A CRÔNICA
Se a fase é de crise fora do campo, com a semana marcada pelos
protestos dos jogadores por conta de salários atrasados, dentro do
estádio o momento foi de apoio. Mas os gritos de "Fogo" que ecoavam da
arquibancada não foram suficientes para incendiar um jogo de ataque
contra defesa no Maracanã. Na noite desta quarta-feira, o Botafogo não
conseguiu furar a retranca do Unión Española. E para piorar, levou um
gol de pênalti (duvidoso), de Canales, que deu o placar de 1 a 0 para os
visitantes e fez o Alvinegro desperdiçar não só a chance de assegurar a
classificação antecipada às oitavas de final da Libertadores, como
também garantir a liderança do Grupo 2. Ponta que agora pertence aos
chilenos, classificados com nove pontos, dois a mais que os brasileiros.
A renda da partida foi de R$ 1.940, 590.
Os 37.495 botafoguenses pagantes (43.293 presentes), que fizeram um lindo mosaico para recepcionar o time com a mensagem "somos um só", foram embora com a expectativa da noite perfeita frustrada. Agora, o Bota terá que decidir a última vaga da chave contra o San Lorenzo na Argentina, na próxima quarta-feira, às 22h (de Brasília), no estádio Nuevo Gasómetro. Uma vitória fora de casa garante a classificação. Por outro lado, a derrota significará a eliminação. O empate fará a equipe depender do resultado do jogo do Independiente del Valle contra o próprio Unión Española, no Santa Laura, no Chile, no mesmo dia e horário. Neste caso, o que não pode aconceter é a vitória dos equatorianos por dois ou mais gols de diferença.
No ataque contra defesa, Bota peca na bola aérea
O ânimo e a empolgação ficaram restritos à arquibancada. O primeiro tempo foi arrastado no Maracanã. E nem foi pela ausência dos titulares suspensos, Edilson, Gabriel e Ferreyra. Lucas manteve a ofensividade de Edilson na lateral direita, Bolatti conseguiu fechar os espaços e ainda aparecer no ataque, enquanto Henrique foi quem menos produziu. Mas até se El Tanque estivesse em campo teria dificuldade, já que sua especialidade, a bola aérea, foi prejudicada pela tática chilena. Nas cobranças de falta, o Unión Española fazia uma linha de impedimento fora da área, na linha da barreira, o que evitou muitos cruzamentos. Além disso, a defesa dificilmente permitia que os alvinegros chegassem à linha de fundo. Numa das poucas vezes em que chegou lá, Lucas achou Wallyson livre na segunda trave, mas ele errou o cabeceio para o meio.
Wallyson, aliás, novamente decepcionou os torcedores. Fixo na ponta esquerda, foi tímido e esteve longe das atuações que o levaram ao posto de artilheiro da Libertadores com quatro gols. Na maioria das vezes, as jogadas do Bota dependiam de Lodeiro e Jorge Wagner. O uruguaio foi muito participativo, fez tabelas, movimentou-se bastante e em seus pés teve as melhores chances do time na etapa inicial. A primeira aos 38 minutos, um chute da entrada da área para defesa de Sánchez após boa trama de ataque.
E a segunda, aos 45, numa batida colocada que raspou o pé da trave. Já o camisa 10 não repetiu os bons arremates dos quais é especialista, mas criou jogadas e ainda deu um lindo chapéu de calcanhar em Navarrete. Um dos poucos momentos de vibração dos alvinegros.
Pênalti duvidoso vira castigo, e apoio se transforma em vaia
A ausência de Ferreyra foi sentida mesmo no segundo tempo. Logo aos dois minutos, Lucas chegou ao fundo e cruzou na cabeça de Henrique, que testou por cima do gol. Mas pior aconteceu quatro minutos depois. A zaga do Unión errou e deixou a bola limpa para o atacante na pequena área. Ele chutou em cima de Sánchez. O goleiro pegou também o rebote de Jorge Wagner, e Henrique, impedido, pegou a sobra e isolou. O centroavante voltou a perder outra chance de cabeça aos 17. Eduardo Hungaro demorou a mexer no time.
Só o fez aos 21 minutos, com o meia Ronny no lugar de Henrique. Mas nada que mudasse o panorama da equipe.
Para piorar a situação, o árbitro uruguaio Daniel Fedorkzuc marcou um pênalti duvidoso para o Unión Española num raro ataque chileno. O juiz enxergou falta de Julio Cesar em Jaime. Canales cobrou bem, deslocou Jefferson e silenciou o Maracanã. O Botafogo sentiu o golpe e passou a atacar de forma desordenada. As saídas de gol atabalhoadas de Sánchez até davam esperanças. Era só cruzar, era só chutar, pensavam os torcedores alvinegros. Mas era preciso mais. As entradas de Daniel no lugar de Marcelo Mattos e de Renato no de Julio Cesar foram em vão. Só serviram para Hungaro escutar os gritos de "burro" da arquibancada. Nos minutos finais, os chilenos fizeram cera e impuseram ao Botafogo a primeira derrota no Maracanã. E o apoio da torcida virou vaia no fim.
CORREÇÃO: foi publicado inicialmente que o Botafogo dependeria do resultado de Unión Española x Independiente del Valle caso perdesse para o San Lorenzo, na última rodada. Em caso de derrota, o Alvinegro estará eliminado. O erro foi ao ar às 21h44m e corrigido às 22h15m.
saiba mais
Os 37.495 botafoguenses pagantes (43.293 presentes), que fizeram um lindo mosaico para recepcionar o time com a mensagem "somos um só", foram embora com a expectativa da noite perfeita frustrada. Agora, o Bota terá que decidir a última vaga da chave contra o San Lorenzo na Argentina, na próxima quarta-feira, às 22h (de Brasília), no estádio Nuevo Gasómetro. Uma vitória fora de casa garante a classificação. Por outro lado, a derrota significará a eliminação. O empate fará a equipe depender do resultado do jogo do Independiente del Valle contra o próprio Unión Española, no Santa Laura, no Chile, no mesmo dia e horário. Neste caso, o que não pode aconceter é a vitória dos equatorianos por dois ou mais gols de diferença.
Castigo: espectador durante o jogo,
Jefferson não evitou o gol de pênalti
(Foto: Gustavo Miranda/O Globo)
O ânimo e a empolgação ficaram restritos à arquibancada. O primeiro tempo foi arrastado no Maracanã. E nem foi pela ausência dos titulares suspensos, Edilson, Gabriel e Ferreyra. Lucas manteve a ofensividade de Edilson na lateral direita, Bolatti conseguiu fechar os espaços e ainda aparecer no ataque, enquanto Henrique foi quem menos produziu. Mas até se El Tanque estivesse em campo teria dificuldade, já que sua especialidade, a bola aérea, foi prejudicada pela tática chilena. Nas cobranças de falta, o Unión Española fazia uma linha de impedimento fora da área, na linha da barreira, o que evitou muitos cruzamentos. Além disso, a defesa dificilmente permitia que os alvinegros chegassem à linha de fundo. Numa das poucas vezes em que chegou lá, Lucas achou Wallyson livre na segunda trave, mas ele errou o cabeceio para o meio.
Wallyson, aliás, novamente decepcionou os torcedores. Fixo na ponta esquerda, foi tímido e esteve longe das atuações que o levaram ao posto de artilheiro da Libertadores com quatro gols. Na maioria das vezes, as jogadas do Bota dependiam de Lodeiro e Jorge Wagner. O uruguaio foi muito participativo, fez tabelas, movimentou-se bastante e em seus pés teve as melhores chances do time na etapa inicial. A primeira aos 38 minutos, um chute da entrada da área para defesa de Sánchez após boa trama de ataque.
E a segunda, aos 45, numa batida colocada que raspou o pé da trave. Já o camisa 10 não repetiu os bons arremates dos quais é especialista, mas criou jogadas e ainda deu um lindo chapéu de calcanhar em Navarrete. Um dos poucos momentos de vibração dos alvinegros.
Henrique perdeu chances de gol e fez a
torcida sentir saudade de El Tanque
(Foto: Satiro Sodre/SSPress)
A ausência de Ferreyra foi sentida mesmo no segundo tempo. Logo aos dois minutos, Lucas chegou ao fundo e cruzou na cabeça de Henrique, que testou por cima do gol. Mas pior aconteceu quatro minutos depois. A zaga do Unión errou e deixou a bola limpa para o atacante na pequena área. Ele chutou em cima de Sánchez. O goleiro pegou também o rebote de Jorge Wagner, e Henrique, impedido, pegou a sobra e isolou. O centroavante voltou a perder outra chance de cabeça aos 17. Eduardo Hungaro demorou a mexer no time.
Só o fez aos 21 minutos, com o meia Ronny no lugar de Henrique. Mas nada que mudasse o panorama da equipe.
Para piorar a situação, o árbitro uruguaio Daniel Fedorkzuc marcou um pênalti duvidoso para o Unión Española num raro ataque chileno. O juiz enxergou falta de Julio Cesar em Jaime. Canales cobrou bem, deslocou Jefferson e silenciou o Maracanã. O Botafogo sentiu o golpe e passou a atacar de forma desordenada. As saídas de gol atabalhoadas de Sánchez até davam esperanças. Era só cruzar, era só chutar, pensavam os torcedores alvinegros. Mas era preciso mais. As entradas de Daniel no lugar de Marcelo Mattos e de Renato no de Julio Cesar foram em vão. Só serviram para Hungaro escutar os gritos de "burro" da arquibancada. Nos minutos finais, os chilenos fizeram cera e impuseram ao Botafogo a primeira derrota no Maracanã. E o apoio da torcida virou vaia no fim.
CORREÇÃO: foi publicado inicialmente que o Botafogo dependeria do resultado de Unión Española x Independiente del Valle caso perdesse para o San Lorenzo, na última rodada. Em caso de derrota, o Alvinegro estará eliminado. O erro foi ao ar às 21h44m e corrigido às 22h15m.
FONTE:
Nenhum comentário:
Postar um comentário