Um dos destaques do Osasco, ponteira relembra tempos de infância e vai a churrascaria às vésperas da decisão contra o Rio de Janeiro, em São Paulo
Das lembranças mais marcantes que carrega da infância, Fernanda Garay guarda com carinho os inúmeros churrascos na casa dos avós em Porto Alegre. Àquela época, as condições não permitiam muitos luxos, mas as costelas e as maminhas assadas nos domingos à tarde faziam a festa de uma família numerosa. A mais velha de cinco irmãos não demorou a sair de casa para ganhar as quadras de vôlei. Em uma ascensão rápida, brilhou em equipes brasileiras, jogou no Japão e logo chegou à seleção, sendo um dos destaques do ouro olímpico em Londres. A veia gaúcha, porém, permanece intacta. Ainda que a dieta impeça grandes loucuras, a ponteira do Osasco mantém o apreço por uma boa carne. E, antes de sua primeira final de Superliga, buscou energia em uma churrascaria de São Paulo para encarar o Rio de Janeiro na busca por um dos poucos títulos que faltam em seu currículo.
Durante uma folga rara antes da decisão, Fê Garay aceitou o convite e foi a uma filial da churrascaria Barbacoa em São Paulo para relembrar os velhos tempos. Descartou a gordura, pegou leve nos pedidos, mas se deliciou com as mais variadas carnes durante pouco mais de uma hora de papo com a reportagem. No próximo domingo, às 10h, a ponteira entra em quadra com as companheiras de Osasco para encarar o Rio de Janeiro na nona final seguida entre as equipes, no ginásio do Ibirapuera. A TV Globo transmite o duelo ao vivo, e o GLOBOESPORTE.COM acompanha todos os lances em Tempo Real.
Fernanda Garay aproveitou a ida à churrascaria para conhecer a cozinha(Foto: Marcos Ribolli)
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A infância de Fernanda foi assim. Sempre que podia, a família da
ponteira se reunia para contar histórias no grande quintal da casa em
Porto Alegre. Os churrascos eram simples. Picanha, por exemplo, só
entrou no cardápio de Garay anos depois. As lembranças, porém, são as
melhores.- Minha família é muito simples, a gente nunca fez picanha em casa. Mas meu vô não deixava faltar costela. Eu, particularmente, não gosto tanto porque acho muito gorda. Mas uma maminha bem feita, uma alcatra... Acho excelente. Mais velha, eu conheci a picanha e adoro. Mas, na minha infância, eu nem conhecia o que era – contou a jogadora.
Na infância, Fernanda aprendeu, inclusive, a assar a carne. Mais tarde, em uma festa de amigos, chegou até a assumir a churrasqueira, já que ninguém parecia entender muito bem da técnica. “Fui aprovada, me virei direitinho”, ela conta. Mas, devido à dieta regrada de atleta, a ponteira não pode exagerar no prato. Por isso mesmo, foge da gordura.
- Eu não gosto da gordura, não consigo comer. Sempre fui fresquinha nesse aspecto lá em casa. Até dá um sabor, mas, na hora de comer, eu evito. O problema da gordura é que não faz bem à saúde. E eu teria de dobrar a dieta (risos). Eu sempre comi bem, nunca fui uma jogadora de lutar contra a balança. Se você pega uma foto minha de dez anos atrás, eu sou a mesma coisa. Hoje, eu tenho mais músculos que gordura. Eu nunca variei tanto o meu peso, nunca tive muitos problemas com isso. Eu falando em dieta, que eu controlo minha alimentação e vocês me trazem aqui? Pô... (risos) – brincou.
Fernanda Garay teve a infância recheada de churrascos em família (Foto: Marcos Ribolli)
- Quero treinar, não quero pensar nisso. Todo mundo sabe que é minha primeira final. Eu costumo focar em coisas que me ajudam. Eu vou focar nos treinos, no trabalho, no que eu posso fazer de melhor para ajudar a equipe. E não no fato de ser a primeira final. Claro que vai haver uma ansiedade, mas é natural. Como atleta, você se acostuma a isso. E acho que vai ser assim.
Antes de chegar ao Osasco, Fernanda disputou a Superliga por Pinheiros e Vôlei Futuro, além de ter passado uma temporada no Japão. Na atual equipe, se viu pela primeira vez sem ter o peso de ser a referência no ataque ao dividir quadra com outras quatro campeãs olímpicas. E, mesmo assim, conseguiu brilhar.
- Eu joguei em equipes menores, mas que de alguma forma eu conseguia me destacar bastante. No Osasco, que é a primeira grande equipe que eu jogo, não sou eu que estou fazendo uma divisão com as grandes jogadoras. Eu cheguei para ajudar e somar. Mas que bom que eu estou me destacando. O vôlei é um esporte muito justo. Se você treina, trabalha, vai conseguir o que quer. Se não, não vai se destacar. Isso é importante. Esse grupo foi formado com grandes pessoas, é muito forte, jogamos felizes. Hoje, eu me destaco; amanhã será outra.
Por conta da dieta, Fernanda Garay evita a gordura da carne (Foto: Marcos Ribolli)
- A gente pensa que é uma única chance. Se é um dia em que o time não está bem, tem de fazer ficar bem. Na minha opinião, pode até ser um pouco injusto. Por ser um jogo só, tudo naquele dia tem de dar certo. Tudo o que você passou na Superliga precisa dar certo.
*Agradecimento especial: churrascaria Barbacoa, no Itaim, São Paulo
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2013/04/gaucha-tipica-garay-ataca-churrasco-antes-da-primeira-final-de-superliga.html
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