Marcos Eduardo Neves tem a autorização do camisa 10 do Coritiba, mas lembra que perdeu a amizade do técnico do Grêmio depois de seu livro
O jornalista Marcos Eduardo Neves seguia de perto a carreira de seu ídolo, o então atacante Renato Gaúcho. Dediciu então transformar em livro a história do jogador. Lançado em 2002, "Renato Gaúcho: Anjo ou Demônio?" estremeceu a amizade entre o escritor e o atual técnico do Grêmio.
- Eu era o fã número 1 do Renato. Até hoje eu sou fã dele, principalmente como jogador. Talvez a parte da boemia, das aventuras fora de campo, das indisciplinas mil que ele teve, das inúmeras expulsões, isso não cabe bem na função de treinador. De repente, um comandado pode chegar e falar: "Renato, como você está me mandando fazer isso? Eu li o seu livro e o livro mostra o que você fazia" - afirmou o escritor.
Marcos Eduardo Neves já escreveu obras sobre
Renato e Heleno (Foto: Reprodução SporTV)
Renato e Heleno (Foto: Reprodução SporTV)
- Eu teria que ler o livro, ver o que foi colocado. Dependendo do que foi posto, eu vou ter uma definição de como reagir. O grande problema na biografia não-autorizada é que pode haver uma coisa que não é verdadeira - disse Alex.
O jornalista João Máximo passou por polêmica parecida. Em 1965, em parceria com Marcos de Castro, escreveu "Gigantes do Futebol Brasileiro": livro com o perfil de 13 grandes craques. Porém, em 2011, quando a obra foi reeditada, a viúva do ex-atacante Jair Rosa Pinto proibiu a publicação.
- Na época, em 1965, não se falava em autorização. A lei é de 2002. Os jogadores se sentiam homenageados - recorda João Máximo, que prevê um futuro sombrio para os jornalistas, se a necessidade de autorização continuar - Se essa coisa pega, mais cedo ou mais tarde, os artistas, jogadores de futebol, grandes personalidades, vão se julgar no direito de saber como o jornal os trata. O jornal, de certa forma, também é uma invasão de privacidade.
O escritor Luciano Ubirajara Nassar defende a liberdade total para o biógrafo decidir o que escrever em sua obra. No entanto, reconhece que pode haver exageros.
- Eu não posso falar que toda minha classe é honesta. Não é. Tem muita vaidade, muito escritor que quer superar o biografado.
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