Jogadores do Chelsea se contrariam em versões sobre o que o time queria no jogo de ida contra o PSG, pelas oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa
Mata-mata da Liga dos Campeões é a especialidade de José Mourinho. Há mais de 10 anos disputando duelos como entre Chelsea e Paris Saint-Germain, o português sabe exatamente o que fazer em momentos como esse. Um gol fora de casa é meia vitória para os times do treinador luso, que, no campo do adversário, pouca vontade têm de atacar. O empate em 1 a 1 na última terça-feira, no Parque dos Príncipes, deixou o comandante satisfeito, depois de muito trabalho à beira e dentro do campo.
Para José Mourinho, as duas chances de gol contra as 14 do PSG foram suficientes para conseguir um resultado positivo para os ingleses. O luso disse na entrevista coletiva que o time da casa merecia a vitória, mas durante os 90 minutos deu indicações contrárias aos seus jogadores, nunca os incentivando a atacar mais, mas sim a segurarem a bola e fecharem o meio de campo e defesa, pedindo aos mais avançados que recuassem. Nas substituições, o técnico do Chelsea também não demonstrou ter alguma vontade de vencer e até os seus jogadores se contrariaram nas declarações após o confronto. Diego Costa se mostrou descontente com a falta de força ofensiva, Ramires pareceu despistar, e Hazard foi sincero quanto à retranca.
- Não fizemos nada no ataque - reclamou Diego Costa.
- O treinador nos pediu a vitória. Era a vitória que a gente procurava e jogamos para vencer - disse Ramires na zona mista, sendo contrariado logo depois por Hazard.
- Um empate é um bom resultado, era o que o nosso time procurava - confessou Hazard.
Mourinho segura a bola durante PSG x Chelsea:
tática para segurar ímpeto adversário
(Foto: Reprodução/ Facebook)
CATIMBA E SUBSTITUIÇÕES DEMORADAS
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Só que, no segundo tempo, Blanc deu uma injeção de moral nos seus craques, que voltaram ao gramado com mais ideias. Ibrahimovic, Cavani e Lavezzi driblaram, tabelaram e criaram várias ocasiões, assustando o Chelsea e provocando uma reação imediata de Mourinho. O português berrava com Terry e Willian, pedindo ao brasileiro que ajudasse na defesa da lateral ocupada por Cavani, em noite inspirada.
O gol do uruguaio mudou a estratégia de Mou. O Parque dos Príncipes se exaltou, os jogadores do PSG foram para cima, e o luso tratou imediatamente de minimizar o dano, pensando nos três gols que o adversário marcou no Chelsea em Paris, na edição passada da Champions. O técnico mandou vários jogadores para o aquecimento e, com 35 minutos de jogo faltando, fechou o time.
Ramires e Fàbregas praticamente deixaram de criar jogadas e focaram as atenções em não perder as disputas no meio de campo. Diego Costa jogou recuado, dividindo bolas com David Luiz e Veratti, enquanto Willian passou a atuar praticamente como lateral. Hazard teve pouco espaço, e Mourinho chamou Cuadrado. O colombiano escutou as indicações do técnico e entrou a cerca de 14 minutos para o fim do confronto.
Mourinho conversa com Remy em
substituição para segurar o empate
(Foto: Claudia Garcia)
- Mourinho é assim, é um grande treinador, fez três substituições em 10 minutos. É um treinador um pouco diferente dos outros, arrisca fazendo essas alterações. Ele nos propôs dificuldade na criação de jogo. É um campeão, mas espero que na partida de volta a gente possa levar a melhor - afirmou Thiago Silva na zona mista após o confronto, torcendo por melhor sorte no jogo em Stamford Brigde.
- Talvez conhecendo um pouco da personalidade do Mourinho, acredito que jogando em casa ele vai fechar um pouco. Porque, dependendo de um empate a zero, é natural - disse o capitão do PSG ao mesmo tempo que Mourinho passava por trás na zona mista e dava palmada em suas costas.
Mourinho observa o jogo entre Chelsea e
PSG ao lado de sua equipe técnica no
banco (Foto: Claudia Garcia)
- Já tive a oportunidade de assinar pelo Inter de Milão. Infelizmente, as coisas não aconteceram. Agora passou um pouco. O futuro, a gente nunca sabe, mas com grandes treinadores é sempre um prazer trabalhar - admitiu o zagueiro, que, assim como Ibrahimovic, foi procurado pelo treinador luso para um caloroso cumprimento no final do confronto.
Como sempre, Mourinho saudou o treinador adversário alguns segundos antes do término do jogo, quando conversaram por alguns instantes. Laurent Blanc e o luso se conhecem desde os tempos de Barcelona, quando o português era auxiliar técnico e o francês ainda jogava. Antes de voltar ao vestiário, o luso aguardou um a um os seus jogadores. Mereciam, depois de impedir que 14 finalizado PSG se transformassem em gol.
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