segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Pacotão do Rio Open: queda de Nadal, jogo de madrugada e meninas em alta

Em torneio na semana do carnaval carioca, Miúra curte folia e perde pela primeira vez no Brasil. Torcida vê boa fase de Feijão, e Bia Haddad e Gabriela Cé são revelações


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Rio de Janeiro
 

A segunda edição do Aberto do Rio (Rio Open) foi marcada por ter sido realizada concomitantemente ao carnaval carioca. Alguns tenistas deram uma escapadinha e foram curtir a Sapucaí, casos de Rafael Nadal e David Ferrer. Porém, enquanto a folia acontecia nas ruas da Cidade Maravilhosa, os jogadores encararam o forte sol e lutaram em busca do título, que ficou com a italiana Sara Errani no feminino e com o próprio espanhol David Ferrer no masculino. Confira abaixo o que de mais importante aconteceu durante os nove dias de partidas no Jockey Club Brasileiro, na Zona Sul do Rio de Janeiro:

ferrer e errani campeões

Semifinalista em 2014, Ferrer dessa vez foi o grande campeão do Aberto do Rio. Na decisão, ele superou o italiano Fabio Fognini por 6/2 e 6/3 e conquistou o 23º título da carreira em simples. No feminino, a italiana Sara Errani cumpriu seu papel de cabeça de chave 1 e se sagrou campeã ao derrotar a eslovaca Anna Schmiedlova na final por 7/6(2) e 6/1.

Nas duplas, faturaram o caneco a belga Ysaline Bonaventure e a sueca Rebecca Peterson no feminino; e o eslovaco Martin Klizan e o austríaco Philipp Oswald no masculino.

tenis david ferrer fabio fognini aberto do rio (Foto: EFE)
Ferrer (E) com o troféu de campeão do Aberto 
do Rio, ao lado do vice-campeão Fognini (Foto: EFE)


jogo de madrugada e queda de nadal

Nadal, Rio Open tênis (Foto: Felipe Dana / AP)Nadal se despede do público após ser eliminado por Fognini nas semifinais (Foto: Felipe Dana / AP)


Nadal havia tido três passagens pelo Brasil e foi campeão em todas elas: nas edições de 2005 e de 2013 do Aberto do Brasil (Costa do Sauípe e São Paulo, respectivamente) e no Aberto do Rio de 2014. Nesta semana, em nova vinda ao Rio de Janeiro, o espanhol conheceu sua primeira derrota em solo brasileiro. Ele não conseguiu defender o título ao ser eliminado nas semifinais por Fognini.

Antes da derrota para o italiano, Nadal passou por uma experiência única no Rio. A partida em que venceu o uruguaio Pablo Cuevas, nas quartas de final, por pouco não foi a que acabou mais tarde em toda a história da ATP – terminou às 3h18. Essa marca segue sendo do confronto entre o alemão Benjamin Becker e o tcheco Jiri Novak em Tóquio, em 2006, que foi encerrado às 3h24.

O diretor do torneio, Luiz Carvalho, explicou que, por regulamento da ATP, não poderia ter movido a partida anterior, entre Fognini e o argentino Federico Delbonis, para outra quadra. A alternativa para Nadal ter jogado mais cedo era que o jogo dele contra Cuevas, o último do dia, fosse disputado em outra quadra, mas os organizadores optaram por não mexer na programação por causa da capacidade inferior da quadra 1 (mil lugares contra 6.200 da quadra central).

tênis e carnaval

Antes de o Aberto do Rio começar, Nadal e Ferrer foram à Sapucaí e desfilaram pela Viradouro no domingo de carnaval. Os dois tenistas espanhóis estiveram acompanhados de Gustavo Kuerten. O trio, porém, não deu sorte à escola de Niterói, que ficou em último lugar no Grupo Especial e terá que disputar o Grupo de Acesso em 2016.

