segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Novo modelo de classificação para as Olimpíadas é "arriscado", diz Juliana

Com vaga definida pelo Circuito Mundial de vôlei de praia deste ano, ela afirma que, em caso de lesão, o atleta poderia não conseguir somar pontos em busca da vaga


Por
João Pessoa

 
vôlei de praia Juliana etapa de Praga (Foto: FIVB)Juliana acredita que novo modelo de classificação para as Olimpíadas é "arriscado" (Foto: FIVB)


O Brasil vai ter quatro duplas, sendo duas no masculino e duas no feminino, na disputa do vôlei de praia nas Olimpíadas do Rio, em 2016. Elas serão definidas através da pontuação no Circuito Mundial deste ano. A parceria mais bem colocada em cada naipe vai ter a vaga garantida na competição, enquanto a outra será através de indicação da CBV (Confederação Brasileira de Voleibol). Para Juliana, que faz dupla com Maria Elisa, o novo modelo é "um pouco arriscado". Em caso de contusão, por exemplo, o jogador pode ficar de fora do torneio internacional e, consequentemente, reduzir suas chances de carimbar o passaporte para os Jogos Olímpicos. 

- A CBV está fazendo uma coisa que nunca foi feita por nenhuma outra Confederação, né? Nunca vivi isso, mesmo antes de está disputando para disputar uma edição das Olimpíadas. Lembro que o lance era ficar até os 45 minutos do segundo tempo para decidir quais eram as duas duplas. É uma coisa nova para todo mundo, e a gente vai ter que aceitar. Vamos trabalhar pensando que precisamos fazer os oito melhores resultados da nossa vida para se classificar para as Olimpíadas - comentou Juliana, que forma dupla com a carioca Maria Elisa e foi medalha de bronze nos Jogos de Londres ao lado de Larissa.

De repente a pessoa se machuca em três, quatro, Grand Slams e não pode jogar, por exemplo. Não vai fazer pontos e também não vai ter a possibilidade de lutar por isso (vaga nas Olimpíadas) no ano seguinte. É um pouco arriscado, mas a vida do atleta é assim."
Juliana, parceira de Maria Elisa

A melhor jogadora do Circuito Mundial em 2009, 2010 e 2011 fica um pouco apreensiva. Ela, que foi campeã do torneio em 2014 com Maria Elisa, citou até o exemplo da contusão nas vésperas das Olimpíadas de Pequim, quando sofreu uma entorse no joelho direito e precisou passar por cirurgia, ficando fora da competição.

- De repente a pessoa se machuca em três, quatro, Grand Slams e não pode jogar, por exemplo. Não vai fazer pontos e também não vai ter a possibilidade de lutar por isso (vaga nas Olimpíadas) no ano seguinte. É um pouco arriscado, mas a vida do atleta é assim. Por exemplo, quando me machuquei em 2008, me machuquei 45 dias antes das Olimpíadas. Fico só pensando nesses fatores que podem acontecer. É um risco que a gente corre e a qualquer momento a contusão pode vir ou qualquer outra coisa. Isso pode impedir de jogar algum campeonato, impedir de fazer ponto e impedir de aparecer também. Mas é assim mesmo. Quem quer ir para Olimpíada tem que aguentar a pressão - explicou a santista, que representa o Ceará nas areias.

Juliana e Maria Elisa, Circuito Mundial de Vôlei de Praia, Xiemen (Foto: Divulgação / FIVB)
Juliana e Maria Elisa foram campeãs da 
temporada 2014 do Circuito Mundial 
(Foto: Divulgação / FIVB)


Segundo a CBV, a dupla de cada naipe que obtiver o maior somatório de pontos em oito das dez etapas (são descartados os dois piores resultados, caso a dupla dispute os dez eventos) do Circuito Mundial de 2015 (cinco Grand Slams, quatro Major Series e a Copa do Mundo) estará classificada para a Olimpíada. Já a outra dupla será definida pela entidade que comanda o vôlei nacional no início de janeiro de 2016. Os indicados seguirão um critério técnico, e é uma maneira de resguardar algum caso de lesão de uma dupla, que poderá se recuperar a tempo. Com exceção de algum imprevisto, o critério de pontuação também deve prevalecer. O critério é bem diferente do estabelecido para as Olimpíadas de 2012. Na ocasião, os nomes foram definidos somente 40 dias antes dos Jogos de Londres, levando em conta o ranking da Federação Internacional Voleibol (FIVB). 

Diferentemente de Juliana, o paranaense Emanuel prefere saber com antecedência para fazer um planejamento adequado. O parceiro do baiano Ricardo, com quem levou a medalha olímpica em Atenas 2004, garante que independente qual seja o modelo de indicação para os Jogos do Rio, ele gostou do critério. Desse modo, pode programar melhor seu o cronograma de treinos.

Emanuel e Ricardo (Foto: Divulgação/FIVB)
Emanuel pode disputar a sexta edição das 
Olimpíadas na carreira 
(Foto: Divulgação/FIVB)


- Essa questão de rendimento vem através da programação. E se você der a data com muita antecedência se prepara de forma melhor. Acredito que isso é a grande essência do esporte. Não adianta que só você dizer que vai chegar bem. Tem que ter uma preparação e com um plano de datas fica bem mais fácil e para quem é realmente profissional é muito mais fácil atingir o sucesso - concluiu o paranaense, que disputou as Olimpíadas de Atlanta, Sydney, e conquistou medalha de ouro, bronze e prata em Atenas, Pequim e Londres, respectivamente. 


DESAFIO MELHORES DO MUNDO À VISTA

O próximo compromisso dos atletas será o desafio Melhores do Mundo, que vai colocar Brasil e Estados Unidos frente a frente de 26 de fevereiro a 1 de março nas areias da Praia de Copacabana. Além de Ricardo e Emanuel e Juliana e Maria Elisa, o país terá, entre os homens, Pedro Solberg/Evandro, e Álvaro Filho/ Vítor Felipe. No feminino, Talita/Larissa, Ágatha e Bárbara e as irmãs Maria Clara e Carol foram escaladas. Alison foi submetido a uma cirurgia para a retirada do apêndice, e desfalcará a dupla com Bruno Schmidt. Ele atuará ao lado de Oscar, parceiro de Thiago.

O time americano conta com a tricampeã olímpica Kerri Walsh e sua parceira April Ross, atual vice-campeã olímpica. Também prata em Londres, Jennifer Kessy faz dupla com Emily Day. Lauren Fendrick/Brooke Sweat e Jennifer Fopma/Summer Ross completam o time. Campeão olímpico em Pequim 2008, Phil Dalhausser forma parceria com Sean Rosenthal. As outras duplas americanas são Jake Gib/Casey Patterson, Theo Brunner/Nick Lucena e John Hyden/Tri Bourne.


Dalhausser e Rosenthal campeões do grand slam da noruega de volei de praia (Foto: FIVB)
Rosenthal e Dalhausser estarão no evento 
em Copacabana (Foto: FIVB)


Nos dois primeiros dias da competição, cada dupla enfrenta as adversárias do país rival, totalizando 32 partidas. As parcerias mais bem classificadas de cada país em cada gênero fazem as finais do domingo. As segundas duplas mais bem classificadas de cada país disputam o bronze no sábado. As partidas da primeira fase valem um ponto, as disputas do bronze, três pontos, e as finais, cinco. O país que somar mais pontos será o campeão.

O evento, que distribui US$ 120 mil (cerca de R$ 310 mil), tem transmissão ao vivo do SporTV - os assinantes do canal também podem assistir às partidas pelo SporTV Play.
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FONTE:
http://glo.bo/1DKfdem

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