segunda-feira, 19 de maio de 2014

Do metrô à arquibancada: como a Fiel viveu o primeiro jogo oficial da Arena

GloboEsporte.com conta em detalhes o caminho percorrido pelos torcedores até o novo estádio alvinegro, inaugurado neste domingo, e o que eles encontraram lá dentro


Por São Paulo

A torcida do Corinthians iniciou uma nova rotina no último domingo. Acostumados ao estádio do Pacaembu, os alvinegros viveram o primeiro jogo oficial da Arena em Itaquera, na Zona Leste da capital paulista, que receberá seis jogos da Copa do Mundo - inclusive a abertura, dia 12 de junho, entre Brasil e Croácia.. Foi o único jogo do Timão no novo palco antes do Mundial - e principal teste do estádio. Dentro de campo, uma inesperada derrota por 1 a 0 para o Figueirense. No trajeto até a arquibancada, por meio do metrô, um percurso com poucos problemas e muita animação por parte da Fiel. A tão esperada “casa dos loucos”, enfim, virou realidade.

A reportagem do GloboEsporte.com simulou o caminho de um torcedor do Corinthians até a Arena. Partindo da Avenida Paulista, na região central da cidade, a equipe testou todos os serviços disponíveis a qualquer corintiano antes, durante e depois de um jogo no novo estádio. Das informações com voluntários às lanchonetes e banheiros, tudo foi observado de perto. Algumas pendências foram observadas, mas a satisfação dos torcedores – à exceção do resultado da partida – foi grande.

Durante a Copa do Mundo, um trem expresso ligará as estações Luz e Corinthians-Itaquera, percorrendo o percurso em cerca de 20 minutos, em média. O sistema funcionou bem neste domingo. A ideia do relato abaixo, porém, é retratar como será a realidade dos torcedores alvinegros depois do Mundial, quando o estádio será utilizado única e exclusivamente para receber os jogos do Timão - sem trem expresso.
metrô sem tumulto

O transporte público costuma ser um dos principais alvos de reclamações da população em São Paulo. Ônibus, trens, metrô lotado... A dificuldade de se locomover na capital ao longo da semana é grande. Mas neste domingo, os momentos de lentidão para o torcedor do Corinthians rumo à Arena foram raros. Os repórteres do GloboEsporte.com saíram da estação Brigadeiro, na Avenida Paulista, às 13h40. Quando o relógio marcava 14h40, desembarcaram na Corinthians-Itaquera. Às 15h10, estavam na entrada do estádio. 



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No total, foram 17 estações percorridas: uma na linha verde, quatro na linha azul e outras 12 na linha vermelha. A maior movimentação ocorreu na estação Sé, ponto de cruzamento entre as linhas azul e vermelha, cujo ponto final é a estação de Itaquera. Com a chegada de um grupo de torcedores organizados, o acesso aos trens ficou tumultuado, mas foi rapidamente resolvido. Por todos os lados das estações, desde cedo, já se viam pessoas vestindo camisas e diversos outros artigos relacionados ao Corinthians. Por algumas horas, o metrô se transformou em arquibancada. 

O acesso à Arena se dava por duas estações da linha vermelha: Artur Alvim, para os setores Oeste e Sul, e Corinthians-Itaquera, para Leste e Norte. A primeira não registrava tumulto. A segunda, com um número bem maior de pessoas, se valia de uma série de voluntários e placas para orientar corretamente os torcedores. A reportagem demorou 30 minutos para caminhar entre a plataforma de desembarque e a entrada do estádio.

No caminho, algumas cenas inusitadas. Ao avistarem voluntários portando megafones para facilitar a orientação no local, alguns torcedores se aproveitaram para mandar um recado para a Fifa e para a própria diretoria do Corinthians.

- Padrão Fifa é o c... – gritavam, aos risos. 


Metrô Corinthians x Figueirense (Foto: Rodrigo Faber)
Estação Sé foi o ponto de maior 
concentração de torcedores (Foto: 
Rodrigo Faber)

escadas viram arquibancadas

Sergio Gandolphi, videorrepórter do GloboEsporte.com, assistiu à partida na Arquibancada Leste, setor M. Com o ingresso em mãos e diversos voluntários espalhados pelo local, prontos para informar, não encontrou dificuldades para se dirigir ao local. Como não havia lugares marcados, assistiu à partida em um ponto à própria escolha, de acordo com a oferta de assentos – que, àquela altura, já era baixa, tendo em vista a proximidade para o início do jogo, marcado para as 16h. 


