Acordo prevê equipamentos complementares para retomada dos trabalhos. Guarda-corpos e cabos mais longos são os principais itens.
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A medida será adotada depois da morte do operário Fabio Hamilton da Cruz, de 23 anos, que caiu de uma altura de cerca de 9 metros quando montava a arquibancada. A obra neste trecho da Arena foi paralisada e só será retomada após instalação dos itens complementares e vistoria dos fiscais.
Entre os itens obrigatórios, a empresa deverá concluir a instalação de guarda-corpos que começaram a ser instalados antes do acidente. A Fast se comprometeu ainda a aumentar o comprimento dos cabos longitudinais que permitem o engate do equipamento de segurança e mater um técnico de segurança por andar durante todo o trabalho dos operários.
Além disso, a empresa vai colocar torres móveis de segurança, com uma bandeja que permite sustentar um operário que eventualmente se acidentar, ou redes de segurança.
Operário que morreu em acidente
foi fotografadoantes do acidente na
Arena Corinthians.(Foto: Arquivo
Pessoal/Leandro Gonçalves)
Nova visita
Na tarde desta quinta, técnicos do Ministério do Trabalho vão participar de uma visita ao estádio ao lado de técnicos da Fast. O prazo para liberação ainda é incerto e dependerá do resultado da visita.
“Há todos os esforços concentrados para que não haja um atraso impactante [no prazo de entrega do estádio]. Com essa situação nova que se estabeleceu, evidentemente, vai haver uma alteração de cronograma [na entrega das arquibancadas móveis], mas acreditamos que se chegue a um bom termo, a uma solução rapidamente, para que se propicie da liberação da obra sem que impacte o cronograma”, declarou o advogado da Fast Engenharia, David Rechulski.
Projeção de como será a arena
(Foto: Divulgação)
O superintendente regional Luiz Antônio Medeiros negou ter recebido pressão do governo federal para a liberação do estádio.
“Evidente que estou informando para o ministro sobre tudo, a toda hora. Nós não estamos recebendo nenhum tipo de pressão do governo federal para abrir mão de coisas que nós achamos que põem risco à vida das pessoas. Os técnicos do Ministério do Trabalho só vão liberar quando houver convicção de que não vão se repetir mortes naquela obra”, afirmou.
O chefe da fiscalização estadual do Ministério do Trabalho, Marco Antonio Melchior, declarou que na Arena Corinthians já foram concluídas sete inspeções e uma está em andamento. Quando ocorreram a morte dos outros dois operários em novembro do ano passado, a Odebrecht assinou um termo de compromisso no qual ela se comprometeu a contratar novos funcionários e restringir o trabalho noturno.
Medeiros reconheceu que o Ministério do Trabalho ainda não concluiu o levantamento para saber se a Odebrecht está cumprindo a carga horária estabelecida para os operários da Arena Corinthians.
Ao comentar uma declaração dada para o jornal "Folha de S. Paulo" de que a obra já estaria interditada se não fosse para a Copa do Mundo, Medeiros reiterou a sua posição. “É uma avaliação minha. Teve muito problema de terceirização, quarteirização, quinteirização. Teve problema de excesso de horas extras. Teve problema de falta de folgas. Eu aqui representando o Ministério do Trabalho disse que, de certa forma, deixa esse negócio para lá. Eu vou me concentrar na garantia de vida das pessoas. O mínimo é a garantia de vida. Disso nós não abrimos mão. Se fosse outra empresa, em outro momento, eu não sei como aquela obra estaria andando, mas sei que há urgência nacional, mas essa urgência nacional, não pode comprometer a vida”, afirmou.
O advogado da Fast Engenharia, David Rechulski, afirmou que haverá atraso na obra, mas não soube informar a data exata de entrega das arquibancadas móveis. A Arena Corinthians deve ser entregue pronta à Fifa no dia 15 de abril.
No detalhe, à esquerda, estruturas das
arquibancadas provisórias. (Foto:
Reprodução/GloboNews)
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