o que aconteceu - disse o santista.
*Colaborou Marcelo Hazan
Site da empresa de Braghetto mostra outros clubes como cliente (Foto: Reprodução/Site Oficial)
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