O carnaval foi proveitoso para a própria organização do Aberto do Rio. Por conta do feriado no Rio de Janeiro, as sessões da manhã de segunda-feira à quarta-feira tiveram bom público, cena que não foi vista na mesma janela da última edição.

feijão no auge

Eliminado nas quartas de final pelo austríaco Andreas Haider-Maurer, João Souza, o Feijão, tem motivos para se orgulhar da semana no Rio de Janeiro. Os pontos conquistados no Aberto do Rio fizeram com que o tenista paulista obtivesse o melhor ranking da carreira: o 77º lugar. Antes disso o melhor posto em que havia chegado fora a 84ª posição em setembro de 2011.

Feijão, João Souza, tênis, Brasil Open (Foto: Nestor J. Beremblum / Ag. Estado)
Feijão entra pela primeira vez no top 80 com 
campanha no Aberto do Rio (Foto: 
Nestor J. Beremblum / Ag. Estado)


revelações brasileiras

Os torcedores puderam vibrar com as exibições de duas brasileiras no Aberto do Rio. A gaúcha Gabriela Cé, de 21 anos, obteve sua primeira vitória em um torneio WTA ao passar na estreia pela francesa Pauline Parmentier. Ela acabou sendo eliminada na fase seguinte pela sueca Johanna Larsson.

Ex-pupila de Larri Passos, a paulista Beatriz Haddad, de 18 anos, por pouco não foi semifinalista no Rio. Depois de superar a argentina María Irigoyen e a eslovena Polona Hercog, ela caiu nas quartas de final para a campeã Errani com um abandono no terceiro set motivado por câimbras. A brasileira foi a única tenista a ter vencido um set contra a italiana na competição.

Bia Haddad Aberto do Rio (Foto: Divulgação / Agif)
Aos 18 anos, Beatriz Haddad chegou às 
quartas de final do Aberto do Rio 
(Foto: Divulgação / Agif)


azar no sorteio

O sorteio do Aberto do Rio não poderia ter sido pior para os principais jogadores brasileiros. 
Tanto Thomaz Bellucci quanto Teliana Pereira precisaram enfrentar, logo na primeira rodada, os cabeças de chave 1 do masculino e do feminino. Com uma dura missão pela frente, os tenistas números 1 do Brasil não conseguiram levar a melhor sobre Nadal e sobre Errani, respectivamente, e se despediram precocemente do torneio carioca.

Nadal x Bellucci, Rio Open (Foto: Nestor J. Beremblum / Ag. Estado)
Bellucci caiu logo na estreia em derrota para Nadal 
(Foto: Nestor J. Beremblum / Ag. Estado)


reclamação e velhos problemas

Problemas da primeira edição do Aberto do Rio voltaram a aparecer neste ano. A bola, aprovada pela ATP, mas criticada por Nadal em 2014, foi alvo de dura reclamação do mineiro Bruno Soares. Ao ser eliminado nas semifinais de duplas - jogou com o austríaco Alexander Peya - em derrota para espanhol Pablo Andújar e o austríaco Oliver Marach, disparou que a bola "é um lixo".

Apesar do anúncio de que os ingressos estavam esgotados para as sessões de terça à noite, quinta à noite, sexta, sábado e domingo, muitas cadeiras vazias puderam ser vistas durante todos esses períodos, inclusive na final. O mesmo aconteceu no ano passado, e o diretor de torneio, Luiz Carvalho, culpou patrocinadores e convidados que não compareceram pelos "buracos" nas arquibancadas. Dessa vez, ele afirmou que os convidados por vezes preferem assistir às partidas na área VIP e que as cadeiras vazias também seriam de torcedores que estavam nos arredores da quadra, aproveitando a área de alimentação e entretenimento do Jockey Club Brasileiro.

tenis cadeiras vazias final aberto do rio (Foto: Matheus Tibúrcio)
Cadeiras vazias durante a final do Aberto do 
Rio (Foto: Matheus Tibúrcio)


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