Conforme o horário foi se aproximando, vários torcedores começaram a se aglomerar na escada e assistiram ao duelo contra o Figueirense ali mesmo. Não adiantou a tentativa dos orientadores de aliviar a escada. Ela virou, como na maioria dos estádios brasileiros, uma continuação do setor de cadeiras. A torcida pouco se importou com o “padrão Fifa”: ninguém se valeu das cadeiras para assistir à partida sentado. Elas serviram apenas para um rápido descanso durante o intervalo. 

torcida Corinthians jogo Figueirense Arena Corinthians (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Maioria não fez a menor questão de se 
sentar (Foto: Marcos Ribolli / 
Globoesporte.com)

apagão

A Arena Corinthians sofreu um problema de energia elétrica durante o intervalo do jogo. Os torcedores foram ao banheiro com o ambiente totalmente no escuro após o primeiro tempo. Além disso, a falta de energia atrasou também a produção de batatas fritas na lanchonete do setor leste. No intervalo, houve falta do produto, já que as fritadeiras não estavam funcionando. A lanchonete também estava no escuro, sendo iluminada apenas pela luz do saguão.  



Os torcedores também tiveram dificuldades com as filas. Não pelo tamanho, mas pela desorganização. As linhas para compra de fichas e para retirada dos alimentos estavam misturadas, gerando discussões com os orientadores. Os preços também não agradaram: o saco de pipoca, por exemplo, custa R$ 10. E o refrigerante, R$ 5.

torcida Corinthians jogo Figueirense Arena Corinthians (Foto: Sergio Gandolphi)
Visão do campo a partir das cadeiras 
do setor M da Arquibancada Leste 
(Foto: Sergio Gandolphi)

visão da tribuna de imprensa

Rodrigo Faber, repórter do GloboEsporte.com, acompanhou o primeiro jogo oficial da Arena Corinthians na tribuna de imprensa. Para os jornalistas, trabalhar foi um desafio: a rede de internet sem fio disponibilizada funcionou em raros momentos ao longo da partida. Apesar do bom espaço disponibilizado, com cadeiras confortáveis e fácil acesso a tomadas, o grande número de profissionais tornou a logística complicada para o Timão. 
  
A cobertura resistiu à forte chuva que caiu no bairro de Itaquera durante a partida, mas os elevadores apresentaram problema no primeiro grande teste. No intervalo, jornalistas tentaram se dirigir à lanchonete, localizada no quarto andar (a tribuna de imprensa fica no nono andar do Prédio Oeste), mas não conseguiram. Alguns vendedores ofereciam simples sanduíches ao preço de R$ 10 no local durante o jogo.  

Com os elevadores consertados, a imprensa não teve problemas para descer até o subsolo, onde foram realizadas as entrevistas coletivas e também a zona mista dos jogadores. Voluntários indicavam aos profissionais suas respectivas direções, de acordo com o padrão Fifa. Por exemplo: jornalistas de rádio ficam em um ponto, de TV em outro e os da imprensa escrita em um terceiro. Tudo para evitar o tumulto no momento das entrevistas. 
  
No pós-jogo, a internet disponível funcionou bem. Os fotógrafos presentes também disseram não ter do que reclamar. Atletas de Figueirense e Corinthians saíram pelo mesmo local, e o único problema foi o desencontro de informações: seguranças do estádio tinham dificuldade para identificar funcionários do Timão e pediam que credenciais fossem apresentadas a todo momento.   

saída tranquila

Apesar da derrota, a torcida deixou a Arena Corinthians de maneira tranquila e sem tumultos. Destaque negativo para a escuridão do lado de fora do setor leste, assim que o jogo terminou. A multidão caminhou no escuro até atravessar as grades do estádio. Alguns torcedores até molharam os pés, porque pisaram em algumas poças d'água.

No caminho até o metrô, a torcida andou com tranquilidade e chegou à plataforma da estação em Itaquera sem problemas. O alto número de torcedores não causou confusão. A reportagem do Globoesporte.com conseguiu entrar no primeiro trem que ali estava. O trajeto entre a saída do setor M, dentro do estádio, até a estação Carrão do metrô, última do trajeto, demorou apenas 45 minutos.


arena corinthians mosaico um dia de espectador (Foto: Editoria de Arte)


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