Em torneio na semana do carnaval carioca, Miúra curte folia e perde pela primeira vez no Brasil. Torcida vê boa fase de Feijão, e Bia Haddad e Gabriela Cé são revelações
A segunda edição do Aberto do Rio (Rio Open) foi marcada por ter sido realizada concomitantemente ao carnaval carioca. Alguns tenistas deram uma escapadinha e foram curtir a Sapucaí, casos de Rafael Nadal e David Ferrer. Porém, enquanto a folia acontecia nas ruas da Cidade Maravilhosa, os jogadores encararam o forte sol e lutaram em busca do título, que ficou com a italiana Sara Errani no feminino e com o próprio espanhol David Ferrer no masculino. Confira abaixo o que de mais importante aconteceu durante os nove dias de partidas no Jockey Club Brasileiro, na Zona Sul do Rio de Janeiro:
ferrer e errani campeões
Semifinalista em 2014, Ferrer dessa vez foi o grande campeão do Aberto do Rio.
Na decisão, ele superou o italiano Fabio Fognini por 6/2 e 6/3 e
conquistou o 23º título da carreira em simples. No feminino, a italiana
Sara Errani cumpriu seu papel de cabeça de chave 1 e se sagrou campeã ao derrotar a eslovaca Anna Schmiedlova na final por 7/6(2) e 6/1.
Nas
duplas, faturaram o caneco a belga Ysaline Bonaventure e a sueca
Rebecca Peterson no feminino; e o eslovaco Martin Klizan e o austríaco
Philipp Oswald no masculino.
Ferrer (E) com o troféu de campeão do Aberto
do Rio, ao lado do vice-campeão Fognini (Foto: EFE)
jogo de madrugada e queda de nadal
Nadal se despede do público após ser eliminado por Fognini nas semifinais (Foto: Felipe Dana / AP)
Nadal havia tido três passagens pelo Brasil e foi campeão em
todas elas: nas edições de 2005 e de 2013 do Aberto do Brasil (Costa do Sauípe
e São Paulo, respectivamente) e no Aberto do Rio de 2014. Nesta semana, em nova
vinda ao Rio de Janeiro, o espanhol conheceu sua primeira derrota em solo
brasileiro. Ele não conseguiu defender o título ao ser eliminado nas semifinais
por Fognini.
Antes da derrota para o italiano, Nadal passou por uma
experiência única no Rio. A partida em que venceu o uruguaio Pablo Cuevas, nas
quartas de final, por pouco não foi a que acabou mais tarde em toda a história
da ATP – terminou às 3h18. Essa marca segue sendo do confronto entre o alemão
Benjamin Becker e o tcheco Jiri Novak em Tóquio, em 2006, que foi encerrado às
3h24.
O diretor do torneio, Luiz Carvalho, explicou
que, por regulamento da ATP, não poderia ter movido a partida anterior,
entre Fognini e o argentino Federico Delbonis, para outra quadra. A
alternativa para Nadal ter jogado mais cedo era que o jogo dele contra
Cuevas, o último do dia, fosse disputado em outra quadra, mas os
organizadores optaram por não mexer na programação por causa da
capacidade inferior da quadra 1 (mil lugares contra 6.200 da quadra
central).
tênis e carnaval
Antes
de o Aberto do Rio começar, Nadal e Ferrer foram à Sapucaí e desfilaram
pela Viradouro no domingo de carnaval. Os dois tenistas espanhóis
estiveram acompanhados de Gustavo Kuerten. O trio, porém, não deu sorte à
escola de Niterói, que ficou em último lugar no Grupo Especial e terá
que disputar o Grupo de Acesso em 2016.
O carnaval
foi proveitoso para a própria organização do Aberto do Rio. Por conta do
feriado no Rio de Janeiro, as sessões da manhã de segunda-feira à
quarta-feira tiveram bom público, cena que não foi vista na mesma janela
da última edição.
feijão no auge
Eliminado nas quartas de final pelo austríaco Andreas
Haider-Maurer, João Souza, o Feijão, tem motivos para se orgulhar da semana no
Rio de Janeiro. Os pontos conquistados no Aberto do Rio fizeram com que o tenista
paulista obtivesse o melhor ranking da carreira: o 77º lugar. Antes disso o melhor posto em que havia chegado fora a 84ª posição em setembro de 2011.
Feijão entra pela primeira vez no top 80 com
campanha no Aberto do Rio (Foto:
Nestor J. Beremblum / Ag. Estado)
revelações brasileiras
Os torcedores puderam vibrar com as exibições de duas brasileiras no Aberto do Rio. A gaúcha Gabriela Cé, de 21 anos, obteve sua primeira vitória em um torneio WTA ao passar na estreia pela francesa Pauline Parmentier. Ela acabou sendo eliminada na fase seguinte pela sueca Johanna Larsson.
Ex-pupila
de Larri Passos, a paulista Beatriz Haddad, de 18 anos, por pouco não
foi semifinalista no Rio. Depois de superar a argentina María Irigoyen e
a eslovena Polona Hercog, ela caiu nas quartas de final para a campeã Errani com
um abandono no terceiro set motivado por câimbras. A brasileira foi a
única tenista a ter vencido um set contra a italiana na competição.
Aos 18 anos, Beatriz Haddad chegou às
quartas de final do Aberto do Rio
(Foto: Divulgação / Agif)
azar no sorteio
O
sorteio do Aberto do Rio não poderia ter sido pior para os principais
jogadores brasileiros.
Tanto Thomaz Bellucci quanto Teliana Pereira
precisaram enfrentar, logo na primeira rodada, os cabeças de chave 1 do
masculino e do feminino. Com uma dura missão pela frente, os tenistas
números 1 do Brasil não conseguiram levar a melhor sobre Nadal e sobre Errani, respectivamente, e se despediram precocemente do torneio carioca.
Bellucci caiu logo na estreia em derrota para Nadal
(Foto: Nestor J. Beremblum / Ag. Estado)
reclamação e velhos problemas
Problemas
da primeira edição do Aberto do Rio voltaram a aparecer neste ano. A
bola, aprovada pela ATP, mas criticada por Nadal em 2014, foi alvo de
dura reclamação do mineiro Bruno Soares. Ao ser eliminado nas semifinais de duplas - jogou com o austríaco Alexander Peya - em derrota para espanhol Pablo Andújar e o austríaco Oliver Marach, disparou que a bola "é um lixo".
Apesar
do anúncio de que os ingressos estavam esgotados para as sessões de
terça à noite, quinta à noite, sexta, sábado e domingo, muitas cadeiras
vazias puderam ser vistas durante todos esses períodos, inclusive na
final. O mesmo aconteceu no ano passado, e o diretor de torneio, Luiz
Carvalho, culpou patrocinadores e convidados que não compareceram pelos
"buracos" nas arquibancadas. Dessa vez, ele afirmou que os convidados
por vezes preferem assistir às partidas na área VIP e que as cadeiras
vazias também seriam de torcedores que estavam nos arredores da quadra,
aproveitando a área de alimentação e entretenimento do Jockey Club
Brasileiro.
Cadeiras vazias durante a final do Aberto do
Rio (Foto: Matheus Tibúrcio)
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