segunda-feira, 19 de maio de 2014

Lopes se satisfaz com o empate do Criciúma contra o Inter: “Muito bom”

Treinador do Tigre reconhece superioridade do Internacional e, com um a menos, acredita que o 0 a 0 fica de bom tamanho também por “superação e dedicação”


Por Criciúma, SC

 
O ponto somado no empate em 0 a 0 com o Internacional não tirou o Criciúma do 17º lugar do Campeonato Brasileiro, mas o Tigre não foi o mesmo que entrou na zona de rebaixamento na semana passada. O time foi outro na visão do técnico Wagner Lopes. Não apenas afastou a apatia, como teve aplicação para superar o momento adverso, na tabela e na partida, com a expulsão do lateral Eduardo.

 - Acho que a superação e a dedicação dos nossos jogadores foram inquestionáveis, diante da qualidade do Internacional, que por isso é o líder. 
Tivemos dificuldades, mas mantivemos a proposta, com aplicação e uma boa defesa. Apesar da dificuldade na marcação, não nos desorganizamos. Temos que aproveitar e valorizar nosso grupo e o esforço de cada um. O esforço individual traz sucesso coletivo e individual posteriormente. Estou satisfeito com o empate em casa. Jogando com um adversário deste nível foi muito bom, principalmente por ter um a menos.

Confira a entrevista coletiva completa, abaixo:

Wagner Lopes  Criciúma (Foto: Fernando Ribeiro/Criciúma EC)
Wagner Lopes: "Superação e dedicação 
dos jogadores foram inquestionáveis" 
 (Foto: Fernando Ribeiro/Criciúma EC)

Expulsão de Eduardo
- Tínhamos feito a estratégia de sair mais no contra-ataque no segundo tempo com o Internacional mais cansado. Mas por conta da expulsão tivemos que reforçar a marcação. Não conseguimos achar o contra-ataque para jogar por uma bola. Tivemos duas chances, mas a finalização não foi no gol. A partir daí mudamos o planejamento. A ideia era terminar o jogo com três atacantes e não foi possível por causa da expulsão. 

O Criciúma do 6 a  0 para o Botafogo
- Acho que aquele Criciúma  nunca teria existido, todos ficaram mordido e chateado. Provamos que somos um bom time, com outra vontade. Tivemos dois tempos distintos e voltamos naquela partida sem concentração no segundo tempo. O Criciúma daquele segundo tempo não existe, foi um apagão geral e tenho certeza que não vai acontecer mais. Aquele não é o Criciúma verdadeiro, que é o jogou hoje. O torcedor que veio, viu e comprovou que o time é guerreiro. Temos que fortalecer o grupo porque lutaram muito. 

Não substituiu Bruno Lopes no intervalo
- Mudar no vestiário não tem o calor da torcida. Quando se tira um jogador no intervalo se joga a responsabilidade inteira no jogador, ainda mais no garoto. O Bruno tem se esforçado muito, e tem seus problemas como todo jovem. Ele tem orgulho de ser formado aqui e de representar o país na seleção sub-20. 
Evito ao máximo trocar no vestiário, só em caso de vida ou morte. Deixo para o decorrer do jogo por causa do calor da partida.

Treinos fechados na semana
- Nunca brigamos com a torcida, o treino fechado não tem ligação. Foi uma semana para ter tranquilidade, calma e nos fechar. Acho que organização interna do clube tem que ser interna. O clube respeita muito a imprensa, e não faria nada para prejudica-la. Algumas coisas fazem parte da estratégia ou para esconder de vocês. Como cidade respira o clube, saem detalhes que fortalecem o adversário, muita gente percebe os detalhes e as informações boas. Não é esconder, mas não dar informação para adversário como treinamos. Vamos ter o regulamento, com profissionalismo, respeito e consideração.

Rodrigo Souza Criciúma (Foto: Fernando Ribeiro/Criciúma EC)Criciúma ficou no empate e técnico gostou da atuação (Foto: Fernando Ribeiro/Criciúma EC)

Relação pessoal com a imprensa
- Tenho relação boa com a imprensa. O Wagner não tem força para nada, mas opina e tem experiência internacional em outros clubes. Para mim, é uma oportunidade de ouro de estar na Série A. Sei que a imprensa precisa ser abastecida por informações, isso respeito e espera sempre querer dar. Mas existe regulamento do clube e respeitamos os veículos de imprensa, pensamos da melhor maneira este relacionamento profissional e harmonioso.

Arbitragem
- Acho que foi bem, não vou transferir culpa para a arbitragem. De onde estava, minha visão encoberta (na expulsão do lateral Eduardo). Vi a reação de tentar desvencilhar e acho que pegou. De onde eu estava não me parece ter havido intenção de dar cotovelada. Vou respeitar a interpretação do árbitro. Acho que o Raphael Claus foi coerente, que apitou muito bem o jogo. 
Está de parabéns

Negociação para volta de Zé Carlos
- Acompanhei a campanha do clube em 2012 e o vejo desde 2009, no Campeonato Paulista, vi muitos jogos dele. É um baita artilheiro, faz gol. Claro que se tiver possibilidade, qual treinador não quer um jogador que faça gols? Mas tem que ter calma e aproveitar a oportunidade, não há nada de concreto. A diretoria trabalha muito para buscar encorpar o grupo que já é forte. Qualquer oportunidade tem que ser bem estudada.

Punição a Eduardo por expulsão
- Internamente vamos conversar. Minha primeira reação é abraçar o Eduardo e dizer que vamos errar juntos. Mas isso não significa que  internamente não acho que possa ser cobrado. Vamos rever o lance e não fugiremos da responsabilidade. Ele é bom jogador, dedicado e disciplinado. No tempo que esteve em campo deu o seu melhor. Ser expulso faz parte, mas é um grande atleta. Vou fazer muito para protegê-lo e não externar a cobrança a ele.

Especulação de contratação de atletas estrangeiros
- A vida inteira joguei fora e vejo com bons olhos atletas de outra cultura. Já tive o prazer de trabalhar com argentinos e paraguaios. Tem jogadores com muita qualidade na América do Sul, com profissionalismo, e sou aberto a isso. Se tem qualidade, não vejo problema em trazer atletas do mundo todo. A globalização é fantástica por isso. Quanto mais qualidade, melhor.

Chapecoense, próximo jogo
- A estratégia de hoje (domingo) foi montada em cima do que vimos do Internacional, sua qualidade indiscutível, tem jogadores de reposição. Na quarta-feira vamos respeitar a Chapecoense. Além de ser um jogo entre times do estado, tem a rivalidade. Sabemos disso e com certeza a postura tem que ser mais ofensiva

Time com a cara do técnico
Está longe porque gosto de trabalhar em nível de intensidade mais alto. Treinamos com intensidade, mas eu não posso dar o treino que gostaria por termos jogos em cima do outro. Sem inter-temporada não dá para fazer a movimentação que gostaria e os jogadores não estão adaptados ao que gosto de fazer. Nos 40 dias de parada  para a Copa do Mundo espero fazer uma nova esquematização, mudar a cultura de treino, o que não dá pelos jogos. Só estamos fazendo o básico e não é o que gostaria. A partir de quanto tiver tempo de trabalhar com as características de cada jogador, vamos ter time como recomposição e triangulação mais rápidas, uma equipe mais para frente e buscando o gol. Não estamos no nível que a gente quer, não por culpa, mas pelas mudanças no decorrer do campeonato.


FONTE:

Nenhum comentário: